segunda-feira

Crónica duma morte (política) anunciada: a srª Ferreira leite

Valores mais altos impediram-me de acompanhar a espuma dos dias nesta agenda setting de mais do mesmo. Hoje, atrasado como estou, deparo-me com o absurdo do próprio absurdo e que se explica através deste psicodrama esgalhado pelo único "Cavaco Silva de saias" da república portuguesa e cuja narrativa reza assim: a srª Ferreira leite foi obrigada a cancelar a sua presença na festa anual dos sociais-democratas madeirenses, no passado Domingo, no Chão da Lagoa, por motivos de doença. A srª Ferreira até faltou a um rendez-Vous partidário de preparação do programa eleitoral, no Porto, por se encontrar com a maldita gripe.

Confesso que tudo isto me surpreende por várias razões:

1. Enquanto ministra de Estado e das Finanças a srª Ferreira nunca adoeceu, e devia.., mais que não fosse por ter agravado o défice e tornado a economia improdutiva e o empresariado descapitalizado e com uma carga fiscal inaudita;

2. Fica-se a saber que a srª Ferreira não é imune a tudo;

3. No psd ninguém dá pela falta da senhora, quer esteja ou não esteja nos encontros políticos, mesmo tratando-se da propaganda mais cafona da república veiculada pelo "bokassa" da Madeira, como um dia lhe chamou o actual presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.

4. Tudo isto é terrível porque acontece num tempo e numa circunstância em que ninguém crê na senhora, que imediatamente cola o psicodrama a um pretexto para não ir à Madeira prestar vassalagem a Al berto, gerar um efeito de compaixão afectivo no país e, desse modo, alavancar-se eleitoralmente. Errado.

Tudo isso seria assim, caso a srª ferreira fosse politicamente competente, tivesse ideias e um projecto para Portugal que fizesse a diferença relativamente ao PS de Sócrates. Não tem.

Desta feita, Leite arrisca-se a ser, mais uma vez, cunhada de mentirosa, não ser imune a uma gripe, incapacidade de federar o partido-laranja e, de caminho, caso a gripe seja verdadeira - contaminar os portugueses do Continente pela opção de não ir à ilha do Al berto.

A ser assim não se entende se a srª Ferreira prefere ficar com a sua gripe em Portugal e contaminar os que cá estão, ou demandar a ilhar do xenófobo Al berto em busca duma poncha para curar aquilo que, de facto, nunca terá cura: a sua ineptidão para a política mitigada com a sua tremenda incompetência política (denunciando o vazio).
PS: Toda a gente sabe, dentro e fora da Lapa, que se não for Pacheco pereira a escrever o programa eleitoral e de governo à srª Ferreira leite ela continuará sendo aquilo que sempre foi: uma grande e permanente "gripe" da pequena política à portuguesa.