sexta-feira

Responsabilidade partilhada - por António Vitorino -

O sublinhado é nosso.
DN
No curto prazo as medidas de emergência adoptadas são lentas a produzir resultados na economia real. Costuma-se dizer que no meio da guerra não se limpam armas. Mas a verdade é que no meio da presente recessão, vale a pena discutir não apenas a forma de conter a crise como, olhando mais além, antever a forma como vamos sair da crise. Sobretudo porque da forma como sairmos da crise depende o nosso futuro nas próximas décadas.
Num aparente "eterno retorno", as medidas anticrise que a generalidade dos países tem vindo a adoptar visam responder aos efeitos mais imediatos da recessão económica global: conter a quebra do emprego, definir esquemas de apoio social aos sectores mais vulneráveis no desemprego ou em risco de pobreza, apoiar a tesouraria das empresas em risco, estabilizar o sistema financeiro por forma a criar as condições para que os bancos voltem a cumprir a sua função primordial de emprestar dinheiro às famílias e às actividades económicas.
Em paralelo às medidas que poderíamos considerar "de emergência", os países debatem as prioridades da própria retoma, até porque todos intuem que a alocação extraordinária de recursos públicos à economia não se pode limitar a responder ao curto prazo, antes acabará por ser tão mais eficiente quanto mais estiver em linha com os objectivos de crescimento económico de médio prazo. Neste capítulo a convergência tem vindo progressivamente a ser feita em torno da ideia de uma retoma assente num "crescimento inteligente", dando prioridade aos sectores energético, muito em especial das energias renováveis, da penetração da banda larga, das infra-estruturas de transporte e de energia, da qualificação das pessoas e dos cuidados de saúde. Claro que estas prioridades variam de país para país, em função do seu estádio de desenvolvimento e das respectivas necessidades de crescimento económico futuro.
No curto prazo as medidas de emergência adoptadas são lentas a produzir resultados na economia real. O seu efeito varia entre a contenção da quebra do produto (dir-se-ia a estagnação da quebra da produção) e a sustentação de níveis de emprego que permitam às empresas manter a sua capacidade produtiva instalada na expectativa de melhores dias (recorrendo ao chamado lay-off). Contudo, receia-se que mesmo após a inversão da tendência recessiva, os primeiros tempos da retoma ainda sejam marcados por novas perdas de postos de trabalho.
O que coloca no centro das preocupações desse período de retoma as políticas de emprego. Ora os sectores identificados como de "crescimento inteligente" são muito variáveis entre si no que toca à capacidade de geração de postos de trabalho. De igual modo a reconversão dos trabalhadores desempregados por força da crise pode ser mais imediata em alguns daqueles sectores prioritários e mais difícil, morosa e complexa noutros.
A procura dos equilíbrios entre as prioridades de investimento público e privado, isoladamente ou em parcerias, e a preocupação do combate ao desemprego constitui, sem dúvida, um terreno privilegiado para o diálogo e a concertação social. Em países como a Alemanha, esse diálogo social já permitiu minimizar alguns dos efeitos mais negativos da crise, designadamente na contenção do desemprego. Noutros países, como por exemplo em Espanha, embora haja um lastro de diálogo social importante o crescimento do desemprego tem sido galopante. Desses exemplos resulta que a concertação social pode ser um instrumento importante, é sem dúvida um elemento necessário mas não é, por si só, suficiente.
O que nos remete para a segunda componente incontornável do relançamento económico: a das prioridades do investimento público e da iniciativa privada. Neste domínio, antevendo-se uma retoma marcada ainda por relevantes dificuldades de acesso ao crédito, a mobilização dos recursos públicos e dos fundos comunitários para incentivo e apoio às empresas, designadamente às pequenas e às médias empresas com capacidade inovadora e potencial exportador, prefigura-se como um instrumento decisivo para o relançamento da economia e a criação de emprego. A contratualização desses apoios em função de metas de crescimento económico, criação de postos de trabalho e diminuição do défice externo terá, pois, de dominar o debate sobre o modelo de retoma económica pretendido. Uma responsabilidade que terá de ser partilhada pelo Estado e pelos parceiros sociais.
    • Obs: Divulgue-se pela racionalidade e oportunidade das orientações contidas nesta reflexão.

quinta-feira

O Estado social do PS de Sócrates

É sabido que mais de 50% da riqueza produzida em Portugal serve para pagar a máquina do Estado e os apoios sociais aumentam ao mesmo tempo que diminui o número de contribuintes em resultado do desemprego massificado que grassa na Europa. Portugal não escapa à regra, embora não seja o pior caso da Europa. Neste quadro, altamente problemático, Sócrates e o governo socialista que lidera ainda consegue estruturar um conjunto de medidas de carácter social, económico e fiscal capaz de por a economia a crescer para sairmos da crise em que mergulhámos.
A resposta, ainda que parcial, a este desafio radica, pelo lado do Governo socialista, no aumento do apoio às PMEs pelo reforço das linhas de crédito no seu apoio à internacionalização, aproximar a fiscalidade nacional da que é praticada nos países da OCDE, na eliminação dos recibos verdes, no apoio à natalidade e num conjunto de medidas sociais de valor complementar.
Em rigor, a forma mais correcta como podemos ler as intenções e/ou promessas de Sócrates para o próximo Programa de governo passa pela necessidade de atingir a justiça social combinando economia de mercado e empreendimento capitalista com tributação distributivista e Welfare State.
De resto, uma das lições do séc. XX é que aquilo que os marxistas designavam de reformismo liberal burguês é o único caminho que resta à política de esquerda. Todas as alternativas mais radicais redundaram num falhanço, como a história do séc. XX demonstrou. E aqui a filosofia, ou melhor, a convicção de John Stuart Mill, assente na ideia de que todo o desejo humano deve ser satisfeito. Ou, seguindo J. Rawls, as desigualdades são justificadas somente quando beneficiam os membros menos favorecidos da sociedade. Isto não significa tirar aos ricos para dar aos pobres, mas exige um esforço de redistribuição fiscal e da riqueza que agrava a tributação dos rendimentos da classe A em prol das carências daquelas pessoas que vivem com 400 euros por mês, e que são uns verdadeiros artistas.
Nesta perspectiva, a filosofia fiscal apresentada pelo PS parece razoável e é da mais elementar justiça social implementar. Não fazer esta redistribuição fiscal é permitir que o capitalismo enquanto sistema económico deixe os menos favorecidos entregues à sua sorte, à sorte da mão invisível (cruel) de Adam Smith que, quando é precisa, teima em nunca aparecer, como Deus, para dar uma maozinha aos mais pobres. Sabemos que é assim, e que o mercado, por si só, jamais resolve esses problemas de desvantagem e desigualdade social entre as classes em Portugal.
A função da política é, portanto, potenciar a felicidade humana, é produzir esperança, gerar um bem moral e aumentar a coesão na sociedade. Algo que o mercado, como referimos, não consegue assegurar por si só. Daí a necessidade da intervenção ajustada do Estado sem, com isso, comprometer o empreendedorismo da iniciativa privada e toda a imaginação que brota das forças vivas da sociedade que não dependem, directa ou indirectamente, do Estado.
Mas também é sabido que a actual conjuntura e os problemas e desafios que coloca exige que a razão seja substituída pela imaginação como faculdade que viabiliza o progresso moral. Até porque o homem se encontra em permanente recriação de si mesmo, e isso consegue-se melhor através da imaginação do que através da razão. Apesar de ambas serem as duas faculdades necessárias para gerir a incerteza do tempo presente.
Um tempo complicado porque exige ao mesmo tempo que ampliemos a liberdade, a justiça e felicidade. E, como sabemos, essa nunca foi uma tarefa fácil na evolução dos tempos e na relação do Estado na organização da sociedade, muito menos agora...
Mas é precisamente por essa razão que aquilo que se vai conhecendo das medidas que integram o Programa do futuro governo socialista, que tem ocupado boa parte da massa cinzenta de António Vitorino (e doutros que colaboram nessa tarefa) é um trabalho intelectual e político de importância estrutural para o futuro de Portugal.

PS apresenta programa contra "esquerdismo radical" e "direita conservadora"

PS apresenta programa contra "esquerdismo radical" e "direita conservadora", tsf
Num programa em critica o "esquerdismo radical" e a "direita conservadora", o PS propõe o relançamento da economia, com apoios às empresas, e a defesa da classe média, através de mexidas na política fiscal. Pelo meio, fica ainda a modernização do sistema político.
O secretário-geral do PS comprometeu-se a limitar os mandatos do primeiro-ministro e dos presidentes dos Governos regionais, quer aprovar um "código de bom governo" para os membros do Executivo e definir regras para o lobbying.
No seu programa eleitoral em que criticou o "esquerdismo radical", bem como a "direita conservadora", o PS propõe ainda a regionalização e a reconfiguração dos círculos eleitorais na revisão da Lei da Assembleia da República.
No que toca aos apoios às PME's, o PS prometeu quadruplicar para 1600 milhões de euros os fundos para reforço dos capitais próprios, criar um fundo de 250 milhões para apoiar operações de capital de desenvolvimento em mercados internacionais e aumentar a percentagem de PME's exportadoras.
Em plena crise do sector financeiro, o programa de José Sócrates propõe também reformular o modelo de supervisão, criando um sistema dualista: um Banco de Portugal com poderes reforçados e uma autoridade responsável pela supervisão comportamental da banca, seguros, fundos de pensões e mercado de capitais.
Garantindo o combate aos offshores, o PS prometeu ainda alargar o perímetro de supervisão financeira a novas entidades e operações potenciadoras de risco sistémico.
Na área da fiscalidade, é definido o objectivo de aproximar o regime de tributação das mais-valias ao que é praticado na OCDE.
Ao nível das políticas sociais, Sócrates propõe-se eliminar os recibos verdes no Estado e concluir o processo de integração das caixas de previdência no sistema único de Segurança Social.
Adiado para a próxima legislatura tinha sido o casamento gay, que por isso faz agora parte do programa de Governo socialista.
Obs: São significativas estas medidas de política económica, fiscal e de âmbito social. Seria útil que a conjuntura internacional mude para que tenham plena eficácia as medidas internas propostas pelos Estados nacionais, designadamente na área das PMEs e do sector exportador para os mercados internacionais.
Seja como for, quando se compara o ideário do PS ao do Psd de Ferreira leite aquilo que se constata é a diferença que vai do azul ao negro. A srª Ferreira reencarna, obviamente, o "negro" pela total ausência de ideias e de um projecto para governar uma retrosaria..., quanto mais Portugal.
Em face do exposto afigura-se prudente e avisado, em nome do interesse nacional, renovar a confiança política em Sócrates.

Cunnie Williams e Karl Frierson

Karl Frierson - Ten Minutes

Karl Frierson ~ Only You

quarta-feira

PS promete oferecer 200 euros por cada recém-nascido

PS promete oferecer 200 euros por cada recém-nascido, in TSF
O PS promete oferecer 200 euros por cada bebé que nasça em Portugal. Esta é uma das promessas eleitorais socialistas avançada à TSF por João Tiago Silveira. Em 2007, em Espanha Zapatero oferecia 2500 euros por cada recém-nascido.
Obs: É uma grande medida de apoio à natalidade. Já devia ter aparecido mais cedo, e é pena que a srª Ferreira leite seja já tão idosa que dela não possa beneficiar.

O "monstro"...

... do défice. Hoje percebe-se a quem se reportava Cavaco quando designou aquela expressão causadora do abrandamento do crescimento nacional que só nos fez divergir dos índices de crescimento da Europa.
Ferreira leite - que se diz do psd - revelou-se, afinal, alguém que uma vez no poder jamais conseguiria reduzir o sector público na economia a fim de regressar à convergência.
É hoje impossível dominar este monstro da oposição sem dor. Não porque seja alternativa credível de poder em Portugal, mas porque o psd e o país no seu conjunto mereciam uma oposição melhor. Algo que não colasse imediatamente a designação de Cavaco à sua discípula Ferreira leite.
Pior do que Ferreira Leite só um elogio público do seu tutor ao político mais incompetente após o 25 de Abril depois de santana Lopes.

A fealdade e o défice = o monstro

De vez em quando recorremos a esta imagem que circula rede. O nosso intuíto não é, certamente, menosprezar nenhumas das pessoas alí retratadas que, no plano pessoal, merecem todo o respeito, mas políticamente não merecem nenhuma confiança.
Hoje soube-se uma verdade antiga: o psd - e os governos Durão e Santana foram os que mais contribuíram para aumentar a despesa pública, agravar o endividamento e aumentar o défice criando o "monstro", um conceito de Cavaco que, paradoxalmente, se aplica bem aos governos do psd que o sucederam.
A explicação para tanto erro, incompetência e desatino radica na qualidade política dos players.

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António Costa e Santana lopes: o novo e o velho

António Costa representa - neste mandato intercalar e com uma maioria artifical bloqueante do PSD na Assembleia Municipal - algumas características necessárias a um político no séc. XXI: funcionar com um método de trabalho, ser positivo e afirmar-se pelas obras (i)materiais (na cultura, na educação, no ambiente, no desporto), ser pragmático e envolver as populações na participação das decisões políticas que dizem respeito à cidade.
Santana Lopes vive cristalizado no passado, desde logo porque insultou várias vezes Guilherme d' Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas, ao rejeitar aquilo que os relatórios estão "carecas" de saber: que o passivo santanista abriu uma cratera na vida da cidade a ponto de a paralisar. Com a agravante de santana, após ter integrado o Governo, ter paralisado o Estado. Portanto, o erro de Lopes foi duplo e sucedeu-se no tempo a auma velocidade alucinante: deixou um buraco em Lisboa e uma péssima imagem no país.
Foi, por isso, um mau autarca e um péssimo PM, seguramente o pior da história do pós-25 de Abril. Entretanto, a srª Ferreira já mudou de ideias, cavaco também. E aquilo que fora considerado a má moeda é, hoje, por simples conveniência oportunista e hipocrisia política, uma moeda aceitável.
Costa, mesmo "teso" pelo passivo acumulado do passado recente cuja dívida tem vindo a saldar junto dos fornecedores, já fez mais pela capital do que Lopes em anos de edil e num semestre negro em S. Bento.
Eis a diferença entre ambos: Costa ainda reflecte um presente promissor e uma ideia de esperança planificada no futuro, alicerçado num conjunto de ideias que passam por rejuvenescer e equilibrar socialmente a população, tornar Lisboa numa cidade amigável e inclusiva; ambientalmente sustentável e energéticamente eficiente; uma cidade inovadora e criativa capaz de competir no contexto global, gerando riqueza e emprego; afirmando as suas identidades num mundo globalizado; criando, para o efeito, um modelo de governo da cidade eficiente, assente na participação e na sustentabilidade financeira.
De Santana Lopes vimos um traço e uma pose queixal e de aprumo da gravata que já conhecíamos de Durão barroso. É o vazio e uma ambição narcísica desmedida sem que daí resulte algum interesse comum para as populações ou para a ideia de conjunto de cidade.
É nisto que Lopes se converteu: numa pose, num vazio, num absurdo (dele próprio), um simulacro do passado...
Lisboa, teremos de convir, merece muito mais. E esse "plus" certamente não é o casuísmo, o improviso, o imediatismo e a megalomania santanista num tempo em que a cidade de Lisboa carece de políticas públicas estruturadas que remetem os interesses da cidade para um outro conjunto de valores personificados por António Costa.
Valores esses que têm a ver com o planeamento político dentro do qual emerge a previsão, o positivismo, o pragmatismo e a participação das populações nas decisões públicas, de que o Orçamento Participativo tem sido uma experiência eficiente e já com valor histórico na vida da cidade.
No fundo, a distância que medeia entre estes dois players é que Costa é portador de futuro na vida da capital; Lopes apresenta-se como a negação dele próprio numa cidade onde deseja rever-se mas em que a cidade já não lhe devolve o reflexo que deseja ter.
Há anos que aqui defendemos que o problema de Santana lopes não é político, mas metafísico e, nos últimos seis anos, configura-se com um problema psicopolítico.
De resto, se atentarmos detalhadamente no valor da imagem-supra - supondo que ouvimos o debate em of, chegaríamos a essa mesma conclusão.
Só me admirei Lopes não ter invocado o nome de Sá Carneiro, sua muleta de sempre, uma espécie de Todo-o-terreno (TT) a que o zé povinho já se habituou a desvalorizar.

terça-feira

PSD é mais despesista que PS, diz estudo

PSD é mais despesistas que PS, diz estudo
O PSD é mais despesista do que o PS, segundo um estudo do professor Ricardo Reis. Os governos de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes foram os que mais contribuíram para o aumento da despesa do Estado.
Há nove anos Cavaco Silva referia-se às despesas do Estado como o «monstro incontrolável» que não pára de crescer.
Um estudo hoje publicado no jornal i da autoria de um professor da Universidade de Columbia tenta saber quem foram os mais gastadores.
O Estado português consome hoje mais do dobro do que consumia há 23 anos e pelas contas do professor Ricardo Reis foram os governos de Durão Barroso e de Santana Lopes os mais despesistas. Leiam os meus lábios não vou subir os impostos. A História demonstra que a promessa é sempre levada pelo vento. Este ensaio prova isso: sempre que sobe a despesa pública, o governo, qualquer um, compensa com aumento da carga fiscal.
O ensaio de Ricardo Reis, que o jornal i destaca na edição desta manhã, também desmistifica preconceitos.
Doutorado em Economia pela Universidade de Harvard, Ricardo Reis fez a média do consumo do Estado dos últimos 24 anos.
Durão Barroso e Santana Lopes foram os mais despesistas. Pode argumentar-se que assim foi devido aos compromissos de Guterres, mas o aumento acontece sobretudo no final de mandato com Bagão Félix na pasta das Finanças.
Ricardo Reis, professor em Macroeconomia na Universidade nova-iorquina de Columbia ressalva que não se devem tirar conclusões demasiado fortes, mas as médias dão pistas e dão que pensar.
Resumindo em frases soltas estando o PSD à direita devíamos esperar uma menor intervenção do Estado e uma menor despesa, o que surpreende nos números é que o contributo do PSD para o monstro da despesa pública é quase o dobro do do PS.
Na análise dos últimos governos, desde a maioria absoluta de Cavaco, se for colocado de lado o esforço para combater a crise no primeiro trimestre deste ano, são os ministros socialistas Campos e Cunha e Teixeira dos Santos os únicos a conseguir reduzir o tamanho do monstro.
António Pinto Rodrigues despesa Durão Barroso Economia PS PSD Santana Lopes
Obs: A moral da "estória" é que, segundo consta, o PSD é um partido mais estatista e despesista que o PS - que tem fama de assumir aquelas características ao nível das funções económicas e sociais do Estado. Durão e santana foram os mais gastadores e perdulários na gestão dos fundos públicos, com a agravante de que Durão prometeu a criação de um aeroporto e um TGV, infra-estruturas de apoio à modernização e desenvolvimento do país, e meteu ambos na gaveta porque não teve envergadura política para lançar e implementar esses projectos, revelando também que Durão sempre esteve mais preocupado com os seus interesses políticos pessoais e com a sua imagem externa/europeia do que com os verdadeiros interesses nacionais permanentes de Portugal.
O que também já não é novidade para ninguém. Portanto, este estudo só vem consubstanciar aquilo que é a opinião geral na sociedade.
Qualquer dia ainda veremos a srª Ferreira leite a assoar o pingo da gripe numa das ruas estreitas da Lapa com o John M. Keynes debaixo do braço e o Carlinhos Marx no outro.
Para quem apoia Santana em Lisboa depois de o ter vilipendiado cunhando-o de "má moeda" (na companhia de Cavaco silva) - já é lícito acreditar em tudo. E o mais curioso é que a srª Leite tem fama de ser séria quando, na prática, comporta-se como uma serpente do deserto zizegue-zagueando pela areia quente...

Eu também não vou à Madeira de Al berto Jardim

segunda-feira

Crónica duma morte (política) anunciada: a srª Ferreira leite

Valores mais altos impediram-me de acompanhar a espuma dos dias nesta agenda setting de mais do mesmo. Hoje, atrasado como estou, deparo-me com o absurdo do próprio absurdo e que se explica através deste psicodrama esgalhado pelo único "Cavaco Silva de saias" da república portuguesa e cuja narrativa reza assim: a srª Ferreira leite foi obrigada a cancelar a sua presença na festa anual dos sociais-democratas madeirenses, no passado Domingo, no Chão da Lagoa, por motivos de doença. A srª Ferreira até faltou a um rendez-Vous partidário de preparação do programa eleitoral, no Porto, por se encontrar com a maldita gripe.

Confesso que tudo isto me surpreende por várias razões:

1. Enquanto ministra de Estado e das Finanças a srª Ferreira nunca adoeceu, e devia.., mais que não fosse por ter agravado o défice e tornado a economia improdutiva e o empresariado descapitalizado e com uma carga fiscal inaudita;

2. Fica-se a saber que a srª Ferreira não é imune a tudo;

3. No psd ninguém dá pela falta da senhora, quer esteja ou não esteja nos encontros políticos, mesmo tratando-se da propaganda mais cafona da república veiculada pelo "bokassa" da Madeira, como um dia lhe chamou o actual presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.

4. Tudo isto é terrível porque acontece num tempo e numa circunstância em que ninguém crê na senhora, que imediatamente cola o psicodrama a um pretexto para não ir à Madeira prestar vassalagem a Al berto, gerar um efeito de compaixão afectivo no país e, desse modo, alavancar-se eleitoralmente. Errado.

Tudo isso seria assim, caso a srª ferreira fosse politicamente competente, tivesse ideias e um projecto para Portugal que fizesse a diferença relativamente ao PS de Sócrates. Não tem.

Desta feita, Leite arrisca-se a ser, mais uma vez, cunhada de mentirosa, não ser imune a uma gripe, incapacidade de federar o partido-laranja e, de caminho, caso a gripe seja verdadeira - contaminar os portugueses do Continente pela opção de não ir à ilha do Al berto.

A ser assim não se entende se a srª Ferreira prefere ficar com a sua gripe em Portugal e contaminar os que cá estão, ou demandar a ilhar do xenófobo Al berto em busca duma poncha para curar aquilo que, de facto, nunca terá cura: a sua ineptidão para a política mitigada com a sua tremenda incompetência política (denunciando o vazio).
PS: Toda a gente sabe, dentro e fora da Lapa, que se não for Pacheco pereira a escrever o programa eleitoral e de governo à srª Ferreira leite ela continuará sendo aquilo que sempre foi: uma grande e permanente "gripe" da pequena política à portuguesa.

Miura - excerto do Conto de Miguel Torga -

"Miura" integra o livro Bichos de Miguel Torga e é um conto em que o narrador narra de acordo com o que Miura (um touro que morre na arena) vê, pensa e sente.
Ao m/ amigo A. Guerra - uma estaca sólida quando tudo abana.
Miura - por Miguel Torga -
(Excerto)
[...]Três pancadas secas na porta, um rumor de tranca que cede, uma fresta que se alargou, deram-lhe num relance a explicação do enigma da agressão: chegara a sua vez.
Nova picada no lombo. - Miura! Cornudo! Dum salto todo muscular, quase de voo, estava na arena. Pronto! A tremer como varas verdes, de cólera e de angústia, olhou à volta. Um tapume redondo e, do lado de lá, gente, gente, sem acabar. Com a pata nervosa escarvou a areia do chão. Um calor de bosta macia correu-lhe pelo rego do servidoiro. Urinou sem querer. Gritos da multidão. Que papel ia representar? Que se pedia do seu ódio? Hesitante, um tipo magro, doirado, entrou no redondel. Olhou-o a frio. Que força traria no rosto mirrado, nas mãos amarelas, para que se atreve assim a transpor a barreira? A figura franzina avançou. Admirado, Miura olhava aquela fragilidade de dois pés. Olhava-a sem pestanejar, olímpica e ansiosamente. Com ar de quem joga a vida, o manequim de lantejoulas caminhava sempre. E, quando Miura o tinha já à distância de um arranco, e ainda sem compreender olhava um tal heroismo, enfatuadamente, o outro bateu o pé direito no chão e gritou: - Eh! boi! Eh! toiro! A multidão dava palmas. - Eh! boi! Eh! toiro! Tinha de ser. Já que desejavam tão ardentemente o fruto da sua fúria, ei-lo. Mas o homem que visou, que atacou de frente, cheio de lealdade, inesperadamente transfigurou-se na confusão de uma nuvem vermelha, onde o ímpeto das hastes aguçadas se quebrou desiludido. Cego daquele ludíbrio, tornou a avançar. E foi uma torrente de energia ofendida que se pôs em movimento. Infelizmente, o fantasma, que aparecia e desaparecia no mesmo instante, escondera-se covardemente de novo por detrás da mancha atordoadora. Os cornos ávidos, angustiados, deram em cor. Mais palmas ao dançarino. Parou. Assim nada o poderia salvar. À suprema humilhação de estar ali, juntava-se o escárnio de andar a marrar em sombras. Não. Era preciso ver calmamente. Que a sua raiva atingisse ao menos o alvo. O espectro doirado lá estava sempre. Pequenino, com ar de troça, olhava-o como se olhasse um brinquedo inofensivo. Silêncio. Esperou. O homem ia desafiá-lo certamente outra vez. Tal e qual. Inteiramente confiado, senhor de si, veio vindo, veio vindo, até lhe não poder sair do domínio dos chifres. Agora! De novo, porém, a nuvem vermelha apareceu. E de novo Miura gastou nela a explosão da sua dor. Palmas, gritos. Desesperado, tornou a escarvar o chão, agora com as patas e com os galhos. O homem! Mas o inimigo não desistia. Talvez para exaltar a própria vaidade, aparentava dar-lhe mais oportunidades. Lá vinha todo empertigado, a apontar dois pequenos paus coloridos, e a gritar como há pouco: - Eh! toiro! Eh! boi! Sem lhe dar tempo, com quanta alma pôde, lançou-se-lhe à figura, disposto a tudo. Não trouxesse ele o pano mágico, e veríamos! Não trazia. E, por isso, quando se encontraram e o outro lhe pregou no cachaço, fundas, dolorosas, as duas farpas que erguia nas mãos, tinha-lhe o corno direito enterrado na fundura da barriga mole. Gritos e relâmpagos escarlates de todos os lados. Passada a bruma que se lhe fez nos olhos, relanceou a vista pela plateia. Então?! Como não recebeu qualquer resposta, desceu solitário à consciência do seu martírio. Lá levavam o moribundo em braços, e lá saltava na arena outro farsante doirado. Esperou. Se vinha sem a capa enfeitiçada, sem o diabólico farrapo que o cegava e lhe perturbava o entendimento, morria. Mas o outro estava escudado. Apesar disso, avançou. Avançou e bateu, como sempre, em algodão. Voltou à carga. O corpo fino do toureiro, porém, fugia-lhe por artes infernais. Protestos da assistência. Avançou de novo. Os olhos já lhe doíam e a cabeça já lhe andava à roda. Humilhado, com o sangue a ferver nas veias, escarvou a areia mais uma vez, urinou e roncou, num sofrimento sem limites. Miura, joguete nas mãos dum Zé-Ninguém! Num ímpeto, sem dar tempo ao inimigo, caíu sobre ele. Mas quê! Como um gamo, o miserável saltava a vedação. Desesperado, espetou os chifres na tábua dura, em direcção à barriga do fugitivo, que arquejava ainda do outro lado. Sangue e suor corriam-lhe pelo lombo abaixo. Ouviu uma voz que o chamava. Quem seria? Voltou-se. Mas era um novo palhaço, que trazia também a nuvem, agora pequena e triangular. Mesmo assim, quase sem tino e a saber que era em vão que avançava, avançou. Deu, como sempre na miragem enganadora. Renovou a investida. Iludido, outra vez. Parou.Mas não acabaria aquele martírio? Não haveria remédio para semelhante mortificação? Num último esforço, avançou quatro vezes. Nada. Apenas palmas ao actor. Quando? Quando chegaria o fim de semelhante tormento? Súbitamente, o adversário estendeu-lhe diante dos olhos congestionados o brilho frio dum estoque. Quê?! Pois poderia morrer ali, no próprio sítio da sua humilhação?! Os homens tinham dessas generosidades?! Calada, a lâmina oferecia-se inteira. Calmamente, num domínio perfeito de si, Miura fitou-a bem. Depois, numa arremetida que parecia ainda de luta e era de submissão, entregou o pescoço vencido ao alívio daquele gume. Excerto do conto "Miura" do Livro Os Bichos de Miguel Torga
E à TS que em boa hora me chamou a atenção para este conto de que aqui damos conta num pequeno excerto.
Fica o cheiro de Miura entre muitas outras memórias nesta espuma dos dias que nos vai matando gradualmente.
Terminamos todos como Miura, é tudo uma questão de tempo, de modo e de circunstância.

sexta-feira

Viver responsavelmente - por António Vitorino -

in DN
Num estudo publicado recentemente chegava-se à conclusão que, nas últimas décadas, a comunicação social tem vindo a dar crescente relevo aos temas que têm uma repercussão mais directa nas condições concretas de vida das pessoas com especial relevo para a temática da saúde.
O melindre do tratamento público das questões de saúde situa-se na encruzilhada entre explicações técnicas que exigem rigor e detalhe e a necessidade de usar formas de comunicação directas e acessíveis ao conjunto dos cidadãos.
Nesta última década fomos confrontados com temas de impacto na saúde das pessoas abordados mais na base das percepções do que com fundamento em evidências científicas inatacáveis. Em muitas ocasiões fez-se apelo ao chamado "princípio da precaução", de molde a indicar que não havendo conclusões científicas irrefutáveis sobre dada matéria a avaliação de um seu potencial risco justificava a adopção de medidas de prevenção ou de restrição na utilização de produtos ou de substâncias.
Ocasionalmente esta análise do risco potencial implicou alterações nos hábitos de consumo e nas práticas quotidianas dos cidadãos. Durante a crise das vacas loucas assistiu-se a uma quebra do consumo da carne bovina e a medidas de abate e restrição de circulação tanto de animais como de carne para consumo. Outras crises alimentares ligadas a carneiros, galinhas e porcos em certos países levaram à adopção de medidas equivalentes.
A assumpção do risco e a resposta a dar-lhe foi paulatinamente entrando nos nossos hábitos quotidianos. O espectro da gripe das aves, há três anos, marcou um momento de viragem, na medida em que a campanha levada a cabo pela Organização Mundial de Saúde se traduziu num conjunto de alertas que (felizmente) não encontraram correspondente na realidade da propagação da doença. Alguns comentadores acharam que a OMS exagerou nesses alertas e que o resultado prático foi uma dessensibilização da opinião pública face ao risco de uma pandemia. Ora, sendo verdade que as projecções catastrofistas então adiantadas não se concretizaram, seria de todo errado subestimar os avisos e alertas das organizações internacionais competentes. O actual surto de gripe A bem o demonstra.
Com efeito, a interdependência do mundo em que vivemos e a liberdade de deslocação das pessoas criam condições de base para a propagação de surtos epidémicos que interpelam não só as autoridades de saúde à escala global mas também os comportamentos dos cidadãos individualmente considerados.
Os dois casos (gripe das aves e actual gripe A) permitem também às entidades públicas compararem as formas de comunicação que usam para lidar com estes fenómenos potencialmente pandémicos e chamam a atenção para a necessidade de as instituições de saúde se prepararem para prevenir e responder à sua eclosão em larga escala.
Do ponto de vista comunicacional cumpre registar uma evolução positiva na forma como se tem lidado com este surto de gripe mais recente face às situações antecedentes. Uma acrescida preocupação de explicação pública tem sido acompanhada por uma actuação decidida na criação de condições físicas e organizativas de resposta à pandemia. Até porque conter o alarmismo passa também por dar garantias de que os sistemas de saúde estão devidamente preparados para lidar com a doença nos seus vários estádios de evolução possível.
A cooperação internacional tem funcionado e espera-se continue neste caminho à medida que se aproxima o inverno no hemisfério norte. O debate sobre a produção, acesso e distribuição de medicamentos e de uma possível futura vacina coloca questões de equilíbrio e solidariedade planetárias delicadas e de difícil resolução. Nas próximas semanas ficaremos a perceber melhor se as soluções encontradas entre os interesses económicos dos fabricantes e as necessidades de interesse e saúde pública presentes estão garantidas de forma responsável e equilibrada.
Para além disto tudo a resposta estará sempre nas mãos dos cidadãos e dos seus comportamentos individuais. Porque viver responsavelmente é viver com mais segurança.
Obs: Divulgue-se pelo manifesto interesse público.

quarta-feira

Novo perfil, novos desafios - por António Vitorino -

in DN
Um dos temas mais actuais prende-se com os efeitos da crise económica nos fluxos migratórios. Analisando os vários movimentos migratórios (sul-norte, sul-sul, norte-sul), as evidências recolhidas não permitem (ainda) tirar conclusões sólidas.
De um modo geral parece haver uma tendência para a diminuição das remessas enviadas pelos imigrantes para os países de origem. Em alguns casos, os imigrantes desempregados nos países desenvolvidos (caso dos mexicanos nos EUA) até têm já recorrido às poupanças que haviam enviado para as suas famílias no México com o objectivo de garantirem o seu sustento no período de crise. Mas também há registo que algumas comunidades indianas nos países desenvolvidos até aumentaram o volume de remessas enviadas desde o começo da crise.
Ainda no plano das grandes tendências, pode dizer-se que a crise tem provocado um aumento do desemprego entre as comunidades imigrantes que se encontram nos países desenvolvidos, em termos de a taxa média de desemprego nestas comunidades ser superior à taxa média do desemprego dos respectivos países europeus de acolhimento. Esta tendência, contudo, varia de região de destino para região de destino e conhece excepções, como é o caso de Portugal.
De igual modo pode identificar-se uma tendência para a diminuição da pressão de chegada dos imigrantes oriundos de países terceiros por antecipação dos efeitos da crise, mas tal retraimento não é uniforme e não se verifica em todos os casos das migrações de um país do Sul para outro país do Sul.
Finalmente em vários países desenvolvidos registam-se alguns movimentos de retorno dos imigrantes aos países de origem, em virtude do impacto negativo da crise económica. Com efeito, por muito que certos discursos populistas queiram apresentar os imigrantes como "turistas sociais" (mais motivados pelos benefícios sociais que podem receber nos países de acolhimento do que no contributo activo que possam dar inserindo-se de pleno no mercado de trabalho), a verdade é que o grande factor de mobilização ou de desmobilização dos imigrantes continua a ser a oportunidade de aceder ao mercado de trabalho e de nele permanecer.
A decisão de retorno é, contudo, uma decisão particularmente complexa. Tem tanto a ver com as expectativas de os imigrantes encontrarem, no país de origem, um ambiente e uma rede de protecção social mais favorável às condições agrestes que a crise lhes impõe nos países de destino, como com o prognóstico individual da duração da crise e das potenciais dificuldades de voltarem aos países de destino uma vez ultrapassada a crise. Neste ponto é paradoxal verificar que a rigidez dos controlos fronteiriços e os obstáculos à imigração legal, nesta conjuntura, acabam por representar um desincentivo ao retorno dos imigrantes aos países de origem e ampliam as tensões sociais nos países de acolhimento numa época de crise como a que vivemos.
Os dados divulgados esta semana pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sobre fluxos migratórios em Portugal são, a este propósito, muito interessantes e merecedores de adequada ponderação. Embora referentes a 2008 (portanto apenas abrangendo o trimestre inicial da actual crise), eles revelam uma estabilização no número de imigrantes legais presentes em Portugal, com um pequeno saldo líquido positivo entre os imigrantes que chegam e os que abandonam o País (mais 4500 imigrantes legais do que em 2007). Paralelamente confirma-se que a principal fonte de imigração clandestina é oriunda da América Latina.
Muito significativa é também a alteração do peso relativo das comunidades imigrantes: a brasileira surge em primeiro lugar, com o dobro da segunda (a ucraniana), tendo a cabo-verdiana passado a terceira, com pouca diferença face à oriunda da Ucrânia. De entre as comunidades de origem comunitária, a romena ultrapassou a britânica com uma subida muito significativa (em parte ligada à comunidade de origem cigana também).
Estes dados indiciam um novo perfil de imigração e novos desafios das políticas de integração!
Obs: Divulgue-se.

quinta-feira

Governo de iniciativa presidencial: um cenário perigoso mas plausível

CAPÍTULO II
Formação e responsabilidade
Artigo 187º(Formação)
1. O Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais.
2. Os restantes membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República, sob proposta do Primeiro-Ministro. (...)
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ANÁLISE POLÍTICA
Antes da realidade o ser laboramos todos nas ilusões, nas projecções, nas fantasias e noutras manifestações do espírito que são mais ou menos fecundas em função da criatividade de cada um.
Ora, como os dois principais partidos do chamado arco da governação não estão muito distantes entre si em matéria de intenções de voto, apesar da primazia ser do PS (e ninguém, no seu perfeito juízo, acreditar nas capacidades de Ferreira leite) - pode suceder o mais temível, ou seja, perante uma escassa diferença de percentagem nos resultados eleitorais entre o PS e o PSD, o septuagenário Cavaco, a partir do seu bastião de Belém, procurar imprimir uma interpretação neo-realista aos referidos resultados e entender que mesmo o PS ser o partido mais votado nas próximas eleições legislativas - será outra, na vontade ultra-subjectiva de Cavaco, a opção de formação de governo que Belém virá a defender.
Nesse caso, Cavaco irá dar tudo por tudo, será o seu momento histórico, não apenas para ajudar a sua amiga Ferreira leite a sentar-se no cadeirão de S. Bento, mas também forçando as circunstâncias para que seja o PSD a coligar-se com o CDS e, assim, oferecer, no seu entender, uma opção governativa aparentemente mais estável ao país.
Este cenário, muito dependente do crescimento (ou não do cds) começa a ganhar forma na medida em que se afigura pouco plausível o PS de Sócrates coligar-se com o PCP, e muito menos com o BE. Uma coligação entre o PS de Sócrates e o PSD de leite seria de fugir do país em 12h por avião, barco, carro ou mesmo a pé...
De modo que aquela expressão tendo em conta - inscrita no art.º 187 da CRP - pode gerar alguma ambiguidade estratégica (e arbitrariedade) que dê espaço político a Cavaco dar o litro para tramar Sócrates e coadjuvar a ascenção ao poder da sua amiga manuela Ferreira leite, que doutro modo jamais chegaria ao poder, ou a qualquer outro lado..
A ser assim, ou seja, descontando a ilusão (que também) este cenário comporta, o avó Cavaco transformar-se-ía naquilo que ele hoje já é: o PR só de alguns portugueses, disposto a tudo fazer para meter o psd de leite no poder violando - objectiva e subjectivamente - os princípios que jurou defender e deixando em Portugal uma má impressão, visto que aqueles que nele votaram há muito que já não se revêm na sua conduta política por ser demasiado parcial e discriminatória de uns em detrimento de outros.
Veremos, pois, se este cenário perigoso, que recorta os governos de iniciativa presidencial made in Ramalho eanes, todos de má memória, é ou não plausível e se cavaco não se transformou já, ainda que procure demonstrar o contrário, num elemento de desfasamento entre o tempo de gestação das ilusões e o tempo de revelação dos factos que conduz as sociedades à crise política.
Ainda que cavaco procure dar uma imagem de que de Belém só sopra estabilidade, concórdia, conciliação e paz institucional com o governo. Mas, na prática, são aqueles contravalores que ele tem fomentado no terreno a fim de armadilhar o caminho ao PS de Sócrates e estender o tapete vermelho à sua amiga - igualmente septuagenária - Ferreira leite.
O que faria um governo de idosos, e uma brigada do reumático, convenhamos, seria muito pouco realista para os momentos críticos e vitaminados que hoje a realidade e os desafios colocam a todos.
Mas só um milagre tornaria esse desejo realidade. E hoje, como sabemos, também já não existem milagres: a implosão da ex-URSS, o termo da Guerra Fria, a queda do muro de Berlim e a revelação dos segredos de Fátima tornaram os milagres não só improváveis como impossíveis.
Por outro lado, o tempo do PREC já lá vai e Cavaco também não é Eanes, além de que a sociedade portuguesa também já é muito diferente. E alguma dela até já lê Luís Vaz de Camões e revela índices culturais interessantes.
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Adele - Chasing Pavements

Roseta e Costa em candidatura conjunta para Lisboa

Os candidatos do movimento "Cidadãos por Lisboa" concorrem como independentes nas listas do PS, sublinhou Helena Roseta
RTP
A vereadora Helena Roseta ocupa a segunda posição na lista encabeçada por António Costa à Câmara Municipal de Lisboa, mas se o PS vencer as eleições Manuel Salgado manter-se-á como vice-presidente. O movimento "Cidadãos por Lisboa" e o PS apresentaram o acordo para a lista conjunta, no mesmo dia em que Carmona Rodrigues anunciou que não se recandidata.
Helena Roseta e António Costa estavam em negociações há alguns dias para preparar o acordo, mas o apelo de Manuel Alegre foi decisivo para que o pacto chegasse a bom termo.
A candidata revelou ainda ter envidado esforços, junto do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, para uma coligação de esquerda. "O António Costa fez muitos apelos a uma união de esquerda e não foi possível consegui-la. Mas eu própria fiz diligências, que não tornei públicas e torno públicas neste momento, no sentido de conseguir uma coligação entre partidos de esquerda em Lisboa".
As listas da candidatura vão ter por base os resultados das eleições intercalares de 2007 para Lisboa. Nesse escrutínio, o "Cidadãos por Lisboa (CPL) elegeu dois vereadores, após ter arrecadado 10,2 por cento dos votos.
O actual presidente da autarquia apontou a importância do acordo com a necessidade de criar condições para executar o programa eleitoral. "O acordo que agora concluímos e que assinaremos na próxima semana cria melhores condições para que o próximo mandato tenha melhores condições de governabilidade e tenha uma melhor governança do que foi possível termos neste mandato. Não basta ganhar eleições, é preciso ganhar eleições e ter condições para executar um bom programa. É isto que este acordo permite", disse António Costa.
Os candidatos do movimento liderado por Helena Roseta concorrem como independentes nas listas do PS. "É preciso tornar bem claro que não voltámos ao PS. Vamos concorrer como independentes pertencentes aos CPL nas listas do PS", sublinhou Helena Roseta, durante o anúncio da coligação para Lisboa.
O acordo é válido para a Câmara e Assembleia Municipal. "Pode haver candidaturas conjuntas, mas haverá listas autónomas nalgumas freguesias de Lisboa", disse Helena Roseta. O número dois de Roseta deverá ser o especialista em mobilidade e transportes Fernando Nunes da Silva.
Em relação à continuidade do vereador Manuel Salgado como vice-presidente, caso o PS vença o escrutínio, Helena Roseta referiu na RTPN que o nome do vice-presidente é escolhido pelo presidente de acordo com "o que está na lei".
Sá Fernandes, Rúben de Carvalho e Santana Lopes comentam acordo
O actual vereador eleito pelo Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa e que corre na lista de António Costa considera "muito positivo" o acordo hoje anunciado. "Acho muito bem, há muito tempo que vinha fazendo um apelo para convergências e esta é mais uma", disse José Sá Fernandes. A inclusão de movimentos de cidadãos "é bom para o PS e é bom para os movimento. Quanto mais movimentos se juntarem, melhor. E mesmo outros partidos que queriam alinhar forças, podemos estar sempre abertos", acrescentou.
Já o candidato da CDU à autarquia de Lisboa sustenta que o acordo firmado entre António Costa e Helena Roseta revela "que a única força que é uma proposta alternativa à Câmara de Lisboa é a CDU". "Isso parece-me transparente", disse Ruben de Carvalho, para quem a inclusão da vereadora Helena Roseta na lista socialistas representa uma aproximação com "o Partido Socialista, o engenheiro Sócrates e António Costa".
Na Grande Entrevista da RTP, Santana Lopes - o candidato do PSD, que está coligado com o CDS-PP, o Partido Popular Monárquico e o Movimento Partido da Terra - defendeu que firmar coligações nesta altura "é uma prova de fraqueza. Então onde é que está a credibilidade? Onde é que está a coerência?", questionava, tendo considerado que a candidatura conjunta é uma reacção de medo.
Após a apresentação da candidatura conjunta, fonte da lista de Santana Lopes argumenta isto significa "o regresso dos que nunca partiram". "Esta semana não trouxe nada de novo para a cidade de Lisboa, apenas clarificou o que já se esperava, ou seja, que os vereadores Helena Roseta e Sá Fernandes aceitam agora oficialmente o ingresso nas listas do PS", referiu a mesma fonte
Carmona Rodrigues anuncia que não se candidata
O antigo autarca da capital revelou que não vai liderar qualquer lista para a presidência do município e nem não apoia qualquer candidato. "Não entendo que deva dar apoio a nenhum dos candidatos. Não me revejo em nenhuma das candidaturas, temos o nosso espaço próprio", disse Carmona Rodrigues. "Não vou declarar apoio a nenhum dos candidatos já apresentados. Esperarei um pouco pela formação das listas. Apenas sei em quem não votarei", acrescentou, sem especificar quem será o candidato "excluído".
O actual vereador lisboeta chegou à presidência da Câmara em 2004, quando Santana Lopes deixou o cargo para assumir a chefia do Governo, que Durão Barroso deixou para rumar a Bruxelas.
Carmona Rodrigues candidatou-se pelo PSD em 2005 e ganhou as eleições contra Manuel Maria Carrilho. Perdeu, em 2007, nas eleições intercalares como candidato independente, mas foi eleito vereador da autarquia.
Obs: Nestes momentos é o realismo político que se impõe, foi o que se encontrou. Sempre é preferível ver uma sá carneirista coligada com António Costa em Lisboa do que vê-la de braço dado com um dos políticos-espectáculo mais incompetentes do pós-25 de Abril - como é manifestamente o caso de santana lopes. A cidade e os lisboetas merecem esse esforço, nem que para o efeito tenham de engolir a imensa vaidade e egocentrismo da vereadora Roseta que, apesar de tudo, é uma workaholic e valoriza as suas intervenções pelo conhecimento que tem das políticas municipais, mormente as relacionadas com a habitação cujo projecto coordena.
É claro que santana acha este acordo incoerente, porque os "elefantes brancos" da política à portuguesa entendem que só eles é que podem (e devem) fazer coligações.
Os outros - quando as fazem - são incoerentes, segundo santana.
Pobre Lopes..., já nem de lógica entende. Por isso Sampaio, e bem, correu com ele de S. Bento.
Dê-se os parabéns ao poeta Alegre que, pela 1ª vez na sua vida, e por interposta pessoa, conseguiu fazer alguma coisa por Lisboa, ainda que nada tenha feito pelo país com excepção da luta ao regime de Salazar.

Aniversário

quarta-feira

Maxwell Video Fortunate

Maxwell ~Sumthin' Sumthin' ~

MAXWELL - LOVE JONES SOUNDTRACK (Mellow Smooth)

Reflexo (prematuro) de Santana na capital: PSD viabilizou por engano plano de urbanização da Avenida da Liberdade

NOTA PRÉVIA:
QUANDO AS INTERFERÊNCIAS DE SANTANA NA CAPITAL DESPONTAM AS BARRACAS COMEÇAM. NADA DE NOVO, É O ESTILO SANTANA QUE APARECE AQUI EM CONFLITO COM A MADRINHA DE ANTÓNIO PRETO QUE O ESCOLHEU PARA LISBOA PRESSIONADA PELA DISTRITAL.
AFINAL, SANTANA JÁ NÃO É A MÁ MOEDA...
IMAGINE-SE O QUE SERIA AMANHÃ SANTANA A DIRIGIR OS DESTINOS DA CAPITAL, E ONDE SERIA SUPOSTO CONSTRUIR MAIS UM HOTEL O DITO LOPES MANDAVA IMPLODIR O EDIFÍCIO.
E PERANTE AS MORTES NOS ESCOMBROS, O DITO SANTANA RESPONDERIA:
TUDO NÃO PASSOU DUM ENGANO, CLARO ESTÁ!!!
in TSF
O PSD viabilizou por engano na Assembleia Municipal de Lisboa o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zonas Envolventes (PUALZE), que pretendia chumbar, reconheceu, esta terça-feira, o líder da bancada social-democrata. Saldanha Serra, líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa, justifica o engano. Saldanha Serra sublinha que o grupo gostava que o engano não tivesse acontecido.
Segundo o líder da bancada do PSD, há duas semanas, quando o PUALZE foi discutido na Assembleia e foi colocado à votação, os deputados sociais-democratas julgavam estar a votar a alteração de um artigo e não a versão final do plano, optando pela abstenção.
O artigo em causa, o 32 do regulamento do PUALZE, limitava a habitação em 30 por cento, e os sociais-democratas pretendiam abolir esse condicionamento.
A "terceirização" da Avenida da Liberdade é a grande objecção que os sociais-democratas tinham em relação ao plano, pelo que temem agora uma desertificação naquela avenida.
Questionado pela TSF sobre as origens deste erro, o líder da bancada social-democrata respondeu que se tratou de uma «confusão».
«Aquilo que podemos fazer neste momento é, com humildade e transparência, transmitir esta situação que gostaríamos que não se tivesse verificado», acrescentou Saldanha Serra.
O PUALZE foi aprovado com os votos favoráveis do PS e PCP, a abstenção do PSD (em maioria na Assembleia), CDS-PP e PEC e o voto contra do BE.
Obs: Pergunte-se a Saldanha Serra se essa confusão resultou duma distração gerada pelo telefonema prévio do santana.

terça-feira

Keane. Uma pérola

Keane - Nothing In My Way

Keane Spiralling acoustic

Manuel Alegre assume o papel do "pavão" da política-ficcional à portuguesa

Sejamos sérios: basta ouvir Manuel Alegre 3 minutos para perceber que um Programa de Governo elaborado pelo poeta não seria exequível. Por falta de realismo, de orçamento, de visão estratégica e o mais. Alegre cantou a Liberdade, é um poeta, estruturalmente é difuso e não domina sectorialmente nenhuma das áreas da governação, talvez a área da cultura onde tem mais afinidades, o que não faria dele um eficiente ministro da Cultura. O resto são sound bytes que ele ouve falar ao Anacleto Louçã e pensa de que se pode apropriar. Em 4 anos de legislatura não se conheceu ao poeta-deputado uma iniciativa legislativa com vista à melhoria das condições de emprego em Portugal. Mas nos últimos meses Alegre anda muito preocupado com o Código Laboral e com a precariedade das condições laborais. São, de facto, preocupações sérias que atingem milhares de pessoas em Portugal, mas vindas de Alegre sabem a cinismo, oportunismo e hipocrisia. Ao pretender, a dois meses das eleições gerais, que o PS deve mudar as pessoas e as políticas sem, com isso, oferecer uma alternativa credível, Alegre apenas está a criar um foco de conflito, uma zona de ameaça e de chantagem política acelerada sobre o seu próprio partido e sobre a sua liderança antes das legislativas. E percebe-se: Alegre queria já o compromisso do apoio do PS às eleições presidenciais, tal o seu irrealismo.
Alegre, de facto, radicalizou a sua postura, ele já não quer apenas alterações de forma, ele pretende a cabeça de Sócrates numa bandeja e resgatar um capital político que o promova, gradualmente, à corrida para Belém. Foi aquilo que ontem António Vitorino referiu: Alegre pretende construir um perfil presidencial. O que é completamente extemporâneo. Mas isto revela bem como Alegre ainda se encontra na fase da adolescência política, apesar de ser já um idoso na política em Portugal.
Mas aquilo que Alegre tem, de facto, feito nos últimos meses é exercitar o papel do "pavão-político" que ora anda de braço-dado com o BE, com quem conspirou nas ruas de Lisboa, vota contra medidas políticas interessantes no Parlamento pondo-se em bicos-de-pés para que os media falem dele. Bem ou mal, não importa. O que importa, é que falem dele.
Creio que é este o projecto político-ficcional do poeta-deputado Manuel Alegre, além de ir descarnando o PM como ressentimento por não ver acolhidas as suas (não direi ideias!!) mas opiniões.
Embora se saiba que a governação não se faz dessa massa disforme.

As "más moedas" juntam-se no porquinho mealheiro aos três de cada vez. Os pensamentos políticos de Kumba Yalá

Imagem Jumento
Aconselhada pelo velho maoista Pacheco Pereira a líder do PSD também vai escrever o seu livro de citações, tal como fez Mao com o seu Livro Vermelho, o pequeno livro onde de citações do antigo líder chinês, um verdadeiro manual de conquista do poder. Mas Ferreira Leite é uma mulher moderna ainda que não pareça e em vez de um livrinho vai produzir uma longa metragem, contando desde já com o apoio de José Eduardo Moniz que se dispôs a realizar e a dedicar-lhe uma edição do "Jornal Nacional" de Manuela Moura Guedes. Para já está a ser produzido o guião com os momentos mais altos da luta pela conquista do poder que tem sido protagonizada por Manuela Ferreira Leite desde que iniciou a longa Marcha desde o Palácio de Belém até ao Palácio de São Bento, à frente de uma guerrilha onde se podem ver magistrados, jornalistas, conhecidos economistas, contando ainda com o apoio implícito de (...)
Ler o resto deste filme séri Y aqui
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OS PENSAMENTOS POLÍTICOS DE KUMBA YALÁ
Dado o contributo que a srª Ferreira leite tem dado ao pensamento e à praxis política nacional, só nos resta evocar esse outro "grande vulto" do pensamento guineense na pessoa de Kumba Yalá e sublinhar algumas das suas formulações:

1) “A liberdade mental deve ser da autoria do próprio indivíduo”;

2. “O comprido é a negação do curto, bem como o alto o é em relação ao baixo, que assim se apresentam com a igualdade de posição de relatividade”.

3) “O não tempo é tempo que não pode ser tempo, com o tempo”;

4) A beleza de uma mulher elegante, é a atrapalhação do cabr.. do macaco da Indochina!”;

5) “Se eu fosse rico não precisava de andar a pé”; mas se fosse tal, teria muitos carros, e como estes e por razões de tanto andar de carro, a coluna vertebral desequilibra o corpo: logo, não preciso de ser rico, tenho apenas o suficiente para o meu conforto familiar”.
A dada altura, este pensador africano diz: "Quando se viaja para o estrangeiro, e a partir do momento em que o avião se descola da pista do aeroporto internacional Osvaldo Vieira, dá-se o início do respiro da tranquilidade; e de regresso para Bissau, mal se atravessa a fronteira do exterior para o interior do país, começa-se a sentir a atmosfera da insónia e do sufocante respiro da tranquilidade abafada”.
Certamente que estas reflexões marcam um "sinal indelével" na cultura política mundial, capaz até de fazer inveja às vulgatas mais recentes do Pensamento Político Contemporâneo. A terminar, o misterioso pensador alinha ainda mais uma reflexão que reza assim:
“Em política quando se adormece sossegado acorda-se com tudo perdido”. Aqui Kumba até tem razão...
Será que este actor tem alguma representação ou ressonância em Portugal?
Na realidade, o poder reside naqueles que se encontram nas encruzilhadas das comunicações, aqueles que organizam e controlam os orçamentos, aqueles que funcionam como intermediários entre os generais e as suas tropas..
Por alguma razão, que ainda não consigo entender bem, julgo que Kumba Yalá é assim uma espécie de novel líder do psd. Quando penso nestas reflexões lembro-me das reflexões da Lapa, e quando ouço a senhora da Lapa lembro-me logo de Kuamba Yalá.
Eis os únicos momentos em que me lembro da boca do inferno, alí em Cascais. Com Ferreira leite em S. Bento e o seu mestre em Belém só já me estou a ver emigrado no Burundi com umas incursões ao Corno d' África...
Como diria o outro, onde fica o exílio?!

segunda-feira

Caritas in Veritate - a encíclica do papa Bento XVI. Evocação de Rómulo de Carvalho via Manuel Freire -

Caritas in Veritate é um nome profundo para emprestar alguma autenticidade às relações entre os homens, às relações dos homens com as instituições e, no limite, às relações dos homens com Deus - se é que alguém tem o seu n.º de Tm.
Serviu de guia às decisões tomadas pelos líderes do G8, que se reuniram em Itália, na cidade de de L' Aquila, em que se destacou a importância da ética, na prioridade na pessoa humana, na importância da palavra dada. Enfim, num conjunto de caracaterísticas que proclamamos mas que sistemáticamente violamos, e fazêmo-lo com tanta regularidade, facilidade e normalidade que tudo já se tornou aceitável neste mundinho de sonhos, utopias e doutras desgraças.
Mas a encíclica, além de constituir uma supresa, (o Papa gosta de surpresas e de surpreender!!), foi também um aviso importante aos líderes das 7 economias mais industrializadas do mundo (EUA, Canadá, Alemanha, França, Itália, Japão e RU) sem esquecer a Rússia, que todos se comrpometiam a uma dotação de 20 bilhões de USd para combater a fome no mundo. Para lá dos objectivos definidos para reduzir as emissões de gases causadores do chamado efeito estufa.
Portanto, temos assim um Papa Bento XVI que, não chegando aos calcanhares de João Paulo II, se empenha na luta contra a fome, numa reinvenção da ética, na tentativa de recontruir o novo mundo (mais limpo e mais sustentável), no combate às desigualdades sociais e ao drama do desemprego (ou da precariedade no trabalho).
Tudo riscos para a democracia e que se não forem atalhados se tornam num risco de civilização, de existência.
Nessa linha, nesse ideário, nesse programa político, religioso o Estado do Vaticano está de parabéns, pois mesmo que o Papa proclame todos esses valores e vista sapatos Prada e se rodeie numa sumptuosidade verdadeiramente contrastante com os valores que professa, o mundo acaba por receber um sinal dos desígnios de Deus na terra através dos seus vigários, e este papa não passa de mais um dos seus representantes de Deus na terra.
Um representante igual a tantos outros, pois também não tem o Tm de Deus e quando quer falar com Ele fá-lo precisamente através dos canais que eu própio utilizo quando sinto a mesma necessidade.
Por isso, parabéns ao papa.
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Agora falemos de coisas sérias:
Pedra filosofal -

Robot Wheelchair e Bruno Bozzetto - Neuro

Um amigo muito especial hoje teve a bondade de me chamar a atenção deste brinquedo. Nessa sequência registo algumas notas: 1) vivemos embrenhados na espuma dos dias, os outros têm sempre coisas mais cruciais por resolver do que as comichões egocêntricas que circulam no nosso umbigo; 2) o "brinquedo" é interessante porque confere uma sensação de normalidade, além das inúmeras funcionalidades de que destaco a descida de escadas e a elevação da cadeira; 3) o preço corresponde ao valor dum BMW em 2ª mão com 2/3 anos.

Todavia, a minha aposta é que, num espaço de 3/5 anos a medicina (sobretudo, aquela que se faz entre os dois lados do Atlântico) evolua de tal maneira que algumas destas cadeiras-de-rodas hiper-sofisticadas fiquem definitivamente desactualizadas. E quando chegarmos aí é o momento de empurrá-las pela ribanceira abaixo, de preferência vazias.

E quando isso ocorrer o César será o 1º a empurrá-la, com direito a fotomaton e tudo, para registar o "antes" e o "depois" na história geral das nossas vidas que, desde o momento em que nascemos, comporta sempre uma grande dose de prazer e de fruição da vida mas também uma grande dose de tragédia.

A ideia, para já, é conseguir(mos) viver e gerir eficientemente o drama. Não estás sózinho!!!

_________________________________________ Bruno Bozzetto - Neuro

Nota: Pergunto-me por que razão o trém de aterragem do avião não escavaca a antena do prédio at once.

Alimentação anti-crise

O melhor que você pode fazer é reforçar o seu sistema imunológico através de uma alimentação correcta e saudável, no sentido de manipular sua imunidade, preparando suas células brancas do sangue (neutrófilos) e os linfócitos (células T) as células B e células matadoras naturais. Essas células B produzem anticorpos importantes que correm para destruir os invasores estranhos, como vírus, bactérias e células de tumores.
As células T controlam inúmeras atividades imunólogicas e produzem duas substâncias químicas chamadas Interferon e Interleucina, essenciais ao combate de infecções e de tumores.
Bem vamos ao que interessa, ou seja quais alimentos são importantes (estimulam a acção do sistema imunológico e potencializam seu funcionamento).
· Antes de mais nada, tome pelo menos um litro e meio de água por dia, pois os vírus vivem melhor em ambientes secos e manter suas vias aéreas húmidas desestimulam os vírus. Não a tome gelada, sempre preferindo água natural e de preferência água mineral de boa qualidade.
· Não tome leite, principalmente se estiver resfriado ou com sinusite, pois produz muito muco e dificulta a cura.
· Use e abuse do Iogurte natural, um excelente alimento do sistema imunológico.
· Coloque bastante cebola na sua alimentação.
· Use e abuse do alho que é excelente para o seu sistema imunológico.
· Coloque na sua alimentação alimentos ricos em caroteno (cenoura, damasco seco, beterraba, batata doce cozida, espinafre cru, couve) e alimentos ricos em zinco (fígado de boi e semente de abóbora).
· Faça uma dieta vegetariana (vegetais e frutas).
· Coloque na sua alimentação salmão, bacalhau e sardinha, excelentes para o seu sistema imunológico.
· O cogumelo Shiitake também é um excelente anti-viral, assim como o chá de gengibre que destrói o vírus da gripe.
· Evite ao máximo alimentos ricos em gordura (deprimem o sistema imunológico), tais como carnes vermelhas e derivados.
· Evite óleo de milho, de girassol ou de soja que são óleos vegetais polinsaturados.
· Faça exercício diário
· Pense positivo. Foque-se na saúde e não na doença.
Importante: mantenha suas mãos sempre bem limpas e use fio dental para limpar os dentes, antes da escovação.
Com esses cuidados acima e essa alimentação... os vírus nem chegarão perto de você.
6 de maio de 2009 (uma pequena contribuição para você enfrentar essa e qualquer gripe que porventura apareça no seu caminho). Se achar útil por favor repasse aos seus amigos... -- Prof. Dr. Odair Alfredo Gomes
Obs: Tenho a leve sensação que o prof. Odair tem razão, mas ele tem de experimentar o cozido à portuguesa, que também tem couve - ajudando, assim, a dar cabo da gripalhada.
Divulgue-se, portanto, o receituário do referido professor, embora enriquecido com a nossa cozinha mediterrânica.

Amália Hoje - A Gaivota

António Costa procura apoios à esquerda

António Costa procura apoios à esquerda
por JOÃO PEDRO HENRIQUES, DN
António Costa e José Sá Fernandes assinaram ontem o acordo que os colocará na mesma lista recandidata à gestão da capital. Foi também anunciado que o mandatário financeiro será alguém que desempenhou iguais funções na candidatura presidencial de Manuel Alegre. Apoio que se soma aos de Carlos do Carmo e José Saramago.
Com Lisboa em fundo e a presença tutelar do arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, António Costa e José Sá Fernandes anunciaram ontem, no miradouro da Graça, o acordo que os unirá na mesma lista candidata à Câmara Municipal de Lisboa. Um acordo há muito esperado e que segue aquele que os dois estabeleceram após as autárquicas de Julho de 2007, que levaram António Costa a presidente da câmara. Nessa altura José Sá Fernandes era vereador independente eleito à frente de uma lista do Bloco de Esquerda (ver caixa). Hoje António Costa apresentará a sua recandidatura a presidente, no jardim de São Pedro de Alcântara.
O acordo ontem apresentado será formalmente entre Costa e José Sá Fernandes, líder da Associação Cívica Lisboa É Muita Gente. A Associação tem o apoio, entre outros, de personalidades como Gonçalo Ribeiro Teles, o antigo vereador e fundador do PPM Luís Coimbra, o professor universitário Delgado Domingues, o cartonista Augusto Cid, o realizador José Fonseca e Costa e os actores Virgílio Castelo e Miguel Guilherme.
"Com este acordo, damos um novo impulso para que o trabalho continue no próximo mandato", sublinhou António Costa, adiantando que o objectivo é promover uma "maior qualidade ambiental e maior eficiência energética" à cidade. "Ao longo de dois anos, foi um prazer trabalhar com Sá Fernandes e a relação permitiu virar uma página na política ambiental em Lisboa", acrescentou. Sá Fernandes sublinhou, pelo seu lado, a componente ambiental do trabalho que desenvolveu na autarquia desde há dois anos. "Pretendemos continuar a defesa dos mesmos valores que nos guiaram nos últimos dois anos, com planos que estamos a executar para preparar o futuro". Nas questões ambientais, António Costa acrescentaria uma meta: "Queremos acabar com o escândalo dos cem mil esgotos que vão directamente para o Tejo sem qualquer tratamento.". "Espero que [o próximo mandato] corra tão bem como o anterior", sublinhou Sá Fernandes.
Pescar à esquerda
António Costa prossegue, entretanto, o seu esforço para "pescar" votos à esquerda. Ontem anunciou que o mandatário financeiro da sua candidatura será Pina Pereira, que foi mandatário financeiro de Manuel Alegre na candidatura presidencial de 2006.
Pina Pereira foi também gestor da Parque Expo e da RTP. O seu apoio à candidatura socialista soma-se ao do fadista (militante do PCP) Carlos do Carmo, que será o mandatário político da candidatura. Na sexta-feira, um outro destacadíssimo militante do PCP, o Nobel da Literatura José Saramago, declarou também o seu apoio, afirmando esperar "que seja presidente por muitos anos mais". O actor Raul Solnado será o mandatário sénior, como há dois anos.
Obs: Lisboa, de facto, tem belos jardins e belos miradouros, alguns dos quais já foram recuperados pelo actual Executivo - que, por certo, também não faria mal se obtivesse o apoio do prof. Carmona Rodrigues - uma vox responsável e autorizada, além de ter tido a coragem e a dignidade institucional de após ter sido edil da capital sentar-se na vereação na qualidade de vereador, o que só prestigia a política e a democracia em Portugal.