Macroscopio
Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
quarta-feira
As palavras: o mundus sensibilis e o mundo intelligibilis. O petróleo, o pão e o arroz...
terça-feira
A sociedade da autoprotecção
Um caso de provincianismo - por Francisco Sarsfield Cabral -
Obs: Mais um eficiente e oportuno artigo do Francisco, não só por espelhar um "puxar" pela classe de que faz parte com brio, competência e isenção, além da enorme experiência que faz dele já um decano dos jornalistas económicos e políticos em Portugal com quem sempre se pode aprender, mas também porque o Governo, a Administração e os actores sociais em geral devem ter os canais abertos com os correspondentes estrangeiros acreditados em Portugal por razões óbvias que acima são explicadas.
Não o fazer, como refere Sarsfield Cabral, é um sinal de pacóvia "estupidez". Por outro lado, os assessores, consabidamente, há-os de dois tipos: 1) os Assessores-pavões - que foram convidados para a função através de um quadro de relações pessoais mas sem nenhuma capacidade intelectual, técnica e cultural que os habilitem a exercer cabalmente essas funções, daí ao deslumbre e ao perfume do poder vai um passo, razão por que não sabem usar do poder que têm e tornam-se naturalmente arrogantes para com as pessoas em geral e os correspondesntes estrangeiros em Portugal; 2) e os Assessores por vocação - que são verdadeiros homens de gabinete, intelectual, técnica e culturalmente capazes de compreender rapidamente uma questão/problema e sobre ele edificar uma comunicação ou um quadro de solução que pode ajudar o agente político a tomar uma decisão em prol do bem comum de que falava Aristóteles.
Aqui também é importante a formação cultural e humana do Assessor, que deve ser alguém pouco impressionável, que não se deixe seduzir pelo perfume do poder e relativizar o sentido das coisas na perene existência da vida: a humildade, a competência, a ductibilidade de raciocínio, e o sentido de missão pública de par com a sua imaginação sociológica - devem conciliar-se para encontrar o melhor quadro de comunicação entre esse triângulo de poder que a pressão do tempo coloca à troika de actores que, a dado momento, tem de fazer a quadratura do círculo:
1. O correspondente - deseja obter informação especializada junto do assessor e pressiona-o nesse sentido;
2. O assessor - tem de saber fornecê-la na justa medida sem, contudo, falar de mais nem de menos: se falar de mais abre o jogo e penaliza o núcleo da decisão comprometendo o interesse público; se falar de menos, revela excesso de prudência que pode ser lido como medo;
3. E o agente/decisor político - quando toma a sua decisão deve fazê-lo com segurança, mas também com a garantia de que o jornalista estrangeiro cá acreditado dá uma imagem tão favorável quanto positiva do País donde reporta, porque é da qualidade dessa informação debitada para o mundo que se forma uma percepção e uma imagem externa do que é hoje o Portugal político, económico, social e cultural.
Numa palavra: quanto melhor os correspondentes estrangeiros forem tratados no nosso país mais e melhor é a imagem externa de Portugal. Quanto aos assessores arrogantes são, por regra ignorantes, o decisor político só tem que fazer uma coisa: substituí-los por pessoas qualificadas, é que a imagem e fiabilidade do governo, duma autarquia ou da administração em geral (ou até duma empresa privada cujo objectivo é o lucro) passa também por ter quadros qualificados à sua frente, não o fazer também é um sinal de estupidez.
Daí a oportunidade e a eficácia com que esta sábia reflexão do Francisco nos interpela para tão crucial questão no quadro da comunicação pública que hoje se coloca à generalidade dos decisores em contexto de globalização competitiva.
O espírito capitalista do carjacker contrasta com a sua condição social
Combate ao Carjacking. O Ministério da Administração Interna não pára... Parabéns ao Grupo de Trabalho
segunda-feira
O candidato surpresa do PSD. Tarda, mas pode aparecer a (a)sapar... Anacronismos
À última da hora, como reserva, parece que Meneses tem um candidato surpresa, a dona Zita Seabra, ex-PCP hoje a militar no PSD; e o dr. Fernando Roboredo Seara, ex-dirigente do CDS e autarca-paraquedista de Sintra pelo PSD - apoia Santana. Mas como Zita é a editora que faz o favor de editar os livros de Santana Seara "está em casa" porque ao apoiar um está automáticamente a apoiar o outro sem, contudo, desagradar a Meneses. Enfim, uma novela sul-americana. Razão tinha António Barreto quando há anos copiou a fórmula que cunhou o PSD - dizendo que se tratava de um albergue espanhol, e é, de facto.
- Agora só falta Chaplin...
Algumas curtas sobre o Notas Soltas de António Vitorino -
Uma troika de representações dos competidores na luta interna pela liderança no PSD
O regresso do passado na presença da drª Manuela Ferreira leite. Adiar o futuro do psd. Com o alto patrocínio das águas Luso...
Danni Carlos - Coisas Que Eu Sei e MARIA BETHANIA - JEITO ESTUPIDO DE TE AMAR
MARIA BETHANIA - JEITO ESTUPIDO DE TE AMAR
Evocação de George Orwell: a "nova língua" e a verdade conveniente. A mentira na Análise...
domingo
Marcelo Rebelo de Sousa vota na "lista do regime" (como diria Alberto João) encabeçada por Ferreira Leite
sábado
O massacre na Monarquia do Nepal e a degradação política no PSD. Um paralelo tão arriscado quanto alucinante
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Vicente amigo - tres notas para decir te quiero
Moloko "Familiar Feeling"
Santana é a negação de si próprio. O seu pior inimigo...
sexta-feira
O 25 de Abril - por Sophia de Mello Breyner Andresen e As políticas no Tratado de Lisboa - por António Vitorino.
A Primavera... Um ar de Liberdade que já não há no 25 de Abril do séc. XXI!!!
quinta-feira
A vida interna do PSD, crónica duma morte anunciada: ajuste de contas entre santanistas e cavaquistas (via Ferreira Leite).Strengthinpoland
Aqui vemos Alberto João aflito para ir fazer xi-xi, e como se enganou na porta do WC entrou no elevador. Mas no elevador não há sanitários, razão da existência de Zeca Mendonça: encaminhar o insular ao destino certo.
Aqui há duas verdades políticas a reter: apoiar Jardim para a liderança do psd seria converter o "contenente" num circo permanente para manter os portugueses a rir ininterruptamente, além de Alberto perder o poder na ilha e a glória de 30 anos que lá fez com os recursos enviados pela República; como uma desgraça nunca vem só, os papéis inverteram-se e Alberto passa a apoiar o "menino-guerreiro" - na esperança de que Santana trate bem a ilha e, uma vez no poder, assegure a manutenção dos apoios financeiros à Madeira. Nada de novo sob os céus, portanto...
O problema é que Alberto, mais uma vez, revelou ser um homem de blufs: na ilha disse que se tivesse tropas avançaria. Aqui chegado a máquina do partido prometeu-lhe essas tropas, mas ele encolheu-se. Avançou Santana.
Ora, entre a audácia e a cobardia política Alberto deu mais um ar da sua graça e afinou a sua atitude temerata. Para o ano, em pleno Carnaval, confesso estar curioso para ver como é que Al berto da Madeira consegue representar esse seu novel papel de "cobardolas da política à portuguesa" com um toque insular...
Haverá máscara para tanto!?
PS: Como mero observador dos fenómenos sociais com peso político esperemos que o candidato ganhador, para a saúde mental dos portugueses, seja Pedro Passos Coelho. É o que tem menos vícios e manhas e aquele que oferece maior potencial transformador e de mudança visando um Portugal mais moderno e desenvolvido.
Passos Coelho está à direita na imagem - com MMendes, com quem rompeu por discordâncias política de fundo quando aquele liderava o partido.:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: strengthinpoland
quarta-feira
O PSD não está só em crise, vive o estertor da morte. "Isto está tudo grosso"...
A circunstância de em 2008 o maior partido da oposição ter de equacionar o seu futuro a partir destas duas pessoas só revela uma coisa: loucura política. Ou, como diria o outro: um "bando de loucos" está em marcha para comandar o psd. E até parece já haver pressões junto de Pedro Passos Coelho para desistir da sua candidatura em função da movimentação das tropas em torno de um ou de outro destes players da República. É óbvio que isto não é saudável para ninguém: Jardim é um vencedor de eleições mas politicamente desequilibrado, por vezes roça o ofensivo e em política importa manter um certo equilíbrio mental que Jardim manifestamente não tem. Ninguém o imagina a presidir a um Conselho de Ministros ou a negociar em Bruxelas um pacote social ou económico sem ofender ou injuriar meia dúzia de eurocratas - acabando por comprometer tudo num ápice; Santana, por seu turno, é o perdedor mais velho e agastado da República - apesar da sua ainda tenra idade.
Tanto um como outro não têm perfil para o cargo, e a sua possibilidade revela que as pessoas, em estado de desespero, acreditam em tudo, até em Santana e em Jardim. Eis os personagens que hoje se tornaram no foco dessa crença, usando palavras vazias, poses velhas como o tempo e uma fé desesperada que agasta ainda mais as bases do partido que, em rigor, não acredita em nenhum deles.
Na ausência de uma religião, as pessoas têm de acreditar em algo, embora esse algo na vida do psd hoje espelhe uma perturbação do impulso verdadeiramente preocupante. O que deixa entrever que já não são apenas algumas elites dos partido que está doente, mas a máquina do partido e, em boa medida, as suas bases ao permitir que eles avancem. Dado que ao tornar plausível essas duas desastrosas opções - Santana e Jardim - o partido está, em primeiro lugar, a reconhecer o facto de que não tem gente mais qualificada e, nesse termo, o partido da Lapa tende a incorrer num jogo de piromania patológico - com lideranças semestrais - verdadeiramente alucinantes.
Este ambiente a prazo ou padrão de emotividade excessiva, de desconforto, de interacções negativas, de traições e deslealdades, de intrigas e de vinganças revela bem hoje o discurso que colonizou o PSD e traduz a sua dramatização e teatralidade que só impressiona os mais fracos e impressionáveis.
Perante este quadro clínico negro na vida interna do PSD diria, recuperando uma frase de Alberto João Jardim dita num Congresso do partido:
Isto está tudo grosso...
O tabusinho de Santana Lopes: o "vietname" da política à portuguesa