quinta-feira

Sampaio da Nóvoa: o presidente-culto e próximo das pessoas

Nota prévia: Sem ser o candidato ideal na área do centro-esquerda - Nóvoa pretende ser ou cultivar a imagem do "presidente-culto", humilde, independente e deixando uma imagem de homem público próximo das pessoas comuns, ao invés do perfil distante, frio, tecnocrático, arrogante e profundamente inculto representado pelo sr. Silva, que é de Boliqueime mas nunca teve a "ciência" de saber citar António Aleixo, por exemplo, um poeta quase analfabeto de Loulé. 

Nóvoa cita Sophia frequentemente, Cavaco não cita nada, nem o Finantial Times, e nesta mega-crise da TAP, que ameaça não apenas destruir o valor económico à principal empresa-bandeira do país, como também destruir a fileira do turismo em Portugal - Nóvoa promete alterar qualquer coisinha. 

Entre as promessas de Nóvoa e a cumplicidade criminosa de Cavaco contra os portugueses e a economia nacional, teremos de reconhecer, sem concessões à razão, que Nóvoa está uns furinhos acima do sr. Silva, o que também não seria difícil atendendo à prestação sectária do sujeito. Nóvoa promete ainda ser "isento", pois se o conseguir em boa parte do seu mandato já terá tido alguma utilidade e realizado mais do que o seu predecessor. 

Contudo, falta ainda a cartada maior do centro-direita, na figura do comentador-mor, Marcelo Rebelo de Sousa - para quem, se calhar, estas eleições presidenciais não serão, afinal, um passeio (alegre) Belém. 

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Sampaio da Nóvoa é candidato a presidente e não quer "deixar tudo na mesma"

"Os portugueses bem quem eu sou e de onde venho mas não me candidato para ser presidente de apenas alguns portugueses". Sampaio da Nóvoa falava na sessão de apresentação da sua candidatura a Presidente da República, em Lisboa, num discurso em que prometeu ser "totalmente independente" e combater que o interesse nacional seja capturado por "grupos de pressão".
O Teatro da Trindade encheu-se para ouvir o primeiro discurso de Sampaio da Nóvoa enquanto candidato presidencial. De fora da sala ficou muita gente. Tanta, que o ex-reitor da Universidade de Lisboa teve que ensaiar um novo discurso para aqueles que não conseguiram assistir ao primeiro.
"Não venho para deixar tudo na mesma. Venho para juntar os portugueses em torno de um projeto de mudança, para restaurar a confiança na nossa democracia e no nosso futuro, com esperança, com determinação, com a coragem que os portugueses sempre revelaram nos momentos mais difíceis da sua História", disse no discurso de candidatura.
Depois de assegurar sentido de responsabilidade e isenção se for eleito chefe de Estado, o ex-reitor da Universidade de Lisboa deixou um aviso muito concreto: "Não serei um espetador impávido da degradação da nossa vida pública".
"O Presidente da República tem de restaurar a confiança dos portugueses no Estado de Direito, nas instituições, na autoridade moral e na credibilidade de quem desempenha um cargo público. Tudo farei para reforçar a democracia, para estimular governos e oposições a cumprirem as suas funções com sentido reformista e de Estado, para consolidar a cooperação institucional, para promover uma maior participação dos cidadãos na vida pública", acrescentou.
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quarta-feira

A "democracia de esquema" da maioria parlamentar

Nota prévia: A UTAO foi erigida em órgão soberano (pela coligação da troika nacional) e fiel representante da vontade dos eleitores em escolher as várias opções de políticas públicas que constam dos programas eleitorais e que são comunicadas à sociedade pelos partidos. O PS caiu nesta esparrela, e não sairá dela imune. E com aquele líder parlamentar (Ferro Rodrigues..), pior ainda. Veremos. Quanto à UTAO.., ainda a veremos convertida em partido político a defender um misto das melhores ideias que vai coligindo por parte de cada um dos partidos e dos respectivos programas partidários. Pobre eleitor que se vê progressivamente arredado destas jogadas politico-partidárias com incidência na manipulação parlamentar por parte duma maioria cujo saldo para o país é só um: empobrecimento.

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PSD vai forçar a análise das contas do PS pela UTAO, link


O relatório “Uma Década para Portugal” foi coordenado por Mário Centeno (à esquerda, com Galamba e Costa). Este documento será uma base de trabalho para o programa eleitoral do PS, que será apresentado a 6 de junho
O relatório “Uma Década para Portugal” foi coordenado por Mário Centeno (à esquerda, com Galamba e Costa). Este documento será uma base de trabalho para o programa eleitoral do PS, que será apresentado a 6 de junho.
Socialistas defendem que a análise ao programa económico extravasa as competências daquele organismo. Mas grupo parlamentar do PSD levará tema à comissão parlamentar.
O PSD e o CDS vão utilizar a maioria parlamentar de que dispõem para obrigar a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental, organismo que apoia o Parlamento em matérias financeiras) a analisar as propostas do programa macroeconómico do PS. Os socialistas respondem que essa análise iria extravasar as competências da UTAO.
O grupo parlamentar do PSD confirmou ao DN que seguirá o que foi decidido pela direção do partido: se o PS não submeter o seu programa macroeconómico à UTAO por livre iniciativa, os deputados da maioria (o CDS dará cobertura aos sociais-democratas) avançam com o pedido através da Comissão de Orçamento e Finanças (COFAP).
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A inutilidade extrema de Cavaco silva

O sr. silva, em modo de pensamento automático


- "Lamento dizer, mas eu só sirvo para cortar fitas".

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Muitos de nós perguntam-se para que serve a função constitucional e a missão política do PR, mormente nesta fase recessiva e turbulenta da vida nacional. Um momento atravessado por profundas crises económicas, sociais e financeiras - de que a ameaça de greve pelo sindicato dos pilotos da TAP - com cerca de 300 alminhas - representa o maior risco do momento para a sustentabilidade de uma empresa de bandeira, a TAP, e o conjunto da economia nacional, condicionada que está pela relevante fileira do turismo - que fica profundamente afectado por esta greve injusta e ilegítima agendada por 10 dias, qual crónica duma morte anunciada...

O Governo e a oposição consideram ilegítima esta greve, os operadores do sector e a generalidade dos trabalhadores da TAP também, a sociedade civil, na sua generalidade, olha para os pilotos com desconfiança, e salvo os próprios pilotos.., ninguém mais quer ou admite que uma empresa verdadeiramente nacional - que projecta a imagem externa de Portugal no mundo - possa ficar refém deste "sequestro político" feito por pilotos irresponsáveis e caprichosos.

Eis um momento verdadeiramente excepcional que exigiria a intervenção especial do PR, mediante uma tomada de decisão pública firme pela ilegitimidade da greve e pela imputação das suas consequências aos pilotos responsáveis por ela. 

A não (saber) agir atempadamente, o sr. Silva revela que nunca soube como desempenhar o seu papel constitucional no quadro do sistema político; revela desconhecer o magistério de influência que um PR deve ter, mormente em conjunturas de profunda crise de valores e decadência política (pautada pela corrupção que atinge o XIX Governo Constitucional que ele apoia), e ainda não sabe ser um líder num período de intranquilidade social.

Numa palavra: cavaco silva comporta-se como um agente político profundamente egoísta, apenas preocupado com a sua carreira política e a forma como irá terminar o seu (miserável) mandato. E é em prol dos "valores" do seu umbigo que deixa uma nação a arder, ante uma greve que ameaça cilindrar a principal e mais simbólica empresa-bandeira do país, a TAP, e empobrecer a fileira do turismo (a galinha dos ovos d´ouro) em Portugal.

Um PR assim não merece o ar que respira, quanto mais ser o (ainda) locatário do Palácio Rosa. 

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Vistos Gold: buscas na Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, Ministério do Negócios Estrangeiros e Administração Interna


Nota prévia: Agora que os amigos de Miguel Macedo e Paulinho Portas estão em prisão domiciliária - as autoridades conseguiram extrair mais informações aos denunciantes encarcerados, os quais verão as penas aliviadas se "bufarem", e como bons "bufos" que são - bufam. Tudo, portanto, em linha com o verbo BUFAR.

- Seria também interessante que se investigasse a Miss Swaps, conhecida por, além da austeridade desnecessária e contraproducente, cometer reiteradamente PERJÚRIO na Comissão parlamentar de economia e finanças no âmbito da realização dos contratos swaps, ruinosos para o erário público. Foi para isto, CORRUPÇÃO pura e dura.., que o ministro dos submarinos fez esta lei dos vistos GOLD, e onde está Paulo núncio, um boy de mão de Portas, estão os fortes indícios de corrupção. - Consabidamente, a missão de Núncio consiste em proteger o PM em S. Bento, mas tudo isto já começa a cheirar mal neste podre reino da Dinamarca... 


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Vistos Gold: buscas na Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, Ministério do Negócios Estrangeiros e Administração Interna, link

Vistos Gold: buscas na Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, Ministério do Negócios Estrangeiros e Administração Interna
Estão a decorrer 34 buscas a organismos públicos, empresas e residências particulares. Há suspeitas de crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais.
Segundo a Sic Noticias, estão a decorrer buscas no ministério dos Negócios Estrangeiros, ministério da Administração Interna e em empresas. Elementos da Polícia Judiciária estão também a fazer buscas nas instalações da direção regional do Norte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no Porto, revelou a Lusa.
A PGR confirma que no âmbito do inquérito dirigido pelo DCIAP estão a decorrer várias diligências - 34 são buscas"em diversos organismos públicos, nomeadamente serviços da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), serviços do Ministério das Finanças, entre outros, bem como em diversas empresas e residências particulares".
Neste inquérito "investigam-se, entre outras, matérias relacionadas com a atribuição de vistos gold e estão em causa suspeitas de crimes de corrupção, tráfico de influências, peculato e branqueamento de capitais", garante a PGR.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros também já confirmou que uma equipa da Polícia Judiciária, sob a orientação do Ministério Público, está a proceder a buscas nas instalações da direção-geral dos Assuntos consulares e comunidades portuguesas.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros informa que uma equipa da Polícia Judiciária, sob a orientação do Ministério Público, está a proceder a buscas nas instalações da direção-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, no âmbito de processos que envolvem matérias daquela direção-geral", refere o comunicado.
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terça-feira

Narrativas Irónicas: Inspecção do Trabalho em greve

Nota prévia: Reduzidas a meras "jarras de flores" para enfeitar secretárias velhas, os funcionários da Inspecção do Trabalho, pasme-se, lutam por melhores condições de trabalho. 

- Em casa de ferreiro..., encontramos o rapazola de Massamá!!!

- Com estes serviços sobrecarregados a fiscalização às empresas não se faz, e, como tal, perpetuam-se os abusos e as situações de exploração na relação trabalhador-empresa, que é o que agrada a este Governo e à ministra da Finanças em concreto. Pois é dessa exploração ou deficiente verificação das condições de trabalho que o Estado, este miserável estado a que chegámos, julga poupar uns milhões à fazenda pública, mesmo que os perca pela janela da falta de competitividade e motivação no trabalho, condição essencial para se ser competitivo no mundo globalizado. 

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Trabalhadores da Inspeção do Trabalho em greve por falta de condições de trabalho, Link


Trabalhadores da Inspeção do Trabalho em greve por falta de condições de trabalho
Fotografia © Jorge Amaral/Globalimagens
É a primeira paralisação em 20 anos e abrange inspetores, técnicos superiores, assistentes técnicos e operacionais, num total de 700 trabalhadores.
Os trabalhadores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) estão hoje em greve, a primeira em 20 anos, em protesto contra as más condições de trabalho, estando prevista uma concentração destes funcionários em Lisboa.
A greve, que foi convocada pelo Sindicato dos Inspetores do Trabalho (STI) e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), pretende chamar a atenção do Governo para a falta de condições de trabalho, nomeadamente a sobrecarga de trabalho administrativo, que reduz o tempo disponível para as inspeções nas empresas.
Pelas 9.30 de hoje os trabalhadores da ACT deverão concentrar-se em frente ao Centro Cultural Casapiano, em Lisboa.
O protesto, que acontece no Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e no Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho, deverá contar com as presenças do secretário-geral da UGT, Carlos Silva, do secretário-geral do SINTAP, José Abrãao, e com a presidente do SIT, Armanda Carvalho.
"As pessoas atingiram o seu limite e têm o direito à indignação. Por isso convocámos esta greve, que é a primeira em 20 anos, marcada especificamente para os nossos serviços", tinha já dito à agência Lusa a presidente do SIT, Armanda Carvalho.
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Recuperar David Mourão-Ferreira

Recuperar David Mourão-Ferreira é respirar de novo, embora consumindo mais O2. Credivelmente humano, porque capaz de expor um mundo onde coabitam dois valores contrapostos: a hipocrisia reinante - que pouco ou nada vale quando compulsada à vivência do amor não importa em que condições. Mas também este nunca é absoluto, merece uma ou várias reservas. Daí a interrogação: o que vale, afinal, o amor sem o amor!? Certamente, mais do que um breve sorriso.

Foto de Graça Silva.

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segunda-feira

Aqui, d’el rey - por Eurico Heitor Consciência -

Aqui, d’el rey

Acudam. Acabo de ler nos jornais que o programa económico do Partido Socialista foi feito por 12 economistas. Doze economistas! Doze!! Doze – leram bem.
Todos sabemos que os economistas erram mais do que os meteorologistas e não me esqueço de que, anos atrás, os meteorologistas eram conhecidos não por meteorologistas mas por mentirologistas, porque, com frequência despontava sol abrasador num dia em que os meteorologistas tinham previsto chuvas torrenciais, e chuva a cântaros ou potes num dia em que eles tinham anunciado um sol de ananases.
Mas, dos economistas, todos fomos aprendendo sofridamente que haverá raios, coriscos, granizo, trovoadas, tufões, ciclones e tempestades no dia em que eles previrem a bonança do crescimento económico e do pleno emprego dos portugueses.
Hão-de – ou há-dem, na gramática do Sr. Dr. Jorge Coelho das Obras Públicas e da Mota-Engil -, hão-de lembrar-se daquele ministro que, anos atrás, asseverou que a crise já acabara e que já tinha começado o crescimento económico de Portugal. E que no Parlamento até fez aquele gesto que o celebrizou como ministro dos corninhos.
Viu-se.
Era economista no defunto Banco Espírito Santo. Parece que por onde ele passou não houve crises…
Confesso que sou dos que entendem e proclamam que onde está um economista já estão economistas a mais. Então doze! Doze! Logo doze! Não pode ter saído dali grande coisa…
Como que antecipando-se às minhas suspeições, um daqueles doze já se foi justificando com dizer que “a economia não é uma ciência exacta”.
Disse que a economia não era coisa exacta, mas chamou-lhe ciência! Nem mais nem menos : ciência!
Ciência, a economia!… Só nos faltava ouvir essa!
Que topete!
Doze! Logo doze! Doze economistas juntos davam para arrasar qualquer continente, quanto mais Portugal, o Portugal dos pequeninos.
Acudam. Aqui d’el rey.

Eurico Heitor Consciência

P.S. – Abrantes teve grande relevo na comunicação social, na passada semana.
A revista Sábado fez uma extensa reportagem sobre o espantoso campo de basebol que nos custou 500.000,00 € e que agora está às moscas, sendo que a Presidente da Federação mora no Canadá, mas a sede da Federação é em Abrantes. Valha-nos isso.
Outras referências extensas foram no Público, a propósito da prisão do administrador do Grupo Lena e da sua ligação ao Sócrates, porque Abrantes foi dos municípios do PS em que, nas obras públicas, a Lena tomou conta de tudo ou quase tudo quando o Presidente da Câmara era o devotado Nélson de Carvalho. Não contente com isso, a Lena roubou à Câmara de Abrantes o devotadíssimo vereador Júlio Bento, que era justamente o vereador das obras, e que se reformou da Câmara e foi dali para director ou administrador duma das empresas do Grupo Lena.
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Obs: Depois disto, que não é novidade na III República, apetece dizer uma coisa: é um fartar de vilanagem...
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Thomas Piketty veio a Lisboa reafirmar o erro grosseiro da Austeridade

Nota prévia: Com efeito, a Austeridade imposta pelo XIX Governo (in)Constitucional, e cozinhada e radicalizada à boleia da Troika, só tem trazido e avolumado os factores negativos ao crescimento da economia portuguesa. Se exceptuarmos as taxas de juro, importantes para o valor dos empréstimos que temos de liquidar ao FMI, os restantes indicadores socioeconómicos ficam cilindrados por aquela imposição financeira que trucida a actividade económica, impede o investimento directo estrangeiro (salvo o chinês via vistos Gold, e com a corrupção conhecida...), intensificou a taxa de desemprego e potenciou a emigração económica. Ou seja, os dados da economia nacional, dos pequenos e médios circuitos económicos, da actividade agrícola passando pela restauração e outros serviços - foi completamente "engolida" pela austeridade apregoada por um Governo sem uma ideia e um desígnio para Portugal. A obsessão de Passos coelho apenas se centra na ideia de Paulinho portas, e são estas duas rameiras políticas do nosso sistema partidário, já com escassa legitimidade política, que reduziram a "empresa-Portugal" a um único objectivo pessoal: viabilizar a perpetuação no poder através duma coligação contra-natura que não tem conseguido e sabido modernizar e desenvolver Portugal com crescimento e coesão social e económica.

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"Novas eleições em Portugal ou em Espanha podem fazer uma diferença na reorientação da Europa. Acho que na Europa estamos a cometer um erro ao pensar que podemos simplesmente reduzir uma dívida pública tão grande ao adicionar mais austeridade a mais austeridade", defendeu Thomas Piketty.
Mais austeridade que, diz António Costa, só tem aumentado as dívidas públicas e diminuído a capacidade de resposta dos países.
"Portugal é um exemplo de facto de que a austeridade não resolve o problema da dívida. Depois de quatro anos de austeridade, com cortes de salários e de pensões e com aumento da carga fiscal, a verdade é que temos hoje uma dívida 30 pontos percentuais acima daquela que tínhamos e com piores condições para poder pagá-la. É preciso pôr termo à política de austeridade", sustentou o líder socialista.
Para Thomas Piketty, que é já considerado um especialista na questão das desigualdades económicas, a história até tem demonstrado que, noutros tempos, também as grandes dívidas públicas de países como a França ou Alemanha, forma solucionadas com mais crescimento e não mais austeridade. Por isso, defende o economista, os dois países têm agora uma quota-parte de responsabilidade na situação de países como a Grécia ou Portugal.

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Nomeações na Segurança Social causaram "muito desconforto. Afinal, para que serve a CreSap?

Nota prévia: Este reconhecimento técnico e político de que, afinal, a CreSap (Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública) de nada serve deveria servir também para equacionar o papel deste órgão de selecção e recrutamento de altos quadros do Estado, a sua utilidade e a credibilidade da sua direcção, demasiado pessoalizada. Um responsável que admite publicamente que a instituição que dirige não é respeitada nem levada a sério pelos poderes públicos, deveria assumir as consequências desse reconhecimento óbvio, ou seja, João Bilim há muito que se deveria ter demitido e o papel, competências e poderes da CreSap ser repensado e redefinido, sob pena de se degradar a sua missão  em cuja credibilidade hoje ninguém acredita.

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Nomeações na Segurança Social causaram "muito desconforto", dn

Nomeações na Segurança Social causaram "muito desconforto"
Fotografia © Manuel de Almeida/Lusa
Presidente da CreSap, João Bilhim, admite "tristeza" com as nomeações políticas feitas na área da Segurança Social. Maioria dos Centros Distritais foi entregue a responsáveis do PSD e CDS.
O presidente da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CreSap), João Bilhim, admite, em entrevista à Lusa, que sentiu "muito desconforto" e "tristeza" com as nomeações políticas feitas na área da Segurança Social.
Em causa estão as nomeações para os Centros Distritais da Segurança Social (CDSS) onde, segundo um trabalho publicado pelo Jornal de Negócios em fevereiro, a maioria dos cargos foi entregue a responsáveis do PSD e do CDS.
João Bilhim diz só ter conhecimento do assunto pela comunicação social, uma vez que o trabalho da CreSap é o de apresentar três nomes ao Governo que, a partir daí, faz a sua escolha. Ainda assim, diz que esta é uma situação que "dá muito desconforto".
O responsável admite que nunca pensou que "acontecesse o que aconteceu nos CDSS: "Entristeceu-me imenso. Acreditei profundamente que o membro do Governo ia escolher aleatoriamente. Nunca previ que existisse uma preocupação, uma fome tão grande, achava que, enfim... Desconsolou-me. Não gostava que isso tivesse acontecido, sempre achei que o Governo iria escolher em termos técnicos, não iam ligar à ligação política ou partidária".
João Bilhim diz mesmo que quer acreditar que "no conjunto dos 420 procedimento concursais" já realizados pela CreSap "esse critério não tenha estado tão fortemente presente".
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domingo

Retrato íntimo do político como assassino

Nota prévia: Uma eficiente análise de João Lopes, que costuma falar sobre a 7ª Arte, aqui profundamente engajada com as questões do poder e por referência a uma das melhores séries televisivas de sempre, que reconstrói os meandros e as relações de poder em Washington. dc. Vale a pena rever House of Cards pela percepção de João Lopes. 

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São palavras que metem medo. Por mais cândida que seja a nossa visão da minoria dos seres humanos que governam os destinos da maioria, algo em nós questiona até onde podemos generalizar as palavras de Willimon. Até porque recorda também que os efeitos da ação dos políticos transcende, e muito, a relação com a instituição militar: "As pessoas podem morrer doutras maneiras. Podem morrer de desespero. A pobreza continuada pode levar-nos ao cemitério. Feitas as contas, a política é uma indústria de vida ou morte."
Não tenhamos ilusões. House of Cards é, de facto, um primoroso feito televisivo, envolvendo talentos do cinema como David Fincher (produtor executivo e realizador dos dois primeiros episódios). Em qualquer caso, o seu impacto global não pode ser desligado de um sentimento de descrença no trabalho dos políticos que, sabemo-lo bem, circula muito para além de qualquer fronteira geográfica ou cultural. Aliás, convém lembrar que House of Cards transpõe para o contexto americano a série homónima da BBC, criada em 1990 por Andrew Davies e Michael Dobbs, a partir de um romance de Dobbs (colaborador e conselheiro de Margaret Thatcher).
Provavelmente, e para além da desgastada confiança com que contemplamos muitas personalidades da cena política, um dos fatores decisivos para a nossa projeção emocional nas personagens de Frank e sua mulher Claire Underwood (Robin Wright) é de natureza muito íntima. Mais do que íntima: pulsional. Em boa verdade, nada do que Frank ou Claire fazem pode ser desligado de uma procura obstinada e, à sua maneira, aristocrática das mais secretas formas de prazer.
Será preciso acrescentar que tudo isso confere a House of Cards uma dimensão visceralmente shakespeariana? E não apenas porque Macbeth e Ricardo III são, aliás, peças frequentemente citadas como inspiração da série original. Sobretudo porque contemplamos aqui a tragédia mais radical do exercício do poder político: qualquer forma de representação do coletivo através de um quadro de dirigentes implica uma secundarização, prática e simbólica, dos representados. Tal não bastará para deitarmos fora a democracia com a água da governação, mas convenhamos que somos impelidos a questionar muitas das nossas tradicionais certezas políticas. Até porque, sejamos honestos, não conseguimos não gostar de Frank Underwood.

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Casamento de conveniência: a podridão da política no centro-direita


Pior do que um crime politico só outro crime politico maior cujo fito é, exclusivamente, a manutenção no poder da velha e contra-natura coligação. Eis o que a dupla de rameiras politicas do centro-direita acabou de fazer em prime time, para implodir com o que resta do ideário do 25A em Portugal. Um dia cujos valores não merecia isto.

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Uma questão de fé - por Paulo Baldaia -


Nota prévia: Uma reflexão interessante de Paulo Baldaia que, por regra, pensa e equaciona eficientemente o fenómeno político em Portugal. 

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Apresentadas as primeiras linhas programáticas do PS, o que se dá como certo é a clivagem ideológica em relação à linha do governo e o assumir por parte dos socialistas que, com eles, a despesa pública será maior. É também provável que o PS tenha seguido uma estratégia política, em que garante responsabilidade com a manutenção da austeridade e promete "amanhãs que cantam" com o fim da austeridade, acreditando que assim consegue convencer este mundo e o outro, a começar por eles próprios. No entanto, os socialistas podem proclamar aos quatro ventos a certeza das suas previsões, mas nenhum ser racional pode acreditar no que ouve fazendo fé na simples vontade de mudança. É claro que isso não impede que os eleitores façam a sua opção com base em promessas que lhes permitem sonhar com o fim de uma realidade da qual estão fartos. Ver para crer, não sendo um princípio cristão, é uma boa bitola para avaliar as políticas que cada partido apresenta. O problema é que nós temos de votar antes de ver em concreto.
O escrutínio às propostas de cada um dos lados tem de ser reforçado, porque vivemos tempos de risco elevado e a dicotomia empresas/pessoas é redutora, porque nenhuma existe sem outra. A ideologia certa, portanto, é a que não separa o que não pode viver separado. Para bem do país, para bem de nós todos, é preciso é que tudo seja muito bem explicado. Temos todos, por isso, de fazer um apelo à memória para avaliar historicamente o que vale cada um dos políticos que se apresentam a eleições. E avaliar igualmente as políticas. Pelas propostas já apresentadas pelo PSD-CDS e pelo PS parece que os dois blocos vão no caminho de reduzir a austeridade, mantendo-a. É uma questão de velocidade. Podemos confiar? Se depender apenas da nossa fé nos economistas, convém recordar que eles existem para todas as teorias e só as que foram amplamente testadas têm validade científica. O resto é política. Pode andar pelas ruas da amargura, mas ainda é o que faz a diferença.
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sexta-feira

A consciência transitiva numa fase pré-censória




Estes dois players, que revelaram as suas genuínas convicções "democráticas" ao defenderem um projecto de lei que visava CENSURAR os media em contexto eleitoral, encarnam ad nauseam a consciência transitiva dum grosseiro lápis azul e laranja (e também rosa!!!), pois representam o estado de raciocínio simplório na interpretação dos problemas, frágil nas suas argumentações e satisfeito com as explicações emocionais e mágicas que lhes são dadas, e de que estes dois, quiçá em nome dos respectivos directórios partidários (depois arrependidos), foram os mais lamentáveis e idiotas representantes. Não da república nem da polis, mas apenas dos seus umbigos: gordos, feios e antidemocráticos. 

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Deriva totalitária e antidemocrática em Portugal. Aguarda-se um acto de contrição pelos prevaricadores do sistema


Momentos há na vida interna dos partidos que envergonham uma nação inteira, neste caso um tal deputado Amorim, do PSD, que Ricardo Salgado tratou por talentoso advogado do Porto, e uma tal Medeiros, do PS, do CDS desconhece-se quem.., representaram a pior deriva antidemocrática contra a liberdade de imprensa e de expressão de que há memória na última década em Portugal. 

E tudo de forma amadorística, atabalhoada, pacóvia, como eles, a envergonhar a melhor tradição liberal de um Francisco Sá Carneiro ou Mário Soares, de que o corcunda do Norte deveria saber honrar e a sujeita do PS, uma deputada sem qualquer histórico de vida, devia saber valorizar. 

Enfim, quando o  pior do partidarismo se coliga com o caciquismo mais primário na prostituição política do nosso sistema de Direitos, Liberdades e Garantias constitucionais - o resultado só pode ser um: a decadência política pelos partidos ditos do arco da governação, e, por essa razão o povo português saberá puni-los por mais essa ingerência na violação grosseira da vida e do ideário democrática e pelo mau exemplo - político e pessoal - que aqueles deputados, e correspondentes directórios partidários, deram ao país. 

Precisamente na véspera da comemoração dos 41º aniversário da Revolução dos cravos que deu à luz uma flor sensível, que é a liberdade e a democracia pluralista, e que alguns idiotas se encarregaram de humilhar com esta deriva antidemocrática na pior lógica totalitária, a evocar o estalinismo nas chamadas "democracias populares" - no centro e leste europeu -  do pós-II Guerra Mundial (1939-45). 

Tudo isto está em linha com o alegado "desconhecimento" do outro quando referiu não saber que tinha de fazer descontos para a segurança social... 

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Justificação de auto-censura por parte dum Governo destituído


Personaje desnudo clavándose en el cuerpo zonas negras típicas para censurar imágenes


O nível de degradação política a que se atingiu forçou os partidos do poder, e não só.., a reconhecer que as suas prestações, as suas políticas públicas, as condutas d´alguns dos seus players são profundamente censuráveis, algumas até objecto de criminalização, como as que envolvem os casos dos vistos GOLD, que até levou à subtil e imediata demissão de um ministro que tardou em pedir o levantamento da imunidade parlamentar para esclarecer tudo o que sabe e omitiu ao MP. Um exemplo lamentável de falsa ética e moralidade em política, o que significa que nem sempre a demissão política traduz uma conduta transparente, por vezes até significa o seu exacto contrário. Mas o nosso direito assegura o valor da presunção da inocência... Aguardemos.

Todavia, esta tentativa de limitar os media ao direito à liberdade de informar em contextos eleitorais, que conhece restrições proporcionais aos fins a que se destinam, e o exemplo da proibição da passagem de filmes com conteúdo pornográfico para protecção da infância e da adolescência é justificado, pode ter encontrado nas mentes dos actuais governantes um tal estado de lucidez que os levou a concluir que o que pensam, dizem e fazem é tão obsceno e degradante no espaço público que se justifica uma autocensura dessa fábrica de asneiras, que a actual coligação contra-natura debita à polis envergonhando a república e as suas instituições.

Assim sendo, e reconhecendo a actual maioria, que já não o é, da sua estrutural impreparação para a governação, aquela solicitou aos media, a todos eles, que boicotem toda e qualquer cobertura a factos, opiniões ou notícias decorrentes da campanha eleitoral que se avizinha (e já está em curso), configurando essa situação uma medida de higiene política que o XIX Governo (in)Constitucional resolveu reconhecer, a bem do pudor e da moralidade, como sendo a aprioridade das prioridades para a nação. 

Desse modo, está mais do que justificada a limitação à liberdade de informação e de expressão dos media, já que o interesse público assim o exige, e até como medida de sanidade mental de toda a população portuguesa (e aos que se encontram na diáspora),  que assim se libertam não só do maior câncer político do pós-25 de Abril, como se livram de algumas das suas metástases que já se encontravam em formação no organismo do corpo social.
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Democracia disfuncional com atropelos à liberdade de imprensa

Narrativas Neo-censórias:

- Esta miserável (tentativa) de restrição à liberdade de imprensa e de expressão já não é apenas a recuperação da fórmula de G. Orwell assente na expressão "Big brother is watching you", mas a intensificação pidesca da sua neo-formulação em contexto eleitoral: os agentes políticos do chamado arco da governação querem defenestrar-vos (aos media e aos eleitores, quiçá para os proteger da realidade e da liberdade). 
- E ainda clamam pela democracia pluralista na véspera do seu aniversário, volvidas 4 décadas da Revolução dos cravos, a tal que foi feita sem balas e com cravos a pontilhar as armas que passaram a disparar as flores da liberdade numa (vã) promessa dos amanhãs que cantam...









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Comunicação social ameaça não fazer qualquer cobertura das legislativas

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A nova vida do Libération - co-fundado por Jean-Paul Sartre

A nova vida do Libération


No dia 1 de Junho chega às bancas um novo Libération. Fundado em 1973, o diário que teve Jean-Paul Sartre como co-fundador e primeiro editor quer fazer valer a sua tradição de “jornal de esquerda”, mas “fazer escolhas editoriais mais ousadas” e “chegar a um público mais jovem”, com uma nova imagem gráfica e o lançamento de uma revista mensal (a Next) com coordenação do director artístico da Vanity Fair francesa. É uma mudança com patrocínio do novo accionista do jornal, Patrick Drahi, o futuro dono da PT Portugal, que desde Janeiro já investiu cerca de 20 milhões de euros noLibération (14 milhões só para a aquisição).
“Vamos mudar tudo, menos o logo”, disse esta semana o director-geral do jornal, Pierre Fraidenraich, num encontro com jornalistas, em Paris. “Somos o único jornal que pode afirmar que é de esquerda. É assim há 40 anos”, disse Fraidenraich, na sede do Libération, em Paris. “Vamos continuar a procurar histórias nessa linha, mas queremos fazer escolhas editoriais mais ousadas. Será como um novo capítulo para nós”, afirmou. (...)
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