quarta-feira

A arma por trás do bar. Ficção luso-germânica. A dama-de-ferro à portuguesa

Um homem entra num bar e pede um copo de água. A mulher por trás do balcão sacou de súbito uma arma e abateu o homem. Porquê?
- Ao leitor é pedido para oferecer uma explicação razoável para esse estranho acontecimento. Vários tipos de sugestões são aventados: ela reconheceu nele uma ameaça em potência em sociedade; ela pensou que ele a ia atacar; ela ouviu mal o que ele disse, etc...
- Todas estas explicações assumem o facto de que a arma foi usada deliberadamente para abater o homem, porque era esse o uso óbvio da arma.
- Na realidade, o homem estava a ressacar dum excesso de caipirinhas, razão porque pediu um copo de água. A mulher por trás do balcão está a tentar ajudá-lo, porque sabia que um bom susto servia para meter medo, o que poderia curar essa bebedeira.
- Lamentavelmente, e para seu desconhecimento, a arma estava carregada nesse dia.
PS: Esta estória era para ter outro enredo, que começava e terminava assim: A moça faz-se. E feita - uma mulher destas é que fazia falta ao PSD, e não uma contabilista de saías obsecada pelo défice - que, de resto, nunca chegou a resolver.
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DAMA-DE-FERRO À PORTUGUESA, CONCERTEZA...

Manuela Ferreira leite discursando numa festa dos Rotary Club algures no rectângulo

O nome de Ferreira Leite para a liderança do PSD - que beneficiará dos apoios da máquina partidária que Meneses fará o favor de canalizar para a dama-de-ferro à portuguesa - evoca-me a imagem de um relógio sem design, sem ponteiros, sem expressão, sem movimento, sem nada que possa funcionar - salvo uma aura de rigor e rigidez que lhe ficou da sua obsessão pelo défice ao tempo de Durão e uma incapacidade inata para "matar" a iniciativa da economia e dispôr de uma visão horizontal e integrada das políticas sectoriais da governação como um todo. Alguém imagina a senhora falando sobre Relações Internacionais, questões de Segurança & Defesa, questões culturais...

Ferreira Leite é, de facto, uma economista que actua como um contabilista de uma PME do Vale do Ave a debitar balancetes em fim de ciclo, mas porque é senhora beneficia do beneplácito e da discriminação positiva da tolerante sociedade que ora a acolhe. Será!? Mas tratando-se de um relógio sem nada de útil lá dentro, a não ser umas noções básicas de finanças públicas e um discurso pobrezinho de economês que já nem sequer serve para nos dizer as horas, pergunto-me por que razão as pessoas do psd se lembraram desta cara do passado!?

Assustar Sócrates, assustar os portugueses ainda com mais impostos e rigor financeiro?! Talvez. Mas este nome sugere muitas ideias, todas velhas, que é o exacto contrário daquilo que o PSD doravante precisa. Desta feita, o facto de Ferreira leite ser candidata é, já, um péssimo sintoma, reflexo de que as velhas ideias - assim como as velhas caras - primam sobre as novas ideias e as caras novas, e aqui temos Pedro Passos Coelho e Mário Patinha Antão - que sabe mais de economia, sociedade e cultura do que o actual PSD todo junto.

Alguém conhece alguma ideia original à senhora Leite!? Que obra fez!? Quando em tempos se desenharam os meios para construir a bomba atómica, a poluição industrial e o aumento dos fluxos aéreos - a fim de mostrar as novas ideias em curso - as pessoas concluiram que se tratavam de ideias velhas: havia que fazer armas tão poderosas quanto possíveis; a poluição industrial é o resultado de ideias velhas; e o aumento dos fluxos aéreos também foi o de viajar o mais depressa possível.

Depois sobreveio uma senhora chamada Manuela Ferreira leite, que é um subproduto industrial do cavaquismo, sem pensamento próprio acerca de qualquer assunto que, doravante ainda adensa mais o ambiente de passadismo partidário na luta pela liderança na Lapa.

Em suma: a entrada em cena desta damasinha-de-ferro à portuguesa, que sempre teve mais fama do que obra (ideias.., nem uma se lhe conhece), faz lembrar o ambiente passado num jantar ocorrido entre Winston Churchill e Lady Astor - que lhe disse - :

- Mr. Churchill, se eu fosse casada consigo punha-lhe veneno no café".

A expectativa foi que Churchill ficasse ressentido com essa pequena tirada de Lady Astor.

- E respondeu do seguinte modo: "Madam, se eu fosse casado consigo, beberia esse café".

Confesso que o psd, mesmo todo esfrangalhado, merecia melhor. E quer Pedro Passos Coelho, quer Patinha Antão asseguram esses mínimos.., como diria o outro - que só pensa em Belém. Pois terá muito que penar, e até lá Cristo ainda desce à Terra.

Enfim, ainda haverá tempo para dar mais um mergulho no rio Tejo..., entretanto despoluido e requalificado sob a mão de António Costa e da sua equipa - que já lançou as bases para essa renovação na frente ribeirinha da Capital.