Macroscopio
Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
quarta-feira
As palavras: o mundus sensibilis e o mundo intelligibilis. O petróleo, o pão e o arroz...
terça-feira
A sociedade da autoprotecção
Todo o homem, salvo se tiver alheado de tudo, visa limitar o risco de vitimação: fecha a porta à chave e mete a tranca, tranca as porta da sua viatura, mete o dinheiro no banco, evita sair à noite ou circular por artérias perigosas fora de horas, evita deixar objectos de valor no seu carro, etc... Este quadro de precauções visa assegurar a autoprotecção - vista como o conjunto de medidas não violentas tomadas por cada indivíduo a fim de escapar à tal vitimação. O objectivo é as pessoas precaverem-se com eficácia contra o crime. Razão por que, e por força da tipologia dos crimes emergentes que vão golpeando a sociedade, urge na família, na escola, na sociedade criar uma cultura de prevenção ao crime. Fazê-lo é assegurar não só uma melhor qualidade de vida como também dificultar a vida aos criminosos. O Grupo de Trabalho que funciona no âmbito do MAI a fim de estudar medidas contra o carjacking [ver Vídeo] é, já, um forte sinal de que os criminosos e delinquentes (reais e potenciais) terão de mudar de vida a curto prazo. Pois no médio e longo prazos serão metidos na cadeia...
Um caso de provincianismo - por Francisco Sarsfield Cabral -

Obs: Mais um eficiente e oportuno artigo do Francisco, não só por espelhar um "puxar" pela classe de que faz parte com brio, competência e isenção, além da enorme experiência que faz dele já um decano dos jornalistas económicos e políticos em Portugal com quem sempre se pode aprender, mas também porque o Governo, a Administração e os actores sociais em geral devem ter os canais abertos com os correspondentes estrangeiros acreditados em Portugal por razões óbvias que acima são explicadas.
Não o fazer, como refere Sarsfield Cabral, é um sinal de pacóvia "estupidez". Por outro lado, os assessores, consabidamente, há-os de dois tipos: 1) os Assessores-pavões - que foram convidados para a função através de um quadro de relações pessoais mas sem nenhuma capacidade intelectual, técnica e cultural que os habilitem a exercer cabalmente essas funções, daí ao deslumbre e ao perfume do poder vai um passo, razão por que não sabem usar do poder que têm e tornam-se naturalmente arrogantes para com as pessoas em geral e os correspondesntes estrangeiros em Portugal; 2) e os Assessores por vocação - que são verdadeiros homens de gabinete, intelectual, técnica e culturalmente capazes de compreender rapidamente uma questão/problema e sobre ele edificar uma comunicação ou um quadro de solução que pode ajudar o agente político a tomar uma decisão em prol do bem comum de que falava Aristóteles.
Aqui também é importante a formação cultural e humana do Assessor, que deve ser alguém pouco impressionável, que não se deixe seduzir pelo perfume do poder e relativizar o sentido das coisas na perene existência da vida: a humildade, a competência, a ductibilidade de raciocínio, e o sentido de missão pública de par com a sua imaginação sociológica - devem conciliar-se para encontrar o melhor quadro de comunicação entre esse triângulo de poder que a pressão do tempo coloca à troika de actores que, a dado momento, tem de fazer a quadratura do círculo:
1. O correspondente - deseja obter informação especializada junto do assessor e pressiona-o nesse sentido;
2. O assessor - tem de saber fornecê-la na justa medida sem, contudo, falar de mais nem de menos: se falar de mais abre o jogo e penaliza o núcleo da decisão comprometendo o interesse público; se falar de menos, revela excesso de prudência que pode ser lido como medo;
3. E o agente/decisor político - quando toma a sua decisão deve fazê-lo com segurança, mas também com a garantia de que o jornalista estrangeiro cá acreditado dá uma imagem tão favorável quanto positiva do País donde reporta, porque é da qualidade dessa informação debitada para o mundo que se forma uma percepção e uma imagem externa do que é hoje o Portugal político, económico, social e cultural.
Numa palavra: quanto melhor os correspondentes estrangeiros forem tratados no nosso país mais e melhor é a imagem externa de Portugal. Quanto aos assessores arrogantes são, por regra ignorantes, o decisor político só tem que fazer uma coisa: substituí-los por pessoas qualificadas, é que a imagem e fiabilidade do governo, duma autarquia ou da administração em geral (ou até duma empresa privada cujo objectivo é o lucro) passa também por ter quadros qualificados à sua frente, não o fazer também é um sinal de estupidez.
Daí a oportunidade e a eficácia com que esta sábia reflexão do Francisco nos interpela para tão crucial questão no quadro da comunicação pública que hoje se coloca à generalidade dos decisores em contexto de globalização competitiva.
O espírito capitalista do carjacker contrasta com a sua condição social
Combate ao Carjacking. O Ministério da Administração Interna não pára... Parabéns ao Grupo de Trabalho
segunda-feira
O candidato surpresa do PSD. Tarda, mas pode aparecer a (a)sapar... Anacronismos
A forma como o psd tem sido atacado, tornando-o alvo da chacota nacional, coisa nunca antes vista na história do partido, confere razão às palavras da dr.ª Manuela Ferreira Leite - quando hoje, na apresentação da sua candidatura à liderança do partido, revelou essa indignação. Uma indignação que pode tornar a vida política interna ao PSD numa incógnita permanente. Nesse sentido, pergunto-me, ante os cacos e estilhaços na cidade, se não haverá (ainda) mais um candidato surpresa à liderança do partido da Lapa... A tendência é para eles cairem dos céus, que nem tordos, e esborracharem-se no alcatrão.

À última da hora, como reserva, parece que Meneses tem um candidato surpresa, a dona Zita Seabra, ex-PCP hoje a militar no PSD; e o dr. Fernando Roboredo Seara, ex-dirigente do CDS e autarca-paraquedista de Sintra pelo PSD - apoia Santana. Mas como Zita é a editora que faz o favor de editar os livros de Santana Seara "está em casa" porque ao apoiar um está automáticamente a apoiar o outro sem, contudo, desagradar a Meneses. Enfim, uma novela sul-americana. Razão tinha António Barreto quando há anos copiou a fórmula que cunhou o PSD - dizendo que se tratava de um albergue espanhol, e é, de facto.
- Agora só falta Chaplin...

Algumas curtas sobre o Notas Soltas de António Vitorino -
Uma troika de representações dos competidores na luta interna pela liderança no PSD
O regresso do passado na presença da drª Manuela Ferreira leite. Adiar o futuro do psd. Com o alto patrocínio das águas Luso...
Danni Carlos - Coisas Que Eu Sei e MARIA BETHANIA - JEITO ESTUPIDO DE TE AMAR
MARIA BETHANIA - JEITO ESTUPIDO DE TE AMAR
Evocação de George Orwell: a "nova língua" e a verdade conveniente. A mentira na Análise...
domingo
Marcelo Rebelo de Sousa vota na "lista do regime" (como diria Alberto João) encabeçada por Ferreira Leite
O prof. Marcelo Rebelo de Sousa apoia Manuela Ferreira Leite porque ela encarna a imagem de seriedade, confiança e credibilidade. Imagem construída no partido e no governo e atestada nas sondagens - que a sinalizam como a mais indicada para candidata a PM. Mas à luz do dr. Alberto João da Madeira a drª Ferreira leite representa a "lista do regime", e segundo o eng.º Mira Amaral - a dita "não tem competências" para o lugar. É óbvio que Marcelo está equivocado, e como é professor não deixa de ser problemático que não consiga distrinçar isso à légua. E depois ainda diz que os afectos e as emoções são secundários neste tipo de apoios políticos... De Pedro S.Lopes diz que não tem tropas e de Pedro Passos Coelho diz que poderá ser um bom candidato a líder do partido, mas não a PM - falta-lhe experiência governativa, autárquica e o mais. Enfim, o costume... Pergunto-me, seguindo esta "brilhante" linha de raciocínio, o que diria Marcelo de Cavaco na Figueira-da-Foz, em 1985!? Bem sei que Cavaco já havia sido ministro das Finanças de Sá Carneiro, etc e tal.. Assim como na acção política - também no domínio da análise identificamos as "análises do regime". Explicito: 1. Marcelo não vota em Santana Lopes porque é um impenitente reincidente, além de o achar um tremendo incompetente e o detestar pessoalmente. Isto é o que Marcelo pensa, deveria dizê-lo e não enfeitar o discurso num embrulho piroso de Domingo à noite em que já ninguém acredita. Análise implica seriedade, transparência e verdade, e não omissão ou confusão de sentimentos. Mais-a-mais Santana Lopes conseguiu ganhar Lisboa, coisa que Marcelo nunca conseguiu, daí o ressentimento que lhe ficou. Todos hoje guardamos o ridículo que foi aquele mergulho no rio Tejo. Fica para memória futura. 2. Por outro lado, Marcelo também não vota no Pedro Passos Coelho porque não dá o seu apoio a novatos sem provas dadas na vida política. Sem querer questionar aqui o elevado raciocínio de um grande comunicador nacional, devo dizer que as análises de Marcelo me fazem lembrar, cada vez mais, os próprios protagonistas políticos no teatro de operações. Ou seja, as análises aqui expendidas relativamente ao cenário que ora se coloca na luta pela liderança do PSD - e na identificação de um candidato a PM - traduzem as análises velhas do passado. Vejamos então, segundo o nosso entendimento, o que está associado a este esquema mental do analista que visa apoiar o "passado do passado", alguém sem rasgo, sem capacidade de articular um discurso interdisciplinar e plurisectorial (e até com escasso vocabulário, o que dificulta a expressão), ainda assim, Marcelo elege Ferreira leite, a madrinha do António Preto (o pior do pior do PSD..) para "sua" candidata a PM. Das duas uma: ou Marcelo é ingénuo, e apoia piamente a "damasinha-de-ferro" de Durão - que até de Economia & Finanças tem uma visão estática e redutora, ou então apoia a senhora cínicamente, pois sabe antecipadamente que ela não tem estaleca para ir a eleições contra Sócrates, e, à última da hora - o PSD entra novamente em convulsão interna e o partido reclama a quente um D. Sebastião que, teóricamente, seria Marcelo que salvaria o convento e iria a jogo contra Sócrates nas eleições legislativas de 2009 - ficando, nesse caso, Ferreira leite como a Secretária-Geral do partido. Quiça até - auxiliada por António preto - novamente, como seu braço-ante-braço-punho-e-dedos direito para a ajudar na gestão da vida interna do partido. Desta feita, sem "cartas de condução" à mistura, de preferência... Seja como for, sendo Marcelo ingénuo ou politicamente cínico - ou ambas as coisas ao mesmo tempo, a sua análise remete-nos para um passado preocupante. Pois ao apoiar uma mulher do passado, que nunca revelou ter uma única ideia para o País - a não ser a contenção do défice ante a autoridade bruxelense - que até levou Sampaio a ironizar e dizer que há mais vida para além do défice - Marcelo está, ele próprio, a posicionar-se como um homem do passado, a viver do passado, sendo que o futuro, para ele, é reduzido ao presente chamado Manela Ferreira leite. É pobre, pobrezinho... I.é, a actualização (analítica) do passado na mente de Marcelo faz-se em função da imagem que Ferreira Leite deu de si no passado afinada pelas sondagens do presente. E a antevisão do futuro que Marcelo faz do futuro do seu partido é, em bom rigor, o passado sempre actualizado no presente. Por isso damos aqui 9 Val. a Marcelo para ele ir a exame em Setembro... E com muita benevolência.
sábado
O massacre na Monarquia do Nepal e a degradação política no PSD. Um paralelo tão arriscado quanto alucinante
NOTA PRÉVIA MACRO:
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Vicente amigo - tres notas para decir te quiero
Moloko "Familiar Feeling"
Santana é a negação de si próprio. O seu pior inimigo...
Durão e Santana, dois pupilos de Sá-Carneiro: um em Bruxelas tem razões para sorrir; o outro, pelo burgo, dá permanentemente aos portugueses razões para chorar. Pergunto-me se o dr. Lopes não terá um único amigo que lhe diga a verdade e...
sexta-feira
O 25 de Abril - por Sophia de Mello Breyner Andresen e As políticas no Tratado de Lisboa - por António Vitorino.
Obs: Publique-se com redobrado interesse pelo facto de a matéria coincidir com a simbologia que já hoje representa 34 anos de Democracia post-25 de Abril. O que seria hoje Portugal acaso o País do fado estivesse ficado de fora do projecto da UE...
A Primavera... Um ar de Liberdade que já não há no 25 de Abril do séc. XXI!!!
Os tempos impõem leis, costumes e práticas diferenciados. Há umas décadas certas coisas eram permitidas, hoje não. Esta composição é um sinal dessa evolução dos tempos.., para felicidade dos pássaros - que hoje morrem por outras razões...
quinta-feira
A vida interna do PSD, crónica duma morte anunciada: ajuste de contas entre santanistas e cavaquistas (via Ferreira Leite).Strengthinpoland
Aqui vemos Alberto João aflito para ir fazer xi-xi, e como se enganou na porta do WC entrou no elevador. Mas no elevador não há sanitários, razão da existência de Zeca Mendonça: encaminhar o insular ao destino certo.
Aqui há duas verdades políticas a reter: apoiar Jardim para a liderança do psd seria converter o "contenente" num circo permanente para manter os portugueses a rir ininterruptamente, além de Alberto perder o poder na ilha e a glória de 30 anos que lá fez com os recursos enviados pela República; como uma desgraça nunca vem só, os papéis inverteram-se e Alberto passa a apoiar o "menino-guerreiro" - na esperança de que Santana trate bem a ilha e, uma vez no poder, assegure a manutenção dos apoios financeiros à Madeira. Nada de novo sob os céus, portanto...
O problema é que Alberto, mais uma vez, revelou ser um homem de blufs: na ilha disse que se tivesse tropas avançaria. Aqui chegado a máquina do partido prometeu-lhe essas tropas, mas ele encolheu-se. Avançou Santana.
Ora, entre a audácia e a cobardia política Alberto deu mais um ar da sua graça e afinou a sua atitude temerata. Para o ano, em pleno Carnaval, confesso estar curioso para ver como é que Al berto da Madeira consegue representar esse seu novel papel de "cobardolas da política à portuguesa" com um toque insular...
Haverá máscara para tanto!?
PS: Como mero observador dos fenómenos sociais com peso político esperemos que o candidato ganhador, para a saúde mental dos portugueses, seja Pedro Passos Coelho. É o que tem menos vícios e manhas e aquele que oferece maior potencial transformador e de mudança visando um Portugal mais moderno e desenvolvido.
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quarta-feira
O PSD não está só em crise, vive o estertor da morte. "Isto está tudo grosso"...
A circunstância de em 2008 o maior partido da oposição ter de equacionar o seu futuro a partir destas duas pessoas só revela uma coisa: loucura política. Ou, como diria o outro: um "bando de loucos" está em marcha para comandar o psd. E até parece já haver pressões junto de Pedro Passos Coelho para desistir da sua candidatura em função da movimentação das tropas em torno de um ou de outro destes players da República. É óbvio que isto não é saudável para ninguém: Jardim é um vencedor de eleições mas politicamente desequilibrado, por vezes roça o ofensivo e em política importa manter um certo equilíbrio mental que Jardim manifestamente não tem. Ninguém o imagina a presidir a um Conselho de Ministros ou a negociar em Bruxelas um pacote social ou económico sem ofender ou injuriar meia dúzia de eurocratas - acabando por comprometer tudo num ápice; Santana, por seu turno, é o perdedor mais velho e agastado da República - apesar da sua ainda tenra idade.
Tanto um como outro não têm perfil para o cargo, e a sua possibilidade revela que as pessoas, em estado de desespero, acreditam em tudo, até em Santana e em Jardim. Eis os personagens que hoje se tornaram no foco dessa crença, usando palavras vazias, poses velhas como o tempo e uma fé desesperada que agasta ainda mais as bases do partido que, em rigor, não acredita em nenhum deles.
Na ausência de uma religião, as pessoas têm de acreditar em algo, embora esse algo na vida do psd hoje espelhe uma perturbação do impulso verdadeiramente preocupante. O que deixa entrever que já não são apenas algumas elites dos partido que está doente, mas a máquina do partido e, em boa medida, as suas bases ao permitir que eles avancem. Dado que ao tornar plausível essas duas desastrosas opções - Santana e Jardim - o partido está, em primeiro lugar, a reconhecer o facto de que não tem gente mais qualificada e, nesse termo, o partido da Lapa tende a incorrer num jogo de piromania patológico - com lideranças semestrais - verdadeiramente alucinantes.
Este ambiente a prazo ou padrão de emotividade excessiva, de desconforto, de interacções negativas, de traições e deslealdades, de intrigas e de vinganças revela bem hoje o discurso que colonizou o PSD e traduz a sua dramatização e teatralidade que só impressiona os mais fracos e impressionáveis.
Perante este quadro clínico negro na vida interna do PSD diria, recuperando uma frase de Alberto João Jardim dita num Congresso do partido:
Isto está tudo grosso...
O tabusinho de Santana Lopes: o "vietname" da política à portuguesa
O dr. Santana Lopes representa hoje uma multidão desordenada no psd, embora aquilo que o partido da Lapa necessite seja precisamente o inverso, i.é, carece de uma multidão ordenada, de um exército político que faça verdadeira oposição ao governo socialista - que tem tido um impulso reformista e uma praxis política social democrata.
Mas Santana Lopes, é útil recordar, já foi inúmeras coisas: docente (incompleto), autarca (a meio gás e em regime de saltimbanco), um repórter e entertainer de tv (frustrado), um PM (lamentável) e, agora, como líder da bancada parlamentar do psd não se distinguiu uma única vez da mediania das suas intervenções no hemiciclo, nem ganhou um único debate contra Sócrates.
Mas mais importante do que fazer essa contabilidade é constatar que desde que Santana negociou com Meneses a sua função no hemiciclo (por ocasião do "aniquilamento político" de MMendes por essa "dupla-maravilha") nenhuma mais-valia resultou para Portugal, nenhuma legislação ou política pública - discutida em sede parlamentar - veio beneficiar a qualidade de vida dos portugueses - ou a economia e a sociedade no seu conjunto sofreram um incremento - na sequência directa da sua intervenção parlamentar. Nada, zero...
Ora, daqui resulta que Santana está deslocado nessa função onde, aliás, nunca se sentiu à vontade - apesar de ser um tribuno estimulante, embora em contexto de comício partidário, não em sede parlamentar onde a sua prestação é, nitidamente, sofrível.
É à luz destes factos, que não decorrem da minha imaginação ou fantasia, que Santana Lopes (a haver algum tabú!!??) ainda perde mais politicamente do que se tivesse uma atitude limpa e sincera de dizer: não sou / ou sou candidato à actual liderança do PSD. Nesta conformidade, decorrente deste caldo de cultura calculista, as pessoas olham para Santana com um sentimento de tremenda desilusão, e porquê?
Essencialmente porque Santana prefere sentir a pensar. E sentindo o tamanho do seu ego vai alimentado a sua ambição numa terrível espiral mas, ao mesmo tempo, as bases que o apoiam e a sociedade em geral - olha para ele como um político gasto, sem projecto e com um passivo pesado sobre os ombros. Não sendo velho, Santana já é uma relíquia da política à portuguesa que ilustra qualquer museu de etnografia política. Aquela imagem do 1º eurodeputado já se esbateu há muito.
Hoje, a sua árida irrelevância política, a sua ausência de pensamento próprio sobre a globalidade das políticas sectoriais ou até uma visão para Portugal que faça sentido em contexto de globalização competitiva e que funcione como alternativa ao governo reformista de José Sócrates, em rigor, não existe. E não existe em Santana nem no conjunto da oposição em Portugal.
Apesar de todas estas ausências de pensamento, Santana persiste no erro, na sua obsessão em agarrar-se ao poder, em combater numa geografia política para a qual sabe antecipadamente não estar preparado. Isto é aquilo a que designo a fase do Vietname político de Santana. E é assim porque ele prefere SENTIR a PENSAR.
Assim sendo, e ocupando o sentimento a função essencial do pensamento é óbvio que, à luz dos calculusinhos políticos de Santana, fará todo o sentido ele fazer mais um tabusinho nesta fase de cuidados intensivos do PSD.
Apesar de tudo, Santana nunca deixou de ser um menino-guerreiro artificial, reclamando-se até de um papel quasi-providencial por um dia ter conhecido e apertado meia dúzia de vezes a mão a Francisco Sá Carneiro. Lá bem no fundo, Santana ficou, para sempre, prisioneiro dessa "gaiola de ferro" - para a qual, hoje, ainda não encontrou a porta de saída.
Por isso ficou prisioneiro do seu próprio ego, agravado pelo facto de o SENTIMENTO ser visto como um factor mais válido do que o PENSAMENTO.
Porque se Santana pensasse há muito que já teria tirado umas boas e longas férias..., e ter dito a muita gente: hasta la vista!!! Não o fazendo, Santana perde em toda a linha, porque aí são as pessoas, a sociedade em geral - que quer ver Santana pelas costas. Com ou sem tabúuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu




