O vinho e os tratados de filosofia
Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
CRISTAL SONORO A CAVALGAR UMA PÉROLA N1 ROLLS (sem vinho)
Barry White,James Ingram,El Debarge & Al B.Sure! (High Quality)
Obs: [...] "Pouco me importei. As baixas expectativas libertavam-me de preocupações, vários apoios providenciais deram novo fôlego à minha credibilidade e atirei-me à corrida com uma energia e alegria que pensava já ter perdido. Contratei quatro ajudantes, todos na casa dos vinte, inícios dos trinta, inteligentes e convenientemente baratos. Arranjámos um pequeno gabinete, fizemos o nosso papel timbrado, instalámos linhas de telefone e vários computadores. Passei quatro ou cinco horas por dia a telefonar aos principais doadores democratas e a tentar que me voltassem a ligar. Dei conferências de imprensa a que ninguém compareceu. Inscrevemo-nos na parada anual do Dia de São Patrício e ficámos no último lugar disponível, de modo que eu e os dez voluntários acabámos a desfilar meia dúzia de passos à frente dos camiões de limpeza das ruas, a acenar aos poucos retardatários que tinham ficado pelo caminho, enquanto os trabalhadores da limpeza varriam o lixo e arrancavam os autocolantes com trevos verdes dos postes. A maior parte do tempo, no entanto, andei a viajar, muitas vezes sozinho, de carro, primeiro de bairro em bairro, depois de condado em condado e de cidade em cidade, até chegar ao extremo do estado (...)", in B. Obama, A Audácia da Esperança, Casa das Letras, pág. 15.
Agora Barak Obama está quase a "montar" o Império (vindo do bairro-do-condado-da-cidade-e-do-estado - e cuja herança é pesada) - que se encontra como aqueles leões em fim de carreira nas paisagens do Seringheti - incapazes de patrulhar o território e suster a ameaça de leões inimigos mais novos e vigorosos, de procriar e de lutar pelo espaço vital, é este o momento - também vital - em que a América irá ter, pela 1ª vez na sua história, um negro (embora multicolor por dentro...) sentado no cadeirão da Sala Oval. E é (já) crença generalizada, naturalmente, que por um mundo melhor, como sinaliza - e bem - António Vitorino.
ENOVIT Portugal: um salão em crescimento constante!
O ENOVIT Portugal está de volta nos dias 6, 7 e 8 de Novembro de 2008, na FIL – Parque das Nações - Lisboa, para acompanhar todos os profissionais do sector da viticultura e enologia nas profundas mudanças que o sector está a atravessar.
Este Salão tem vindo a consolidar o crescimento de área de exposição de empresas nacionais, espanholas, francesas, italianas e alemãs, e de visitantes profissionais nacionais e estrangeiros.
A ambição do ENOVIT é clara: ser um mundo de ideias e de soluções ao serviço de todos os profissionais da fileira da vinha e do vinho. Para tal, irá desenvolver-se à volta de 3 eixos principiais:
- A terra e a condução da cultura da vinha ( material de tracção, material de cultivo da vinha, viveiristas, produtos fitossanitários, adubos, material de poda e de vindima);
- A adega e a elaboração do vinho (material de transporte e recepção da vindima, cubas, barricas e balseiros, adegas, material de laboratório, higiene, manutenção, logística);
- O mercado do vinho (engarrafamento, embalagem, rótulos, rolhas, marketing e comunicação, comercialização, formação, informática, consultores, finanças e seguros);
Assim, a próxima edição será uma vez mais o ponto de encontro de profissionais e, empresas do sector que elegem o Salão como a altura ideal para o lançamento de novos produtos e serviços juntos dos agentes económicos, assim como para reforçar a sua presença no mercado nacional. (...)
PS: Pergunte-se ao 24h. que candidato é que apoia.
A garota de Ipanema
La poesia conquista Beatrice - Frammenti di Neruda
Moloko - The Time Is Now
Moloko "Familiar Feeling
Os estudantes de teatro dividem-se em duas categorias: os que cultivam e representam a cólera e os que preferem o choro. Mais adiante emergem os chamados "empresários da choradeira" - que procuram racionalizar (e popularizar) as emoções e canalizá-las para um determinado sentido. Todos representamos, mesmo aqueles que dizem só querer escrever romances ou defender a qualidade do ar. O mundo, que já é velho e resistente, aguenta com tudo isto e, ainda por cima, se ri.
RUI VELOSO - Todo o tempo do mundo
Vício De Ti
Clã - "Sexto andar"
Luís Faustino
Miguel Sousa Tavares abandona reunião municipal
Miguel Sousa Tavares abandonou a reunião do executivo municipal onde se discute o alargamento do terminal dos contentores de Alcântara. "Não vim aqui para assistir a uma sessão de propaganda do Porto de Lisboa", disse aos jornalistas.
O escritor Miguel Sousa Tavares abandonou hoje a reunião do executivo municipal, onde se dicutiu o alargamento do terminal dos contentores de Alcântara.
"Não vim aqui para assistir a uma sessão de propaganda do Porto de Lisboa", disse aos jornalistas depois de ter abandonado a sala na altura em que Manuel Frasquilho, presidente da administração do Porto de Lisboa, começou a apresentar o projecto.
Em frente aos Paços do Concelho, local onde decorre a reunião, membros do sindicato dos Estivadores manifestaram-se e acusaram o movimento cívico, que contesta a expansão do terminal, de ignorar o "impacto social e financeiro" do projecto e da actividade do Porto de Lisboa.
Miguel Sousa Tavares pertence à associação cívica que está contra o projecto, o que fez com que fosse insultado à entrada pelos estivadores.
À saída, Sousa Tavares reconheceu aos jornalistas que aguardava escolta policial para abandonar o edifício. , in Expresso.
Obs: Imagine-se que Miguel Sousa Tavares começava a apresentar o seu próximo romance na Fnax de Freixo de Espada à Cinta (daqueles a que Vasco Pulido Valente classifica da forma que conhecemos..) e, no preciso momento em que começa a falar todos os seus convidados abandonam a sala. Inclusive o editor. E até alguém da casa apaga a luz, sob pretexto de que a crise impõe poupanças energéticas draconianas. O Miguel ficaria, assim, às escuras. Assim ao estilo do PCP quando a direita no hemiciclo apresenta um projecto de lei mais ousado. O que pensaria o Miguel dos seus próprios convidados?! Bem não seria, certamente. Isto na forma. Desde logo, por razões de educação. Ainda que possam existir razões estéticas ou paisagísticas (ou outras) que colidam com a competitividade económica conexas à necessária modernização do Porto de Lisboa, sob pena de muitos dos fluxos económicos se perderem para outros portos. Governar é tramado. Sempre foi mais difícil do que escrever um romance. Mas o Miguel não é um player qualquer: é um escritor com imensa influência que quer vir a ser recordado como um clássico, sobretudo ao nível dos seus leitores mais resistentes.
Pessoa explica tudo: Caeiro, Campos, Reis, Soares e o mais... Todos eles são um mundo e ninguém. Essa foi a arte: o tudo e nada. A coisa é, aparentemente, simples: todos nós somos o mundo e ninguém. O eu moderno é, cada vez mais isso, essa abrangência-nula do 1000-ao-Zero em 5segundos. O génio de Pessoa reside nisso: numa antecipação alucinante que multiplicou máscaras sobre o rosto do nosso nada. Actuando asim, não o ocultou nem o reduziu, como sublinhou Eduardo Lourenço, um pessoano dos quatro costados. Contribuindo para fazer brilhar Pessoa com intensidade. Até um inspector-estagiário da PJ com dois dedos de testa perceberia isso - tratando-se dessas (outras) máscaras usadas por El solitário nos assaltos a bancos. Em Espanha e em Portugal. De facto, Pessoa, mesmo sem querer, elaborou uma teoria poética que fez incursões na criminologia que hoje pode ajudar a compreender muita coisa ao nível das polícias de investigação. Mais fácilmente se apanha um criminoso se se dominar a teoria da máscara. E uma teoria da máscara explica sempre a génese de dezenas de máscaras. Sobretudo hoje em que o mundo inteiro anda a representar, desde logo a economia virtual não casa com a economia real.
Obs: E parece que este animal também matou 3 agentes policiais em Espanha. Pior que um assassino só mesmo um assassino armado em intelectual do crime com um discurso de autojustificação. No meu entendimento os crimes deveriam ser tipificados em graves e muito graves, e nestes - os respectivos criminosos deveriam levar uma pena elevada - com a agravante de que a sua manutenção na cadeia (comida, roupa, cuidados de saúde, etc) fosse paga às expensas dos próprios criminosos. Do muito que sacaram à sociedade. Quantos traumas - além dos assassinos - é que este animal causou à sociedade espanhola? Pergunte-se também ao criminoso se a génese do seu arrependimento é prévia a saber que iria ser engaiolado ou é post-factum... Além de criminoso é idiota. Um idiota-criminoso. Ainda por cima, armado em intelectual revolucionário, o que configura um outro crime: o de ofensa aos intelectuais que não fazem mal a uma mosca. Estes, por regra, só se ofendem entre si... Mas é com palavras.
Presidente do BES parece optimista
Crise: Ricardo Salgado já vislumbra sinais de recuperação Apesar de considerar esta conjuntura como a pior de sempre O presidente do Banco Espírito Santo (BES) acredita que já se começam a fazer antever, nos últimos dias, alguns sinais que indiciam o início da recuperação internacional. Na apresentação de contas do banco relativas ao terceiro trimestre, quando levado a fazer uma antevisão da duração desta crise financeira, Ricardo Salgado, manifestou-se ligeiramente optimista com os próximos meses, embora reconheça que esta é a «pior crise de sempre», pelo menos da «sua geração». Optimista, mas prudente, o responsável referiu que «é impossível dizer se a crise ainda vai ser pior do que já é, mas no BES achamos que não». «Há uma conjugação de factores conjunturais e estruturais que apontam para uma recuperação», acrescentou. Mais. Para o responsável é bem possível «que se esteja a atingir um nível de sustentação do mercado que capitais» e que, assim sendo, «é bem possível que venhamos a assistir a partir do final deste ano, início do próximo, a uma recuperação da situação internacional».
Obs: Ricardo Salgado quando fala é porque fala e o país deve ouvir. Aliás, entre ele e a lei existe uma relação mais estreita que entre o crente-católico e a Bíblia. Ricardo já fala em recuperação, é bom sinal. E até acredito que esteja a ser sincero, porque a matemática financeira não é ciência que engane muito, salve se se recorrer a um expediente que fez carreira nos circuitos empresariais internacionais nos últimos anos e que responde pelo nome de contabilidades criativas. Mas talvez não ficasse mal a Ricardo - sempre colocado numa pose majestática do séc. XIX - que me evoca António Borges - um dos 100 Vice-presidentes da Goldman Sachs despedidos, que sublinhasse o papel verdadeiramente crucial que os chamados fundos soberanos tiveram no aplacamento da crise do sistema financeiro português, do qual o BES é parte, e com o qual ganha milhões por ano - e, doravante, como toda a banca nacional (e internacional) irá beneficiar a fim de evitar o colapso. Numa palavra, ficaria bem a Ricardo dizer a palavra mágica: obrigado Estado. Já agora, será que Ricardo é católico...
Um modelo de cozinha anti-crise, pró-esperança - a prometer o céu na Terra.
O skyline também não é mau... :::::::::::::::::::::::::
Modelo GIOCONDA

Talvez este seja um modelo de cozinha mais adequado à conjuntura de crise. No caso de colapso financeiro - sempre poderá ser vendida como peça d' arte. Com pouca desvalorização...
Madonna - Don't Cry For Me Argentina
"Hoje acordei assim:" (TO-ACS)
E assim...
Madonna-Miles Away (with lyrics)
amy winehouse back to black live
Mark Ronson Ft. Amy Winehouse - Valerie (Baby J Remix)
Mark Ronson Ft. Amy Winehouse -
Valerie (Baby J Remix)
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A CRISE GLOBAL VISTA DE PARIS
Mário Soares
1 . Passei o último fim-de-semana alargado em Paris. É sempre agradável, apesar do mau tempo: frio, com vento e muito enevoado. Sobretudo para quem viveu tantos anos na Cidade-Luz, por estar expulso da sua terra, como eu. Paris, que era então o centro cultural do mundo e hoje já não é. Mas está, agora, na presidência da União Europeia, com o agitado, frenético e imprevisível Presidente Sarkozy, onde os problemas mais agudos da actualidade estão tão presentes nas televisões, nos debates, nos jornais, nas conversas e preocupações das pessoas. Sente-se o mal-estar, a incerteza e a desconfiança quanto ao futuro. Talvez mesmo um começo de pânico.
Fui a convite de Ignacio Ramonet e da equipa do Le Monde Diplomatique e a temática proposta para o colóquio tinha duas vertentes: democracia e progresso social na América Latina, por uma política europeia independente; e a crise financeira internacional vista do Sul: como reconstruir um sistema em falência?
Nela participaram personalidades sul-americanas e europeias: como o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Nicolas Maduro, Miguel Ángel Martínez, socialista espanhol, vice-presidente do Parlamento Europeu, Edgar Morin, o filósofo francês da complexidade (que à última hora não pôde estar presente, por um incómodo de saúde), Raúl Morodo, antigo embaixador de Espanha em Portugal e na Venezuela, Bernard Cassen, o professor suíço Jean Ziegler, deputados e senadores europeus, de vários países, embaixadores em França e na UNESCO de países latino-americanos, entre muitos outros. Por lá passou ainda o antigo primeiro-ministro francês Villepin.
A sombra da crise, não só financeira mas global, com inúmeras vertentes, pior do que a de 1929, esteve presente em todos os debates. Não uma crise que está a ser debelada, com a injecção de milhares de milhões de dólares e de euros europeus, dos bancos centrais, nos respectivos bancos, seguradoras e algumas empresas dos respectivos Estados, mas antes uma crise, extremamente complexa, que está para durar, no mínimo dois anos, embora alguns reputados economistas (como Stiglitz) falem em pelo menos uma década.
Como já escrevi nesta coluna, não basta injectar dinheiro, muito dinheiro - como tem sido feito - para a crise ser debelada. Porque a especulação continua e há gente a ganhar muito dinheiro com a crise. A crise é sistémica - é preciso que as pessoas tomem consciência disso - foi o neoliberalismo que entrou em falência e a globalização desregulada, os paraísos fiscais e a especulação desenfreada que daí decorrem e continua. Portanto, não é voltando a encher os bolsos aos maiores responsáveis que podemos resolvê-la. É preciso uma mudança também global do sistema, mudar o modelo económico - o capitalismo na sua fase financeira e especulativa, de tipo virtual - para voltarmos à economia real, com os pés fincados na terra, lutando contra as desigualdades sociais, a pobreza e em defesa do planeta, ameaçado. É o fim do capitalismo? Respondo: do capitalismo virtual e especulativo, com certeza.
O Magazin Littéraire, francês, publica no seu último número - de Outubro de 2008 - um dossier dedicado a Marx intitulado Razões de Um Renascimento. É um dossier muito completo - e pedagógico - elaborado por filósofos, politólogos, economistas, sociólogos e antropólogos, condicionado pelo "espírito do tempo" (Zeitgeist, como lhe chamava Hegel) que mudou com a crise. Diz-se na introdução: "Passada a época dos anátemas e das caricaturas, somos levados, pela lógica das coisas, a redescobrir o pensamento marxista, em todos os seus registos e paradoxos: antropologia, economia, sociologia, filosofia e militantismo político." Tendo em conta - obviamente - o deficit do pensamento de Marx "em matéria de teoria política, segundo Patrice Bollon, que conduziu às derivas autoritárias que se conhecem"... E eu acrescento: totalitárias, com Lenine, Trotsky, Estaline, Mao Tsé-Tung e tutti quanti...
2.Repensar a esquerda. Eis a que nos conduz o espírito do tempo, se queremos vencer a crise e substituir o sistema. Não se trata, como sugeriu o Presidente Sarkozy, de "destruir o capitalismo financeiro e especulativo e punir os responsáveis" para "refundar outro capitalismo", ou seja: a mudança necessária para que tudo fique na mesma. Trata-se de algo mais simples e concreto: manter a economia de mercado, introduzindo-lhe regras éticas e jurídicas estritas capazes de assegurar a justiça social, numa nova ordem político-económica mundial que tenha como objectivos: erradicar a pobreza, no plano internacional, reduzir drasticamente as desigualdades, encerrar os paraísos fiscais, centros principais de especulação, punindo os traficantes e os especuladores financeiros e voltando aos valores éticos. Reforço do Estado, das instituições internacionais (começando pelas herdadas de Bretton Woods, o FMI e o Banco Mundial, que devem ser integradas na ONU, bem como a Organização Mundial do Comércio).
O multiculturalismo e o pluralismo ideológico e político, num mundo global e, portanto, multilateral, são fundamentais para podermos vencer a crise global, mediante um esforço de governação mundial, no quadro de uma ONU reestruturada e democratizada, única forma de fazer frente, com êxito, aos desafios também eles globais, com que estamos confrontados: a paz, as graves ameaças que pesam sobre a Terra, a criminalidade mundial, a fome, a droga, pandemias como a sida, etc. Marx está de volta? Ou Keynes? Em parte, sim, em virtude do fracasso estrondoso do neoliberalismo e da concepção hegemónica, unilatera- lista, do pensamento único da chamada democracia liberal, que os americanos sonharam impor ao mundo. Mas não para restabelecer o dogmatismo da cartilha marxista, na leitura que dela fizeram Lenine, Estaline ou Mao...
O socialismo democrático, que trouxe à Europa a paz - e os "30 gloriosos" anos de crescimento económico, em liberdade e bem-estar para todos -, foi de algum modo "colonizado" pelo neoliberalismo. Está hoje sem rumo e sem lideranças. É por isso que precisa de ser repensado - e está a sê-lo, por toda a esquerda europeia, social, sindical e partidária. Poderá ser uma luz ao fundo do túnel, para as nossas angústias, se houver diálogo, espírito de tolerância e de bom senso, entre todas as correntes que se reclamam da esquerda, moderada e radical.
3.Obama é sem dúvida uma esperança. E está a ganhar caminho todos os dias. Inscreve-se no "espírito do tempo". Que é a mudança. Não só pela sua vitória pessoal - que só por si representa uma revolução cultural na América -, mas pela vitória dos democratas no Congresso (muito provável, dadas as divisões dos republicanos) e pelas consequências que a dupla vitória tiver no Supremo Tribunal Federal...
Obama não é socialista. Mas é keynesiano e tem como referência Franklin Delano Roosevelt. Está confrontado com a pior crise de sempre. Quer trazer os soldados americanos de volta do Iraque, reformular a ONU, voltar ao pioneirismo americano, interessar-se pelo bem-estar de todos os americanos, saúde, educação, segurança social. E sobretudo ouvir e dialogar com as pessoas. Com os americanos e os outros. O que representa um virar de página. Eis o que significa uma revolução pacífica e democrática. Abre o caminho para um mundo, seguramente, melhor. O resto, dependerá do desenvolvimento da cidadania global. Obs: Divulgue-se.
Obama leva vantagem, a uma semana das eleições
WASHINGTON (AFP) — Os dois candidatos à Casa Branca estiveram hoje na Pensilvânia (leste), um dos estados mais importantes para a eleição do 44º presidente dos Estados Unidos, a exatamente uma semana do pleito.
Segundo a pesquisa diária Washington Post/ABC News, o democrata Barack Obama estaria a sete pontos de distância do adversário republicano John McCain (52% contra 45%). Segundo o site independente especializado RealClearPolitics (RCP), contaria com um avanço de um pouco mais de seis pontos (50,4% contra 43,6%). (...)
Obs: Solicite-se a Obama que seja magnânime para com McCain - convidando-o, desde já, para seu assessor para área da política externa. Ou me engano muito, ou a expressão de apoio sociológico a Obama será muito maior do que aquela que as sondagens expressam. Sabe-se que as pessoas mentem nesses inquéritos de opinião. Neste caso, a mentira favorece (artificialmente) McCain, mas serão as votações nas urnas (cuja vontade expressa neste momento está oculta na consciência de cada um) que irão conceder uma maioria expressiva em Obama. Em nome da mudança, em nome duma nova América.
Quando estive em Londres nos anos 1930, eu apanhava o comboio uma vez por semana para ir assistir às aulas de John Maynard Keynes, em Cambridge. Havia muito "diz que disse" naquele ambiente. Keynes era homossexual e estava casado com uma linda lésbica e o casal era motivo de grandes conversas na época, como imaginam, mas o meu interesse não eram esses "detalhes". Nas aulas, subitamente, apercebi-me que Keynes e todos aqueles brilhantes estudantes de economia falavam do comportamento das mercadorias e não das pessoas!. Eu disse para comigo que o que me interessava eram as pessoas, e que sendo assim nunca poderia vir a ser um economista.
in Peter Drucker, de Jaime Cardoso e Jorge Nascimento Rodrigues, CA, 2006
A América de Obama e McCain - sendo aquele de longe uma melhor opção para o Império e para o mundo - está um pouco arrefecida. Os debates já foram, a Sara de McCain entrava mais do que ajuda, a crise económica, financeira e social estremeceu a América-profunda, mas, na realidade, falta algo que agite, que bombardeie os espíritos dos americanos e os mobilize. Sob pena de tudo continuar enfadonho. Falta um escândalo, uma "garganta funda" do séc. XXI, faz falta uma Mónica com as saias sujas de leite condensado auxiliada por um Procurador fundamentalista. Faz até falta uma mentirinha de Bill. Falta uma princesa na estória. Falta algo na América decadente, podre e em ruínas. Eis os produtos embalados que o Tio Sam tem exportado para a Europa. Nós a querer exportar Chardonnay para os camones branquinhos e insulares, mas é a Europa que hoje leva com os produtos tóxicos duma América em fim-de-festa. Oxalá que Obama tome posse, e limpe a merdinha sobrante. Quanto mais rápido isso ocorrer, mais rápido a Europa regressa ao consumo e ao emprego. E mais depressa também nós fazemos o take-of económico.
Problemas do século XXI, in Público
Obs: Medite-se nesta reflexão, nas suas referências e nos eventuais ensinamentos que dela possamos retirar para a economia nacional. Enfim, mais uma boa prestação do Francisco. No fundo, andamos todos a querer saber como REGULAR a "besta" da globalização predatória (R. Falk) que se impôs ao mundo (desarticulando a vida dos Estados, fragmentando a vida das sociedades, escavacando algumas empresas, atomizando as pessoas). Regulá-la, desde que a humanizemos também...
Difundido em 1938, na rádio americana CBS - uma encenação intitulada A invasão dos marcianos. Foi aí que Orson Welles, o célebre actor e realizador de cinema, desencadeou uma onda de pânico junto de alguns dos seus ouvintes, persuadidos da iminência da chegada dos marcianos à Terra. Esta experiência de dimensões reais parecia confirmar a validade das interpretações, comprovando o poder absoluto dos media, capazes de induzir qualquer comportamento junto de um público fraco e crédulo. Ora fraco e crédulo é hoje a clientela do PSD - que deve rondar uma ou duas dúzias de pessoas (incluindo familares e vizinhos) que apoiaram a srª Ferreira leite no famoso Congresso de Guimarães (e logo em Guimarães, fundação da nacionalidade). Consabidamente, a brincadeira de Orson Welles levou o terror (radiofónico) à América (que hoje ainda está mais aterrorizada com W.). Neste contexto - sugiro a Marcelo que na sua próxima missa dominical vá para a RTP - paga com os impostos dos portugueses - fazer mais um número made in Orson Welles - só que em lugar de dizer que os marcianos estão quase a chegar à Torre de Belém para depois darem um mergulho no rio Tejo (para conquistar Marte e Vénus) - anuncie ao País que a sua candidata a PM é, ela própria, a srª Ferreira leite. Logo verá as "ondas de paixão", perdão, de pavor que a coisa suscitará nos tugas. Ah, já me esquecia: ele como jurista (só pode calcular leis, decretos e regulamentos) - os materiais políticos ficam apenas reservados aos politólogos.
A Guerra dos Mundos
PS: Seria interessante a TSF meditar nesta brincadeira-lição do séc. XX - e projectá-la em novos moldes neste 1º quartel do séc. XXI. Poderia mesmo amanhã abrir a Antena dizendo que a retoma está aí, o crescimento do PIB em Portugal para 2009 é na casa dos 10% (à chinesa) rebentando com as previsões do FMI e com os receios de Teixeira dos Santos (que também deverá passar a comprar pen(s) na Fnac e não nos chineses), os salários da função pública seriam aumentados 2 pontos percentuais abaixo daquele crescimento exponencial, as exportações aumentariam para cinco vezes mais, o consumo dispararia, o preço dos combustíveis desceriam 50% - diante da descoberta duma nova fonte energética e menos poluente (a tal ponto das petrolíferas passarem a promover postas de crude nas farmácias para não se perder de vez a comercialização daquela velha energia), o país conheceria um incremento em creches e infantários (para as mamãs menos abonadas), a Saúde - além de gratuita também passaria a ter alguma qualidade (assim já não se operam pessoas ao fígado com problemas nos dedos nos pés), e toda uma variedade de indicadores socioeconómicos e culturais passariam, desse modo, a ter destaque na Antena da TSF.
Ora, como a Economia é, essencialamente, um jogo de expectativas assente na confiança poderia consolidar-se a crença de que Portugal sairia desta crise numa semana.
Enredo parece que já temos, Antena também. Agora só falta mesmo é o Marcelo agarrar no micro e encenar mais esta narrativa-velha, se bem que adaptada aos novos tempos.
Ao nosso tempo. Com sorte, talvez pegue...
E se pegar cumpre-se o sonho de Manuel João Viera, o vocalista dos Ena Pá 2000 - quando defendia que todos os portugueses deveriam ter um Lamborghini miura e poder comprar um fatinho no Conde Barão, ainda que pago a prestações...
By the way, será que João Vieira voltará a ser candidato a Belém (contra Cavaco)!?
Enfim, problemas para a República resolver antes das eleições..