quinta-feira

Roseta e Costa em candidatura conjunta para Lisboa

Os candidatos do movimento "Cidadãos por Lisboa" concorrem como independentes nas listas do PS, sublinhou Helena Roseta
RTP
A vereadora Helena Roseta ocupa a segunda posição na lista encabeçada por António Costa à Câmara Municipal de Lisboa, mas se o PS vencer as eleições Manuel Salgado manter-se-á como vice-presidente. O movimento "Cidadãos por Lisboa" e o PS apresentaram o acordo para a lista conjunta, no mesmo dia em que Carmona Rodrigues anunciou que não se recandidata.
Helena Roseta e António Costa estavam em negociações há alguns dias para preparar o acordo, mas o apelo de Manuel Alegre foi decisivo para que o pacto chegasse a bom termo.
A candidata revelou ainda ter envidado esforços, junto do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista, para uma coligação de esquerda. "O António Costa fez muitos apelos a uma união de esquerda e não foi possível consegui-la. Mas eu própria fiz diligências, que não tornei públicas e torno públicas neste momento, no sentido de conseguir uma coligação entre partidos de esquerda em Lisboa".
As listas da candidatura vão ter por base os resultados das eleições intercalares de 2007 para Lisboa. Nesse escrutínio, o "Cidadãos por Lisboa (CPL) elegeu dois vereadores, após ter arrecadado 10,2 por cento dos votos.
O actual presidente da autarquia apontou a importância do acordo com a necessidade de criar condições para executar o programa eleitoral. "O acordo que agora concluímos e que assinaremos na próxima semana cria melhores condições para que o próximo mandato tenha melhores condições de governabilidade e tenha uma melhor governança do que foi possível termos neste mandato. Não basta ganhar eleições, é preciso ganhar eleições e ter condições para executar um bom programa. É isto que este acordo permite", disse António Costa.
Os candidatos do movimento liderado por Helena Roseta concorrem como independentes nas listas do PS. "É preciso tornar bem claro que não voltámos ao PS. Vamos concorrer como independentes pertencentes aos CPL nas listas do PS", sublinhou Helena Roseta, durante o anúncio da coligação para Lisboa.
O acordo é válido para a Câmara e Assembleia Municipal. "Pode haver candidaturas conjuntas, mas haverá listas autónomas nalgumas freguesias de Lisboa", disse Helena Roseta. O número dois de Roseta deverá ser o especialista em mobilidade e transportes Fernando Nunes da Silva.
Em relação à continuidade do vereador Manuel Salgado como vice-presidente, caso o PS vença o escrutínio, Helena Roseta referiu na RTPN que o nome do vice-presidente é escolhido pelo presidente de acordo com "o que está na lei".
Sá Fernandes, Rúben de Carvalho e Santana Lopes comentam acordo
O actual vereador eleito pelo Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa e que corre na lista de António Costa considera "muito positivo" o acordo hoje anunciado. "Acho muito bem, há muito tempo que vinha fazendo um apelo para convergências e esta é mais uma", disse José Sá Fernandes. A inclusão de movimentos de cidadãos "é bom para o PS e é bom para os movimento. Quanto mais movimentos se juntarem, melhor. E mesmo outros partidos que queriam alinhar forças, podemos estar sempre abertos", acrescentou.
Já o candidato da CDU à autarquia de Lisboa sustenta que o acordo firmado entre António Costa e Helena Roseta revela "que a única força que é uma proposta alternativa à Câmara de Lisboa é a CDU". "Isso parece-me transparente", disse Ruben de Carvalho, para quem a inclusão da vereadora Helena Roseta na lista socialistas representa uma aproximação com "o Partido Socialista, o engenheiro Sócrates e António Costa".
Na Grande Entrevista da RTP, Santana Lopes - o candidato do PSD, que está coligado com o CDS-PP, o Partido Popular Monárquico e o Movimento Partido da Terra - defendeu que firmar coligações nesta altura "é uma prova de fraqueza. Então onde é que está a credibilidade? Onde é que está a coerência?", questionava, tendo considerado que a candidatura conjunta é uma reacção de medo.
Após a apresentação da candidatura conjunta, fonte da lista de Santana Lopes argumenta isto significa "o regresso dos que nunca partiram". "Esta semana não trouxe nada de novo para a cidade de Lisboa, apenas clarificou o que já se esperava, ou seja, que os vereadores Helena Roseta e Sá Fernandes aceitam agora oficialmente o ingresso nas listas do PS", referiu a mesma fonte
Carmona Rodrigues anuncia que não se candidata
O antigo autarca da capital revelou que não vai liderar qualquer lista para a presidência do município e nem não apoia qualquer candidato. "Não entendo que deva dar apoio a nenhum dos candidatos. Não me revejo em nenhuma das candidaturas, temos o nosso espaço próprio", disse Carmona Rodrigues. "Não vou declarar apoio a nenhum dos candidatos já apresentados. Esperarei um pouco pela formação das listas. Apenas sei em quem não votarei", acrescentou, sem especificar quem será o candidato "excluído".
O actual vereador lisboeta chegou à presidência da Câmara em 2004, quando Santana Lopes deixou o cargo para assumir a chefia do Governo, que Durão Barroso deixou para rumar a Bruxelas.
Carmona Rodrigues candidatou-se pelo PSD em 2005 e ganhou as eleições contra Manuel Maria Carrilho. Perdeu, em 2007, nas eleições intercalares como candidato independente, mas foi eleito vereador da autarquia.
Obs: Nestes momentos é o realismo político que se impõe, foi o que se encontrou. Sempre é preferível ver uma sá carneirista coligada com António Costa em Lisboa do que vê-la de braço dado com um dos políticos-espectáculo mais incompetentes do pós-25 de Abril - como é manifestamente o caso de santana lopes. A cidade e os lisboetas merecem esse esforço, nem que para o efeito tenham de engolir a imensa vaidade e egocentrismo da vereadora Roseta que, apesar de tudo, é uma workaholic e valoriza as suas intervenções pelo conhecimento que tem das políticas municipais, mormente as relacionadas com a habitação cujo projecto coordena.
É claro que santana acha este acordo incoerente, porque os "elefantes brancos" da política à portuguesa entendem que só eles é que podem (e devem) fazer coligações.
Os outros - quando as fazem - são incoerentes, segundo santana.
Pobre Lopes..., já nem de lógica entende. Por isso Sampaio, e bem, correu com ele de S. Bento.
Dê-se os parabéns ao poeta Alegre que, pela 1ª vez na sua vida, e por interposta pessoa, conseguiu fazer alguma coisa por Lisboa, ainda que nada tenha feito pelo país com excepção da luta ao regime de Salazar.