Pergunte-se a Jean-Claude Trichet se devemos apostar nas roulotes.., usadas
Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
Sublinhado é nosso.
Obs: Publique-se e envie-se cópia ao dr. Ricardo salgado Espírito Santo, ao engº Belmiro de Azevedo e aos utentes da sopa dos pobres, alí aos Anjos. A taxa Tobin aplicada às transações em bolsa - há muito que promete, mas nunca ninguém teve a coragem de a aplicar. Pergunte-se ao Comendador Big Joe Berardo o que pensa do assunto... E, já agora, reenvie-se a mesma questão ao CEO do "milhéniu".
Mugabe é um assassino institucionalizado por alguma Comunidade internacional, desde logo, por T. Mbeki da África do Sul que lhe tem servido de "almofada" para a prática das piores atrocidades contra o seu próprio povo e contra os brancos que ajudaram a construir a sociedade e a economia do Zimbabué. Em face de mais uma farsa - o ditador sanguinário volta a tomar posse formal sob o olhar tão (pouco) atento quanto impotente da Comunidade internacional. Aqui perguntamos onde se meteu a União Europeia e o sr. zé barroso que a gere? Que política europeia para África (mormente em matéria de defesa e protecção de direitos humanos) existe?
Obs: Inste-se Nelson Mandela a actuar junto de Mbeki de molde a romper com o apoio da África do Sul ao ditador sanguinário do Zimbabué. Quanto à UE não vale a pena pedir nada, ela só sabe fazer bem duas coisinhas: discursos ocos sobre globalização; e passear-se com sacas de farinha no Darfur.., mas só na presença da CNN.
Madaíl, à esquerda, que passou a vida a esconder-se na figura de scolari tenta, agora, aguentar-se - a todo o custo - indicando o nome de Carlos Queiróz para novel seleccionador nacional. A ser verdade é, no mínimo, cretino - como idiota tem sido a gestão da fpf. Queiróz (e os demais concorrentes à função) não deveria aceitar qualquer convite até que a questão da presidência da fpf estivesse esclarecida. Substitua-se o sr. Adalberto Madaíl - que tem gerido a fpf como quem gere o seu quintal.
Há uns dois ou três anos correu notícia mundial com Durão Barroso a alombar com uma saquinha de farinha para os miseráveis indígenas que morriam que nem tordos no conflito do Darfur, a oeste do Sudão, região marcada por um genocídio terrível. Não se percebeu o que representou alí o personagem a levar a sacar, senão para ser filmado pela CNN e, assim, ficar conhecido como amigo dos pobres e miseráveis africanos que estavam a ser chacinados pelos milicianos a soldo das forças governamentais sudanesesas que tinham por finalidade matar as tribos não-árabes da região. Depois a Comissão Europeia, numa óptica post-moderna, desafiou os engenheiros, os advogados, os arquitectos, os notários, os contabilistas, os farmacêuticos a abrirem as respectivas profissões à concorrência, em benefício da liberalização das profissões em prol da competitividade da economia europeia. Em Portugal, centenas de arrumadores romenos e ucranianos chegaram a temer a extensão da reforma liberalizante... Hoje o que faz a Comissão Europeia para limitar a acção do ditador sanguinário do Zimbabué, Robert Mugabe? Talvez o mesmo que fez na contenção dos estragos dos especuladores que operam na compra & venda de futuros de crude rebentando com as economia europeia - que agora compra os combustíveis 30 e 40% mais caros. Também aqui a Europa do sr. Barroso valeu zero, representou uma nulidade em movimento. Que medidas ou estratégia de contenção já tomou a União Europeia para não reconhecer as acções criminosas do pequeno Hitler africano (Mugabe) e congelar todos os seus bens no exterior? Certamente, que a Europa terá de intervir, mas como é sempre tão laxista a fazê-lo, mais parece inexistir. Não se percebe por que razão a UE não activa uma célula de prevenção de crises para, preventivamente, actuar em países de elevado risco!!! A Europa gosta de esperar, depois vem o massacre, enterram-se os mortos, os ditadores sobem, de novo, ao poder, os eurocratas fazem os discursos e o mundo continua a pensar que a Europa é uma ficção nas mãos do dr. durão - o cherne da Lapa - que emigrou para Bruxelas. Pergunte-se ao dr. durão barroso se tem noção autêntica da mediocridade da sua prestação enquanto presidente da CE, tanto mais ele que sempre gostou de África, cultivou essa temática no seu campo de estudo e, quando dava umas aulinhas sobre burocracias africanas (após o aparente sucesso dos acordos de Bicesse, do Estoril que conciliou artificialmente Savimbi com Eduardo dos Santos/ UNITA e MPL) - de que sempre se julgou um expert - ficava sempre com a noção de que perdia o meu tempo. Hoje temos a certeza da extensão do seu gosto por África e dos verdadeiros limites da sua acção (ou melhor, omissão)... Perdem-se tantas balas no Zimbabué, matam-se à catanada tantos homens e mulheres: crianças, jovens, adultos e idosos, e nenhuma tem na mão um revólver e a pontaria adequada para afastar a erva daninha que reproduz aqueles mecanismos de violência nacional naquele País de África tão importante à paz e estabilidade regionais.
Em todas as aldeias há um tontinho, a sua existência é uma inevitabilidade, além de um erro genético. Ele serve para distrair os membros da Oikos, sobretudo no Verão em que a racionalidade e a normalidade das pessoas fica perdida numa gaveta mais fresca dos recantos das casas. O Algarve não é excepção a esta lei de anormalidade sazonal, por isso uns artistas locais - porventura alcoolizados e bem fumados - resolveram salvar África do banho de sangue que hoje o Zimbabué atravessa e pensaram, assim, afastar o ditador Mugabe. Mas como deveriam estar num estado lastimoso e são amadores, as balas tiveram outro destino. E hoje o País anda de gatas preocupado com a origem dessa bebedeira balística. Também isto é Portugal, no seu melhor, claro está!!!
Mandela has frequently credited Mahatma Gandhi for being a major source of inspiration in his life, both for the philosophy of non-violence and for facing adversity with dignity.
Chaka Khan - Stay(Live!)
Tina Turner & Barry White - In Your Wildest Dreams
Tina Turner - Private dancer (Bananas)
Mugabe está à direita na imagem e não passa dum criminoso - que terminará a sua vida como todos os criminosos: abatido a tiro ou dependurado numa praça do Pelourinho local ou encontrado - como um cão - numa valeta já esventrado pelas aves de rapina que só deixaram a carcaça; Mbeki deveria saber honrar o ciclo da África do Sul democrática iniciada com Deklerk e Nelson Mandela, que hoje assinala 90 anos.
Obs: Pergunte-se a Mbeki em que "moeda" está a ser pago pelo Mugabe (envergonhando o legado democrático de Mandela), e há quantos anos. E, já agora, inquirimos se também tem conta na Suíça - ou conta só com o apoio logístico de um sobrinho taxista... Fez-se a democracia na África do Sul para isto...: apoiar um regime ainda pior do que aquele que vigorava na África do Sul até há duas décadas e respondia pelo nome de Apartheid.
Obs: António Vitorino toca aqui nos pontos essenciais que cruzam os problemas sociais decorrentes do desemprego ou da precariedade do emprego que existe, da baixa competitividade da economia nacional, das directivas europeias em matéria laboral e até do facto de o nosso empresariado - ter ou não condições - para fomentar mais postos de trabalho. Em função desta clarividência seria útil enviar uma xerox para Carvalho da Silva - líder da CGTP-In - que permanece naquele posto de trabalho desde o 25 de Abril. É, pois, o titular de um cargo político/sindical há mais tempo no poder, pensando-se até que se trata de um posto vitalício de tipo monárquico, o que é um mau exemplo, até para os demais sindicatos em Portugal (e trabalhadores) - cuja circulação de pessoas e flexibilidade de equipas é bem menos rígida. Com ele só iguala em permanência no poder (pouco democrática, aliás) o sr. Alberto joão jardim da Madeira. Sugira-se, pois, a Carvalho da Silva que deixe de ser um dinossaurus-rex do sindicalismo português e aplique a si próprio, até para exemplo dos sindicatos e trabalhadores nacionais, a directiva europeia, o esforço de racionalização do governo português em matéria laboral e, já agora, a postura inteligente e flexível revelada pela UGT, pelos patrões e pela globalidade do povo português - que no estrangeiro representa índices de produtividade superiores aos trabalhores nacionais dos países de destino que ao longo da história temos escolhido para fazer a nossa Emigração. Sugira-se, por outro lado, ao dito Carvalho da Silva que está na hora de concorrer à liderança do pcp, para depois lá permanecer até 2050, ou mais... Tudo dependerá dos avanços da medicina!!!
Quando somos treinadores de bancada dizemos que vamos fazer, mas nunca fazemos, apesar de interiorizarmos a ideia de que fizémos. Parece um jogo de palavras, mas não é. Desta feita, se olharmos com olhos de ver para o País-real e pensarmos o que seria governar este Portugal por um dia seria de loucos, era de fugir a sete pés. Pois desde a CGTP à Fenprof, desde a CAP aos camionistas, a alta do petróleo, as bacuradas dum burocrata que quer aumentar o preço da luz, o aumento pão, do Instituto do Vinho e da Vinha, tudo e todos se queixam que Sócrates não dialóga. Que reforma muito e variados sectores da sociedade e da economia nacionais. Governar assim, de facto, é problemático. É como estar a tentar resolver um teorema e o tipo do lado estar sempre a chatear: a falar da bola, da mulher, do filho, dos gastos da amante ou até das novas orientações e gostos sexuais que alguém aos 60 anos passou a ter. De facto, governar hoje em Portugal é difícil, é mesmo problemático. Mas Sócrates segue o caminho mais directo que é o do senso comum, e o que é preciso fazer faz-se fazendo. Nenhum mecânico pergunta ao cliente o que pensa do seu motor ou qual é a performance intelectual no seu trabalho ou ainda o seu rendimento sexual no leito conjugal. São questões laterais ao mecânico. Pois ao Governo importa governar; aos portugueses cabe trabalhar; os sindicatos colocar objecções aos patrões e ao governo e defender os interesses dos trabalhadores - como faz a UGT; a CGTP-Inter sindical, ao invés, especializou-se mais em saber como tornar-se um apêndice do PCP e em abandonar negociações a meio. Como diria aquele que é hoje o locatário do Palácio de Belém -: deixem o homem trabalhar. Governar com a cambada é mesmo difícil, safa...
Obs: Um artigo interessante de Joaquim Paula de Matos, laica e agnosticamente interessante. Envie-se uma xerox a Deus e outra ao seu filho Jesus Cristo, embora nesta coisas os correios sejam sempre confrontados com o velho problema da identificação da morada. Por isso, o mais certo é a correspondência extraviar-se...
"A política à portuguesa dá muitas voltas para em geral acabar nos mesmos sítios, com os mesmos partidos e as mesmas pessoas."
José Carlos Vasconcelos, "Visão", 26 de Junho de 2008
Obs: O sr. Vasconcelos tem razão, a circularidade básica do seu raciocínio também pode ser "admiravelmente" aplicada às direcções do jornais, revistas e demais objectos de papel - hoje em quebra de vendas. São sempre os mesmos, por isso os jornais e as revistas em Portugal são coisas assim: songas-mongas, sem sal - ainda piores do que a mediania do escol político que temos. Ou seja, os jornalistas estão bem para os políticos que temos, e estes encaixam bem naqueles, ambos sempre nos mesmos sítios e com as mesmíssimas pessoas (há, contudo, excepções). Vale-nos a blogosfera, alguma dela, certamente!!!
Pinto Monteiro, PGR, emitiu uns mandados de captura e detenção. Vale e Azevedo já cumpriu 6 anos e pildra em Portugal e é hoje um homem de sucesso empresarial e financeiro assinalável. A Justiça portou-se mal com ele, agora quer trazê-lo para Portugal, só que Vale e Azevedo é advogado e tem amigos que também são advogados. Todos sabem que a sucessão de recursos "matam" a eficácia daqueles mandados, logo Vale e Azevedo continuará no RU - de que já é capaz de beneficiar de nacionalidade de Sua Majestade, só não tem ordem para matar porque é pesado demais para ser um James Bond, e o 007 não se compadece com rabos-de-chumbo. Mas o mais curioso foi uma frase que sublinhou: não virá para Portugal pelo seu pé... Ainda pensei que Vale e Azevedo justificasse essa tomada firme de posição com o facto de o petróleo estar caro e as viagens de avião estarem pela hora da morte. Em tempos o ex-Presidente do Glorioso foi enxovalhado diante da família e filmado em tempo real pelas estações de tv - a ser libertado e a ser "enjaulado" quase em simultâneo, como se de um tigre da Malásia se tratasse e ele personificasse um animal de circo para alimentar a fúria e o gáudio do povão. Uma vergonha que, só por si, absolviam o homem. O povo assistiu à bandalheira em que a Justiça portuguesa se transformou, Azevedo foi novamente preso e a Justiça portuguesa, salvo honrosas excepções, passou a ser ainda mais cabotina do que já era. Hoje, Vale e Azevedo está por cima, o tempo está do seu lado e os negócios correm-lhe de feição. Por contraponto, o sr. PGR, Pinto Monteiro é um extemporâneo, tem o tempo contra si e deveria ter mais com que se preocupar do que com casos mediáticos que, diria, são os velhos casos da bola alimentados pela inveja do sucesso alheio. O sr. Pinto que pense e medite nos resultados da Operação Furacão e na corrupção e fuga de capitais do "milhéniúm" (como diz Joe Berardo) cometidos pelos alegados actos de corrupção e de favorecimento pessoal (e ao filho) - protagonizadas pelo sr. engº Jorge Jardim Gonçalves. Ou me engano muito ou Vale e Azevedo, de Inglaterra, irá dar uma grande lição de Justiça ao sr. PGR - que aqui conhecerá a sua 1ª grande derrota política, ainda que em nome duma falsa Justiça...
[...] Vieram-me à cabeça algumas ideias que ele (Michele Serra) saberia desenvolver na perfeição. Por exemplo, um senhor chamado Giuseppe Brambilla dá uma descompustura ao filho de doze anos, que chegou a casa depois da meia-noite, e o rapaz, um ser evidentemente perturbado, enforca-se no sótão. O pai é condenado por instigação ao suicídio. Adeodatto Trapizzoni, ponta de lança da equipa Fulgor, no desempate por pénaltis, remata com toda a força e apanha de surpresa o guarda-redes da Senectus, destruindo a sua fama de defensor inatacável. O guarda-redes morre de desgosto, e a Federação de Futebol promulga uma lei dizendo que, de agora em diante, quem remata à baliza só o pode fazer com delicadeza, advertindo antecipadamente o guarda-redes sobre o ângulo que tem em mente [...]. O doutor Ippocrati diz ao senhor Dolenzi que tem um cancro na próstata e Dolenzi, enlouquecido, vai para casa, mata a mulher e os setes filhos, e depois atira-se pela janela. O Parlamento passa uma lei estabelecendo que, doravante, os médicos devem abster-se de comunicar aos pacientes diagnósticos susceptíveis de ferir os seus sentimentos [...].
Obs: Nós, por cá, dizemos ao Adalberto Madaíl - da Federação Portuguesa de Futebol - que se não sair deve ser empurrado da fpf, nem que o Parlamento legisle nesse sentido. Além duma causa de interesse nacional, é de higiéne que se trata. Antes e acima de tudo...
Sade - Paradise
A Casa da Morte Certa (1944). Parecia que a casa, que entretanto desabara, encerrava dentro de si um espírito doentio que alimentava a perturbação das almas. Com o seu silêncio hostil, Rachwan Kassem exercia uma influência oculta devastadora. A todos quantos o foram ver tinha oferecido o espectáculo de um homem submetido às piores dores, congeminando vinganças inflexíveis.
Mandriões no Vale Fértil (1948). Se o mundo se transformou numa coisa mal-humorada, isso deve-se ao facto de agora ser preciso muito dinheiro para viver. A vida é muito simples, mas tudo conspira para a tornar complicada. É quando nos vemos livres da ambição do dinheiro, do orgulho ou do poder que a vida se revela formidável.» A mandriice, longe de ser um defeito, é cultivada como uma flor rara e preciosa pelas personagens deste livro. Galal, o filho mais velho, é considerado o mais sábio de todos porque passa a vida na cama desde há sete anos e só se levanta para ir à mesa. Rafik, o do meio, renuncia a casar-se com a mulher que ama temendo que ela perturbe para sempre a doce sonolência que reina lá em casa. Como terá Serag, o mais novo, a loucura de ir trabalhar para a cidade? Porque a verdade é esta: o trabalho só pode engendrar desordem e desgraça.
Mendigos e Altivos (1955). Gohar, ex-professor universitário de Literatura e Filosofia, mendigo por decisão própria, conduz-nos a uma visão do mundo civilizado, enquanto inutilidade orgânica, num explosivo cocktail de escárnio e reflexão.
A Violência e o Escárnio (1964). Numa cidade do Próximo Oriente, governada por um tirano, um pequeno grupo de contestatários, decide combatê-lo pondo-o a ridículo. Para isso, espalham por toda a cidade um belo cartaz contendo o retrato do governador e um texto tecendo os maiores louvores à sua acção governativa. Inventam assim uma nova forma de acção política...
Uma Conjura de Saltimbancos (1975). Todos os países tinham o seu contigente de imbecis, de sacanas e de putas. Era preciso ser um débil mental para acreditar que se passavam coisas importantes noutros lados. A única diversidade era a da linguagem e a única novidade era que os mesmos imbecis, sacanas e putas se exprimiam numa língua diferente. Medhat recusava-se a absolver a aberração dos que aprendiam toda a espécie de idiomas estrangeiros a fim de penetrar o sentido das mesmas palermices que podiam ouvir na sua terra, sem precisar de se deslocar e gratuitamente. Pela sua parte, nunca se sentira tentado a percorrer o planeta à procura se sensações ditas transcendentes por se situarem em hemisférios distantes. De que servia mudar de continente, aspirar a outros climas, se não se conseguia ver, em primeiro lugar, o que se passava à nossa volta?
Uma Ambição no Deserto (1984). O xeque Ben Kadem, Primeiro-ministro do emirado de Dofa, interroga-se sobre como conseguir um papel na cena internacional, encontrando-se ele à frente de um Estado miserável, completamente eclipsado pelos Estados vizinhos, produtores de petróleo. Inventa um estratagema: simular atentados à bomba, reivindicados por uma denominada Frente de Libertação fantasma. Tal medida corre o risco de fazer despertar a simpatia por parte de movimentos revolucionários internacionais e a inquietação dos grandes poderes tutelares. Para executar o seu plano, recorre a um jovem aventureiro, Shaat, que retira da prisão onde este cumpria pena por tráfico de ouro. Shaat passa a fabricar as bombas que Mohi se encarregará de fazer explodir. Mas o controlo desta falsa vaga de terrorismo escapa ao Primeiro-ministro, e Mohi - nem mais nem menos do que o seu próprio filho - é morto pela explosão prematura da bomba que transporta.
As Cores da Infâmia (1999). O que mais agradava Ossama era contemplar o caos. De cotovelos apoiados no corrimão da passagem aérea cujos pilares metálicos rodeavam a praça de Tahrir, ruminava ideias atrevidamente contrárias aos discursos propagados pelos pensadores oficiais, os quais garantiam que a paternidade de um país estava subordinada à ordem. O espectáculo que tinha diante dos olhos condenava sem apelo essa afirmação imbecil. Desde há algum tempo que aquela construção, imaginada por engenheiros humanistas para evitar aos infelizes peões os perigos da rua, lhe servia de observatório panorâmico, reforçando a sua íntima convicção de que o mundo poderia continuar indefinidamente a viver na desordem e na anarquia.
Conversas com Albert Cossery (1995). O escritor egípcio Albert Cossery conversou durante horas com Michel Mitrani das origens da sua obra e das influências e amizades literárias que atravessaram a sua vida. Nascido em 1913, Albert Cossery vive, desde 1945, em França onde publicou a maior parte dos seus livros. Os escritos de Cossery lançam um forte desafio à preguiça e à reflexão neste mundo de superprodutividade. Com o seu incomparável olhar sobre os costumes e atitudes contemporâneos, Cossery convida o leitor ao despojamento e ao riso como forma de subverter os valores dominantes, que alienam e oprimem as mulheres e os homens do nosso tempo. Chego a pensar, depois desta lição que Cossery nos dá diáriamente, basta que nos recordemos dele, se o PM - José Sócrates não teria tido mais sucesso se quando foi à China perfilhasse desta filosofia do ócio e do despojamento. Tivemos um esboço deslocado dela vociferado por Manel Pinho, o que acabou por ter um efeito contraproducente. Eis o que o tempo faz às pessoas: tritura, corrói e depois mata.