segunda-feira

Manuel Alegre afundará o PS com ele

A falta de coragem política da direcção do PS em escolher um candidato a Belém marcará, juntamente com a aplicação destas medidas de austeridade, o início do fim da gestão de Sócrates no poder. Um passivo que poderia ter sido evitado, pelo menos minorado, bastando que o PS tivesse marcado o perfil do seu candidato e, em função desse perfil, agido em conformidade. Não o fez e perdeu espaço de manobra, com Alegre a andar em road-show pelo país promovendo-se a si, à sua enorme vaidade e publicitando os seus livrinhos à boleia do tempo de antena que as estações de tv lhe foram, indevidamente, concedendo. É assim que funciona a democracia mediática em Portugal.

Isto, só por si, não explica por que razão Alegre levará o PS e Sócrates ao fundo. É bom não esquecer que desde a fundação da democracia, só em 2006 é que o PS perdeu a eleição a Belém. Soares, apoiado pelo PS, foi literalmente humilhado quando ficou em 3º lugar, atrás de Alegre, candidato independente, apesar de ter sido Cavaco o vencedor, como era previsível. Animado pelo seu milhão de votos Alegre julga que esses votos estão em estado sólido, não se evaporaram e, com esse pre-juízo, levou Sócrates e algum PS ao engano, quando, na prática, Alegre entra mal no eleitorado do centro, fica à porta da base de apoio da direita e isso, de per si, é já um prémio para Cavaco que irá fazer mais um passeio triunfal na Junqueira.

Por outro lado, o azar do PS é tal que tudo joga contra si: a conjuntura, a história, as medidas de austeridade do governo para sanear as finanças públicas à boleia da elevada tributação. O menos bom do PS junta-se, assim, ao mau do seu novel candidato a Belém, o que dá um molotov explosivo de maus resultados antecipados.
Vejam-se as sondagens, um indicador importante que a semana passada deu quase a maiorida absoluta ao psd de PPCoelho, para que, certamente, também terá ajudado a incapacidade do PS em escolher um candidato a Belém novo, vigoroso e portador de futuro. Tudo características que Alegre não dispõe por ser um rosto do passado, que teve a sua importância histórica, seguramente, em dois momentos da história: na luta anti-fascista e na fundação do PS, mas isso, só por isso, não lhe dá currículo para ser o PR de Portugal quase 40 anos depois desses factos históricos.
Depois nunca se sabe se o Alegre (hipotético) PR alinha com as medidas do BE perante uma crise social no país. Perante tais incertezas é bem provável que os portugueses olhem para esta ficção de apoio do PS ao poeta e optem por Fernando Nobre, um homem impoluto, com currículo, com mundo, com uma imensa obra social intra e extra-muros, enfim um altruísta. Alguém, no fundo, que trás para a política os verdadeiros valores da solidariedade e do humanismo, que Alegre e Cavaco muito proclamam mas que, na prática, nunca praticaram.

Veremos, neste quadro, até onde vai a "consciência" de Mário Soares no apoio a Fernando Nobre. Veremos, pois, como ele racionaliza o seu ressentimento. Numa palavra: o apoio que Sócrates dá a Alegre é não apenas pouco entusiasta como fúnebre, as pessoas percebem que aquilo resultou dum facto consumado, duma ficção e duma quase-chantagem política que, seguramente, levará o PS e o seu secretário-geral aos piores resultados de sempre na história das eleições presidenciais em Portugal.

O que é um erro estratégico, pois num momento em que o Governo aumenta os impostos esmagando ainda mais os portugueses a fim de sanear as finanças públicas, seria expectável que o mesmo governo encontrasse uma hipótese alternativa de tipo credível que injectasse no sistema político esperança, entusiasmo e mobilização para derrotar Cavaco em Belém, o qual tem feito um mau lugar em nada prestigiando Portugal e os portugueses - dentro e fora de portas.

Confesso que não estou a ver a direita a dividir-se profundamente em torno de Cavaco, mas já começo a pensar que se o PS tivesse pensado apoiar o D. José Policarpo, a novel vedeta política do comentário em Portugal, com o beneplácito do Papa, num registo de alguma ironia, talvez se evitasse a catástrofe anunciada.

O azar deverá ser tanto e tamanho que assim que se soube que o PS formal passou a apoiar Alegre, com meses de atraso, nem já segmentos do eleitorado do BE votarão no poeta para Belém.

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Fernando Nobre é...

... o único candidato presidencial a falar verdade no âmbito das eleições presidenciais de 2011. É o único candidato que não tem verdadeiro e efectivo enquadramento politico-partidário a suportá-lo, ainda que goze de simpatias de alguns patriarcas do PS. Provavelmente, será o candidato menos votado por aquelas razões, mas afigura-se como o actor político mais virtuoso do leque de candidatos do sistema, só por isso merecia ser o próximo locatário do Palácio Rosa para tentar emprestar uma visão alternativa de Portugal nos próximos anos.

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A política em Portugal traduziu-se num exercício de engolir sapos

O PS lá se decidiu formalmente em ressuscitar o "candidato fantasma" Manuel Alegre, dizendo que ele traduz o valor do "progressismo", comum ao partido. Já se percebeu que o poeta é, assim, uma espécie de Garcia Pereira que o PS arranjou ante a impossibilidade de egendrar o seu Cavaco.
Este, por seu turno, por ocasião do Não ao veto da lei que prevê o casamento-gay, vota contra a sua consciência e valores para não gerar ondas na sociedade portuguesa, talvez assim ganhe mais uns votinhos para 2011. O papa Bento XVI, em Roma, deve ter caído da cadeira quando soube disto, sobretudo quando semanas antes Cavaco lhe apresentou, ou melhor, submeteu a família como se fosse beatificar os netinhos.
Dois exemplos comezinhos em como não se fala verdade na política à portuguesa que o zé povinho já detectou. E é isto que descredibiliza a política, mina a democracia e afasta os eleitores dos mecanismos de voto e da decisão.
O problema é que este cinismo e hipocrisia políticas colonizaram a vida pública e privada na sociedade portuguesa, condicionando comportamentos e atitudes, promovendo calculismos e interesseirismos que acabam por pautar grande parte das relações pessoais e institucionais.
Um caldo de cultura corruptiva que não promove o mérito, a competitividade e a sua pedra de toque: a produtividade.
Portugal merecia melhor!!!

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sábado

Diogo Freitas do Amaral: um promissor candidato à Presidência da República apoiado pelo PS de Sócrates

Freitas do Amaral: um promissor candidato à Presidência da República apoiado pelo PS de Sócrates
O currículo do prof. Diogo Freitas do Amaral é impressionante: em termos académicos e em termos políticos. Ele é conhecido de todos os portugueses. Apenas aqui alinho umas breves notas sobre ele. É licenciado em Direito, foi deputado, é doutorado em Ciências Político-Económicas, o que dá imenso jeito para a compreensão dos problemas contemporâneos, tem larga experiência académica e de gestão de universidades, chegando até a presidir várias vezes ao Concelho Científico da Faculdade de Direito. Foi fundador do CDS, fez a AD (com outros), foi ministro várias vezes, conhece bem o meio empresarial e a alta gestão, é um jurisconsolto de nomeada, tem visão e uma macro-leitura do fenómeno político, sabe de Relações Internacionais, conhece a Europa e o Direito Comunitário (tudo coisas que o poeta Alegre desconhece e até seria uma grande injustiça para Freitas estabelecer aqui qualquer tipo de comparação).
Foi MNE e MDN, Vice-PM, mais tarde Presidente da Assembleia Geral da ONU, conhece o funcionamento das OIs, tem mundo e uma arguta cosmovisão, pensa e escreve bem, é um excepcional orador, conhece bem a história do seu país, tendo até realizado uma interessante biografia do fundador da nacionalidade. Enfim, Freitas do Amaral, que em 1986 só não foi PR por uma unha negra contra Mário Soares, tem um largo perfil académico, civil e político que fazem dele um senador da república, condições que o colocam, à partida, para a corrida a Belém com o apoio do PS de Sócrates.
A ser assim, fragmentaria a já débil credibilidade de Cavaco (em cujo eleitorado Freitas entra), que tem feito um mau mandato, limitaria a 2ª aventura de Alegre e oferecia a Portugal uma possibilidade de reconciliação consigo próprio porque federaria e consensualizaria muitos sectores da sociedade civil que hoje não se revéem nem em Cavaco nem em Alegre.
De resto, importa recordar que Freitas do Amaral foi MNE do Governo maioritário de Sócrates - que teve de abandonar por motivos de saúde. Logo, por razões políticas (e pessoais), e apesar de ser um dos fundadores do CDS mas que conquistou um estatuto supra-partidário, é um ex-dirigente político mais próximo do PS de Sócrates (cujo governo integrou) do que, curiosamente, o próprio poeta Alegre que, sendo originário do PS - andou (com o BE ao colo) durante um ano a sabotar a execução do programa de Governo chefiado por aquele que hoje é PM dum Governo minoritário e de quem o proto-candidato, implícitamente, reclama apoio.
Por estas razões, atendendo a este mega-perfil e em face da conjuntura delicada que Portugal e os portugueses vivem, Diogo Freitas do Amaral é, hoje, o melhor candidato à PR que o PS de Sócrates poderia (e deveria) lançar para Belém.
Nota: Esta eventual candidatura de Freitas do Amaral até Mário Soares apoiaria. Bastaria, para o efeito, o encontro de duas vontades: a de Freitas e a de Sócrates, tanto mais que o professor de Direito Administrativo não está conotado com nenhum partido como hoje está Alegre com o BE, apesar de ser oriundo do PS (mais esquerdista). Daí a maior liberdade de acção de Freitas - que contrastaria também com o percurso de Cavaco - que hoje também está muito encravado com o psd de Ferreira Leite - cuja eleição para PM apoiou através dos seus assessores de Belém - demonstrando que não está preparado para saber ser um PR isento, imparcial e representante de todos os portugueses.
posted by Macro (RM) at 23.1.10

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Narrativas desesperadas: as Berlengas para fazer frente à Telefónica na Vivo

Zeinal Bava ficou entalado nas pernas do gigante 10 vezes maior do que ele. Tentou jogar a cartada de Carlos Slim, não funcionou. Se foi bluff, foi de mau gosto e teve um efeito de boomerang. Esperemos que o seu nome não tenha sido usado abusivamente, como alguns fazem relativamente ao nome do PM. Pedir ajuda ao Brasil de Lula pode ser uma escapatória, resta saber se isso não custará mais do que aceitar a OPA da Telefonica e jogar as regras do mercado, by the book. Por regra, negociar com ex-sindicalistas perde-se sempre. Como as narrativas já se extremaram, é plausível encarar a ideia segundo a qual a ilha das Berlengas entre no computo global da negociação, quem sabe um contrato de exploração da ilha aos espanhóis por 99 anos para criar amendoin, codornizes e ratos da Índia (mas baptizados nos sucalcos das Berlengas) e fazer prospecção de petróleo possa dissuadir a Telefonica de querer engolir a Vivo e, nessa sucção, de engolir também Picoas inteiro. No tempo contingente em que vivemos perde-se a noção da fronteira que delimita a realidade da ficção, sobretudo porque aquela já transcende muito aquilo que julgamos ser a ficção. Um dia passamos em Picoas e só lá vemos um buraco.., com Bava a acenar com uma bandeira sem nacionalidade!!

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Nações sem ideais desaparecem num ápice

Uma Nação sem ideal desaparece rapidamente da história, o que seria uma grande maldade para Portugal, já que temos quase um milénio de história. O objectivo da raça humana é a obtenção da Felicidade, que consiste em mais prazer do que dor. De súbito, toda a história económica de Portugal parece ter ficado pendurada com a capacidade do "anão" PT enfrentar o gigante Telefónica pela manutenção da respectiva posição na Vivo. Estado, alta finança, pensamento estratégico - tudo e todos - parecem convergir para ajudar a PT a driblar o Golias-Telefonica. E eu a pensar que tínhamos um ideal, uma visão, uma missão que não se esgotasse nessa geometria das acções cotadas em bolsa que fazem a felicidade de uns e a desgraça de outros. Criámos esta civilização de valores, estruturámos assim o capitalismo e, agora, não sabemos lidar com ele. Vemos o PM de Portugal, que em tempos deu língua, história e unificou o Brasil, a pedir ajuda a Lula para desatar o nó do gigante espanhol na Vivo. Algo está errado nesta modalidade de pensar a economia e de fazer alta política assente em cifras. Talvez tenhamos de alterar a concepção de felicidade, modificar o padrão de riqueza, poder, influência, quem sabe assim se altere também o nosso destino, hoje demasiado aprisionado às questões financeiras. Na prática, hoje somos quase todos mártires do sistema económico que edificámos, e é ele que se serve de nós, em vez de nos servir, tal o paradoxo dos tempos. Ficámos escravos das acções dum tipo estrangeiro que desconhecemos para desenvolver um negócio português, ou dinamizar as condições de produção de C & T nacionais só possíveis graças ao lote de acções de um accionista de referência. Este ideal financeiro acaba por colonizar todas as outras dimensões da vida humana, esfrangalhando a própria noção de felicidade que faz de cada homem e de cada mulher um mercenário, um mártir, um legionário. Zeinal bava pode ser um tipo genial na gestão de empresas, mas não consigo ter nenhum respeito intelectual por ele, pagava-lhe para não ser meu secretário, porque os valores que promove na cadeia de valor da economia global são sempre assentes nas leis do tubarão contra a boga, e agora é ele que representa a boga e o tubarão a Telefonica. O problema é que o mundo está repleto de Bavas, porque é assim que funciona a economia capitalista. Por paradoxal que pareça, são os bavas do nosso tempo que personificam os heróis pós-modernos, são eles que ditam as regras duma economia que nem sempre é amiga das pessoas, são eles que também alimentam a face negra da globalização predatória que faz com que cada uma das nações do actual sistema de relações internacionais não tenha ideal, missão ou desígnio. O mundo está hoje privado de história e de ideal. O que conta mesmo são as melhores OPAs lançadas às empresas dos outros para que possam ser nossas. Neste caso, ganhar pode significar perder, a prazo...

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sexta-feira

Fios do tempo na cinza da memória. Falco e Sakamoto. Evocação de Agustina-Bessa Luís

Falco - Der Kommissar 1982

Falco - Jeanny

As relações humanas são assim: fios interrompidos e retomados até que a morte venha fechar o anel em que pousaram em vão esperanças e vontades.
Agustina, in Os Quatro Rios, p. 33 [Remake]
Sylvian & Sakamoto - Forbidden Colours

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Relações luso-espanholas

Referimos noutras reflexões abaixo que quando a alta finança interfere no quadro das relações políticas bilaterais entre Portugal e Espanha, tudo o resto se pode deteriorar. Esperemos que tal não venha a suceder, porque as desvantagens seriam, em muito, superiores às vantagens, ninguém aproveitaria com este conflito em curso em torno da aquisição da Vivo, disputada entre a PT e a Telefonica no Brasil e no imenso mercado sul-americano.
Desde a década de 80 do séc. XX que algumas regiões de Espanha passaram a disfrutar de um Estatuto de Autonomia, o que significa que têm a possibilidade de se autovernar, definir objectivos e formas de actuar em função de interesses marcadamente regionais, que não teriam caso se mantivesse o centralismo político prévio às autonomias. A região da Extremadura é um bom exemplo nesse sentido. Olhemos para ele.
Com cerca de 400 kil. de linha de fronteira, a região da Extremadura parceriza hoje com regiões vizinhas em Portugal, Alentejo e Centro, o que permite um relacionamento com os dois lados da fronteira que já ultrapassou os tradicionais níveis de cooperação económico e social que decorrem da geografia política e de falarmos uma língua muito parecida.
Não deve, pois, ser um episódio duma guerrinha pela aquisição de uma participação da Vivo - que hoje engorda a PT e a Telefonica, que deverá questionar todo o capital político e simbólico entre Portugal e Espanha nos demais sectores de actividade. Seja em matéria de rede de transportes, de que o TGV pontifica, seja ainda na esfera dos centros de investigação, relações económicas e culturais desenvolvidas.
Mas para que estas acções de desenvolvam é necessário intensificar o conhecimento mútuo dos dois lados da fronteira, urge quebrar o gelo entre os dois povos e procurar sinergias que permitam implementar projectos e alcançar objectivos comuns. Fazer convergir os interesses regionais do Alentejo e Centro com a região da Extremadura, que tem crescido a olhos vistos, é um desiderato comum, que pode e deve ser promovido pelas instituições políticas de Portugal e Espanha, abrindo o caminho às empresas dos dois lados a criarem riqueza entre nós.
E como é que isso se faz, na prática?
Mediante divulgação de oportunidades nos dois lados, promovendo a cultura da Extremadura entre nós e solicitar que os valores nacionais sejam promovidos no outro lado, fazer mostras de produtos em feiras e certames, desenvolver missões empresariais mistas, promover a oferta turística e prestar apoio técnico ao empresariado nos dois lados.
Tudo, no fundo, servirá para intensificar as relações políticas, institucionais, culturais, económicas e comerciais entre os dois lados, por isso seria útil que este affair PT vs Telefonica em torno da vítima Vivo - não contamine tudo o resto já realizado e que tem, seguramente, mais valor dos os milhões objecto de discussão para o controle daquela operação.
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Vicente Amigo - tres notas para decir te quiero

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Alternância - por António Vitorino -

Esta semana, a Rainha Isabel II leu o "discurso do trono", que constitui, no sistema britânico, uma espécie de divulgação do programa do novo Governo formado entre conservadores e liberais-democratas.dn
A cerimónia tem sempre uma estética muito curiosa: à pompa e circunstância do ritual repetido ao longo dos tempos corresponde um discurso elaborado pelo Governo onde se abordam os temas da actualidade mais premente (desde a crise financeira à ameaça das armas de destruição maciça). A Rainha Isabel II desempenha este seu papel institucional há várias décadas, não se sabendo, claro está, o que pensará em cada momento daquilo que lê.
Só que desta feita a Rainha leu um "discurso do trono" fruto de uma situação rara na política britânica: um governo de coligação!
Naquilo que actualmente mais conta, o combate à crise económica e o saneamento das contas públicas britânicas, a Rainha leu um discurso onde se conclui que os dois parceiros da coligação acabaram por ter de fazer cedências mútuas, traduzidas curiosamente na queda das mais emblemáticas medidas preconizadas por cada um dos partidos durante a campanha eleitoral… Não haverá a prometida redução de impostos dos conservadores nem os lib-dem terão os cortes que preconizavam nas despesas militares. Se fosse em Portugal, a imprensa toda e os comentadores estariam já a clamar pelas promessas não cumpridas!
A verdade, contudo, é que este tipo de acordo de governo e coligação, raro no Reino Unido, corresponde a uma situação típica de uma "alternância incompleta".
A alternância no exercício do poder está na essência dos regimes democráticos. No caso do Reino Unido, o sistema eleitoral maioritário a uma volta é um catalisador dessa alternância concebido para propiciar maiorias de um só partido alternativas, de modo a que a alternância se processe sem sacrifício da estabilidade governativa.
A alternância alimenta-se, no plano da substância das escolhas dos eleitores, de dois elementos essenciais: o cansaço ou descontentamento perante quem exerceu o poder no ciclo antecedente e a convicção de quem pode alternar no poder a seguir fará diferente e desejavelmente melhor!
Em períodos de normalidade política e económica, o primeiro factor pode ser bastante para que a alternância se processe. É o que muitos designam de "apanhar o poder quando ele cai de maduro". Para tanto basta estar no lugar certo e… saber esperar! É isso que explica porque é que até cerca de dois meses antes da eleição os conservadores tinham uma vantagem de mais de dois dígitos sobre os trabalhistas, no poder há 12 anos…
Contudo, em períodos de crise económica, o segundo factor mostra-se decisivo. Ora, foi neste aspecto que manifestamente os conservadores não lograram persuadir os eleitores de que fariam diferente e melhor, não tendo, por isso, beneficiado plenamente do potencial de alternância conferido pelo sistema eleitoral britânico. Exemplo que deve servir de fonte de meditação para outros países também…
E se é um mérito da liderança dos dois partidos agora coligados terem dado provas de pragmatismo e maturidade democrática na negociação dos grandes objectivos do programa económico de emergência da nova coligação, resta saber se esse acordo tão atípico na democracia britânica vai ser também alcançado na definição dos detalhes da sua implementação.
Já no plano da política europeia, o acordo de coligação inspira mais reservas. Sabia-se, desde sempre, que este seria o tema mais espinhoso para um acordo entre os conservadores (onde prolifera uma facção militantemente eurocéptica) e os liberais-democratas, que sempre fizeram gala em definirem-se como o mais europeísta dos partidos britânicos (tendo frequentemente criticado o Labour e Tony Blair, em especial pelas suas hesitações em matéria europeia). Por isso, o acordo a que chegaram é mais uma lista daquilo que não farão em matéria europeia do que propriamente uma linha de conduta que potencie o peso e o papel do Reino Unido no contexto da União! Com uma excepção: ambos estão firmemente de acordo que a sede do Parlamento Europeu deve mudar de Estrasburgo para Bruxelas! Quem diria, logo para Bruxelas!?
Obs: Alguém está a ver Sua Alteza Real, D. Duarte de Bragança, com aquela voz de octogenário, e reinvestido da sua desejada Monarquia constitucional, a empossar o bloco central em Portugal com a crise como pano de fundo!?
Ora, uma das razões pelas quais a monarquia caíu no arranque do séc. XX foi, precisamente, o cansaço e a incompetência da desgovernação e a corrupção que então grassavam em Portugal que desorganizava o equilíbrio das finanças públicas e tornava insustentável a gestão política normal do país.
Contudo, não deixa de ser curioso notar que enquanto esta matéria é publicada, dando conta do governo de coligação entre Conservadores e Liberais-democratas no RU, o PSD de PPCoelho -
segundo a mais recente sondagem ao PSD, segundo barómetro de Maio, está perto da maioria absoluta, dando conta do desgaste da governação do PS.
Com regime republicano ou regime de monarquia constitucional, Portugal terá que se reencontrar consigo próprio, e isso passará, a prazo, talvez por algo semelhante que a Rainha Isabel II fez recentemente ao empossar aquele governo de coligação.

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Realismo de Estado vs direito e globalização dos mercados

José Sócrates admite, se for necessário, utilizar a “golden share” que o Estado tem na Portugal Telecom (PT), para travar uma eventual compra hostil por parte da Telefónica. O primeiro-ministro afirma que a Portugal Telecom é estratégica e quer uma empresa forte, com presença em vários continentes. RTP
Temos uma ‘golden share', ela existe para ser usada se for necessário", afirmou José Sócrates em São Paulo.
Para o primeiro-ministro, "a PT é uma empresa estratégica, se for uma empresa grande, se tiver uma ambição de participar naquilo que é a economia global, de estar presente em vários continentes, como está a PT, presente em África e no Brasil".
"Queremos que ela continue assim. Porque só continuando assim, com dimensão e com escala fomenta em Portugal os projectos que são essenciais na área da inovação, na área da engenharia, na área industrial, na área da ciência e do desenvolvimento", acrescentou.
"A importância que a PT tem para o nosso desenvolvimento resulta da sua dimensão e da sua escala. Isso é o mais importante contributo que a PT pode dar ao desenvolvimento do país", considerou o Chefe do Governo.
"Nós queremos uma PT grande, uma PT com escala", disse o primeiro-ministro, que salientou que "a PT dará o seu contributo a Portugal quanto maior for".
Comissão Europeia acompanha situação da PT
Bruxelas está a seguir "de perto" a situação da Portugal Telecom e recorda que a "golden share" do Estado na empresa é "incompatível" com as leis europeias, aguardando que o Tribunal de Justiça da União Europeia se pronuncie sobre a situação.
"A Comissão Europeia irá aguardar pela decisão do Tribunal e até lá continuaremos a seguir de perto a situação da PT", afirmou fonte do gabinete do Comissário Europeu responsável pelo Mercado Interno, à agência Lusa.
Segundo Comissão Europeia o direito especial (golden share) que o Estado português detém na Portugal Telecom "é incompatível com as leis da União Europeia e é devido a isso que Bruxelas apresentou queixa no Tribunal de Justiça da UE".
No entanto, fonte do Tribunal afirmou à Lusa que a sentença do caso português ainda não está marcada.
O Executivo comunitário decidiu, a 31 de Janeiro de 2008, levar Portugal a Tribunal devidos aos direitos especiais que o Estado tem na Portugal Telecom.
PT estuda contra oferta pela brasileira Vivo
A Portugal Telecom está em negociações com investidores asiáticos e do Médio Oriente uma possível contra oferta sobre a participação da Telefónica na brasileira Vivo.
"Posso afirmar que existem muitos investidores interessados", afirmou José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento.
"A única solução que vejo é encontrar uma forma para a Portugal Telecom e para a Telefónica terem investimentos importantes no Brasil que não sejam na mesma empresa", acrescentou em entrevista à Bloomberg, José Maria Ricciardi.
"Para nós a chave é ficar no Brasil e o preço não é uma questão", frisou o presidente do BES Investimento, que pertence ao grupo proprietário de oito por cento da PT.
Obs: De um lado temos a posição de realpolitik do Estado em proteger a sua maior empresa - intra e extra-muros, é compreensível que o faça, até por razões patrióticas e do interesse nacional permanente; por outro, temos os comandos normativos do direito comunitário que ilegalizaram essas práticas por desvirtuarem o funcionamento do mercado e, directa ou indirectamente, abrirem excepções a certos países e empresas que não são admissíveis aos demais países e empresas do espaço comunitário, o que gera uma desigualdade inaceitável e uma facada na sã concorrência que se deseja nos mercados globais. Esta contradição não é mais do que o conflito secular entre a política (regida por relações de força) e o direito (que visa a justiça nas relações internacionais), mas que nem sempre consegue esse desiderato.
A escaptória, caso o TJUE decide contra a posição de Portugal, será a via da negociação entre a PT e a Telefonica, mas este é um caso em como as relações económicas, financeiras e empresariais podem envenenar o quadro geral das relações politico-institucionais entre Portugal e Espanha, que atingiram um grau de excelência sem precedentes na história dos nossos dois países.
Dou razão a Woody Allen quando diz que um homem só é verdadeiramente livre se for rico, pois é nessas circunstâncias que falará verdade. Mas onde se metem avultados interesses económico-financeiros a verdade e a liberdade pouco ou nada interessam. E quem vencer, não importa os meios utilizados, nunca se envergonhará, pois o objectivo supremo é esse mesmo: vencer.
E neste campo minado somos, ainda que contrariados, obrigados a concordar com o velhinho barbudo, Carlinhos Marx, quando dizia que o capital não tem fronteiras, nem ideologia, nem cor, nem cheiro. É dinheiro!!!
Talvez por isso se exigam nervos d' aço à dupla de amigos que mais e melhor se entende na Europa: Sócrates e Zapatero, pois para alguma coisa deverá servir essa AMIZADE.
E esta contenda oriunda da alta finança servirá, precisamente, para por à prova esses afectos e esse sentimento. Por ironia da história, a Europa, a Península Ibérica, o mundo em geral, terão, agora e aqui, uma oportunidade de oiro para perceber o que vale essa AMIZADE e o seu peso funcional nas ramificações do poder financeiro e económico entre Portugal e Espanha.
Embora a História, esse depósito de factos, sempre foi muito traiçoeira quando se evocam sentimentos e afectos, tudo coisas que o dinheiro e os interesses desconhecem.

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Para que serve uma Golden share?

À primeira vista serve, talvez, para nos envergonhar e à segunda para termos a certeza dessa vergonha. É certo e sabido que a UE, essa entidade de soberania partilhada que produz cerca de 80% da legislação que nos telecomanda, já processou o Estado português devido a existência dessa vacuidade que é a GS na PT, um anacronismo dos tempos. Por um lado, a sua aparente existência supõe favoritismos que desvirtuam o funcionamento do mercado, e isso é nocivo para a concorrência. Qualquer que seja a nacionalidade da sua existência, embora quem fique mal no fotomaton somos nós, portugueses, que perante uma contenda com os espanhóis reclamamos logo o apoio do Estado que, em rigor, não o pode dar porque é contra a legislação comunitária e contra o mercado. Embora compreendamos que a PT queira continuar a engordar à custa do imenso mercado brasileiro e sul-americano, coisa que a Telefonica espanhola também deseja. Por outro lado, a GS era um dispositivo que servia para os grupos económicos e a economia nacional em geral ganharem espessura, folego e escala, cumpridos esses objectivos reclamar o seu recurso, como hoje faz a PT e o PM é, não apenas ilegal como ridículo. Mas somos um país pequeno, e isso talvez justifique esta aliança táctica entre a PT e Governo na defesa dos interesses nacionais, embora em violação com os normativos comunitários para o sector. O problema já não reside na utilização indevida da Golden Share, que foi utilizada contra a OPA da Sonae na PT, mas em saber como o Estado português se pode livrar dela com alguma dignidade e, de preferência, sem os holofotes dos media planetários sobre o que se passa entre nós de mais anacrónico.

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quinta-feira

Wonderfull Chill Out Music by Karunesh

Caminito del Rey - Worlds Most Dangerous Trail

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Figuras públicas declaram-se à Natureza

in Naturalmente, o blog de António Vitorino -
Figuras públicas declaram-se à Natureza
Foram ontem apresentados os 21 padrinhos e madrinhas das 21 finalistas a concurso na eleição das 7 Maravilhas Naturais de Portugal.
Os padrinhos foram escolhidos em parceria com as entidades que tutelam as locais a concurso e o requisito para a sua escolha foi a existência de uma ligação pessoal, sentimental ou profissional com a maravilha que vão representar.
Desta forma os padrinhos serão um veículo de peso em termos de sensibilização para a preservação do local e no apelo ao voto.
Aqui fica a lista de padrinhos e madrinhas:
1. Mata Nacional do Buçaco - Miguel Sousa Tavares
2. Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico - António Cabral
3. Portinho da Arrábida - Luis Buchinho
4. Praia do Porto Santo - Fátima Lopes (estilista)
5. Pontal da Carrapateira - Dr. Francisco Pinto Balsemão
6. Ria Formosa - Prof. Francisco Nunes Correia
7. Portas de Ródão - Mestre Manuel Cargaleiro
8. Vale do Douro - Dr. Rui Moreira
9. Paisagem Cultural de Sintra - Joaquim de Almeida
10. Algar do Carvão - Lúcia Moniz
11. Floresta Laurissilva - Joe Berardo
12. Vale Glaciar do Zêzere - Elisabete Jancinto
13. Parque Natural da Arrábida - Ana Sobrinho
14. Grutas de Mira de Aire - Eng. Vitor Barros
15. Lagoa das Sete Cidades - Medeiros Ferreira
16. Furna do Enxofre - Maestro Vitorino de Almeida
17. Ponta de Sagres - Luis Represas
18. Arquípélago das Berlengas - Rui Veloso
19. Reserva Natural da Lagoa de Fogo - Prof. Galopim Carvalho
20. Parque Nacional da Peneda Gerês - Rosa Mota
21. Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - Tim

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Argumentos da PT e Telefónica na disputa pela Vivo

Nota prévia: Num momento em que as relações luso-espanholas atravessam uma excelente fase, seria útil não ensombrar esse clima com estratégias empresariais que, nem sempre, se traduzem no bem comum das populações dos dois lados, apenas reforçam as contas bancárias e o poder de certos accionistas cuja visão do interesse particular nunca coincide com o interesse geral. Esperemos, pois, que a temperatura não suba a ponto de a questão ter de ser resolvida ao nível político, com mais um abraço.
A Telefónica quer comprar a participação que a PT tem na Vivo. Mas a operadora portuguesa não quer vender porque isso "amputaria" o seu futuro. Conheça os argumentos de ambas as empresas. Económico
Argumentos da PT
Perspectivas de valorização da Vivo
No seu ‘road-show' de dez dias pelas principais praças financeiras mundiais, Zeinal Bava procurou convencer os accionistas, em especial os fundos internacionais, das perspectivas de valorização futura da Vivo. A própria escalada nas ofertas da Telefónica - em 2008 ofereceu três mil milhões, agora avança com 5,7 mil milhões - serve como argumento de Zeinal para colocar aos fundos a seguinte questão: quem pode garantir que dentro de três anos a Vivo não vale duas vezes mais?
Chegar aos 100 milhões de clientes
Zeinal alega que o Brasil é decisivo para que a PT consiga cumprir os objectivos traçados no seu plano estratégico, entre os quais a meta de atingir 100 milhões de clientes. Além da Vivo, a PT não tem alternativas de crescimento no Brasil, pelo menos que sejam do conhecimento público. Além disso, sem os dividendos da Vivo a PT não poderá manter o nível de retribuição accionista que tem vindo a praticar desde o fracasso da OPA da Sonaecom.
A oferta espanhola não reflecte o justo valor da Vivo
A gestão da PT alega que a proposta da Telefónica avalia a Vivo em baixa face ao seu verdadeiro potencial e acredita que os accionistas vão perceber isso. "A oferta não satisfaz os interesses dos nossos accionistas", disse ontem Zeinal Bava. "A PT sempre cumpriu o que prometeu e os investidores institucionais têm estado sempre com a PT. Vamos continuar a falar com os investidores e o mercado tem sempre a última palavra", disse o gestor.
Argumentos da Telefónica
Preço tem um prémio de 145% face ao valor em bolsa da Vivo
A Telefónica considera que a sua proposta de 5,7 mil milhões é "completa, justa e final" na medida em que incorpora um prémio de 145% face à cotação da empresa brasileira nos dias que antecederam a oferta. Os espanhóis defendem que a sua oferta permite à PT "cristalizar valor que não conseguiria replicar sozinha".
PT poderia pagar dividendo extraordinário aos accionistas
A Telefónica considera que a gestão da PT poderia pagar um generoso dividendo extraordinário aos seus accionistas, com o encaixe da venda da Vivo. Este facto é, de resto, um trunfo poderoso para os espanhóis, na medida em que este dividendo seria muito atractivo para vários accionistas da PT, em especial os fundos internacionais. Os espanhóis lembram ainda que a PT poderia reduzir o endividamento, resolver o défice do fundo de pensões, investir nas redes de nova geração, consolidar-se no mercado português e reforçar a posição no sector de telecomunicações europeu.
PT deveria convocar assembleia para discutir proposta espanhola
A operadora liderada por César Alierta tem insistido bastante neste ponto, sendo que, tal como o Diário Económico avançou, mantém a intenção de convocar, directa ou indirectamente, uma assembleia-geral para o efeito. Isto apesar de o presidente da mesa da assembleia da PT garantir que só aceitará esse pedido se for o Conselho, que rejeitou a oferta, a fazê-lo. O objectivo dos espanhóis é fragilizar a posição da gestão.
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TSF
O EMPRESÁRIO BELMIRO DE AZEVEDO NÃO PERDE OPORTUNIDADE PARA, NA SUA QUALIDADE DE EMPRESÁRIO E DE 2º MAIOR EMPREGADOR SEGUIDO DO ESTADO, FAZER POLÍTICA, TAL O SEU RESSABIAMENTO DA OPA FRUSTRADA À PT NO PASSADO RECENTE. COM TANTA VONTADE DE GOVERNAR APOSTO QUE O EMPRESÁRIO AINDA SE CANDIDATA A GOVERNANTE... VEREMOS SE ALGUÉM VOTARÁ NELE, ALÉM DE LOBO XAVIER, NATURALMENTE...
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Pedro Passos Coelho e Ferreira leite. Francos progressos no American Club

pedro passos coelho e ferreira leite Pictures, Images and Photos

Confesso ter apreciado a forma como PPCoelho estruturou a sua comunicação no American Club, onde dissertou sobre a economia nacional e a governação. Teceu depois umas considerações sobre as suas habilidades para dançar, mas pouca coisa. No entanto, distingue-se de Ferreira leite onde, exactamente no mesmo sítio, a sua antecessora referiu que o país só se reformaria mediante a institucionalização da ditadura como método de governação. Comparando ambas as declarações podemos concluir pelos tais francos progressos do actual líder do PSD. Razão por que PPCoelho está de parabéns, mesmo sendo um "pé de chumbo", como reconheceu...

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Gotan Project - Diferente

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quarta-feira

Possível OPA da Telefónica sobre PT

O conselho de administração da PT está, neste momento, a tentar encontrar o parceiro com o qual pretendem fazer uma contraproposta à Telefónica pela compra da brasileira Vivo.
Obs: As relações luso-espanholas deterioram-se sempre que a finança se mete de permeio. E aqui a escala espanhola é esmagadora, tanto que até dá vontade, num registo irónico, de mandar chamar o Rui Pedro Soares...
Adenda:
Carlos Slim prepara entrada na PT para travar OPA da Telefónica, Económico
O homem mais rico do mundo já tem representantes em Lisboa a preparar o negócio. Carlos Slim encontrou-se no passado fim-de-semana em Barcelona com um enviado do BES.
A Portugal Telecom (PT) poderá em breve ter um aliado de peso na luta contra a Telefónica pelo controlo da Vivo. O Diário Económico apurou que Carlos Slim, empresário mexicano que é considerado o homem mais rico do mundo, está a estudar a compra de uma participação no capital da operadora, com o objectivo de travar a ofensiva espanhola
. [...]
(...)
Obs: A finança espanhola pretende hegemonizar a estrutura accionista da maior empresa portuguesa, esta reage convencendo o homem mais rico do mundo, Carlos Slim a integrar a PT e, assim, arredar os espanhóis da OPA à PT na Vivo aumentando o molotov explosivo que está em curso entre portugueses, espanhóis e mexicanos.
A novela da alta roda financeira prossegue dentro de momentos.

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O ponto de não-retorno: duas decisões fatai$$

As duas decisões de Sócrates - a subida abrupta dos impostos no domínio fiscal e socioeconómico, e o apoio pífio e cínico ao poeta Manuel Alegre no âmbito das eleições presidenciais - integram decisões que moldarão o ciclo socioeleitoral do PS, enfraquecendo-o substancialmente aos olhos das populações que já não verão quem governa com os mesmos olhos sem, contudo, olhar para o centro direita com relativa esperança. Eis o paradoxo a que Portugal chegou: quem está já governa coxo, e quem se apresenta à governação ainda não oferece credibilidade absoluta para receber essa confiança do eleitorado. Se no domínio fiscal Sócrates ficou sem espaço de manobra, já no domínio da política pura e aplicada, leia-se, na escolha do candidato a Belém, o PM deveria ter sido mais ousado e não apoiar quem o traíu, i.é, não ter MEDO, por regra uma variável fatal em política. E Sócrates, por força da imposição destas circunstâncias ditadas pelo poeta Alegre, que não é mais do que uma caixinha ambulante de vaidades ocas sem desígnio para Portugal, acabou por revelar uma aversão ao risco, tantas vezes associado à crença de dano oriundo do objecto de "luxo" que acabou por ter de engolir supondo, assim, que resolveria o problema do PS a Belém. Não resolveu. Com isso, juntamente com a carga fiscal, a que alguns designam de esbulho, Sócrates assinou a sua própria sentença de morte. Oxalá me engane, mas a realidade está sempre fora do círculo dos nossos desejos. Aliás, é nisto que o autarca da capital também aposta, pois por aí perpassa boa parte do seu futuro político no âmbito geral da política de paróquia que os nossos actores políticos vão tecendo. Portugal, confesso, merecia melhor.

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O MEDO (múltiplo) em Portugal: causa de muita ruína e decadência

O critério que tem empurrado o nível decisório do PS em apoiar, pífiamente, o candidato apoiado pelo BE, o poeta Manuel Alegre, é bem sintomático de como as coisas funcionam em Portugal. O medo ainda é uma variável dominante na gestão das relações e expectactivas políticas.
Por paradoxal que pareça, o PS acaba por via a apoiar, ainda que contrariado e esmagado pelas circunstâncias, o candidato que não só andou a fazer campanha em 2009 de braço dado com o BE, como também aquele que derrotou Mário Soares nas eleições presidenciais do passado recente, em que o poeta se convenceu da sua importância política por ter arrecadado o seu milhão de votos.
Como interpretar, então, esta falta de consistência e de credibilidade do PS em escolher um candidato autónomo a Belém, ainda que se trate dumas eleições supra-partidárias, mas, na prática o apoio partidário acaba por ser fundamental, como todos bem sabemos!? Não vale a pena estar com sofismas.
Porquê este medo do PS, que agora se vê obrigado a apoiar um candidato que o penalisou, o contrariou, o achincalhou e até desafiou a própria liderança do PS de forma pouco elegante e construtiva como, de resto, são quase todas as intervenções do poeta Alegre do Parlamento.
Na raiz deste mal residem algumas questões mais fundas ligadas à nossa psicologia colectiva, de cuja patologia não nos conseguimos libertar fácilmente. E é ela, em nosso entender, que está na raiz deste mal e quadra este tipo de decisões contra-natura.
Isto significa que Portugal é uma sociedade de medos múltiplos: temos medo de arriscar numa empresa, temos medo dos nossos filhos, temos medo da polícia e do fisco, o Estado - no seu conjunto - também nos mete medo, medo de perder o emprego, medo que os nossos familiares e amigos o percam, MEDO, em sua, de assumir a VERDADE e de a veicular públicamente.
Este bloqueio, que vai muito para lá do poeta Alegre, que apenas teve uma importância histórico-simbólica na luta contra o fascismo no tempo do velho "botas" e na fundação do PS, pauta ainda boa parte das decisões públicas tomadas pelos agentes do poder, que trazem no seu ADN os germens daquele medo múltiplo, o que os faz apoiar candidatos contranatura sem interesse para o país. Daí o paradaoxo a que chegámos com este apoio pífio do PS a Alegre no quadro das eleições presidenciais de 2011. Tanto mais que é o próprio Sócrates que diz querer governar sem medo e com a necessidade de empreender reformas para o país.
O facto do PS ir apoiar um candidato sem perfil presidencial, pouco preparado para a gestão da coisa pública, só revela que teve MEDO de arriscar noutro candidato, e isso penalizá-lo-á a prazo.
Alegre, e vimos isso em décadas de acção parlamentar, apenas é movido pela ambição, o desejo de cargos para alimentar a sua infinita vaidade. Só que se trata de um desejo de coisas que só contribuem para o seu ego, e não para a melhoria da situação do país, e esse sentimento que acompanha esta lamentável decisão do PS, profundamente dividido, só contribui para avolumar o impedimento em sairmos da crise com políticos de futuro. Será, pois, uma pusilanimidade que nos irá custa caro.
Numa palavra: talvez nunca como actualmente o PS foi obrigado a engolir um sapo do tamanho do mundo, tal decorre dessa aversão ligada à crença do dano em escolher um candidato autónomo e não imposto pelas circunstâncias, desconhecendo o mesmo PS que ao estar a engolir aquele sapo está, perversamente, a adensar o medo e contribuir mais dramáticamente para um mal que deveria ter sabido evitar.
O PS, neste particular, faz lembrar aquela criança sobre a cama dominada pelo medo do que vê, e é isso que a paralisa.

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Narrativas desesperadas na República dos poetas

Alegre era apoiado genéticamente pelo BE, talvez o PCP lhe dê apoio, por solidariedade ideológica em nome da luta anti-fascista. Com jeito, o CDS assume essa deriva em nome da poesia e das letras em Portugal, algum PSD, que não se revê em Cavaco, também se poderá vingar de Cavaco e o PS alinhará pelo mesmo diapasão. No fundo, Alegre ainda fará o pleno. Com sorte, ainda veremos o pai da democracia, Mário Soares, bater à porta da sede de campanha do poeta a fim de lá entregar um cravo com uma mensagem escrita em chinês. Enfim, tudo é possível nesta representação que cheira a ópera-bufaaaaaaaa
Após as estruturas directivas do PS se terem dividido em torno do nome do candidato a Belém pelo BE - o Largo do Rato prometeu que o irá apoiar, embora de forma pífia obrigando, para o efeito, o poeta a mostar o que vale e a convencer os portugueses em torno do seu projecto para o país, que se desconhece. Assim, temos um candidato curioso: inicialmente apoiado pelo BE que o PS, meses depois, se recusa a apoiar activamente, tudo ingredientes que antecipam a catástrofe no horizonte e, podendo não ocorrer o milagre da multiplicação e da solidariedade na candidatura merecida de Fernando Nobre, o tapete vermelho está estendido para Cavaco ser o próximo locatário de Belém, mesmo contando no seu palmarés uma tentativa de golpe de estado constitucional com base na inventona dumas escutas que tiveram tanta credibilidade como esta candidatura contranatura que o PS diz apoiar a Belém.
Sueli Shamsa naturally arabic العربية 2008

Aggie Dancesport - Whatever Lola Wants - Argentine Tango

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Alegre terá apoio do PS sem a máquina central, dn

Afinal, Roma paga a traidores...
O aparelho organizativo do PS vai ficar de fora da campanha do histórico socialista. "Dependerá de cada um", diz José Lello.
A direcção do PS vai decretar domingo o seu apoio à candidatura presidencial de Manuel Alegre, mas isso não irá significar um envolvimento logístico na campanha do aparelho central do partido. Os principais responsáveis pelas últimas campanha do partido, nomeadamente das duas que levaram Sócrates à vitória (2005 e 2009) irão ficar de fora.
José Lello, membro do secretariado nacional do partido - e, naquele órgão, um dos que mais resiste a apoiar a candidatura alegrista - admitiu ao DN: "Vejo com muita dificuldade [o envolvimento da estrutura central do PS]." E quanto ao restante aparelho (distrital, concelhio, etc.), "dependerá de cada um". "Não é possível dizer às estruturas do PS 'agora vão'", afirmou. E se o envolvimento central não ocorrer, isso, segundo Lello, nem representará nada de muito novo. Também aconteceu com Soares em 2006: "O partido não andou."
Segundo este dirigente, estará nas mão de Alegre a mobilização geral da militância socialista na candidatura: "Depende de como ele souber conquistar o coração do partido." Quanto ao seu envolvimento pessoal, Lello esclarece: "Acatarei a decisão do PS. Se isso acontecer [o apoio oficial] não irei contra. Não irei obstaculizar a campanha, mas também não participarei." E votará Alegre? "Isso ainda verei..."
Os alegristas, pelo seu lado, desvalorizam uma eventual ausência do aparelho central do PS na campanha de Alegre. Recordam que o histórico socialista desenvolveu uma estrutura própria desde a sua candidatura de 2006.
As presidenciais dominarão esta semana a agenda partidária de José Sócrates. Ontem à noite reuniu-se com presidentes de câmara do partido ( reunião que prosseguia à hora do fecho desta edição). Hoje o tema será de novo central na agenda em duas reuniões: uma, ao fim da tarde, com os presidentes das federações distritais socialistas; outra à noite com o grupo parlamentar. No domingo o apoio será oficializado numa reunião da comissão nacional.
Obs: No Parlamento o poeta Alegre resumiu a sua conduta a fazer poesia política, intervenção egocentrica para polir a sua imensa vaidade de pavão; patrocinando as causas do BE; na sociedade Alegre limita-se a editar livros e a aproveitar os tempos de antena dos media para os promover; do partido tem-se servido décadas a fio; doravante, com apoio de alguns autarcas - que assim lhes pagam o favor pelo apoio em algumas eleições locais, revelando que a política é este trade-of, Alegre terá o desafio de conseguir mobilizar a sociedade portuguesa em seu torno.
Mas talvez fosse útil o PS ter coragem e apresentar um novo candidato a Belém ou, caso esta opção ficasse à margem, apostar a sério em Fernando Nobre: um homem de carácter, com um percurso socioprofissional que fala por si e dedicado verdadeiramente à causa pública, inaugurando em Portugal o 3º Sector fundando a AMI e criando entre nós uma nova vaga de solidariedade nacional.
Roma não deveria pagar a traidores...
Estranha forma forma de planear o futuro com rostos do passado.
Portugal merecia poesia melhor.
PS: Inquira-se se Louçã está satisfeito ou, apenas, sereno, ou manso, para recuperar a sua terminologia para com o PM em sede parlamentar.

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terça-feira

Moloko-Familiar e Lighthouse Family

Moloko - Familiar feeling

Moloko - Sing It Back

Lighthouse Family - Loving every minute

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Teresa Rainha: uma Mulher interessante que interessa a Portugal e Espanha

Texto e imagem picados aqui
Para se perceber o que ela anda a fazer, é só olhar para um mapa da Península Ibérica e ter algumas noções de História: Mérida, onde está a sede da Junta da Extremadura, era, no tempo dos romanos, Emérita Augusta, a capital da Lusitânia, província que tinha em Olissipo o seu porto marítimo e no Tejo a coluna vertebral.
Guillermo Fernandez Vara, o socialista que há três anos preside à Junta da Extremadura, vem a Lisboa apanhar o avião para Bruxelas, não só porque Lisboa fica mais perto (280 km) de Mérida do que Madrid (320 km), mas também porque estreitar os laços com Portugal é uma vantagem competitiva para a sua comunidade autónoma no interior do Estado Espanhol.
Teresa, 39 anos, é, à primeira vista, 100% portuguesa. Não há pinga de sotaque no português rico e fluente em que se exprime, o que é natural pois viveu e estudou em Lisboa (licenciou-se em Relações Internacionais na Lusíada), apesar de ter nascido em Ávila, onde a mãe, espanhola de Valencia de Alcântara, teve todos os seus filhos.
Filha de um português, engenheiro da EDP que foi director geral das Pescas, cresceu em Lisboa mas a falar castelhano em casa, a frequentar o Instituto Cervantes, a ver a TVE (menos os filmes, pois não gosta deles dobrados), a ler e ouvir literatura e música espanholas. “A minha mãe sempre foi muito espanhola”, explica Teresa, casada com um espanhol de Badajoz, de quem tem duas filhas (Inês, cinco anos, e Marta, um), que conheceu em Bruxelas, onde trabalhou 15 anos e foi a representante da Extremadura junto da UE.
Trocou Bruxelas por Lisboa, para abrir e dirigir uma delegação da Extremadura na capital do seu primeiro parceiro comercial. Portugal é o principal cliente e fornecedor desta comunidade, deixando o segundo (a Alemanha) a enorme distância. Os 800 bebés portugueses nascidos em Badajoz desde que fechou a maternidade de Elvas, demonstram estarem já muito longe os tempos a raia era apenas atravessada por contrabandistas e turistas de um dia, em busca de caramelos ou café baratos.
Teresa escolheu almoçarmos na cafetaria do Altis Belém, próximo da zona das embaixadas no Restelo, onde em Junho de 2009 ela inaugurou a delegação da Extremadura em Lisboa, onde à varanda flutua a bandeira às riscas horizontais verde, branca e preta e no interior trabalham sete pessoas para esbater a barreira física e psicológica de uma fronteira com 428 km.
Ela vinha ao cheiro dos célebres risottos do chef Cordeiro, mas decidiu-se por um polvo, que estava delicioso, acompanhado por uma imperial e sobremesado por uma mousse de chocolate com morangos. “Faço um tortilla de batata muito boa”, confessou, acrescentando que o segredo está em ter paciência para deixar a batata absorver o sabor do azeite.
Ao almoçou, falou do programa “El Portugués abre puertas” , que faz da Extremadura a região espanhola onde mais se fala a nossa língua (há 12 mil estudantes de Português), das relações transfronteiriças (Évora, Coimbra e Mérida são os vértices de uma nova euroregião), do MEAC de Badajoz que tem a sinalização bilingue e uma rica colecção de arte contemporânea portuguesa - questões que arrumam Olivença numa pequena gaveta da História.
“Queremos que nos invadam. A Extremadura é o sitio ideal para os portugueses porem o pé, para verem como é, antes de darem o salto para o resto de Espanha”, desafia Teresa, que se declara portuguesa em Portugal e espanhola em Espanha, e já formatou a resposta para uma eventual final Portugal-Espanha no Mundial de futebol: “Ganho sempre e vou ter pena do que perdeu”.
O TGV para Madrid, que porá Badajoz a 40 minutos de Lisboa, está tremido, pois o primeiro troço (Lisboa-Poceirão) foi congelado, o que leva Teresa a criticar o ancestral pessimismo português. “É preciso olhar em frente, ver mais além, agarrar as oportunidades e pensar no futuro. Essa maneira de ser pessimista é o lado em que eu não sou portuguesa. De mãos dadas, chegamos a 700 milhões de pessoas, em países emergentes como o Brasil, Angola, América Latina. Podemos fazer tantas coisas!”, conclui esta luso-espanhola, portuguesa por fora, mas muito espanhola por dentro.
Jorge Fiel
Esta matéria foi hoje publicada no Diário de Notícias.
Obs: Divulgue-se esta matéria pelo interesse que comporta para toda a Península Ibérica, que hoje vive, talvez, o melhor momento das relações ibéricas, uma situação que poderá converter o diálogo entre portugueses e espanhóis numa nova fase política, institucional e com múltiplas vantagens económicas, culturais e comerciais para os dois lados da fronteira, que é cada vez mais ilusória. Até porque quanto mais as instituições da UE parecem estar paralisadas, seja pela entropia global, seja pelo ambiente recessivo ao nível mundial ou ainda pela falta de elites criativas no plano europeu, mais sentido fará, no quadro da lógica do spill-over effect e da Teoria geral da integração, reforçar os laços entre comunidades de homens e de mulheres que têm inúmeros aspectos em comum e falam uma língua e comungam uma história - também ela feita de aventuras, guerras e desafios comuns. Discutir, negociar sempre e em todo o lado, mas sempre de "mão-dada", como diria o amigo e filósofo Agostinho da Silva...
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Diana Krall - Look Of Love (From "Live In Paris" DVD)

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segunda-feira

Sócrates na "tenaz" presidencial: Alegre será mais uma imposição das circunstâncias do que um acto espontâneo do PS

Imagem picada no rizoma
Sócrates conclui terça-feira consultas internas para decidir candidato presidencial, tsf
O secretário-geral do PS conclui esta terça feira, na sequência de reuniões com o Grupo Parlamentar socialista e com os presidentes de federações, o processo interno de auscultação ao seu partido sobre as eleições presidenciais.
As reuniões com o Grupo Parlamentar do PS, com os presidentes das federações e a desta segunda-feira com os presidentes de câmaras socialistas vão anteceder a decisão final dos socialistas sobre a candidatura presidencial de Manuel Alegre, prevista para domingo em reunião da Comissão Nacional do PS.
(...)
Obs: É sabido que o poeta Manuel Alegre entra mal no eleitorado do centro e duma esquerda reformista, inovadora, jovem e criativa. À direita o poeta fica à porta, além de que todo o ano de 2009 fez campanha ao lado do partido mais radical e anti-sistema do espectro político nacional: o BE. Não tem uma visão estruturante para Portugal, sabe pouco de economia, política internacional e desconhece os meandros do complexo sistema de decisão comunitário. Ou seja, Alegre perde em toda a linha no mano-a-mano com Cavaco, que o esmagará sociológicamente.
Se o PS decidir apoiar este nano-candidato empobrecerá o seu capital político, limitará fortemente a sua sede de apoio, daí a necessidade de Sócrates fazer contas, embora estejamos num terreno em que 2 + 2 nunca serão 4. A soma será variável, embora seja útil ao PS ter como reserva um candidato senatorial do tipo Diogo Freitas do Amaral que pudesse fazer melhor tudo aquilo que Cavaco, na melhor das hipóteses, consegue fazer razoavelmente. Contudo, há que reconhecer que o PS já perdeu muito tempo, circunstância que o tornou refém duma poesia à solta que não terá depois leitores à altura.
E o mais triste é que Alegre é, objectiva e subjectivamente, um homem e um rosto do passado, os tempos que nos aguardam exigem um perfil dum homem dinâmico, jovem e cosmopolita, simultaneamente técnico e político, daí o disparate em que o PS cairá caso se lembre de apoiar o candidato mais contranatura que tem na fauna política nacional.
Talvez nunca como neste período se exigiu ao PS saber fazer contas políticas, um exercício tão complexo quanto falível.

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Uma civilização doente

Porque razão hoje o mundo inteiro perde o tempo com os "Mourinhos" da nossa contemporaneidade?!
Os políticos gabam-lhe o talento para se associarem à sua notoriedade, alguns autarcas até ganham eleições cavalgando a onda do Benfica e de outros grandes clubes de futebol.
Os adeptos precisam dessa paixão irracional que dá sal às suas vidas, já por si pouco desafiantes e atraentes.
Os empresários que traficam os passes dos jogadores enchem os bolsos de dinheiro e são felizes. Qual nova forma de agiotagem pós-moderna. Os clubes arrecadam receitas que fazem inveja aos Estados, são ainda mais eficientes do que as máquinas fiscais.
E o "zé povinho" finge que é feliz ao ver as declarações de Mourinho quando diz que até tem vergonha de receber o que recebe perante a presente crise.
Eis um retrato do nosso mundo, para o melhor e para o pior...

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Recuperação de Anne Frank

Vale a pena não pensar em toda a desgraça, mas na beleza que ainda permanece.

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Conselho chinês

Ao ACG, meu Amigo.

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domingo

Portugal-Espanha: de "amigos-inimigos" a aliados consolidados

Durante séculos, por força de factores históricos e geopolíticos, as relações luso-espanholas foram moldadas pela desconfiança mútua, e para Portugal sempre foi problemático ter um vizinho terrestre várias vezes maior e ter nas suas costas o mar. Foi a terrível fase que encarava Espanha com a velha fórmula: "nem bom vento nem bom casamento", esbatida, progressivamente, com a integração europeia dos dois países, curiosamente assinada no Mosteiro dos Jerónimos, em 1986. Actualmente, vivemos uma conjuntura económica europeia e mundial recessiva, embora o momento histórico luso-espanhol seja pautado por relações excelentes no quadro do seu entendimento bilateral. De 2005 até ao momento o entendimento tem sido alargado a várias áreas da governação, o que é uma garantia de integração de políticas sectoriais por parte das comunidades autónomas fronteiriças. Ora, é nessa perspectiva que hoje se pode - e deve - recolocar a questão do desenvolvimento entre certas regiões dos dois lados da fronteira, designadamente, o Alentejo e a Extremadura, aproveitando, para o efeito, a já vasta experiência da última década de cooperação político-administrativa no plano transfronteiriço vocacionado para a melhoria da qualidade de vida e das oportunidades das comunidades dos cidadãos, das famílias e empresas rainas. Badajoz, que dantes era referência para os portugueses que demandavam Espanha para ir comprar caramelos, é, hoje, símbolo de outras actividades económicas, cabendo a cidades como Badajoz, Mérida e Cáceres uma função vital na dinamização da cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal para os próximos cinco anos. Na prática, a linha de fronteira com cerca de 400 kilómetros deve converter-se em mais e melhores oportunidades socioeconómicas de valorização e de enriquecimento mútuos sendo que, para o efeito, cabe ao Estado, às associações empresariais, ao empresariado dos dois lados da fronteira, às elites criativas e mais dinâmicas e aos demais agentes sociais, económicos e culturais dinamizarem uma nova geração de políticas públicas e de projectos que coadjuvem no take of das economias peninsulares. A feliz e oportuna iniciativa de se criar em Lisboa uma delegação da JE, dirigida por Teresa Rainha, é já um sinal positivo nesse sentido.

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Euroregião Alentejo-Centro-Extremadura (EUROACE)

Nota prévia: melhorar as condições de vida das populações dos dois lados da fronteira pressupõe um processo de reinvenção constante nos domínios político, económico e social entre regiões vizinhas no quadro mais alargado do próprio spill-over effect da União Europeia. Por questões de crescimento, modernização e desenvolvimento, e, naturalmente, por razões de escala e de competitividade regional no conjunto mais alargado das relações peninsulares e comuntárias. Aproveitar esta década de cooperação política e administrativa é, pois, essencial para fazer crescer as regiões envolvidas, mas também para valorizar a força política, económica e social de Portugal e Espanha, hoje mais aliados do que nunca, no tecido conjuntivo da União Europeia que, como se sabe, vive momentos de grande incerteza e impasse que se traduzem em falta de desígnios para liderar o futuro, à semelhança de conjunturas anteriores, em que a Europa foi a potência directora.
1. Da Comunidade de Trabalho Centro-Extremadura à Eurorregião Alentejo-Centro-Extremadura.
A Comunidade de Trabalho entre a Região Centro de Portugal e a Região da Extremadura (Espanha) foi constituída formalmente em 27 de Maio de 1994, através da assinatura, na Ponte de Alcântara (Extremadura), do Protocolo de Cooperação entre a CCRC e a Junta da Extremadura. Este protocolo surgiu como corolário dos contactos estabelecidos entre estas regiões, em estreita articulação com organismos de cooperação internacional, designadamente a ARE - Assembleia das Regiões da Europa e a ARFE – Associação das Regiões de Fronteira da Europa.
Nos últimos 10 anos, apesar da existência formal de dois Protocolos de Cooperação Transfronteiriça (Extremadura-Alentejo e Extremadura-Centro), o processo de trabalho no âmbito da cooperação transfronteiriça com a Região da Extremadura, tem-se caracterizado por uma grande flexibilidade desenvolvendo-se, muitas vezes, de uma forma tripartida, envolvendo representantes das três regiões. A participação activa de agentes e de entidades do Alentejo, do Centro e da Extremadura, em reuniões, eventos e iniciativas de cooperação de diferente natureza, tem-se revelado muito positiva, possibilitando a concepção e concretização de projectos com uma escala superior e mais ambiciosos.
Neste contexto, as regiões do Alentejo, do Centro e da Extremadura decidiram dar um novo impulso ao processo de cooperação transfronteiriça, capitalizando a longa experiência adquirida em conjunto, procurando alcançar um novo patamar de aproximação entre as três regiões, que represente uma maior proximidade dos seus cidadãos e uma melhor resposta às suas necessidades. Assim, no dia 21 de Setembro de 2009, em Vila Velha de Ródão, foi constituída a Comunidade de Trabalho da Eurorregião Alentejo-Centro-Extremadura (EURO-ACE), através da assinatura de um Protocolo de Cooperação Transfronteiriça pela Junta da Extremadura e as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e do Centro.
2. Objectivos e funcionamento da EURO-ACE
A EURO-ACE é uma Comunidade de Trabalho, de acordo com a Convenção de Valência, e tem por objectivo fomentar a cooperação transfronteiriça e interregional entre as três regiões, promover o desenvolvimento integral dos seus territórios e melhorar as condições de vida dos seus cidadãos. Para tal, a Eurorregião desenvolve a sua actividade num conjunto alargado de áreas temáticas prioritárias: agricultura, recursos naturais e ambiente, protecção civil, desenvolvimento local e ordenamento do território, competitividade regional, inovação e desenvolvimento tecnológico, energia, transportes e comunicações, património, cultura e turismo, educação, formação e emprego, juventude e desporto, saúde e serviços sociais.
A organização da EURO-ACE assenta na Presidência, exercida, de forma alternada, por períodos de dois anos, por cada um dos Presidentes das entidades e instâncias subscritoras do presente Protocolo, o Conselho Executivo, competindo-lhe assegurar a continuidade das actividades da EURO-ACE, o Conselho Plenário, órgão plenário da Eurorregião, e ainda as Comissões Específicas, que têm por finalidade a análise, o estudo e a discussão dos assuntos relativos a cada um dos sectores da cooperação transfronteiriça, assim como a formulação de propostas de acção e da sua respectiva materialização.
A Presidência da EURO-ACE é actualmente assegurada pela Junta da Extremadura.
3. Estratégia de acção da EURO-ACE
Dada a recente criação da EURO-ACE, assiste-se, actualmente, ao lançamento de algumas linhas de trabalho, para a consolidação da Eurorregião. Assim, em reunião realizada no passado dia 20 de Janeiro de 2010, o Conselho Executivo deliberou:
1. Agendar uma reunião do Conselho Plenário para o final do 1º semestre de 2010; 2. Promover a Eurorregião através da produção de material de divulgação; 3. Desenvolver um portal EURO-ACE; 4. Realizar reuniões das Comissões Específicas; 5. Elaborar uma estratégia a longo prazo: EURO-ACE 2020.

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