Aqui, d’el rey - por Eurico Heitor Consciência -
Aqui, d’el rey
Acudam. Acabo de ler nos jornais
que o programa económico do Partido Socialista foi feito por 12 economistas.
Doze economistas! Doze!! Doze – leram bem.
Todos sabemos que os economistas
erram mais do que os meteorologistas e não me esqueço de que, anos atrás, os
meteorologistas eram conhecidos não por meteorologistas mas por mentirologistas, porque, com frequência
despontava sol abrasador num dia em que os meteorologistas tinham previsto
chuvas torrenciais, e chuva a cântaros ou potes num dia em que eles tinham
anunciado um sol de ananases.
Mas, dos economistas, todos fomos
aprendendo sofridamente que haverá raios, coriscos, granizo, trovoadas, tufões,
ciclones e tempestades no dia em que eles previrem a bonança do crescimento económico
e do pleno emprego dos portugueses.
Hão-de – ou há-dem, na gramática do Sr. Dr. Jorge Coelho das Obras Públicas e
da Mota-Engil -, hão-de lembrar-se daquele ministro que, anos atrás, asseverou
que a crise já acabara e que já tinha começado o crescimento económico de
Portugal. E que no Parlamento até fez aquele gesto que o celebrizou como ministro dos corninhos.
Viu-se.
Era economista no defunto Banco
Espírito Santo. Parece que por onde ele passou não houve crises…
Confesso que sou dos que entendem
e proclamam que onde está um economista
já estão economistas a mais. Então doze! Doze! Logo doze! Não pode ter
saído dali grande coisa…
Como que antecipando-se às minhas
suspeições, um daqueles doze já se foi justificando com dizer que “a economia
não é uma ciência exacta”.
Disse que a economia não era
coisa exacta, mas chamou-lhe ciência! Nem mais nem menos : ciência!
Ciência, a economia!… Só nos
faltava ouvir essa!
Que topete!
Doze! Logo doze! Doze economistas
juntos davam para arrasar qualquer continente, quanto mais Portugal, o Portugal
dos pequeninos.
Acudam. Aqui d’el rey.
Eurico Heitor Consciência
P.S. – Abrantes teve grande relevo na
comunicação social, na passada semana.
A revista Sábado fez uma
extensa reportagem sobre o espantoso campo de basebol que nos custou 500.000,00 € e que agora está às moscas,
sendo que a Presidente da Federação mora no Canadá, mas a sede da Federação é
em Abrantes. Valha-nos isso.
Outras referências extensas foram no Público,
a propósito da prisão do administrador do Grupo Lena e da sua ligação ao
Sócrates, porque Abrantes foi dos municípios do PS em que, nas obras públicas,
a Lena tomou conta de tudo ou quase tudo quando o Presidente da Câmara era o
devotado Nélson de Carvalho. Não contente com isso, a Lena roubou à Câmara de Abrantes
o devotadíssimo vereador Júlio Bento, que era justamente o vereador das obras,
e que se reformou da Câmara e foi dali para director ou administrador duma das
empresas do Grupo Lena.
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Obs: Depois disto, que não é novidade na III República, apetece dizer uma coisa: é um fartar de vilanagem...
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