quarta-feira

Ricardo Salgado Espírito Santo parece optimista

Presidente do BES parece optimista
Crise: Ricardo Salgado já vislumbra sinais de recuperação Apesar de considerar esta conjuntura como a pior de sempre
O presidente do Banco Espírito Santo (BES) acredita que já se começam a fazer antever, nos últimos dias, alguns sinais que indiciam o início da recuperação internacional.
Na apresentação de contas do banco relativas ao terceiro trimestre, quando levado a fazer uma antevisão da duração desta crise financeira, Ricardo Salgado, manifestou-se ligeiramente optimista com os próximos meses, embora reconheça que esta é a «pior crise de sempre», pelo menos da «sua geração».
Optimista, mas prudente, o responsável referiu que «é impossível dizer se a crise ainda vai ser pior do que já é, mas no BES achamos que não».
«Há uma conjugação de factores conjunturais e estruturais que apontam para uma recuperação», acrescentou.
Mais. Para o responsável é bem possível «que se esteja a atingir um nível de sustentação do mercado que capitais» e que, assim sendo, «é bem possível que venhamos a assistir a partir do final deste ano, início do próximo, a uma recuperação da situação internacional».
Obs: Ricardo Salgado quando fala é porque fala e o país deve ouvir. Aliás, entre ele e a lei existe uma relação mais estreita que entre o crente-católico e a Bíblia. Ricardo já fala em recuperação, é bom sinal. E até acredito que esteja a ser sincero, porque a matemática financeira não é ciência que engane muito, salve se se recorrer a um expediente que fez carreira nos circuitos empresariais internacionais nos últimos anos e que responde pelo nome de contabilidades criativas.
Mas talvez não ficasse mal a Ricardo - sempre colocado numa pose majestática do séc. XIX - que me evoca António Borges - um dos 100 Vice-presidentes da Goldman Sachs despedidos, que sublinhasse o papel verdadeiramente crucial que os chamados fundos soberanos tiveram no aplacamento da crise do sistema financeiro português, do qual o BES é parte, e com o qual ganha milhões por ano - e, doravante, como toda a banca nacional (e internacional) irá beneficiar a fim de evitar o colapso.
Numa palavra, ficaria bem a Ricardo dizer a palavra mágica: obrigado Estado.
Já agora, será que Ricardo é católico...