quarta-feira

As palavras: o mundus sensibilis e o mundo intelligibilis. O petróleo, o pão e o arroz...

Em crítica estética dizemos inúmeras vezes que o artista "transfigurou a realidade". Sucede coisa análoga na filosofia - quando as palavras são transfiguradas, embora num sentido lógico e conceptual, com base num processo de abstracção. Fonte, por sua vez, da capacidade especulativa, e é aqui que as palavras levantam vôo e captam novas realidades. Como nas artes em geral: na música, na escultura, na pintura e também na filosofia - o objecto essencial não é o mundus sensibilis, mas o mundus intelligibilis. Não se trata já de perceber, mas sim de conceber. E hoje concebe-se pouco, talvez seja por essa razão que andamos todos a dizer e a ouvir o mesmo... O petróleo dispara, o dólar cai, o euro sobe. Tudo isto é razão de tanto atraso político e cultural. E agora até o preço do pão e do arroz dispara... Qualquer dia passamos a comer é as palavras. E depois alguém se encarregará de dizer que a inflação também atinge as palavras. Hoje já nada nem ninguém está a salvo!!!
Dois exemplos musicais dessa "des"referenciação criativa:
Willy Denzey - "Et si tu n'existais pas"
B5 - Let's Groove