Sócrates na "tenaz" presidencial: Alegre será mais uma imposição das circunstâncias do que um acto espontâneo do PS
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Sócrates conclui terça-feira consultas internas para decidir candidato presidencial, tsf
O secretário-geral do PS conclui esta terça feira, na sequência de reuniões com o Grupo Parlamentar socialista e com os presidentes de federações, o processo interno de auscultação ao seu partido sobre as eleições presidenciais.
As reuniões com o Grupo Parlamentar do PS, com os presidentes das federações e a desta segunda-feira com os presidentes de câmaras socialistas vão anteceder a decisão final dos socialistas sobre a candidatura presidencial de Manuel Alegre, prevista para domingo em reunião da Comissão Nacional do PS. (...) Obs: É sabido que o poeta Manuel Alegre entra mal no eleitorado do centro e duma esquerda reformista, inovadora, jovem e criativa. À direita o poeta fica à porta, além de que todo o ano de 2009 fez campanha ao lado do partido mais radical e anti-sistema do espectro político nacional: o BE. Não tem uma visão estruturante para Portugal, sabe pouco de economia, política internacional e desconhece os meandros do complexo sistema de decisão comunitário. Ou seja, Alegre perde em toda a linha no mano-a-mano com Cavaco, que o esmagará sociológicamente. Se o PS decidir apoiar este nano-candidato empobrecerá o seu capital político, limitará fortemente a sua sede de apoio, daí a necessidade de Sócrates fazer contas, embora estejamos num terreno em que 2 + 2 nunca serão 4. A soma será variável, embora seja útil ao PS ter como reserva um candidato senatorial do tipo Diogo Freitas do Amaral que pudesse fazer melhor tudo aquilo que Cavaco, na melhor das hipóteses, consegue fazer razoavelmente. Contudo, há que reconhecer que o PS já perdeu muito tempo, circunstância que o tornou refém duma poesia à solta que não terá depois leitores à altura. E o mais triste é que Alegre é, objectiva e subjectivamente, um homem e um rosto do passado, os tempos que nos aguardam exigem um perfil dum homem dinâmico, jovem e cosmopolita, simultaneamente técnico e político, daí o disparate em que o PS cairá caso se lembre de apoiar o candidato mais contranatura que tem na fauna política nacional. Talvez nunca como neste período se exigiu ao PS saber fazer contas políticas, um exercício tão complexo quanto falível.
Etiquetas: Alegre, presidenciais, PS
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