A incerteza da política e as poliarquias competitivas de Pedro Passos Coelho
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Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
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Obs: Temo que a economia nacional - a propósito dos investimentos públicos - entre nesta incerteza continuada e se agrave, apenas restando determinar quem entra primeiro em jogo e quem mais tem sucesso. Ou seja, será que nas actuais condições da economia internacional e global, funciona o princípio do multiplicador de Keynes que faz funcionar a procura interna, ou tudo não passa duma mão invisível que já se tornou demasiado patente, mas que, ainda assim, pouco ou nada resolve.
Obs: O sr. PGR deveria, talvez, proceder a um inquérito interno para apurar a razão de tanta fuga ao segredo de justiça oriunda do seu millieu em lugar de se preocupar com o sr. Pinto da Costa, mas isto é sintomático do nível, da competência e dos poderes que as instituições tradicionais têm sobre os poderes mediáticos emergentes, em particular aqueles que têm projecção na Net. Acrescento que sempre que vejo as declarações do sr. Pinto Monteiro a debitar sobre as condições de funcionamento da justiça em Portugal lembro-me daquelas declarações peripatéticas de Souto Moura, e sempre que me lembro destas recordo a performance de Pinto Monteiro. Enfim, uma verdadeira fantochoda que, qualquer dia, nem o Youtube deseja. E é esta gente, paradoxalmente, que fala em nome da Justiça em Portugal. O que significa que o actual PGR, por ninguém o levar a sério, desde logo o seu corpo de funcionários, também contribui para o abaixamento do rating da república. E isto é tanto mais curioso se notarmos que em tempos o sr. PGR - referindo-se a blogs - equiparava-os a cartas anónimas que jogava para o lixo, hoje teme a internet - via Youtube - por achar que ela desregula as condições de realização de boa justiça. Pinto MOnteiro evoca-me Souto Moura, como referimos, mas também me lembra um vendedor de farturas do Colombo em dias de futebol que fala, fala, fala, mas... Pobre justiça a que temos.
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joss stone - you had me Joss Stone & James Brown Men's World
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Obs: Já se percebeu que as agências de rating do costume têm uma agenda política (escondida) sobre a fragilidade económica dos países em dificuldades, e é sobre eles que pretendem ganhar dinheiro, de forma parasitária e sem escrúpulos gerando e convocando ainda mais as ondas especulativas que se põem em marcha no terreno por parte dos investidores especulativos, sempre ávidos e fazer dinheiro. Nesta ordem, o timing que escolhem para lançar os seus avisos à navegação é cirúrgico e tem um fito económico e financeiro altamente especulativo. Talvez não foi marginal repensar na taxa Tobin a ser aplicada em sede de transações em bolsa... Assim sendo, seria de toda a conveniência que a Europa constituísse de forma credível uma grande Agência de Rating para avaliar com maior rigor e isenção os indicadores económicos com que hoje os países têm ou não crédito internacional. Esta seria uma reforma importante na Europa a 27, não se compreende por que razão Durão Barroso não mexe uma palha nesse sentido, e os países membros, através dos seus ministros das Finanças, também não propõem nada nesse sentido. O que revela bem o estado de letargia desta Europa.
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Criticamos aqui tantas vezes a forma como a democracia é exercida pelos dirigentes políticos, sempre de modo muito partidário e pouco virada para o bem comum, que exige uma capacidade realista de analisar os problemas das pessoas encontrando para eles propostas de solução que tenham cabimento na nossa sociedade. Hoje, ao invés desta generalizada prática entre nós, vimos que o PM e o principal líder da oposição (impensável caso Ferreira leite ainda estivesse na direcção do PSD), deram as mãos para concitar esforços e encontrar as melhores ideias para evitar que os mercados e a economia portuguesa sofram mais estragos, em face da onda especulativa que, da Grécia para a Europa, está em curso. Desvalorizando a nossa dívida soberana e a cotação da economia portuguesa perante os mercados internacionais que servem de prestamistas ao país nesta imensa economia de casino parida pela globalização predatória e pelos mecanismos gerados pelo neoliberalismo selvagem que remontam ao Consenso de Washington. Por isso, no plano dos princípios foi "bonito" ver aqueles dois homens fazendo esforços para reabilitar a economia portuguesa num contexto de hiper-turbulência financeira e especulativa. Tanto mais que as sociedades complexas em que vivemos não se deixam representar nem mobilizar facilmente, e a democracia directa ou forte também não é praticável entre nós, daí a grande utilidade deste novel "consórcio político" entre PS e PSD para limitar os estragos, mediante a antecipação de medidas no PEC pensadas pelo governo e a introdução de outras medidas equacionadas pelo PSD a fim de reduzir a despesa pública e, assim, expurgar, as ervas daninhas na nossa economia, como défice orçamental, a inflação e o desemprego, já na casa dos dois dígitos, com cerca de 570 mil desempregados entre a nossa população activa. A esta luz, a entrada de PPCoelho - e do PSD - em jogo é vista como um reforço da democracia e das finanças públicas em Portugal, é como se Portugal, espera-se, passasse a contar com mais um ministro das Finanças, tornando mais presente e mais representada os cidadãos na política portuguesa, como se fossem necessários mais consumidores no mercado para o vigiar e controlar. Assim, a democracia portuguesa fica mais representada, as decisões são mais pluralistas porque passa a funcionar o compromisso entre os dois grandes partidos do arco da governação, as deliberações ganharm mais força e a possibilidade de errar fica mais circunscrita. Se a receita não funcionar, o recém-líder do PSD também passará a ser corresponsabilizado, naturalmente!!! Os assuntos públicos ficam, doravante, mais vigiados, a sua complexidade beneficia agora da massa cinzenta do PSD, logo é mais pluralismo social e político que concorre na formulação das decisões ligadas às políticas públicas neste compromisso político emergente da era pós-Ferreira leite. Veremos, pois, que resultados darão este novo "consórcio político", este bloco central em gestação, na configuração das boas práticas para reduzir o défice, a inflação e o desemprego. Para evitar, por um lado, o agravamento de algum autismo político e da externalização da política (que come à sociedade a sua energia criativa mediante a pesada carga fiscal de que é alvo) e, por outro, atenuar a demoesclerose do nosso regime político em matéria de representação no exercício do poder em Portugal. Naturalmente, podemos (e até devemos) perguntar que é feito das propostas do CDS, do PCP e do BE para este consórcio político em formação, talvez algumas delas, pudessem contribuir, com realismo, para o reforço do nosso contrato social que também anda em baixa. Ou seja, chegou o tempo em que a generalidade dos governos minoritários na Europa ser ajudada pelos principais partidos da oposição, não porque isso atalha o caminho para as oposições chegarem ao poder mais cedo, mas porque se reforçam as políticas públicas e as energias que aplacam as devastadoras forças especulativas que do exterior pretendem proceder ao saque em Portugal, como em tempos fizémos no decurso da colonização e da criação dos impérios que deu origem ao chamado Euromundo... Se isto merecer algum fundamento, concluirmos que, de vez em quando, em Portugal a democracia política entra ao serviço da democracia económica e social, e isso, só por isso, já é um grande activo político, porque revela, entre outras coisas, uma grande maturidade democrática, impensável com a pupila de Cavaco à frente do PSD... Por vezes, é mesmo necessário colocar a desconfiança e as pequenas traições de lado, e afirmar o valor da confiança política, que também vale para a esfera económica, já que esta se regula pelo jogo de espectativas. Etiquetas: consórcio democrático, Pedro Passos Coelho, Socrates
Estes dois homens não se irão encontrar mais logo em S. Bento para trocar garrafas de vinho ou elogios, nem canetas parker, apesar de terem mais em comum do que factores que os diferenciem. Jovens, bem-falantes, com charme, com telegenia, a diferença é que PPCoelho quer o lugar de Sócrates, e este não o quer perder para um rival, neste caso do PSD. Mas a pressão social, nas ruas e nos media, obrigou o PM a ceder para olear a máquina e lá anuiu em receber PPC para falarem do rating da dívida nacional, que ficou pelas ruas da amargura após a Standard & Poor´s, que não deveria ser levada a sério, ter lançado ainda mais incertezas nos mercados. E pior do que Portugal ter um dia Ferreira leite em S. Bento seria sofrermos agora um brutal ataque especulativo que empobreceria ainda mais a nossa economia real. De facto, as políticas públicas em Portugal têm que atender mais e melhor à diversidade de casos na sociedade nacional, desde a redistribuição da riqueza, da igualdade e equidade, aspectos a que o governo jamais poderá ficar insensível no quadro do PEC para os próximos quatro anos. Nesse horizonte até parece que a sociedade passou a ser encarada como um conjunto de minorias e o governo como uma ONG encarregue de atender aos seus pedidos. Se assim for, já não é mau. E, confessemos, ver o PM com PPCoelho é muito diferente de o ver ladeado por esse "bacalhau seco" (sem ofensa ao bacalhau) que em dois anos de "gestão do economato" do PSD não foi capaz de apresentar uma única ideia ao país. Contudo, uma leitura mais neo-realista, conforme o esprit du temp, habilita-nos a supor que Sócrates e Coelho conseguem restaurar o velho mundo em Portugal, remetendo para o caixote do lixo da "estória" o desencantamento do mundo que falava Weber, e mais modernamente M. Gauchet. E como estamos em vésperas de receber o Papa, que tem face e um esgar diabólico, ficando muito a dever à majestade do seu predecessor, o excepcional João Paulo II, ainda pode ocorrer um milagre entre a Lapa e S. Bento, daí resultando a despolitização (e consequente despartidarização) das políticas públicas em Portugal e da forma de as pensar e executar para atingir os melhores resultados para a economia nacional e para o bem-estar dos portugueses. Que vivem, ou sobrevivem, hoje, com o esgar do Papa... A democracia tem de ser algo mais do que a simples protecção de interesses e fins mais ou menos privados, ou partidários..., ainda que no fim vingue sempre o mercado. Notas: Se a reunião correr bem vai tudo para o Kiss beber um Vodka-Laranja pago pelo Mealha das loiras e dos targas. O Allgarve sempre foi bom para captar investimento. Viva a República e o consenso que nela se encontrar. Com ou sem ironia, confesso que gostaria de ver mais Vieira da Silva no terreno do que Teixeira dos Santos. Mas as coisas são como são.
Let's Groove - Earth wind and fire -
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OSCAR NIEMEYER É UMA INSTITUIÇÃO QUE NUNCA MORRERÁ. TODO ELE É ARTE, TÉCNICA, INVENÇÃO, BELEZA, SABEDORIA. ELE REPRESENTA O PONTO DE LUZ PARA QUE TODO O HOMEM DEVERIA CONVERGIR, MAS QUE SÓ ALGUNS CONSEGUEM. MEDITEMOS, POIS, NESTE EXCEPCIONAL LEGADO.
Ser Humano Oscar NiemeyerChico Buarque e Oscar
UMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE OSCAR NIEMEYER
Niemeyer - 100 anos de vida - A festa nas Canoas - 15/12/2007 - joaosaboia.com
100 Oscar Niemeyer
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Obs: Cavaco mostrou como é que pegando em dois ou três "ovos mexidos" faz uma omelete para um batalhão. Foi aos descontentes, como a fuga de cérebros/emigração económica, salários escandalosos do Mexia & Compª, e dramatizou; depois apanhou uma ideia do Governo - de lançar a economia do Mar, que Ernani Lopes já vem falando há uma década, e pulverizou a ideia juntamente com as indústrias criativas. Com umas pitadas de muito Norte e muito Porto. Resultado: a salada russa ideal para Cavaco catalizar a base de apoio sociológica para federar os descontentes, apagar da memória a sua tentativa de abater politicamente o PM via inventona das escutas de S. Bento a Belém, remeter para o caixote do lixo da história o poeta Alegre e, assim, abrir alas para entar no Palácio Rosa em 2011. De súbito, vemos um Cavaco aquático mui defensor da economia do Mar e da pesca do bacalhau (talvez pelo apego aos carapaus alimados, como me diria um amigo); e um Cavaco artesanal falando de indústrias criativas. Amanhã um assessor de física ventilha-lhe que é necessário apostar nas indústrias do espaço, e lá veremos Cavaco propor imediatamente o lançamento do Po-Sat III para o espaço, numa espécie de reedição de Guerra das Estrelas para conquistar cota de mercados e, assim, eliminar o nosso défice orçamental, inflação e peso da dívida pública.
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Não surpreende que Aguiar Branco tenha querido fazer um número fora do molde, como diria Umberto Eco, para dar nas vistas, atrair os holofotes dos media, posicionar-se internamente, agradar ao seu novel líder e, assim, marcar o ritmo dos trabalhos parlamentares no Dia da Liberdade. Para o efeito citou a despropósito Lenine, Rosa Luxemburgo.., tudo boa gente que integra "o seu" novel campo ideológico e que passou, certamente, a desejar a evolução das sociedades não já por via pacífica e gradualista, mas através das revoluções, tiros e sangue. Voilá, a novel social-democracia. Esta rotação da história das ideias políticas, sem precedentes nos discursos social-democratas, que até fazem Sá Carneiro rolar no caixão, fez as delícias de alguma intelectualidade lusa, que sem a justificar históricamente (nem podia) viu aqui um pretexto para desancar no Sócrates, mesmo que a história, a ideologia, o encaixe entre aquilo que Aguiar Branco tenha citado e o seu posicionamento pessoal, profissional, político, partidário e ideológico se perfile naquelas referências ideológicas. Tudo aquilo reflecte o mais puro cinismo e hipocrisia politica que deveria ser lamentado, até pelo rigor histórico do pensamento dos autores que citou e do seu contexto histórico-político, mas como dá jeito à intelectualidade ressentida e raivosa a Sócrates ver naquela mestela umas farpas ao PM, o Aguiar citou a preceito, foi inovador e representou uma pedrada no charco. Pobres destes que assim pensam. Pobres dos alunos que aprendem oblíquamente através destes mensageiros anti-socrateiros. Só faltou Aguiar Branco proclamar a tese nacionalista e depois comunista que impulsionou a revolução cubana que fez o barbudo e Che descerem a Sierra Maiestra e depor o ditador Fulgêncio Baptista, o homem de mão dos EUA na área a fim de permitir que a ilha - ainda hoje aprisionada - pudesse continuar a fornecer jogo e lazer, prostitutas, algodão e açucar a uma América decadente. Fica-se com a sensação que Aguiar Branco também foi o inspirador da revolução cubana..., qui ça também o inspirador das Democracia Populares. Bem ou mal, Aguiar irá, para ser consequente com as suas novas referências ideológicas, passar a defender a revolução no seu partido e levantamentos na sociedade a fim de capturar o poder e depois, na linha de Lenine, fazer a revolução do proletariado e abolir o Estado, porque este se torna supérfluo e o povo governar-se-á a si próprio. Mas entretanto instala-se uma elite de vanguarda que operará como Estado totalitário. Mas como em Portugal o povo é sereno, ou "manso", como diria Louçã, ainda é capaz de desculpar estas baboseiras neo-realistas e pseudo-criativas a Aguiar-Branco 36 anos volvidos a revolução de Abril. Branco pode ter formação jurídica, pode até ser uma aristocrata da advocacia de negócios, uma espécie de Júdice encartado do Norte, mas pouca ou nenhuma formação politológica tem, pois deturpa as ideologias e o pensamento de autores e força essa adaptação ao seu psd. Resultado: a bota não bate com a perdigota. E o mais triste é que quem tem responsabilidades de ensino na área contribua para alimentar estas mestelas decorrentes duma grande desonestidade intelectual só porque, por essa via cabutina, se pensa que se pode chamuscar o PM em funções. Não mude o PPCoelho de estratégia parlamentar e verá quantos mais anos é que Sócrates ainda estará no poder. Além do embaraço pseudo-revolucionário que Branco causou no putativo apoio do psd a Belém - que, se calhar, até o dispensa. Enfim, para Aguiar o fim da história renasce através daquelas que são, lamentavelmente, as suas referências... E eu a pensar que ele até poderia citar um J. Rawls... Mas não, Aguiar quer é sangue, feito de revoluções e levantamentos populares, coisas velhas que ele pensa poder regular a globalização predatória que está aí. É com Lenine e Rosa que ele pensa conferir às sociedades um elevado potencial de modernização, competitividade e coesão social no futuro próximo. Coitado do Pedro Passos Coelho, agora é que ninguém o leva a sério com estas companhias...
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Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
“No Tempo Dividido e Mar Novo”, Edições Salamandra, 1985, p. 79 _____________________________________________________________________________________
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Para a maior parte das pessoas que nasceram após as décadas de 70 e 80 do séc. XX pouco ou nenhuma memória têm do que foi o 25 de Abril, uma revolução pacífica, feita simbolicamente de cravos, mas que poderia ter descambado numa verdadeira guerra civil como sucedeu em inúmeros processos de transição da ditadura para a democracia no séc. XX.
Tomados por adquiridos certos valores, como as liberdades cívicas, sociais, religiosas e políticas que garantem o pluralismo político e religioso, aquilo que as populações querem é mais e melhor democracia social e económica, e para isso há que garantir um conjunto de critérios de governabilidade cuja finalidade visa dar saúde aos mercados financeiros de molde a que a moeda única possa ser sustentada através de políticas nacionais responsáveis por parte dos Estados que integram a União Monetária.
A esta luz correspondem a objectivos de boa governação, mesmo em vésperas de comemorar mais um aniversário da Revolução de Abril, que abriu Portugal ao mundo, desfeito o Império colonial – em que os portugueses foram os primeiros a entrar e os últimos a sair, três grandes vertentes:
1. Uma inflação baixa – a fim de assegurar a competitividade dos produtos e serviços europeus nos mercados mundiais e para evitar que o mercado europeu seja penetrado por produtos e serviços oriundos de outras regiões a custos inferiores ou com menos eficiência produtiva e organizativa que é produzida entre nós. Por isso é tão preocupante que, segundo as estimativas do FMI, o nosso índice de crescimento e de produtividade seja tão baixo, o que dificulta a vida à economia portuguesa em competir em igualdade de condições não apenas com os demais países do espaço europeu, que crescerão mais do dobro, mas também com economias e com mercados oriundos de países terceiros, como são os países asiáticos.
2. Um peso da dívida pública menor, pois se temos um PIB reduzido, e o Estado não empreende as grandes reformas na sua arquitectura interna para libertar as energias necessárias (seja por medo político em não colidir com interesses corporativos (que faz perder eleições), seja ainda porque o Esta
do se tornou incapaz de corrigir os desequilíbrios internos decorrentes do seu próprio funcionamento. Um comezinho ex: porque razão o Estado não encomenda a sua parecerística a advogados da máquina estatal?! Será que são todos medíocres e produzem maus pareceres!? – é claro que não.
3. E um valor do défice orçamental que seja fixado por valores mais baixos do que os actuais 8%, o que implica uma disciplina financeira que actualmente o Estado não consegue ter, não apenas para financiar as despesas sociais, mas também para induzir e injectar financiamento no chamado Investimento Público de qualidade, i.é, aquele que é estruturante à economia nacional e pode ter um retorno interessante a médio prazo, além de criador de riqueza e de emprego. Além de também nos pouparmos à vergonha de ter de ouvir, fora de portas, o presidente checo, V. Klaus, humilhar Cavaco - e os 10 milhões de portugueses que ele representa - por causa daquele indicador económico que é, seguramente, preocupante.
É óbvio que haverá tantas leituras acerca da Revolução de Abril quantas as perspectivas e posicionamentos. É natural que um empresário bem sucedido veja a revolução duma maneira, um sindicalista veja de outra, um estudante de outra ainda e assim por diante, segundo o perspectivismo de cada pessoa ou instituição.
Mas o que será importante em vésperas de comemorar mais um dia de Abril, dia da Liberdade sem a qual nada se consegue garantir, desde logo o valor da própria Democracia, é que estes objectivos económicos, financeiros e políticos de boa governação garantam, por sua vez, que a moeda europeia precisará de oferecer juros elevados para que os operadores nos mercados financeiros internacionais se considerem adequadamente remunerados pelos riscos que correm em colocar os seus capitais no mercado europeu e em moeda europeia.
Com efeito, o prémio da boa governação, em vésperas de Abril, seria, desse modo, a criação de condições de sustentabilidade do crescimento – que hoje falta – mas que é fundamental para retomar as linhas de equilíbrio desenvolvimentista que Portugal atingiu no tempo de “vacas gordas” aquando da nossa adesão à então CEE, cujo ambiente é hoje difícil repetir e a que o actual Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) também intimida, ainda que possa obrigar a economia nacional a instalar os mecanismos de racionalização económicos necessários para voltarmos a crescer dentre em breve e, assim, mandar os relatórios do FMI, da OCDE e instituições conexas – às malvas.
Abril também é isto, poder traçar o nosso próprio caminho de Crescimento, Desenvolvimento e Liberdade sem estar atado às mestelas que outros nos dizem através de relatórios que são verdadeiros pesadelos para todos e para cada um dos portugueses. E isso representa exactamente o contrário daquilo que amanhã todos desejamos celebrar: a LIBERDADE!!!
Para mim, o Abril de 2010, será poder comemorar o Dia da Liberdade e da Democracia pensando que o país no seu tecido conjuntivo pode (e deve) saber conseguir fazer o seu próprio RELATÓRIO DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO, DE PREFERÊNCIA COM MAIS COESÃO E MAIS JUSTIÇA SOCIAL.
A grande dúvida reside em saber se o conseguimos nos próximos anos sob o signo deste decisor oculto que responde pelo nome de globalização competitiva. Uma coisa é certa: a Democracia, tal como a Liberdade e a sorte - dá muito trabalho a construir, como se vê na imagem supra, na arrumação daquelas bolas-rochosas, que por vezes se tornam tão pesadas que até esmagam populações inteiras...
PS: Nada tenho contra instituições internacionais de regulação económica do tipo FMI, são os restos da IIGM e da ordem pós-Yalt e sistema Bretton-Woods, e em certos casos o seu conselho até é prudente e moderador, noutros casos, uma desgraça como demonstrou à saciedade o Nobel da Economia de 2002, J. Stiglitz. A par disto, sobrevem outra nota que consiste em fixar que a influência deste tipo de instituições, que agora desancam na economia portuguesa, assim como outras agências de cooperação para o desenvolvimento e agências de rating, que agora estão na moda, também manipulam os mercados financeiros globais, situação que debilita o peso dos direitos locais das populações no quadro da participação política e democrática. O problema aqui reside em saber qual das observações que o FMI faz relativamente às trajectórias de crescimento das economias nacionais, através dos seus belos relatórios, são ou não credíveis. Pois muitos deles devem valer tanto comos diagnósticos feitos no passado recente pelas agências de rating. Analisar esta questão é, acima de tudo, uma questão de liberdade de decisão, exercício que também deve ocupar a reflexão do Dia da Liberdade. E o FMI, que se saiba, não andou a distribuir cravos em 1974 nem atacou o velho "Botas" - nem os seus seguidores aquando da transição para a democracia...
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René Thom trouxe-nos um novo conceito - a teoria das catástrofes que visa explicar o desaparecimento de um equilíbrio e o estabelecimento de outro consecutivo na sequência duma modificação gerada por uma catástrofe. A metamorfose da lagarta ilustra o conceito, pois trata-se do mesmo ser, apesar da lagarta se ter transformado em borboleta. Contudo, o problema da aplicação deste tipo de teorias aos estudos e previsões da Mãe Natureza é que a teoria das catástrofes não tem tendência para ser normativa, nem profética, ou seja, não anuncia nada, nem mesmo as catástrofes que depois, como se vê, acabam por acontecer, para mal dos nossos pecados que também infligimos à Natureza. Talvez o êxito desta teoria possa resultar de algum malentendido suscitado pela actual impotência que todos nós sentidos em resolver este tipo de problemas e, em conjunto, estudemos formas, tecnologias e meios de lhes responder quando algo semelhante ocorrer. No domínio dos comportamentos humanos, em que entram mais directamente as Ciências Sociais - também era imprevisível o que acabou por verificar-se no 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque - em que aviões comerciais foram utilizados como mísseis para destruir pessoas e edifícios gerando o pânico global. De modo que este tipo de teorias para gerir o acaso, as flutuações, a barbárie, a complexidade são sempre bem-vindas, não porque delas decorram um grau elevado de certezas, mas porque através dos seus estudos e elementos previsores permite-nos fixar um Plano B ou C perante uma situação - humana ou natural - de grau extremo. E isso, na prática, pode ditar a fronteira que separa a vida da morte. Afinal, quem não desejaria dominar a complexidade?! Que não desejaria conhecer o futuro!? Quem
não desejaria ser um Deus previsor que andasse por aí a distribuir certezas, dólares, barras de ouro, saúde, felicidade e promessas devida eterna para todos?! Quem não desejaria conseguir fazer milagres?! Se calhar, e ciente de que tudo isso existe oculto e em abundância em Fátima, é por isso que o Papa Bento XVI vem a Portugal... para testar a teoria das catástrofes de René Thom, a nova religião dos tempos, ante a impotência clarificadora e decisora do Cristianismo, do Budismo e do Islamismo.
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Obs: Divulgue-se com uma nota de recomendação aos poderes e às instituições europeias, seguindo a melhor prudência da teoria prospectiva, de que a antecipação é a melhor forma de acção e apropriação dos conhecimentos que não dispomos no presente a fim de minimizar os efeitos destes caprichos da Mãe Natureza sobre as pessoas, as empresas e as sociedades. A criação de um Ministério do Futuro em cada Estado europeu talvez não fosse um acto marginal neste tempo tríbulo e contingente em que vivemos. Sobretudo quando somos obrigados a correlacionar os desastres naturais às acções terroristas desencadeadas pelos homens, alguns homens...
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