segunda-feira

Centeno em Belém


Resultado de imagem para mário centeno e marcelo rebelo de sousa

Da série: tricas da República:
- Presume-se que o teor da conversa entre Centeno e Marcelo tenha sido o impacto negativo que a aquisição fraudulenta de submarinos à Alemanha - conduzida pelo então ministro da Defesa Nacional, paulo Portas, - teve nas finanças públicas em Portugal.

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domingo

O analista Marcelo sente-se acossado por Durão Barroso vis-a-vis Belém




Confesso não ter ficado surpreendido ao ver Marcelo, na sua missa domingueira, acusar Durão Barroso de - a pretexto do lançamento de um livro do dr. Miguel Relvas (o tal cujo nome constava num cartaz em Timor, que dizia: vai estudar ó Relvas!!) apresentar publicamente o seu livro. 

Com efeito, o analista-Marcelo sente-se acossado por ver Durão a tentar rasgar espaço político para relançar o seu nome e voltar a ser "alguém" no sistema de distribuição de cargos públicos nacionais. Uma denúncia que acaba por desnudar as intenções ocultas de Marcelo para Belém, que terá acusado o toque de reconhecer essa intenção dissimulada em Barroso, o desertor nacional, um candidato-concorrente às eleições presidenciais em 2016.

Por outro lado, o que talvez seja mais estranho nesta trica política, é notar que o dr. Miguel Relvas terá algo para dizer que o levou a escrever um livro, e logo apresentado por aquele que não hesitou em desertar de Portugal quando desenvolvia funções de chefe do Executivo. 

Será caso para referir que os bons espíritos sempre se reencontram... 

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O esforço de desdobramento de Marcelo para Belém: Me, Myself and I




Imagine-se o esforço que o comentador Marcelo Rebelo de Sousa terá de fazer para se por a jogar ténis sozinho, ou seja, colocar-se dum lado do court de ténis a mandar a bola para o outro lado da rede e ir, a correr e no limite das suas forças, para o outro lado da linha devolver a bola (a ele próprio neste novo jogo de ténis solitário) e num upgrade da versão egocêntrica (ainda que mitigada!!) de Me, Myself and I no trilho de Belém!!!

É "impressionante" como MRS tem de comentar as sondagens políticas para Belém - e posicionar-se, simultaneamente, como o candidato mais cotado da direita contra os candidatos da área da esquerda. Fazer tudo isso e fingir que não fala dele próprio.

Daria jeito a MRS (re)ler Fernando Pessoa e conhecer a sua assembleia de heterónimos ou, no limite, voltar a dar um mergulho no rio Tejo e assumir o papel de taxista por um dia na capital. 

Resta saber se o fará com um táxi poluente com o ano inferior a 2000 ou se já se apresenta com um modelo ecológico de 2015!!!

Tenho para mim que desta vez MRS irá surpreender os portugueses e lançar-se para o CCB de Asa Delta a partir do ponto da estrutura mais elevada do Mosteiro dos Jerónimos. 

Não será isto admirável?!

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sábado

As motivações de António Costa para S. Bento - perdida a oportunidade de Belém. A variável Guterres.





António Costa, ainda autarca em Lisboa, e na sequência dos magros resultados das eleições europeias que colocaram o PS quase ao nível desta coligação ultra-liberal que tem afundado Portugal, olhou para o seu futuro político e perguntou-se: 

- "Guterres fez o seu pré-anuncio para Belém, cargo que desejo a partir do Largo do Município. Excluída essa oportunidade, o cargo de relevo nacional que me resta, após sair da liderança da autarquia, é mesmo o Palácio de S. Bento. Mas, para isso, terei de voltar a ser candidato à liderança do PS, conquistar o partido, derrotar Seguro e, de seguida, ser o candidato do PS a Primeiro Ministro e derrotar Passos Coelho nas legislativas de 2015".

Creio ter sido este o cálculo político que António Costa fez para consigo próprio na noite das eleições europeias, em que o PS, sociologicamente, se distancia pouco do PSD e CDS, facto que deixou os militantes e simpatizantes socialistas frustrados. 

Neste quadro, António Costa, especialmente nesta fase da sua vida e da vida conturbada e recessiva do país, não queria ser candidato a SG do PS, nem candidato a PM, já que a sua mira política estava apontada para a sua candidatura a Belém, em 2016. Um cálculo e um desejo cilindrados por duas palavras de António Guterres, admitindo, em tese, a possibilidade de assumir essa candidatura, federando toda a esquerda, e entrando até no eleitorado mais conservador do centro e da direita. 

Se este cálculo estiver correcto, somos também forçados a admitir que esta última candidatura de Costa à CML, foi idealizada como um trampolim para Belém, à semelhança, aliás, do que fizera Jorge Sampaio em 1996 - quando abandona a autarquia e se candidata a Belém, deixando pregado ao chão o seu rival, Cavaco Silva. O mesmo fez Jacques Chirac, em França. Talvez esta intenção oculta de António Costa ajude hoje a compreender por que razão ele nunca quis avançar nas duas últimas oportunidades no passado recente, deixando sempre o caminho aberto a António José Seguro. Por esta razão, a questão da liderança no PS também nunca se colocou verdadeiramente, ainda que espicaçada pelos socráticos que passaram, naturalmente, a apoiar António Costa.

Neste contexto, os resultados das europeias constituíram apenas o pretexto para Costa irromper contra Seguro e mobilizar o partido em seu torno para derrotar o PSD em 2015. Por outro lado, a certeza que Costa passou a ter relativamente à forte possibilidade de Guterres avançar para Belém, foi a pedra de toque que fez o autarca repensar toda a sua vida e carreira política. Ou seja, António Costa sabia, para já, que Belém era ainda um lugar inalcançável, mas S. Bento podia estar ali, ao dobrar da esquina no Largo do Município. Se Costa não avançasse nesta concreta fase, tudo ficaria comprometido na sua vida política: Belém para Guterres, S. Bento para quem ganhasse as legislativas  em 2015, e Costa ficaria sem um lugar de relevo nacional para exercer após o seu mandato na autarquia da capital. Perante este deserto de oportunidades, restava-lhe avançar contra Seguro para conquistar o PS, primeiro, e o país, depois. Foi o que fez.

Para facilitar e corporizar esta vontade oculta, António Costa conta com o apoio activo de todos os socráticos, da nova e velha geração, que vai de J. Lello a João Galamba (e outros), deputados esses que nunca se identificaram com a pessoa e o estilo de liderança de A. José Seguro. Aliás, convém dizer que um dos problemas de Seguro na liderança do PS radica no seu grupo parlamentar, o qual nunca o apoiou, facto que foi paralisando a acção de Seguro no Parlamento, principal base de apoio político a um líder na oposição. Especialmente, nestas circunstâncias excepcionais em que o país está intervencionado pela troika, privado de soberania e de autonomia política e financeira que o impede de gizar políticas públicas libertas daquele jugo do FMI, BCE e CE. 

Seguro foi, assim, apanhado neste vendaval de forças e contra-forças:

- por um lado, o seu grupo parlamentar nunca o apoiou, até sabotou o seu trabalho; 
- por outro lado, a variável Guterres funcionou mais como mola dinamizadora da acção de Costa do que uma vitamina para Seguro;
- e, em terceiro lugar, a envolvente externa, com a troika a ditar as operações nas finanças públicas em Portugal, meteram toda a oposição dentro de um colete-de-forças que, curiosamente, limitou mais a acção do líder do PS do que paralisou o Governo, que ultrapassou as medidas propostas no Memo da troika mediante um plano geral de empobrecimento da economia nacional, plano esse que assentou numa brutal carga fiscal sobre as pessoas e empresas, o qual fez disparar a pobreza, o desemprego e a emigração. Eis os "activos" de Passos Coelho.

Ainda que Seguro tivesse ganho dois actos eleitorais, as autárquicas e as europeias, a margem estreita que o separa da coligação PSD-CDS, serviu de pretexto para Costa avançar e preparar o PS e a liderança para o próximo embate nas legislativas de 2015. 

Resta agora a Seguro lutar e resistir, mas com uma grande diferença relativamente ao passado recente, certo de que nunca foi apoiante de Sócrates. Seguro goza agora de toda a liberdade do mundo para criticar o consulado de Sócrates e, através dele, procurar atingir Costa e todos aqueles que o apoiam. Importa é saber se essa será a melhor estratégia para tentar impedir um velho pretendente à sucessão natural da liderança do PS e, ao mesmo tempo, reconquistar o partido e, mais difícil, o país.

Quanto a António Costa, importa dizer que nem tempo terá de fazer o seu mea culpa por ter decidido romper o contrato social que fez com os lisboetas que o elegeram para a CML. Mas como os portugueses já estão habituados a estas deslealdades, admito que, desta vez, também não estranhem. 

O povo português faz lembrar aqueles maridos que são sempre os últimos a saber: adoram ser enganados. 

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segunda-feira

Marcelo quer Belém, custe o que custar. Com o sponsor da Nike

Vimos ontem o douto Marcelo de Sousa, a pretexto d´algo sem importância murmurar a D. Judite uma coisa do outro mundo: oferecer-lhe uma T-shirt com o logo da Nike estampado. D. Judite, tão obediente quanto colaborante, logo teve o cuidado cirúrgico de referir que não podia publicitar a marca - e depois (re)verberou - Nike - pelo que se remetia à discrição. O que é facto, é que quer o douto Marcelo, candidato a candidato compulsivo a Belém, quer a dona Judite - ambos verberaram o nome da marca. A Nike agradece.., ou devia agradecer!!

Daqui não procede, necessáriamente, que a supra-citada marca seja a patrocinadora oficial do jurisconsulto a Belém; nem sponsorize uma imagem mais atleta e menos esquelética da pivot da estação de Queluz. O que estranha nisto tudo é o facto de o comentador não ter apresentado uma marca de fatos-de-banho, como a Arena, por exemplo, dado que semanalmente se dedica à natação nos intempestivos mares do Guincho. 

Seja como for, quer um quer outro deviam ater-se aos princípios editoriais do sério jornalismo - que proíbe a divulgação descontextualizada de marcas, até porque constitui uma terrível desigualdade para as marcas concorrentes não citadas. 

Todavia, por este andar, ainda veremos Marcelo anunciar as marcas de produtos La Redoute e Lanidor para mais facilmente conquistar o mercado (eleitoral) feminino; e quando se deslocar em campanha à província, evocar as salsichas Nobre, as motos Casal, Zundapp e afins - para atingir o mercado masculino.

Em rigor, este Marcelo é um artista impagável. A sua inexistência traduzir-se-ia numa maior tristeza colectiva. 

Vistas as coisas por este prisma, será mil vezes preferível Belém ter como locatário uma personalidade psicadélica desta natureza do que alimentar a imagem enjoativa e previsível do Américo de Tomás do séc. XXI. 



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A mentira política é a nova droga do séc. XXI


Há casos em que a mentira é verdadeiramente difícil de identificar. A mentira vai muito para além da dissimulação ou da deformação deliberada de um facto, de um gesto ou comportamento ou de uma interpretação. Quando assim ocorre, pode haver a denúncia contrafactual ou o reconhecimento, pelo autor da mentira, de que efectivamente mentiu. Pode acreditar-se no mentiroso quando, ao denunciar a sua mentira, se revela como ela foi construída, e daí deriva o processo interno da sua reconstituição e da falta cometida mediante confissão. 

Mais problemático de clarificar é o caso em que a mentira tem a sua origem na impossibilidade, por parte de quem mente, de aceitar e de reconhecer a verdade da sua mentira. Trata-se, pois, duma patologia do comportamento que distorce a avaliação dos factos. Ou seja, quando alguém mente porque não pode reconhecer a verdade, isso poderá não decorrer do efeito da vergonha, da culpa, do pudor ou de uma intencionalidade perversa, poderá decorrer do facto de a mentira se ter tornado inconsciente.

Esta teorização empresta cobertura aquele sujeito que, recém-chegado ao aeroporto da Portela, apanha o táxi no respectivo terminal para regressar a Cascais, mas só em plena 2ª Circular é que decide ir a um congresso partidário que referiu não ir, até por julgar nada ter por dizer. 

Politicamente isto é pouco relevante, mas no plano dos valores, princípios e estruturas morais que formam o carácter e orientam a conduta das pessoas, é grave. E é grave porque se esconde no inconsciente aquilo que, por obra e graça do espírito santo, se fez desaparecer do consciente. 

Neste caso, assistimos à sinceridade consciente de quem mente, porque reprimiu a mentira no inconsciente, explica a capacidade de adaptação e de renascimento de alguns desses personagens políticos. É óbvio que não estou a falar do Sr. dr. Miguel Relvas, mas do doutor Marcelo que, apesar de serem muito diferentes, em certos casos parecem iguais. 

Nestes casos, quem mente nunca reconhecerá que mentiu, mas o seu inconsciente continuará a conhecer a verdade. No entanto, o mentiroso acabará por ser denunciado enquanto tal pelo seu inconsciente, que se revela na forma de sintoma.

A vida pública portuguesa, por causa do poder, da sua captura e manutenção, está repleta deste tipo de condutas lamentáveis que sistematicamente ocultam a verdadeira informação em democracia. E uma democracia onde a mentira fique oculta, é uma democracia incapaz de ser regulada, não apenas pela manifesta incapacidade crítica e de construção de alternativas pela oposição, mas também porque a dissimulação e a simulação transformaram-se na regra no âmbito da actuação do espaço público nacional. 

Foi a este processo que em tempos aqui chamamos de sociedade que institucionaliza  a mentira em política em Portugal. 

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quinta-feira

António Costa podia ser a única via para precipitar a queda do XIX Governo (in)Constitucional e fazer regressar o país à normalidade político-constitucional


Quando se colocou  possibilidade de António Costa ganhar terreno a Seguro para disputar a liderança do PS e ser candidato a PM, Costa apenas mostrou as garras mas não avançou. Com isso deu um sinal de que não estaria verdadeiramente empenhado em disputar a liderança do PS que, pelos actuais estatutos, dificilmente ultrapassaria Seguro pela "secretaria" e também não seria fácil reconquistar todo o aparelho do partido em desfavor do actual secretário-geral, Tó Zé Seguro. E assim se gerou um perigoso impasse na direcção da esquerda, ou na esquerda liderada pelo PS.

Por seu turno, Tó Zé Seguro tem-se revelado um desaparecido em combate, ou não sabe capitalizar o descontentamento social em favor do PS e das propostas alternativas nas quais o Portugal profundo se possa rever e apoiar. 

Seguro é  frágil  nos debates parlamentares, não raro é até  ultrapassado pelos membros do seu grupo parlamentar, como ocorre frequentemente pelas interessantes prestações na área económica de João Galamba; Seguro é igualmente frágil nas suas prestações extra-parlamento, ou seja, na sociedade civil as suas propostas não chegam, e as que passam não têm consistência ou já estão ultrapassadas pelo ambiente da opinião da opinião pública, ou foram esmagadas pela aritmética política da coligação contra-natura do centro-direita que assaltou o aparelho de Estado em Portugal e governa à boleia de impostos e de esbulhos sucessivos aos funcionários do Estado, o bode expiatório de eleição de Coelho.

Um exemplo comezinho para aferir da escassa autoridade política e utilidade social de Seguro: o que fez ele para desqualificar a equipa da Educação dirigida por Crato e cujas medidas estão literalmente a destruir o que foi feito nos últimos 15 anos em matéria de I&D?

Tó Zé Seguro não existe políticamente, sobrevive apenas na tenaz daquela coligação contra-natura que está a sequestrar Portugal e os portugueses com medidas violadoras da CRP, que destroem a confiança nos agentes económicos e inibem qualquer tipo de investimento gerador de emprego, riqueza e bem-estar.

Se olharmos para as pessoas que integram a equipa de Seguro (João Ribeiro, ex-porta voz do PS emigrou para a Ásia pela mão da ONU), ou seja, para o seu governo sombra - encontramos a outra face da sua própria fragilidade política, de modo que Seguro, em rigor, não se pode apoiar em si nem na equipa que escolheu para enfrentar os desafios do País e, ao mesmo tempo, acelerar a decomposição política do governo mais impreparado e incompetente de que há memória de 1974. 

Neste beco, urge perguntar como sair dele. E a resposta mais plausível remete para o nome de António Costa, o elemento mais salvífico desta gaiola em que o PS caiu (em boa parte agravada pela conduta parcial e lamentável de Belém).

Costa tem uma longa experiência política (ministerial e autárquica), goza de largo apoio sociológico na esquerda e penetra bem no eleitorado do PSD que está descontente com a congénita incompetência de Passos Coelho e do seu miserável governo - que tem atacado a generalidade das políticas públicas e perseguido obsessivamente certos grupos socio-profissionais, como os funcionários públicos e os pensionistas. 

Contudo, e chegados aqui, temos um problema de emana da motivação pessoal de A. Costa e do seu projecto de vida política para o futuro no curto e médio prazos. Significa isto que o actual edil da capital preferi(rá) jogar no tabuleiro das presidenciais (apoiado naturalmente pelo PS e pela esquerda da esquerda, o que é verosímil), do que procurar, nesta fase mais sénior da sua vida pública, disputar a liderança do congresso no PS para destronar o frágil Seguro e, desse modo, posicionar-se na corrida às próximas eleições legislativas contra o incompetente Passos Coelho.

Ou seja, seria útil para o PS e para Portugal que Costa assumisse, desde já, os comandos do partido de molde a passar a fazer uma verdadeira oposição ao governo, mas este é um caminho que ele já declinou internamente; resta-lhe o caminho de Belém, mesmo que ele saiba que deixa o PS entregue a alguém que só muito dificilmente conseguirá afirmar-se como alternativa credível, ganhar as próximas eleições legislativas e governar eficientemente Portugal no sentido de o devolver à normalidade politico-constitucional e à senda do crescimento económico e do desenvolvimento social. 

A. Costa conhece como ninguém este quadro de possibilidades, e parece agir - por acção e omissão - no sentido de consolidar o trilho de Belém, e se assim for não deixará de ser (ainda que por omissão) o co-autor do crime político que está em curso pelo facto de o PS de Seguro não ter ainda conseguido afirmar-se com autoridade que faz de qualquer oposição um actor político credível e preparado para a complexa tarefa da governação. 

Entre o desafio do trabalho político árduo e a zona de conforto que vai da Praça do Município ao Palácio Rosa - Costa não hesitará em escolher este último caminho. É, aliás, para isso que ele já há muito trabalha.

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sexta-feira

Belém Cavaco Silva assinala 40 anos do 25 de Abril com conferência


Portugal tem um PR que viola a CRP e, mais grave, permite que o Governo a viole; coloca-se na posição de vender acções do BPN numa situação de out of market, ou seja, out of law, violando as regras impostas pelas CMVM. Em 1987, quando desempenhava funções de PM - teve esta atitude relativamente a Nelson Mandela - completamente subserviente (documentada na imagem supra), só para agradar ao Reino Unido e aos EUA (de quem era/é aliado no âmbito da NATO, etc), então duas potências de ideologia ultra-conservadora. 

Agora, conforme anunciou, pretende organizar o 25 de Abril de 2014 sob o lema do compromisso, do desenvolvimento e da democracia, temas, de facto, interessantes mas parece que esses valores, princípios e direitos (sociais, económicos e culturais) deviam ser acautelados diariamente pelo Presidente da República (no exercício das suas funções), e não hipocritamente encenados em cerimónias oficiais cujo efeito é meramente simbólico. 

Cavaco tem-se transformado no Américo de Tomás do 1º quartel do séc. XXI e revela, pelo que pensa organizar, uma ignorância total pelo texto da Constituição da República Portuguesa que viola recorrentemente, mas que diz querer salvaguardar nas próximas comemorações do 25 de Abril de 2014.

No Natal alguém deveria oferecer uma CRP ao sr. PR, talvez do doutor David Justino, que organiza o evento, o possa ajudar a compreender melhor o texto fundamental que Cavaco, perversamente, viola semanal e mensalmente ao não enviar (preventivamente) para o TC os diplomas que o Governo, de forma usurpadora, pretende fazer aprovar para prejuízo dos portugueses e como empobrecimento do país. 

Ainda nem ao Natal chegámos, e Belém, como não tem mais nada que fazer, já só se preocupa em organizar um evento que só tem lugar daqui a 150 dias. 

Tenho para mim que, até lá, muita gente morre...

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quarta-feira

Manuel Alegre: o poeta que queria ser PR

Manuel Alegre é o candidato do BE que também quer o apoio do PS para Belém. Durante um ano andou de braço dado com o partido radical de Louçã propondo tudo e mais alguma coisa, só porque era populista; durante décadas assentou arraiais no parlamento como deputado e nenhuma proposta de lei se lhe conhece em prol do país e dos portugueses; hoje passeia-se pelos escaparates e aproveita o tempo de antena que as estações de tv indevidamente lhe concedem - por cause de Belém - mas que o poeta aproveita para ir publicitando os seus livrinhos. Ora, isto deveria sugerir ao poeta alguma reserva, até por motivos comerciais e publicitários, já para não falar nas questões éticas que o oportunismo político do poeta revela desconhecer. O que é lamentável e diz muito da sua forma de esmifrar a democracia que o tem servido. Alegre ainda não percebeu uma coisa: divide mais do que federa os portugueses, e dentro do PS tem mais anti-corpos do que apoios. E não basta ter o apoio do autarca da capital, virtual nº 2 do PS para que o poeta seja empurrado para Belém pelo actual partido no poder. Portugal precisa de alguém que conheça efectivamente os problemas do país, que conheça por dentro o funcionamento do Estado e que seja um conhecedor experimentado nas questões internacionais, por onde passa boa parte das decisões de teor económico e financeiro que interessam a Portugal. Alegre não goza de nenhuma dessas qualidades, restando-lhe, hoje, mui sofrivelmente, arrastar-se diante das estações de tv a promover os seus livrinhos que, parece, são de leitura obrigatória por parte dos amigos e da entourage e demais brigada do reumático que o acompanha. De facto, o poeta dá um "bom" candidato do BE a uma autarquia de subúrbios, tipo Salvaterra de Magos e uma péssima imagem ao país. Ainda que concentre em si um capital político e simbólico contra a ditadura feito no exílio, mas isso não faz dele, salvo o pensamento de algumas aves-raras autárquicas que sonham em destituir Sócrates do poder, um candidato natural a Belém. A não ser na sua cabeça e, pelos vistos, na de Anacleto Louçã.

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quinta-feira

Um presidente da República submetido aos media, aos juízes e à opinião. Mais vale partir uma perna...

Ao visionar ontem a entrevista do sr. PR fiquei convencido que ele sucumbiu definitivamente a essa santa trindade de poderes composta pelos juízes, pela mediacracia e, por extensão, pela opinião. Confesso que me preocupou ver tanto a-criticismo, tanta acefalia, tanta falta de capacidade de ver o lado escondido das coisas que hoje constrangem Portugal nos seus factores de modernidade e de desenvolvimento, e são, precisamente a falta de justiça, o excesso de vedetismo e uma incapacidade para crescermos relativamente aos parceiros europeus que constituem as raízes do nosso subdesenvolvimento. Ora, creio que os portugueses não esperam do seu PR alguém que diga que sim a tudo: aos juízes, aos media, e se submeta ao império da opinião pública, fugindo às questões menos simpáticas, só porque cavaco silva quer ser, também, o candidato do PS à Presidência da República em 2011. A hipocrisia e o cinismo em política têm (ou deveriam ter) limites...
São essas três dimensões - juízes, mediacracia e opinião pública (que é uma filha pródiga das sondagens) que hoje escavacam o Político, inibindo-o e sacrificando-o de vôos mais altos em prol do desenvolvimento do país. Cavaco sabe disso, por isso se metamorfoseou para se ajustar ao novel contexto pré-eleitoral e recuperar os pontinhos que perdeu pelo mau mandato que tem feito, sendo as escutas artificiais a Belém - que levou à demissão do seu super-assessor - o climax desse desaire psico-político.
Aliás, se fosse um E.T. e caísse de súbito em Portugal para ver aquela rara entrevista, repleta de lugares-comuns, diria que cavaco trabalha árduamente para ser o candidato de Sócrates e do PS nas presidenciais, "matando", assim o poeta Alegre e o homem da AMI, o médico sem fronteiras, o cosmopolita Fernando Nobre. Ir contra aquela santa trindade era desafiar a guilhotina política, mas Cavaco quer estar de bem com todos, daí os termos e o modo daquela entrevista.
Só que isso tem um efeito perverso, ou seja, Cavaco, mais uma vez, sacrificou a democracia, amputando-a pelo jogo sórdido que hoje juízes, mediacracia e opinião fazem, para se promover pessoalmente neste jogo democrático, pois bem sabemos como é cúmplice a relação entre juízes e media, e não é de ontem. De resto, os magistrados estão até cada vez mais parecidos com os novos jornalistas, eles tendem a entender-se porque sociológicamente são categorias intermutáveis, partilham dos mesmos valores e a sua aliança é indefectível, e ambos odeiam o político.
Ou seja, os juízes e os jornalistas alimentam-se mutuamente. O juíz precisa do jornalista para ser a sua caixa de ressonância na sociedade. Uma inculpação pública tem um valor de um julgamento, e o princípio da presunção da inocência é um valor-direito que desaparece automáticamente ante o veredicto do império da santa opinião dos comentadores de serviço. Mas, pelos vistos, cavaco não está preocupado com este tipo de direitos, apenas se quer acautelar com os seus interesses de imagem de modo a que não fiquem beliscados nesta próxima campanha eleitoral para Belém. Neste sentido, Cavaco revelou o mais puro cinismo político, digno duma avaliação de Diógenes...
Cavaco já não se importa que o segredo de justiça seja violado, que alguns media continuem na sua campanha difamatória a certos agentes políticos e a instituições e órgãos de soberania, que alguns sindicalistas ligados à corporação dos magistrados faça política de bastidores e se alinha com os partidos da oposição. Verdadeiramente, essa cumplicidade concupiscente não preocupa cavaco.
Pelo lado dos media que melhor cheque em branco poderá haver senão o apoio do aparelho judiciário... Uma inculpação representa para um jornalista um certificado de qualidade que o converte num herói, é como se ele recebesse o prémio Pulitzer. Os jornalistas, tipo Felícia Cabraita, tornaram-se hoje auxiliares de justiça, e esta agradece, até porque tem pouco meios para fazer eficientemente o seu trabalho.
E assim a verdade mediática se vai substituindo à verdade efectiva das coisas, como diria Nicolau Maquiavel. As emoções fazem o resto, com prejuízo para a razão. O sonho de Eduardo Moniz seria abater politicamente Sócrates. Nem que seja pelo prazer mórbido que esse acto daria à sua dama, autora do pior jornalismo de sarjeta feito em Portugal no pós-25 de Abril.
Por seu turno, a democracia representativa, ante aquele amén sistémico que Cavaco deu aos juízes e à mediacracia instalada, é literalmente cilindrada pela democracia de opinião, pelo peso dos inquéritos e das sondagens, que é um par infernal que hoje mina a democracia. Tal significa, que hoje vivemos emparedados pelos media e pela má justiça, são esses os dois vectores que hoje (mais) bloqueiam a sociedade e convertem aquilo que deveria ser a informação num espectáculo mediado por imagens, escândalos e zanga de comadres. Basta ver no que se transformou as comissões de Ética e de Inquérito na AR para constatar isso mesmo. E foi isso que me chocou na entrevista de cavaco, conivente com todas essas más práticas, cúmplice dessas facadas à democracia pluralista e ao rule of law, querendo agradar a tudo e a todos com prejuízo para todos os princípios de direito e valores que deveríamos todos subscrever.
Em nome de quê??? Belém.
Será isto aceitável?!
Será um actor político deste tipo que os portugueses querem para Belém para os próximos 4 anos?! Não creio...
Hoje sinto, como mero cidadão, que é a mediacracia quem tutela a nossa democracia. É como se alguns gestores de fluxos de informação tivessem o controlo dos botões dos órgãos de soberania, e depois os funcionários judiciários corruptos assumem o papel de passadores de informação para linchar publicamente A, B e C. Corruptos esses que vão enriquecendo pela venda aos jornais dessa informação confidencial que extraem aos processos que deveriam guardar, mas que acabam impunemente publicadas.
Cavaco pode ter evitado tocar nas feridas que hoje bloqueiam o país, pode ter agradado aos juízes, pode ter investido nos media e na sua imagem, mas enfraqueceu o Político - porque a sua acção tem sido fazer dela a sua vítima entalado que está nessa santa trindade de poderes altamente perniciosos em Portugal: a mediacracia, a opinião e as magistraturas - em cujos privilégios Sócrates tocou.
Cavaco deixará um legado negativo ao longo destes quatro anos. Pois em vez de dar alguma continuidade modernizadora e desenvolvimentista que conseguiu enquanto foi 10 anos PM do país, hoje, como locatário de Belém, apenas tem sido um semeador e instabilidade política, um ventilador de fugas de informação através dos seus assessores para uma certa imprensa amiga, um fautor de golpes de estado gorados de que Fernando lima foi apenas um bode expiatório. E é isso que ficará no seu registo histórico de Belém: alguém que fez com que o homem público hoje viva inquieto perante o juíz, angustiado perante os media e obcecado pelo império da opinião pública.
Quanto ao legado que cavaco deixará no cidadão comum é tão mau que nem valerá a pena descrevê-lo. Como cidadão, como português apenas me sinto não representado pelo actual PR, que representa hoje uma opressão à sensibilidade e à inteligência de cada um de nós que só por uma grande bebedeira é que me levaria a votar nele no próximo acto eleitoral.
E o mais grave é que também não estou a ver alternativa credível para o derrotar, por isso acho que vou partir uma perna (ou as duas) e ficar em casa, só para não ir votar.

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terça-feira

Manuel Alegre e o movimento, Cavaco - o prestidigitador. O pior do "Estado-espectáculo" em Portugal

Todos sabemos que, enquanto deputado e político Manuel Alegre nunca deu nada a Portugal. Não teve uma única proposta de lei no Parlamento que cuidasse dos interesses dos portugueses, não valorizou a economia do país, não ajudou a criar riqueza. Sempre viveu à sombra das benesses do PS. Por outro lado, Alegre sempre teve uma carga simbólica, ligada à luta contra o fascismo e, aí, sim, deu um contributo histórico para abater o salazarismo e combater, do exterior (radiofónico), a ditadura em Portugal. Como poeta é o que é: uns gostam; outros nem por isso, mas gostos não se discutem. Mas Alegre não hesitou em conspirar recentemente com o BE para tornar refém o seu PS, pois ninguém acredita que Alegre estava preocupado com os pensionistas, os trabalhadores precários ou mesmo os desempregados.
Alegre sempre fez show-of para aparecer na praça pública e ter a atenção canibal dos media - que ele tanto aprecia. Sendo unipessoal - a candidatura à PR qualquer candidato com mais de 35 anos poderá fazê-lo, só que, não sejamos ingénuos, nenhum candidato se lança para Belém sem acordar préviamente esse lance com o partido da sua eleição, neste caso o PS. Alegre, ao invés, avançou sem dar cavaco ao PS para, precisamente, condicionar o PS de Sócrates e alavancar-se com o apoio mais do que declarado (e oportunista) do BE (e tímido do PCP), o(s) partido(s) radicais do sistema político português. Quando se procura identificar o projecto de Alegre para Portugal apenas confirmamos meia dúzia de generalidades que já são habituais no poeta.
Quanto à Europa o poeta revela até um desconhecimento do actual equilíbrio de forças comunitário e pouca cultura política europeia reflecte. Encher a boca só com a pátria é, convenhamos, curto. De modo que Alegre é mais um candidato auto-imposto do que desejado pela sociedade, e grande parte do PS nem sequer o tolera. Isto não significa que o poeta não tenha já o seu lugar na história da fundação do PS, na luta e afirmação pela democracia e pela liberdade, mas não devemos confundir as coisas nem os desafios que ora temos pela frente. Alegre é, pois, um homem do passado, não tem qualquer projecto modernizador ou renovador para Portugal, e o nosso país precisa de algo mais do que de lirismos arqueológicos que afirmam com uma mão o chicote, ao estilo faraónico, com a outra o gancho (para travar o PS de o desapoiar).
Ou seja, o poeta - não tendo nenhum projecto interessante para Portugal - tem, contudo, o micro-poder de matar-moscas, i.é, manusear o chicote da micro-política para admoestar "o seu" PS (que ele detesta - assim como Sócrates o detesta a ele) e por em movimento, extemporaneamente, a "carroça" das presidenciais. Dispondo do chicote - para acelerar o seu carro de combate, o poeta-Alegre tem também o gancho para o travar, para reter as rédeas, portanto, o poeta tem hoje concentrado nas suas mãos um poder desproporcionado à sua efectiva importância e estatutura política: acelerar e travar o processo relativo às eleições presidenciais, qual espécie de poder faraónico simultaneamente de catalizador e de retenção e freio.
Contudo, e porque o país não se pode permitir a este tipo de charadas fora de prazo, Alegre será sempre o responsável pelo pior que a política espectáculo representa, convertendo-a numa espécie de companhia de teatro fora de tempo, e isto acontece por causa da vaidade descontrolada dos homens e da sua gula e soberba pelo poder. Alegre tem essa luxúria pelo poder, quiça animada pelo milhão de votos que teve nas últimas presidenciais que ele julga poder replicar no próximo acto eleitoral, mesmo não colhendo sociológicamente ao centro, como ontem, e bem, sublinhou António Vitorino - para quem Alegre também não será o melhor candidato presidencial para derrotar o mediano Cavaco - que tem feito um péssimo mandato.
De cavaco haverá muito pouco a dizer, tudo de mau nele já há muito é conhecido. Talvez represente o papel daqueles prestigitadores cujo princípio de acção elementar consiste em chamar a atenção para uma coisa diferente daquela em que ele está a pensar ou a fazer. Pois é sabido que Cavaco nada mais tem feito desde que foi eleito - do que preparar-se para o 2º mandato. Tem sido essa a sua preocupação diária em Belém, além de conspirar contra o PM através do seu assessor de imagem Fernando Lima cuja cabala (das famosas escutas) se descobriu, mesmo quando faz aqueles roteiros pelo Portugal-profundo a vender a sua marca. Logo, a autenticidade do seu discurso é tão falsa quanto a preocupação de Alegre com os pensionistas, com os trabalhadores precários e com os desempregados de Portugal.
O nosso país, confesso, merecia muito melhor do que esta charada que evoca aquelas companhias de teatro já muito decadentes e fora de prazo que só representam em ruínas para uma plateia de duas, três pessoas. Mas os portugueses têm o que merecem, e se quiserem mudar de vida basta que rejetem estes dois putativos candidatos que não representam o melhor que os portugueses têm para oferecer.
Todavia, não posso deixar de problematizar aqueles analistas oportunistas que, talvez por dever de solidariedades poéticas, tanto criticam em privado o Estado espectáculo - que até ensinam às criancinhas na faculdade - e depois são os primeiros - a um ano de distância das eleições presidenciais - a engrossar a dramatização em política, no duplo sentido da palavra: pôr em cena, em análises e "opiniões-macacas", pseudo-intenções, discursos e imagens de candidatos presidenciais que nitidamente exageram a sua importância, a sua gravidade e o seu carácter trágico.
Creio que o povo português já é suficientemente maduro quer para desmontar as intenções de Alegre, como também diluir as opiniões daqueles "politicólogos de aviário" que procuram iludir ainda mais os portugueses apelando aos mecanismos do Estado espectáculo que tanto criticam em privado. Esta gente pouca moral tem para falar e, por isso, nenhum crédito merece quando debitam opiniões insustentáveis no espaço público.
Colocar este factóide de Alegre e das presidenciais no centro do debate político em Portugal (a um ano de eleições )é, literalmente, gozar com os portugueses.

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