segunda-feira

Tiago Bettencourt - Se me deixasse





Tiago, fica. 

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Evoc. de Charles Chaplin

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quinta-feira

Triangle Sun - 100 stars -


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Uma estrela no horizonte... Um futuro assim - em forma de Maria -

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(...)

É sempre uma promessa por cumprir
Uma átomo em potência
Uma potência que depois se converte em acto.

Um acto num Ser, como se da estrada escura e deserta sobreviesse uma avenida rosada e barulhenta com múltiplas bifurcações.

Um vento fresco a bater-nos na cara, qual brisa de Primavera
Um perfume de pêlo que se transforma em cabelo

Um cheiro morno a calêndula que se esfuma
Uma mão trémula e um coração embassado

Uma noite que é dia, e um dia que desconhece o tempo
Um tempo absorvido por aquela mão trémula num corpo com cabeça oscilante

Lá estava ela, de olhos fechados,  mas já pressentindo tudo: presente, futuro e mais do que futuro

Uma ligação de céu e terra com vozes e choros de permeio

Lá estava ela, como se fosse um lugar encantador, dependente de tudo e de todos.

E de quem todos agora dependem, obedientes ao seu grito de comando.

Como se dançasse no meio dos adultos e os baralhasse
Ela é, doravante, o capitão, o chefe da traineira
Aquela que manda buscar o "vinho branco", qual leite de múltiplas formas

É aquela que encurta distâncias, acorda tudo e todos no escuro da noite
Porque entre o escuro da noite e o azul do céu só há uma saída: o futuro do futuro.

A estrela no horizonte é aquela que faz de nós seres programados para acolher, Sendo certo que ela, por ter vindo depois, nunca poderá partir. 

Ela é o futuro escrito assim, em forma de Maria. 

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Evocação de David Mourão-Ferreira


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ADIAMENTO
Olhar-te bem nos olhos: que voragem!
Ouvir-te a voz na alma: que estridência!
É tão difícil termos coragem
de nos vermos enfim sem complacência.

É tão difícil regressar de viagem,
e descobrir no rastro tanta ausência...
Mas os meus olhos, súbito, reagem.
À tua voz chega o silêncio e vence-a.

Nos pulsos vibra ainda o mesmo rio
que no delta dos dedos se extasia
e moroso reflui ao coração.

O gesto de acusar-te? Suspendi-o.
Mas foi só aguardando melhor dia
em que tenha lugar a execução.


David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"

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O mito de... Camus e o Absurdo



Resultado de imagem para o mito de sísifoTudo começa com um fundo de “nada”. Uma resposta atravessada a uma pergunta “Que pensas?”, nada. O absurdo é um ruído que nos persegue. 

Por um segundo, ele toma conta da percepção, como uma televisão mal sintonizada. E perdemos a capacidade de fingir, tamanha a desumanidade a que somos submetidos. 

O absurdo é um mal-estar diante de nós mesmos. É uma colisão frontal com a falta de sentido do mundo

O absurdo é a (i)razão ou des-razão, ou a razão fora de sítio. O absurdo esmaga-nos e persegue-nos a vida toda. 

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Evocação de Albert Camus - aqui a sintetizar os que mais nos falta -

Camus foi o homem que nos deu estas três opções: conviver com o absurdo, aceitar a morte ou ter esperança


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Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado.

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Faria ontem 105 anos se fosse vivo.
Não está, mas é como se estivesse. 

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Gary MOORE - está vivo -

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terça-feira

A excepcionalidade de Sophia de Mello Breyner Andresen


  • UM DIAMANTE NASCIDO NUM PAÍS DE CALHAUS QUE DEPOIS FOI ESCOLPIDO


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A ilusão e a mentira em política



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- As sociedades contemporâneas vivem hoje paradoxos com efeitos trágicos, já que o sistema político, a economia e a sociedade ficam prisioneiros das mentiras institucionalizadas. Os protagonistas políticos e os interesses sociais não conseguem romper a circularidade das mentiras e das ilusões geradas com o seu poder, as suas posições e os seus privilégios. 

Resultado de imagem para ilusão e mentira na politica- Contudo, o mais grave é reconhecer que são os próprios dirigentes políticos os produtores dessas ilusões/mentiras obrigando a sociedade a ficar dependente da continuidade dessas promessas, estabelecendo-se uma relação de circularidade complexa nos procedimentos de legitimação democrática que acaba por reproduzir essas ilusões/mentiras sem que algum agente político possa estabelecer uma referenciação OBJECTIVA à realidade. 
- A essa luz, a emergência da realidade, no plano doméstico ou no plano internacional, só pode irromper pela força dos FACTOS e não pela condução política dos actores que têm contribuído para replicar este modelo de mentira, ilusão e de falsidade na forma de fazer política e de, por essa via, iludir os eleitorados e perpetuarem-se indefenidamente no poder.

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Fake news sempre houve! - por Nuno Garoupa -

Fake news sempre houve!

(2) Propaganda sempre houve, desde a Antiguidade. E fake news são apenas uma forma de propaganda. Vivemos 75 anos de propaganda soviética durante o século XX. E houve de tudo -milagre económico, milagre empresarial, milagre biológico, milagre social, milagre tecnológico, milagre político. Do leninismo ao estalinismo. Tudo absolutamente falso, como hoje bem sabemos. Um dos regimes mais desumanos da História universal era apresentado sistematicamente como um paraíso de riqueza, bem-estar, justiça social, ausência de criminalidade, igualdade de género, realização pessoal, paz e suprema felicidade. Não há muito tempo, alguns dos nossos intelectuais, jornalistas, artistas, fazedores de opinião e académicos repetiam essas fake news todos os dias. E em nome delas cometeram crimes, insultaram, prejudicaram e arrogaram-se direitos. Poucos pediram desculpa por tanta e tão longa mentira.
(3)  E sobre regimes instalados com fake news basta recordar como chegou ao poder a ditadura dos ayatollahs do Irão. Uma imensa e longa campanha de notícias falsas, orquestrada na comunicação social ocidental contra o autoritarismo selvagem do Xáe a favor da democracia islâmica. Bastaram uns meses, em 1979, para perceber que afinal se tratava de um regime religioso, fundamentalista, terrorista, feudal, violador dos mais básicos direitos humanos, opressor das mulheres. Khomeini nunca escondeu isso. Mas as fake new seram tão mais agradáveis para os intelectuais ocidentais. Os irresponsáveis que participaram nesse processo propagandístico que abriu caminho a um desastre humano atéhoje fingem ter sido meras vítimas inocentes de um qualquer engano alheio.
Não há muito tempo, alguns dos nossos intelectuais, jornalistas, artistas, fazedores de opinião e académicos repetiam essas fake newstodos os dias. E em nome delas cometeram crimes, insultaram, prejudicaram e arrogaram-se direitos. Poucos pediram desculpa por tanta e tão longa mentira.
(4) As fakes news não começaram, nem acabam nas redes sociais. A comunicação social tradicional dorme com elas há séculos e inventou as maiores falsidades que se contaram no século XX. Parece-me, pois, que a atual histeria com o tema tem duas causas distintas. Por um lado, uma mera retórica política de quem não gosta de perder e se acha moralmente superior.  Se Obama ganha com as redes sociais, as redes sociais são boas. Se Trump ganha com as redes sociais, as redes sociais são horríveis. Se Obama ganha, o eleitorado votou bem e as redes sociais oferecem um espaço público de mobilização muito interessante do eleitorado, principalmente do mais jovem. Se Trump ganha, o eleitorado votou mal e as redes sociais são um lixo de mentiras que enganaram os eleitores idiotas, que não sabem o que estão a fazer. Em vez de Trump, diga-se Brexit, Le Pen ou Bolsonaro. Em vez de Obama, diga-se Macron ou quem quer que seja dos nossos. Trata-se, bem entendido, de puro maniqueísmo de certa elite bem-pensante. Todos participam na propaganda agressiva que cada vez mais caracteriza o fenómeno eleitoral, todos usam fake news para mobilizar os seus eleitorados cada vez menos dispostos a compromissos, todos se socorrem das redes sociais para chegar a um público mais heterogéneo, simplesmente uns são melhores do que os outros em diferentes momentos do tempo. Nesse sentido, a tentativa de regulá-las não émais que uma forma de censura, de condicionar, de ganhar na secretaria o que o voto recusa nas urnas – poder político. As fake news são parte inerente da liberdade de expressão e da participação democrática; proibi-las apenas faz sentido no regime dos ayatollahs, onde alguém se arroga o direito de estar acima dos outros e de ser o verdadeiro intérprete da Verdade. Em democracia, proibir fake news é apenas mais um mecanismo para criar castas superiores, que se dedicam a vigiar o cidadão comum – os guardiões dos costumes.
(5) Mas há um outro lado preocupante: fake news não como causa de qualquer crise democrática ou ilegitimidade do poder eleito, mas como consequência do desaparecimento do centro político, do pensamento moderado, do compromisso entre quem pensa diferente, do “juste milieu”. Não foi Trump ou Bolsonaro que criaram as fake news. Nem foram as fake news que criaram Trump ou Bolsonaro. Foi o desgaste da democracia enquanto sistema de governo que criou Trump ou Bolsonaro e as fakes news não são mais que um dos reflexos que acompanha esse desgaste.
Em democracia, proibir fake news é apenas mais um mecanismo para criar castas superiores, que se dedicam a vigiar o cidadão comum – os guardiões dos costumes.
(6) A democracia burguesa da classe média e do bem-estar social foi a melhor forma de organização social que a humanidade conseguiu desenvolver nos últimos séculos. Com um contrato social simples. Em troca de escolhermos os privilegiados a quem chamamos representantes (que assim, ao contrário de outras formas de organização passadas, deixam de ser os senhores da guerra, os aristocratas em virtude do seu nascimento ou os ricos que acumularam mais património), estes garantem o bom governo para todos aqueles que não são eleitos. E, como todo o poder corrompe inevitavelmente, de vez em quando, temos crises regeneradoras que forçam uma saudável renovação do contrato social.
(7) Vivemos uma época em que a democracia deixou de garantir o bom governo. A globalização, as mudanças tecnológicas, a longevidade humana, as exigências da vida moderna, os movimentos migratórios, o aparecimento de organizações supranacionais, a concentração de riqueza àescala global criaram um conjunto de condicionantes que a democracia liberal e burguesa não soube, não conseguiu, desistiu de enfrentar. E o bom governo degradou-se e tende agora a desaparecer. E assim o centro político, a moderação, o “agree to disagree” que alimenta a convivência democrática estáa desmoronar-se. Os eleitorados polarizaram-se, a emoção substitui a racionalidade, a necessidade de encontrar “culpados” ocupou o espaço do debate.
(8) A regeneração necessária tarda. A corrupção, a captura das políticas públicas pelos interesses privados, a degradação moral dos privilegiados-eleitos que esqueceram o contrato social multiplicou a crise do bom governo. Por si só, a fúria da corrupção não énada de novo, nem particularmente preocupante. Para muitas sociedades, como os países anglo-saxónicos ou nórdicos, seria apenas mais um episódio de mudanças institucionais em democracias consolidadas, como ocorreu várias vezes nos últimos duzentos anos. Para outras sociedades, como a nossa, pouco habituada ao reformismo gradual, velha crente nas revoluções e nos pronunciamentos militares, seria um desafio inovador – conseguir a regeneração das suas elites políticas em democracia. Mas as profundas mudanças da nossa época impedem que, desta vez, a fúria da corrupção possa ser acautelada com um reformismo tranquilo e apaziguador.
(9) Depois da Idade das Trevas tivemos a Idade da Razão. Agora temos a Idade da Emoção. E com ela a crise da democracia liberal. Incapaz de responder aos novos desafios da humanidade, atolada e capturada por interesses privados, com uma regeneração que não aparece, sem centro político, substituído o “agree to disagree” pelo ódio ao outro lado, caminhamos para uma enorme crise da organização social. Evidentemente que certas sociedades conseguirão reencontrar-se a seu tempo sem sofrer as penas do autoritarismo salvífico. Outras terão de amargar os custos da destruição do seu contrato social em busca de novas formas de organização e institucionalização. Veremos a seu tempo quais são quais. Mas énesse caminho que aparecem as fake news.
Só a despolarização pode regenerar, mudar, reformar, encontrar consensos que estabeleçam as bases de um futuro melhor. Se as fake news polarizam, o fact checking despolariza
(10) Acredito que a única forma de evitar o percurso mais doloroso é reconstruir o “juste milieu” regenerado. Para isso, fact checking é fundamental. Não para proibir as fake news, um perigoso disparate. Mas sim para permitir distinguir aquilo que são interpretações realistas do mundo que nos rodeia das verdades pós-modernas que radicalizam e emocionam. Não acredito na Verdade. Há muitas verdades. Mas há verdades e verdades. Há verdades que fomentam o “agree do disagree”, que facilitam a convivência política, que relembram aos eleitos porque são privilegiados em democracia, que regeneram o contrato social na busca de uma organização social mais adequada para o século XXI. E há verdades que dividem, eliminam, alimentam o ódio, existem apenas pela emoção e para uma visão maniqueísta dos bons (aqueles que partilham essa verdade) e os maus (os outros), promovem a superioridade moral de um grupo em detrimento do resto da sociedade.
(11) O combate às fake news não é por elas serem “fake” ou “news”, não é por elas serem produto das redes sociais ou da comunicação social, mas porque nenhuma sociedade se pode organizar de forma pacífica, sustentável e prometedora polarizando. Pelo contrário. Só a despolarização pode regenerar, mudar, reformar, encontrar consensos que estabeleçam as bases de um futuro melhor. Se as fake news polarizam, o fact checking despolariza. E esse é o único caminho que vale a pena percorrer na Idade da Emoção.
Nuno Garoupa é professor da George Mason University Scalia Law

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Um regresso a Maquiavel: de como as coisas são e não o que aparentam ser...

Quantas vezes, senão todas, precisamos de ver ou que nos digam a verdade efectiva das coisas e não as suas aparências ou versões idílicas da verdade nua e crua. Assim, arredamos falsas expectativas, enganos e erros e muitas dissimulações. 

Esta preferência da verdade às aparências encontra particular relevância nas coisas do Estado, por ser aí que se jogam os grandes desafios colectivos e se questiona o bem comum ou se define e redefine o chamado interesse geral duma colectividade, de um Estado. 

Para prosseguir esse caminho, segundo Maquiavel, o homem tem de conhecer a história e recordar o que os homens do passado fizeram e daí extrair as conclusões. Perceber que resultados tiveram, ou seja, se tiveram sucesso nas suas empresas ou se falharam e somaram fracassos. 

Ora, em política só sabemos se uma acção é boa ou má, quando se conhecem os seus resultados. São estes, e não as suas intenções, que determinam a eficácia duma acção. Significa isto que o valor das acções não se avalia pelas suas intenções, mas pelos seus resultados, que consequências tiveram para uma dada sociedade. 

Certos aspectos da política portuguesa deviam ser mais e melhor conhecidos, ou seja, em caso de conflito entre actores políticos, urge sempre conhecer que motivações e intenções se escondem por detrás das acções políticas, uma vez que todas essas acções são dinamizadas por um desejo (ou ambição) dos actores políticos. Seja por acção ou omissão, existem sempre motivações ocultas na acção política que importa serem conhecidas. 
Imaginemos que ocorre um furto de medicamentos num laboratório que faz investigação e utiliza tecnologia de ponta para produzir os seus fármacos. Importa aqui conhecer a que lógica os roubos estiveram sujeitos e com que finalidade. O mesmo se diga de um furto de armas e munições duma base militar... 
Ninguém furta medicamentos ou armas apenas pelo simples prazer de fazer desaparecer esses bens, os quais podem servir a paz e o desenvolvimento do homem, ou, à contrário, podem fomentar a discórdia entre os homens numa comunidade e fomentar a guerra civil ou entre Estados. 
Nuns casos, compete ao homem público, ao decisor, mormente se estiver em perigo a paz entre as instituições e a descoberta da verdade num domínio sensível da vida pública, como a Segurança e Defesa, ser leão e raposa ao mesmo tempo. Ou seja, ser leão para mostrar a força e o ímpeto de fazer funcionar as instituições, especialmente a Justiça - que tem sido uma grande tartaruga entre nós; e a raposa, para evitar cair numa armadilha, ou em várias. 

Cumpre ao mesmo decisor político ser ambos, leão e raposa na gestão diária das coisas e dos negócios do Estado, sob pena de ser fraco e de cair nas armadilhas que outros homens e outras instituições lhes lançam. 
Todavia, o decisor político não pode ser leão o tempo todo, nem raposa a tempo inteiro, porquanto só a força ou só a manha ou a esperteza conduzirão a bons resultados. 
Se aplicarmos esta elaboração conceptual, de raiz maquiavélica, ao lamentável caso de Tancos, que tem quase dois anos e do qual pouco se sabe, facilmente se conclui que à cúpula do Estado, ou seja, ao Presidente da República e ao Primeiro-Ministro - o que se espera deles ou se lhes pede - é que sejam ambos leões e raposas em nome da defesa e do interesse do Estado. No fundo, pede-se-lhes que sejam virtuosos, líderes que actuem no tempo mais conveniente. 
Perante isto, os portugueses podem e devem perguntar à cúpula do Estado se tiveram, no momento adequado, o ímpeto do leão, e sem deixar de serem prudentes, na busca dos objectivos do Estado? 
E os factores e instituições que deles não depende (acaso ou sorte), como a Justiça (MP, Polícia Judiciária - Civil e Militar, etc) andaram bem, mal ou assim-assim? 
Em suma: Portugal e os portugueses parecem hoje estar sitiados pela descoberta duma verdade que teima em não aparecer, ou porque ela não quer aparecer porque a Justiça ainda não produziu as provas suficientes para revelar a verdade efectiva dos factos; ou porque existem forças cujo interesse consiste em ocultar aquelas provas e, consequentemente, adiar ou desvirtuar a verdade. 
Também aqui quem hoje ocupa a cúpula do Estado, o PR e o PM, tem de gozar da fortuna, ou seja, da sorte que conduza a um bom destino, nem que seja para explicar aos portugueses que inúmeros são os factores da vida que não podem ser controlados, pois tratam-se de infortúnios e de imponderáveis que nem o empenhamento conjunto daqueles, PR e PM, poderiam alguma vez esclarecer e/ou resolver. 

Se assim for, para esta impotência e desnorte não conhecerão os portugueses tamanha frustração. 
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segunda-feira

Quando o conhecimento, a tecnologia e a magia se juntam.



Quando o conhecimento, a tecnologia e a magia se juntam..
- Podem fazer acontecer alguns milagres. No limite, beneficiam o bem comum, embora na maior parte do casos estes negócios beneficem apenas uns quantos empresários que estão ávidos de acelerar o futuro à cadência com que pretendem ver as suas contas bancárias aumentadas sem que daí resulte um ganho social.

- Para já, o que podemos constatar é que Portugal se posicionou para ser um país de serviços, acolhedor de eventos internacionais com impacto global, e, desse modo, trazer vantagens para toda a indústria da hotelaria e da restauração.

- Mas também aqui não houve golpe d´asa, pois mais uma vez tudo se nucleariza na capital em vez de se descentralizar estes eventos para cidades de média dimensão, e do interior, onde seria crucial atrair investimento directo estrangeiro, fixar emprego, criar riqueza, enfim, potenciar a qualidade de vida das populações.

- Em suma: no meio de tanto show-of não consigo ver nesta mega cimeira de hi-tech um golpe d´asa que contribua, integradamente, para o desenvolvimento da sociedade e da economia portuguesa.

- Embora também saiba que o segredo nos negócios, o do Estado, o profissional, e até o de alcova ou o do gabinete médico mantêm lugares fechados, opacos e refractários à própria comunicação.

- Resta ainda saber o que a Net e a digitalização da sociedade global estão fazendo pela criação de emprego, pela prevenção dos problemas sociais (racismo, género, homofobia, religiosos, etc) e a forma como essas fracturas em vez de fortalecer os laços sociais e a coesão moral das sociedades as enfraquece e mina a relação dos cidadãos com a economia, a política, a justiça e as instituições em geral.

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The Spinners - o regresso dos rhythm blues...

UM REGRESSO AO VINIL...

.. formados em Detroit, na década de 50 do séc. XX - e que influenciaram a música dos anos 60 e 70 - aqui recordados num misto de nostalgia e grandeza numa amada recordação. 

SPINNERS -  ficam. 




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Recupero Novalis

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quinta-feira

Evocação de Teixeira de Pascoaes - entre a vida e a morte -

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O sol do outomno, as folhas a cair, 
A minha voz baixinho soluçando, 
Os meus olhos, em lagrimas, beijando 
A terra, e o meu espirito a sorrir... 

Eis como a minha vida vae passando 
Em frente ao seu Phantasma... E fico a ouvir 
Silencios da minh'alma e o resurgir 
De mortos que me fôram sepultando... 

E fico mudo, extatico, parado 
E quasi sem sentidos, mergulhando 
Na minha viva e funda intimidade... 

Só a longinqua estrela em mim actua... 
Sou rocha harmoniosa á luz da lua, 
Petreficada esphinge de saudade... 

Teixeira de Pascoaes, in 'Elegias' 
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Notas: 

- Teixeira de Pascoaes é designado o poeta da saudade, mas ele é muito mais do que isso dado que consegue recriar em nós várias paisagens e fronteiras, esperanças e escuras expectativas, como as que decorrem das conversas que mantemos com os mortos nessa linha do tempo. Ele sabia que ficamos presos aos lugares, neles ficamos paralisados, incapazes de decidir, por vezes até à morte. 

[...] Vivo, estou aqui, diante desta velha casa onde nasci, sofri e amei, e donde me afastaram, certo dia, metido entre quatro tábuas

- Naturalmente, este é um caminho que se repete em todos e em cada um de nós e que Teixeira de Pascoaes faz questão de nos recordar. Recordar que a vida nos corroi com múltiplas sombras, e que a morte é mais terrível para aqueles que fingiram a vida, não a souberam verdadeiramente assumir. 

- O Pobre Tolo consiste nesse despertar entre a vida e a morte, feito de esperanças e de frustrações, as quais todas são apagadas através dum fumo imparável. E esse fumo o que é senão o território da memória que é motorizada pelas imagens em movimento, quais desenhos animados, com formas azuis e negras enquadrada por uma imensa fogueira em que participam anjos e demónios, o bem e o mal. 

- Pascoaes sabia bem que somos o corpo dum macaco com uma alma de anjo, mas a conclusão redunda sempre na morte. A vida é, afinal, essa luta entre a lembrança e o esquecimento, a vida e a morte, acompanhada das demais imagens e metáforas engendradas pela nossa imaginação. 

Um jogo de luzes e sombras que nos modelam o corpo e a alma.
 
Hoje, que se celebra a vida dos mortos que jazem nos cemitérios talvez seja oportuno meditar neste importante legado filosófico, literário e poético que o imenso Teixeira de Pascoaes nos deu e por isso lhe estou grato. 

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