quinta-feira

A vida interna do PSD, crónica duma morte anunciada: ajuste de contas entre santanistas e cavaquistas (via Ferreira Leite).Strengthinpoland

É o regresso de alguém que sai dos "cuidados intensivos"..., para fazer atletismo. Pedro Santana Lopes, para tentar capturar uma liderança que nunca teve à frente do partido, muito menos no Governo que um dia, atabalhoadamente, procurou liderar. Nesta medida, e segundo as indicações do Conselho Nacional do psd - Santana prefigura-se como o principal oponente de Manuela Ferreira Leite na luta pela liderança do psd.
Na prática, isto significa que Santana irá ajustar contas com a pesada herança do velho cavaquismo representado pela dama-de-ferro Ferreira Leite - uma líder de facção - como Alberto João da Madeira lhe chama, por isso está com Pedro - que diz que já passou o tempo de andar por aí...
Na frente de luta com Pedro Passos Coelho Santana ainda espartilhará mais o eleitorado do partido. Desconhecemos, contudo, se ele procurava dizer que agora é que se ia evaporar à avaliar pela sua irrelevância política e pelas insustentáveis posições políticas tomadas nestes últimos anos na vida pública nacional.
Numa palavra: Santana quer mesmo ser um mártir, e em 2009 sê-lo-á e, por essa razão, nunca mais será ninguém na vida política em Portugal. Ele, no fundo, e como tem pressa de viver - como James Dean - está a antecipar esse vórtice para a morte - que ele julga ser o Paraíso. Santana sempre foi o seu próprio pior inimigo.
Luís Filipe Meneses teve dignidade na saída. Diz que se remete ao silêncio nos próximos tempos e saíu a chorar. É bonito isto!! Os homens também choram. E quando o jornalista lhe pergunta se estava magoado (!!!???) - com ele caminhando e a chorar na companhia eloquente de Ângelo (que nunca chora mas apoia todos, mormente os vencedores) - ainda pensei que Meneses pedisse ao jornalista para se ir enforcar com uma corda ou com um arame. Mas Meneses não perdeu a fleuma britânica que, infelizmente, nunca usou para com MMendes - que até ditador lhe chamou há seis meses, entre outros epítetos. De facto, a política pode ser a actividade mais nobre mas também representa um vulcão de injustiças em permanente gestação. Desta feita foi Meneses que levou com uma la(r)va...
Marco António faz-me lembrar aquele porta-vox que decora uma rábula e a repete até acreditar nela. É amigo (íntimo) de Meneses, seu Vice na CM de Gaia, tem de fazer o seu papel: almofada para amparar o chefe na queda, apesar de poder ser um pouco mais criativo e não comportar-se como o burocrata papagueante de Gaia. Politicamente ficou frustrado por ver Jardim (o seu candidato) apoiar Santana, nº 2 do seu líder e chefe da bancada parlamentar do psd.
No fundo, isto revela uma clivagem (sempre existente) entre os menesistas e os santanistas, entre o Norte e o Sul - mas erro crasso decorre do facto de Marco António ver em Alberto da Madeira uma opção realista para a liderança do psd. Quem afirma uma enormidade destas revela não ter sensibilidade para a política e cometer um grave erro de avaliação psicológica relativamente aos fenómenos sociais com peso político.
Pergunto-me por que razão Marco António, que tem um nome que evoca uma paisagem histórica da Roma antiga, não se dedica a fazer a historiografia do Grande Porto e do seu contributo para o fomento das obras públicas na Madeira. Há até quem diga que se deveria dedicar à venda de Seguros - em função do número de acidentes e da elevada sinistralidade política que o psd, doravante, irá passar a registar nas artérias de Portugal...
Mário Patinha Antão é um economista sólido com ideias consistentes acerca de muita coisa. Aprende-se sempre ao ouvi-lo. E só o facto de não se perder tempo ao ouvir as suas opiniões constitui já um sinal positivo, o problema é que não goza de apoios internos no partido e está já velho demais para querer montar na "burra do poder". Ao invés, Santana é bem mais novo geracionalmente mas mais idoso politicamente.
Uma das razões pelas quais Ferreira leite não quis discutir com Patinha Antão no Prós & Contras de dona Fátima resulta do facto de a "dama-de-ferro" até de Economia saber muito pouco, ao contrário do que por aí se apregoa. FErreira leite teve medo e não foi.
De facto, Ferreira leite - além de madrinha do António Preto - talvez o pior exemplo ético e político no psd da última década - não passa de uma líder de facção (como Alberto João a cunha) que ainda mantém algum capital político pelo facto de ser (mulher e gozar de uma discriminação positiva) e, por sua vez, ser afilhada de Belém e Cavaco lhe dar alguma cobertura institucional (oficiosa).

Aqui vemos Alberto João aflito para ir fazer xi-xi, e como se enganou na porta do WC entrou no elevador. Mas no elevador não há sanitários, razão da existência de Zeca Mendonça: encaminhar o insular ao destino certo.

Aqui há duas verdades políticas a reter: apoiar Jardim para a liderança do psd seria converter o "contenente" num circo permanente para manter os portugueses a rir ininterruptamente, além de Alberto perder o poder na ilha e a glória de 30 anos que lá fez com os recursos enviados pela República; como uma desgraça nunca vem só, os papéis inverteram-se e Alberto passa a apoiar o "menino-guerreiro" - na esperança de que Santana trate bem a ilha e, uma vez no poder, assegure a manutenção dos apoios financeiros à Madeira. Nada de novo sob os céus, portanto...

O problema é que Alberto, mais uma vez, revelou ser um homem de blufs: na ilha disse que se tivesse tropas avançaria. Aqui chegado a máquina do partido prometeu-lhe essas tropas, mas ele encolheu-se. Avançou Santana.

Ora, entre a audácia e a cobardia política Alberto deu mais um ar da sua graça e afinou a sua atitude temerata. Para o ano, em pleno Carnaval, confesso estar curioso para ver como é que Al berto da Madeira consegue representar esse seu novel papel de "cobardolas da política à portuguesa" com um toque insular...

Haverá máscara para tanto!?

PS: Como mero observador dos fenómenos sociais com peso político esperemos que o candidato ganhador, para a saúde mental dos portugueses, seja Pedro Passos Coelho. É o que tem menos vícios e manhas e aquele que oferece maior potencial transformador e de mudança visando um Portugal mais moderno e desenvolvido. Passos Coelho está à direita na imagem - com MMendes, com quem rompeu por discordâncias política de fundo quando aquele liderava o partido.

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