O dr. Durão Barroso, a Comissão Europeia e a África do ditador sanguinário Mugabe
Há uns dois ou três anos correu notícia mundial com Durão Barroso a alombar com uma saquinha de farinha para os miseráveis indígenas que morriam que nem tordos no conflito do Darfur, a oeste do Sudão, região marcada por um genocídio terrível. Não se percebeu o que representou alí o personagem a levar a sacar, senão para ser filmado pela CNN e, assim, ficar conhecido como amigo dos pobres e miseráveis africanos que estavam a ser chacinados pelos milicianos a soldo das forças governamentais sudanesesas que tinham por finalidade matar as tribos não-árabes da região. Depois a Comissão Europeia, numa óptica post-moderna, desafiou os engenheiros, os advogados, os arquitectos, os notários, os contabilistas, os farmacêuticos a abrirem as respectivas profissões à concorrência, em benefício da liberalização das profissões em prol da competitividade da economia europeia. Em Portugal, centenas de arrumadores romenos e ucranianos chegaram a temer a extensão da reforma liberalizante... Hoje o que faz a Comissão Europeia para limitar a acção do ditador sanguinário do Zimbabué, Robert Mugabe? Talvez o mesmo que fez na contenção dos estragos dos especuladores que operam na compra & venda de futuros de crude rebentando com as economia europeia - que agora compra os combustíveis 30 e 40% mais caros. Também aqui a Europa do sr. Barroso valeu zero, representou uma nulidade em movimento. Que medidas ou estratégia de contenção já tomou a União Europeia para não reconhecer as acções criminosas do pequeno Hitler africano (Mugabe) e congelar todos os seus bens no exterior? Certamente, que a Europa terá de intervir, mas como é sempre tão laxista a fazê-lo, mais parece inexistir. Não se percebe por que razão a UE não activa uma célula de prevenção de crises para, preventivamente, actuar em países de elevado risco!!! A Europa gosta de esperar, depois vem o massacre, enterram-se os mortos, os ditadores sobem, de novo, ao poder, os eurocratas fazem os discursos e o mundo continua a pensar que a Europa é uma ficção nas mãos do dr. durão - o cherne da Lapa - que emigrou para Bruxelas. Pergunte-se ao dr. durão barroso se tem noção autêntica da mediocridade da sua prestação enquanto presidente da CE, tanto mais ele que sempre gostou de África, cultivou essa temática no seu campo de estudo e, quando dava umas aulinhas sobre burocracias africanas (após o aparente sucesso dos acordos de Bicesse, do Estoril que conciliou artificialmente Savimbi com Eduardo dos Santos/ UNITA e MPL) - de que sempre se julgou um expert - ficava sempre com a noção de que perdia o meu tempo. Hoje temos a certeza da extensão do seu gosto por África e dos verdadeiros limites da sua acção (ou melhor, omissão)... Perdem-se tantas balas no Zimbabué, matam-se à catanada tantos homens e mulheres: crianças, jovens, adultos e idosos, e nenhuma tem na mão um revólver e a pontaria adequada para afastar a erva daninha que reproduz aqueles mecanismos de violência nacional naquele País de África tão importante à paz e estabilidade regionais.
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