quinta-feira

Zaha Hadid - uma distinta arquitecta - que fica

Zaha Hadid - uma arquitecta formada em matemática que desconstruiu o nosso mundo para nos projectar no espaço através duma nova dimensão. Fê-lo com mestria e arte. 




London Aquatics Centre



An interior design from Zaha Hadid






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O frete que Carlos Costa fez a Passos tem nome: chama-se Banif pago pelos contribuintes

Reza, reza..., porque os teus dias estão contados...
Quem é lesado do BES deve ter a vida feita num caco, sem fim à vista. Ser defraudado pelos gestores do BES em quem se confiou - é traumático. Ver desaparecer as poupanças duma vida, como se se tratasse dum golpe de ilusionismo, é de deixar qualquer cliente (particular ou institucional) à beira dum ataque de nervos.
Mas os lesados do BES não se circunscrevem aos clientes do banco de Ricardo Salgado, são os milhões de portugueses/contribuintes que serão chamados a dar para mais um peditório para o Fundo de Resolução, que é dos bancos, e que nem sequer foi subscrito pelo Banco Santander que, curiosamente, foi aquele que adquiriu o Banif pelo preço da "uva mijona" e com os "bons ofícios" de C.Costa, o sr. Governador. 
Quer dizer, para os lesado directos do BES (os clientes penalizados) não há resposta relativamente às suas poupanças, e aos contribuintes os governos que se vão sucedendo no poder - em representação do Estado - só sabem fazer uma coisa: apresentar a factura ao contribuinte, factura essa que é mensal, trimestral, semestral, anual e etc e tal. 
Já se percebeu que tudo isto não foi um truque de ilusionismo, quem sacou o dinheiro aos depositantes e o desviou para contas ofshore cometeu crimes económicos e financeiros que exigiriam imediata investigação e apuramento de responsabilidades. 
Perante isto, o que fez Carlos Costa, o ainda governador do BdP?! apenas tem arrastado a situação e pôs-se do lado da banca contra os clientes lesados e, por extensão, contra os contribuintes portugueses. 
Já é hora, dado que o Governo não tem essa competência, de o Presidente do BCE, Mario Draghi, "despachar" Carlos Costa, cujo mandato tem sido desastroso para a banca e a regulação bancária em Portugal. 
Só mesmo Passos Coelho apoia C.Costa, e sabe deus porquê!!! 
Se calhar teve a ver com o frete que Carlos Costa fez a Passos, antes das eleições, precisamente adiando o problema do Banif (contra as indicações europeias) de molde a permitir que Passo ganhasse as eleições legislativas que, afinal, se revelou o seu próprio funeral político.
Eis a ironia do destino: Passos pediu a Costa um favor, este prestou-lho com um zelo canino, por isso viu o seu mandato renovado, e Passos, mesmo ganhando as eleições, foi corrido do poder como um "cão rafeiro" por quem o dono perdeu o afecto antes de ir de férias.
Enfim, uma tragédia de contornos verdadeiramente shakespearanos. 
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quarta-feira

Re-evocação de Vergílio Ferreira (a)



Cai a Chuva Abandonada

Cai a chuva abandonada 
à minha melancolia, 
a melancolia do nada 
que é tudo o que em nós se cria. 

Memória estranha de outrora 
não a sei e está presente. 
Em mim por si se demora 
e nada em mim a consente 

do que me fala à razão. 
Mas a razão é limite 
do que tem ocasião 

de negar o que me fite 
de onde é a minha mansão 
que é mansão no sem-limite. 
Ao longe e ao alto é que estou 
e só daí é que sou. 

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1' 
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terça-feira

Mario Biondi - Love is a Temple -


- Regresso à excepcionalidade vocal de Mario Biondi - 




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Guterres na bossa do camelo e Marcelo e olhar para o umbigo. Angola em pano de fundo (roto)

Na bossa do camelo. Narrativas pouco diplomáticas
- O eng. Guterres, pela sua experiência e pelo apoio que agora recebe de Angola no âmbito da sua candidatura a SG-ONU, é das pessoas mais qualificadas para comentar a prisão ilegal e desproporcional de 17 activistas angolanos, sequestrados por um regime népota e cleptocrático que tem exaurido os recursos naturais de um imenso país para enriquecer o clã da família presidencial.
- Até quando?!







Narrativas políticas humanitárias


- O PR podia e devia ter remetido a questão dos direitos humanos em Angola para uma ulterior posição conjunta no quadro da CPLP/lusofonia. 
Ficava bem no fotomaton, harmonizava-se com o universalismo humanista e até reforçaria a posição de Guterres na corrida à ONU...
Mas Marcelo só pensa no seu umbigo..

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De Marcelo espera-se o melhor e o pior: o hipócrita "cata-vento"

Nota prévia: Como comentador, Marcelo certamente criticaria os excessos duma democracia musculada sobre 17 rapazes angolanos que discordam do poder instituído e agem culturalmente nesse sentido; como constitucionalista, Marcelo poria reservas à violência e desproporcionalidade das penas; como político, e agora PR, Marcelo é igual ao que sempre foi: um hipócrita e um verdadeiro cata-vento que dança conforme o seu interesse pessoal e posicionamento politico-diplomático. 

Foi preciso chegar a PR para que o brilhante constitucionalista "deixasse de saber" o que é um estado de direito...

Marcelo subscreve posição do Governo sobre condenação dos 17 ativistas angolanos

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Marcelo anda radiante


Já todos perceberam que o PR, MRS, anda radiante. Seja qual foi a situação ou a circunstância ele debita energia, irradia bem-estar, contagia cegos, idosos, pobres, desempregados, domésticas, pensionistas e demais deserdados da vida.

Nos jardins do Palácio Rosa, Marcelo está radiante; com o Super-Papa Chico, está igualmente radiante; ao promulgar o OGE para 2016, o documento que faz funcionar a economia, MRS encontra-se radiante; quando recebe o cão, de raça pastor-alemão, da Força Aérea Portugal radiante está.

Marcelo está e é radiante, e parece até que os portugueses estão radiantes com ele. A vantagem desta tonelada de energia é que os portugueses tendem a esquecer o que foram os 10 anos precedentes, em que uma múmia ocupou o Palácio e paralisou os portugueses.

Ao invés, Marcelo irradia energia, contagia as mentes, catalisa vontades. 

Veremos com que frutos objectivos para a economia nacional e os portugueses. 

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segunda-feira

Marcelo vis-à-vis Angola

E agora, Marcelo?!

- O 1º grande teste do PR, MRS, na esfera das relações internacionais é Angola e a mixórdia de justiça que por lá se pratica em nome da própria Justiça. 



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Evocação de Franz Kafka







Att/
Ao c/d da família
Dos santos

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A Justiça em Angola ainda tem um longo caminho a percorrer como a democracia...

Nota prévia: De facto, é difícil, senão problemático, aceitar a ideia de que os activistas angolanos representavam - ou representam - uma ameaça objectiva ao regime político musculado angolano. Acusados de atentarem contra o Estado, o seu PR e as instituições angolanas é, manifestamente, um exagero que tem o único propósito de servir o regime político, altamente personalizado em Zé Eduardo dos santos, apoiado numa clic militar que assim se assume como o guardião do poder e dos recursos naturais daquele país tremendamente rico no continente africano, mas que mantém na pobreza a esmagadora maioria da população. 
- Constata-se que entre poder judicial e poder político não há qualquer separação de poderes, aquele serve apenas de correia de transmissão do poder quase-monárquico que vigora em Angola desde a morte de Agostinho Neto. 
- Seria interessante conhecer os factos e as alegadas provas que sustentam aquela absurda e desproporcional acusação que justifica a cadeia para uns jovens que gostam de música rap, de poesia e detestam ditadores. 
- Seriam mais interessante ainda saber o que pensam desta decisão algumas entidades políticas portugueses, sem que daí resultasse qualquer ingerência nos assuntos internos angolanos, desde logo o PR, não apenas por ser o chefe de Estado mas por ser um eminente jurista. 

- Parece, portanto, que o sonho e a utopia em Angola terminam como o delito de opinião em Cuba: na cadeia. 

- Esperemos, contudo, que desta vez não funcione a realpolitik, as usual ($$$$)?!

- Quid juris, MRS?
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Luaty Beirão condenado a cinco anos e meio de prisão








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Angola e a justiça
17 jovens e músicos angolanos aguardam a decisão judicial. São acusados de tentar depor o PR angolano. Nem Kafka alinharia nesta xarada...
A Justiça angolana funciona tão bem como a supervisão bancária do BdP entre nós...

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Narrativas caninas da República Portuguesa. A originalidade de Marcelo




- É sabido que o PR, MRS, tem um cão de raça pastor-alemão, oferecido pela Força Aérea Portuguesa. O cão chama-se Asa e foi o próprio Marcelo quem o baptizou. Até nisto MRS é original, pois Portugal não tem tradição, ao invés dos EUA e outros países europeus, de o PR ter um animal de estimação na residência oficial. 

- Esta circunstância permite aos media uma cobertura mais intensa dos passos do PR, pelo menos tem sido assim nos EUA, com Obama que tem dois cães-de-água portugueses. 

- Marcelo como é um actor político sui generis, que rompe sistematicamente o protocolo, e já o era enquanto comentador político, é natural que o Asa venha a valorizar essa componente mediática, além de agradar ao PAN, um partido dos animais recém-eleito para o Parlamento. 

- Marcelo podia ter um Bulldog, um Dálmata, um Dog Alemão, um Fila Brasileiro, um Labrador, um Mastino Napoletano ou um rafeiro de Massamá. Mas teve bom gosto e escolheu um Pastor Alemão...

- E também aqui podem ser extraídas leituras diversas... 

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domingo

Um balanço inequivocamente positivo - pelo PR - MRS -

Nota prévia: Enquanto constitucionalista qualificado, MRS pode pensar e escrever 
tudo aquilo que pensa e escreve. Fá-lo 40 anos depois, investido do poder
e da autoridade de PR, tamanha é a ironia do destino. Tarefa semelhante jamais podia
ser realizada pelo seu predecessor, pois mesmo como economista não se lhe 
conheceu uma ideia, uma só, que na qualidade de ex-PR (e de economista) tenha partilhado com
o Governo de então a fim de tirar Portugal do lodo em que vegetou durante os 4 anos de austeridade
extrema a que fomos votados pela troika. A autoridade é uma grande diferente entre o actual PR e o
anterior.  Marcelo tem-na. 
A Assembleia Constituinte foi eleita na sequência de um movimento de jovens militares, que, pela participação popular, se converteu em revolução e pôs termo a uma longa ditadura constitucionalizada em 1933.
Essa rutura com o passado não impediu, porém, que continuidades sensíveis continuassem presentes no regime nascente, como os efeitos de processos de emigração, de migrações internas com despovoamento do interior, de progressiva integração comercial na Europa comunitária, de assimetrias regionais, funcionais e pessoais e de peso determinante - aliás ancestral - do Estado sobre a sociedade civil.
Por outro lado, a Constituinte cumpriu a sua missão em plena revolução, assim fazendo incidir na própria feitura da Lei Fundamental as várias fases de um inevitável confronto entre projetos doutrinários e ideológicos muito distintos e, por vezes, radicalizados.
De comum entre esses projetos havia a descolonização, a adoção de um regime democrático, a consagração de direitos fundamentais próprios de um Estado de direito, o alargamento desses direitos aos económicos, sociais e culturais, a independência dos tribunais, a autonomia político--legislativa dos Açores e da Madeira e a autonomia administrativa do poder local.
Partilhados por uma maioria mais moderada foram a inclinação para um modelo democrático europeu ocidental e a prevalência dos direitos, liberdades e garantias, e por uma maioria defensora de mais ampla rutura o regime económico de economia dominantemente pública devendo evoluir para a primazia de uma economia gerida por coletivos de trabalhadores e comunidades locais.
Como pano de fundo, uma tutela revolucionária do sistema político - essencialmente partidário - militar ia durar até ao fim de um período transitório.
As fases da revolução explicariam as diferenças abissais entre a organização do poder político de antes de 25 de novembro de 1975 e a organização do poder político depois dessa data - a primeira com maior componente de legitimidade revolucionária do que a segunda.

2 - A vida da Assembleia Constituinte foi muito marcada pela coexistência com uma revolução e acabou por abarcar, além da função cimeira da elaboração da Lei Fundamental, o debate constante acerca das conjunturas que se sucediam, um pouco ao jeito de um Parlamento comum.
Tudo com as paixões próprias do tempo excecional em que se enquadrava, paixões essas por vezes determinando afrontamentos muito duros, mas com um pano de fundo de cordialidade pessoal, que se foi acentuando à medida que a revolução dava lugar à estabilização institucional. Ainda assim, o clima foi, sempre, mais tenso do que é vulgar na atividade parlamentar clássica.

3- A vida política nacional seria largamente definida pelo labor da Constituinte. Desde logo, nas revisões da Constituição, a começar na primeira, de algum modo entrevista na versão originária daquela e, sobretudo, na correlação de forças já patente no início de 1976.
As demais revisões, decorrentes de novos desafios internos e externos, também traduziram opções enunciadas ou subliminares em 1976, como a da adoção de sistema político de matriz europeia comunitária.
Outro corolário da era da Constituinte foi o da permanência de clivagens fundamentais em matéria de regime económico e social.
Quarenta anos depois, já são bastante diversas as formulações das várias áreas políticas. Mas permanece uma evidente diferença entre projetos mais estatistas e mais abrangentes em domínios sociais e projetos mais sensíveis à iniciativa privada e mais preocupados com a viabilidade financeira das políticas sociais.
Fruto ainda da Constituição é a radicação da democracia representativa partidária, a afirmação da democracia participativa, o reconhecimento do setor da economia social, um clima genérico de inclusão e pacificação interna e externa, uma abertura ao mundo que fala português, um multilateralismo universal, uma aceitação pacífica do direito internacional. E, mais relevante, uma visão personalista, que passaria de implícita para explícita, e anunciaria caminhos de defesa dos direitos humanos, de diálogo, de tolerância, e que faria dos portugueses protagonistas vocacionados para as mais complexas incumbências mundiais.
4 - Como Presidente da República saúdo o balanço inequivocamente positivo da Constituição da República Portuguesa, quer nos princípios fundacionais que permanecem inspiradores quer nas adequações subsequentes que ajustaram o texto inicial. E agradeço aos constituintes, tal como aos reconstituintes, o seu contributo empenhado, norteado pelo interesse nacional.
A gratidão para com os constituintes é, naturalmente, mais efusiva, ao evocar o cunho pioneiro e as dificuldades enormes da sua tarefa.
Como constituinte que fui, com 26 anos de idade, não escondo o discreto mas sentido júbilo por poder testemunhar, 40 anos mais tarde, uma tão longa, mesmo se reconvertida, vigência da Constituição que, muito modestamente, ajudei a tornar realidade.
A vida de um Estado não se esgota na sua Constituição, nem deve mitificar uma obra que, como qualquer outra realização humana, é imperfeita.
Mas pode e deve saber compreender a importância única que a existência da Constituição e respetiva plasticidade tiveram para a sua definição como Estado social de direito democrático.
Presidente da República
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sábado

Álvaro de Campos -Tem uma constipação sui generis -


Tenho uma Grande Constipação

Tenho uma grande constipação, 
E toda a gente sabe como as grandes constipações 
Alteram todo o sistema do universo, 
Zangam-nos contra a vida, 
E fazem espirrar até à metafísica. 
Tenho o dia perdido cheio de me assoar. 
Dói-me a cabeça indistintamente. 
Triste condição para um poeta menor! 
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor. 
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se. 

Adeus para sempre, rainha das fadas! 
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando. 
Não estarei bem se não me deitar na cama. 
Nunca estive bem senão deitando-me no universo. 

Excusez un peu... Que grande constipação física! 
Preciso de verdade e da aspirina. 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa 
(A)
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sexta-feira

Evocação de Mordillo e o Portugal - Bulgária -



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Marcelo e os convites sensíveis e inteligentes







Marcelo tem marcado a agenda política nacional com os convites que tem feito para formar o seu gabinete em Belém e chamar a si assessores para as mais diversas áreas, da diplomacia à cultura.
Agora, na frente externa, voltou a surpreender pela positiva ao convidar para o seu 1º Conselho de Estado o Sr. Europa, Mário Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE) de que dependem os vários governadores dos bancos centrais dos países da UE. Para o efeito, Marcelo, "raposa velha", convidou também o próprio Governador do BdP, Carlos Costa que tem estado debaixo de fogo pela forma laxista, retardada e incompetente como tem "procurado resolver os problemas de regulação" do sector em bancário (inexistente em Portugal, dado que o BdP não se modernizou nem acompanhou as modalidades emergentes de corrupção de colarinho branco) e que se tem saldado num verdadeiro desastre literalmente pago pelo desgraçado do contribuinte. Os casos BES e Banif são os mais conhecidos e gritantes, mas há mais pelos quais o sr. C.Costa deveria responder, quer no Parlamento, quer em sede de Tribunal... 
Ora, Marcelo conhecendo a delicadeza da situação porá em confronto o "patrão" e o "empregado" para daí extrair a orientação futura a tomar, dado que o Governo também não pode - no âmbito das suas competências e atribuições - demitir o Governador (como desejaria A.Costa), posto que o Governador, apesar das inúmeras solicitações nesse sentido, também não se demite. Além de incompetente, C.Costa é obstinado e está agarrado ao poder no BdP. 
O tema da reunião do CE presidido por MRS são dois documentos essenciais que o Governo terá de entregar em Bruxelas: o programa de estabilidade e o programa nacional de reformas. Ora, como Portugal saiu de um resgate, nas condições e com os sacrifícios para a economia portuguesa e os portugueses que são conhecidos, justifica-se a presença do homem cujo cargo europeu tem mais poder e influência na actual Europa. No fundo, Mário Draghi representa o dinheiro da Europa (ou a Europa do dinheiro), daí o significado especial do convite de MRS ao presidente do BCE. 
Com este convite Marcelo Rebelo de Sousa, habituado que está a criar factos políticos, assegura o impacto mediático a nível europeu do seu primeiro Conselho de Estado, sensibiliza as instituições europeias para os problemas e fragilidades da débil economia portuguesa e, com sorte, ainda consegue fazer com que seja Mário Draghi a demitir Carlos Costa, que é hoje mais a fonte do problema do que a solução da regulação financeira em Portugal. Por outro lado, MRS secundariza completamente o papel e o espaço de manobra do Governo português na questão da regulação (e da insustentabilidade do Governador à frente do BdP), além do facto de ser o próprio PR, MRS, quem irá, na 2ª semana de Abril, a Estrasburgo falar ao Parlamento Europeu. 
Com esta iniciativa MRS marca o arranque da sua presidência: coloca na agenda europeia a questão da regulação; ajuda o Governo português a gerar consensos em torno das questões financeiras e económicas, de que depende o crescimento e desenvolvimento de Portugal; e procura fazer com Mário Draghi aquilo que Cavaco, há 1/4 de século fez com Jacques Delors, um amigo poderoso duma economia pequena, frágil e profundamente dependente das exportações. 
Numa fase em que o €uro vive momentos de grande incerteza e risco conseguir fazer de Mário Draghi um amigo de Portugal, é um facto de extrema relevância do papel que Portugal irá assumir na Europa, e, ao mesmo tempo, o PR irá obrigar o PM, A. Costa, a negociar com as esquerdas (PCP + BE) os acordos necessários para consensualizar aqueles dois documentos que são da maior importância para o futuro de Portugal e dos portugueses. 
Marcelo, de facto, está a sair melhor do que a encomenda e tem revelado uma excepcional capacidade de iniciativa política. Qualquer comparação com o PR cessante é fatal para o sr. Silva, que aqui pode aprender a fazer política, dado que MRS já fez mais por Portugal em 15 dias do que Cavaco numa década, que foi um tempo verdadeiramente perdido para Portugal e um lamentável erro de casting na política portuguesa, especialmente a partir do farol de Belém
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Notas acerca de Jesus Cristo


Se tudo quanto se diz de Cristo tem pleno fundamento, sugiro que Portugal seja já o 1º país a ser salvo.

Ele não disse que traria a verdade, mas que era a verdade. Não trouxe uma religião ou uma filosofia, apresentou-se Ele mesmo. Depois converteu-se na ressurreição e na vida.  
Em rigor não sabemos quem Ele é, donde veio, e por onde Ele andou. Aquele que diz que está em Cristo, na verdade, entra num caminho de incerteza se não conhecer todo esse passado de Cristo, toda essa biografia (errática). 
Talvez a Páscoa, em vez de engordarmos no sofá, possa suscitar o interesse em descobrir a sua vida e obra, ainda que a margem de incerteza, ambiguidade, fantasia, surrealismo e improviso sejam enormes. 
A esta distância histórica, qualquer testemunho será sempre visto com relatividade. Mas é com essa relatividade que também devemos encarar a vida, até porque o homem deste tempo também não se conhece a si próprio, daí ser legítimo colocar algumas reservas no que diz respeito ao conhecimento d´Aquele que parece ter sido o Maior e Mais importante Homem de sempre. 
Mas também isto deve ser entendido com reserva, pois no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, pai de Cristo. E tudo foi feito por seu intermédio. Daí que o lugar à crença seja uma auto-estrada sem limites... 
Um desafio, ou múltiplos desafios, para que descubramos esses caminhos de incerteza. Para que, afinal, o homem se conheça a si próprio.  
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terça-feira

Evocação de Boris Vian


 agressão de que foram alvo (link). 
- Não deixa de ser curioso que os terroristas do daesh, esses bárbaros que instilam o terror globalitário na Europa (cujo modelo de desenvolvimento querem destruir), utilizam uma expressão antiga, da década de 50 do séc. XX - J´irai pisser (au cracher) sour vos tombes - para procurarem difundir o medo nas sociedades do Ocidente tornando, assim, reféns cada uma dessas sociedades e respectivos aparelhos políticos da loucura bárbara daqueles terroristas que nem a religião que dizem defender sabem honrar. 
- Ora, a frase citada, da autoria de Boris Vian (aqui na imagem) conheceu outro contexto sócio-histórico e nunca, mas nunca mesmo, se pode deixar apropriar por aqueles que desconhecem e desprezam os direitos mais básicos do homem, que é o direito à vida e à dignidade da própria condição humana.

in Wiki..
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segunda-feira

Improváveis e possíveis. Oração a Santa Bàrbara dos Trovões

Oração a Santa Bárbara dos Trovões

Santa Bárbara bendita
Que no céu está escrita
Com papel e água benta
Nosso senhor nos livre desta tormenta

Santa Bárbara se vestiu e se calçou
Ao caminho se deitou
Jesus Cristo a encontrou e lhe perguntou:
- Onde vais Bárbara?
- Vou a Jerusalém, arrumar esta trovoada
Onde não haja pão nem vinho
Nem flor de rosmaninho

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Granizo e "tormentas elétricas" na capital ameaçam converter  Lisboa num banho de mar. A ilustração da imagem é improvável que aconteça, mas não há impossíveis.


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Um carvalho com 600 anos. Evocação do Dia da Árvore e da Poesia

No Dia da Poesia e da Árvore


Segue o teu destino...
Rega as tuas plantas; 
Ama as tuas rosas. 
O resto é a sombra 
de árvores alheias
Fernando Pessoa


Carvalho mais antigo da Península Ibérica resiste na Póvoa de Lanhoso

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sábado

Seis observadores defendem realização de debate sobre futuro de Portugal

Nota prévia: Fui dos que não votou em MRS para PR, mas reconheço que ele era o melhor preparado para o exercício do cargo. Vê-lo hoje a representar Portugal, intra e extra-muros e comparar essa tarefa de representação externa de Portugal (é inevitável!!!) com o PR cessante - é como comparar o vinho do Douro com uma sorrapa feita a martelo num palheiro de província. 
- De facto, Marcelo prestigia Portugal e os portugueses e, com isso, pode ajudar o Governo a temperar as políticas públicas que valorizem a economia e a sociedade e, ao mesmo tempo, ajudar a criar uma imagem facilitadora da atracção de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) tão necessário para uma economia pequena, aberta e dependente como a nossa, que está hoje ávida de capitais. 
- Ora,  repensar Portugal nesse novo e perigoso contexto europeu é uma urgência nacional, donde resulta a oportunidade de se repensar Portugal nesse novo cenário de desenvolvimento da globalização competitiva. 

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António Costa, primeiro-ministro, cumprimenta o novo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Fotografia: TIAGO PETINGA/LUSA

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António Teodoro Brasil: quo vadis?

Nota prévia: Vale a pena meditar nesta análise mais profunda e detalhada de António Teodoro, que nos dá uma uma imagem definida do que é hoje a sociedade brasileira em interacção com as esferas política, judicial e mediática. 
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Permitam-me que dê a minha interpretação sobre o que está a suceder no Brasil e dos possíveis desenvolvimentos da situação extremamente complexa que se vive. Uma situação que, segundo descrevem os meus amigos mais velhos, é muito parecida com a dos anos que antecederam o golpe de Estado de 1964, com a diferença de que, agora, enquanto os militares estão silenciosos e com uma (aparente) postura institucional respeitadora da Constituição, são os juízes (ou uma parte do poder judicial) que se assumem como os “justiceiros” que têm a missão de regenerar o País.
Os problemas existentes decorrem diretamente de três situações próximas e já bem definidas: (i) a derrota do candidato das elites nas últimas eleições presidenciais (que, num regime presidencialista como o brasileiro, são também de Governo), a quarta consecutiva, por uma pequena margem e com uma divisão de votos muito marcada em termos de classe e de região; (ii) as consequências da Operação Lava Jato que, de uma operação judicial (e policial) de combate à corrupção, envolvendo e mostrando uma poderosa teia de financiamentos partidários e enriquecimento ilícito de agentes públicos (políticos, empresários e gestores), evoluiu para um golpe de Estado a partir de parte do sistema judicial (e policial), em conluio com a mídia conservadora (com destaque para a rede Globo e as revistas Veja e Isto É); e, (iii) uma conjugação da crise económica com uma crise de governabilidade, onde a primeira piorou a vida dos brasileiros e a segunda colocou o sistema político à beira da implosão, com alguns dos grandes empresários nacionais presos (e as suas empresas em grandes dificuldades, gerando desemprego em massa) e um número elevado de deputados e senadores indiciados por crimes de corrupção, entre os quais os presidentes das duas câmaras do poder legislativo.
Num país com as desigualdades do Brasil, a metáfora da Casa Grande e da Sanzala (título do famoso livro do sociólogo Gilberto Freyre) ainda é a que melhor se adequa à descrição do tecido social brasileiro. As gravuras de Debret do século XIX, retratando as famílias do Rio de Janeiro passeando com os seus escravos, e as fotos daquela outra família do diretor financeiro de um grande clube de futebol, onde ele, a mulher e o caniche seguem à frente, acompanhados pela babá negra, fardada de branco, que leva os dois filhos do casal, a caminho de uma manifestação contra a Dilma e pelo impeachment, representam uma mesma realidade que mais de 150 anos ainda não conseguiu apagar. Para quem julga que estou a exagerar e essa foto representa um caso isolado, aconselho a, quando visitar S. Paulo, passear num shopping de luxo ou no bairro onde vivo.
A Casa Grande não se conformou com a derrota das últimas eleições presidenciais e temeu ainda mais a possibilidade do ex-Presidente Lula se voltar a candidatar (e poder ganhar de novo). Para que isso não pudesse acontecer, a grande mídia (mantenho o registo na escrita do português brasileiro) desenvolveu uma sistemática e persistente destruição do capital simbólico do antigo metalúrgico sindicalista (que saiu do Governo com uma aprovação superior a 80%, um valor sem precedentes na política brasileira), aproveitando muitos “rabos de palha” que, ele e sua família, e sobretudo a cúpula do PT, foram deixando e que revelam uma deterioração dos valores republicanos que deviam nortear todos aqueles que se batem por projetos de transformação social. Mas essa destruição do capital simbólico não foi suficiente. As últimas sondagens, no auge da revelação dos escândalos do “triplex do Guarujá” ou do “sítio de Atibaia” (que Lula jura que não são sua propriedade), mostram que Lula tem condições de disputar e poder ganhar de novo a Presidência da República.
Para isso, a Casa Grande, que, politicamente, é representada por uma complexa aliança de interesses capitaneados por um partido herdeiro da Arena (o partido da ditadura militar, hoje batizado de Democratas) e do PSDB, que tem em Fernando Henrique Cardoso o seu principal símbolo (há pouco mais de um ano vi-o, na Casa de Portugal, elogiar as grandes capacidades de “estadista” e de governante lúcido, imagine-se, a Pedro Passos Coelho) e putativos candidatos como o playboy Aécio Neves, ou o militante da Opus Dei Geraldo Alckmin, decidiu lançar uma ofensiva em várias frentes:
1. Criminalizar Lula e, se necessário, prendê-lo para impedir o seu regresso à vida política ativa.
2. Concretizar o impeachment da Presidente Dilma, derrubando o seu Governo.
3. Mudar algumas opções de política económica que permita ao capital financeiro ocupar o espaço deixado pelas empresas cujos dirigentes estão presos e, sobretudo, não ter o limite do “petróleo é nosso” (vigente desde o final da II Guerra), abrindo a exploração das imensas riquezas do pré-sal às grandes multinacionais do petróleo.
4. Destruir o PT (e o seu aliado próximo, o PCdoB) e impedir que, nos tempos mais próximos, a esquerda tenha influência eleitoral e possa dirigir um país com a dimensão do Brasil.
É neste contexto que tem de ser entendida a decisão de nomear Lula Ministro da Casa Civil, ou seja, uma espécie de Primeiro Ministro nos regimes semipresidenciais, responsável pela articulação política e pela implementação do PAC (Programa de Aceleração e Crescimento). Essa entrada de Lula no Governo Dilma responde a duas necessidades imperiosas: (i) evitar a prisão preventiva de Lula, transferindo a competência da investigação e julgamento do “justiceiro” e mediático juiz de 1ª instância de Curitiba, Sérgio Moro, titular do processo da Lava Jato, para o Supremo Tribunal Federal, o único com competência para investigar e julgar titulares de órgãos de soberania; (ii) dar uma direção política à ação do Governo e reunir apoios para impedir a concretização do impeachment de Dilma.
Num depoimento publicado no Diário de Notícias de 17.03.2016, o Embaixador Seixas da Costa, que teve uma notável atuação enquanto responsável pela Embaixada de Portugal no Brasil há uns anos atrás, durante o mandato de Lula, chamou a essa entrada de Lula no Governo a “bala de prata”. Não concordo com o essencial do seu depoimento, embora concorde que esse gesto foi uma decisão muito arriscada, utilizada por Lula e Dilma para tentarem sair de um cerco extremamente apertado, onde um juiz de 1ª instância tem poderes para realizar escutas telefónicas (“grampear”) à Presidente da República, ou divulgar (“vazar”) para a comunicação social essas gravações no momento em que deixou de ter competência jurídica para acompanhar o processo; ou, onde um outro juiz de 1ª instância que, no Twiter e Facebook, se tinha vangloriado da sua participação nas manifestações anti-Dilma (postando inclusive no Facebook as inevitáveis selfies) se sente à vontade para impugnar um ato da Presidente, neste caso a nomeação de um Ministro que, legalmente, não está sequer indiciado de qualquer crime.
O uso da “bala de prata” é talvez o último recurso ao dispor de Lula e Dilma. Se perderem, caem os dois, o PT (e o conjunto da esquerda entrará em grande convulsão) e o Brasil tornar-se-á o eldorado de um neoliberalismo serôdio próprio das elites subalternas. Aqueles que acham que isto é discurso ideológico vejam qual a política que Estados que têm governadores do PSDB estão a tentar implementar (embora sem grande sucesso até agora, diga-se, devido à forte oposição de estudantes, professores e sociedade civil organizada): a entrega das escolas públicas a empresas privadas, um arremedo das charters schools, bandeira dos governos Bush pai e Bush filho nos EUA.
Os próximos dias serão decisivos. A decisão está também nas mãos daqueles que vivem na Sanzala. Até agora, quem saiu à rua e se pronuncia com os imensos meios que têm ao seu dispor, foram os que vivem na Casa Grande. A Sanzala tem estado na defensiva e silenciosa, por falta de projeto mobilizador e por desmoralização. Se Lula conseguir a mobilização da Sanzala, estabelecer pontes e alianças para alguns sectores da Casa Grande que ainda estão reticentes com o caminho que lhes é proposto, o Brasil pode retomar o caminho de transformações sociais que tiraram da miséria mais de 40 milhões de pessoas num espaço curto de uma década. Mas isso, implicará também, depois de um primeiro embate e da derrota do golpe de Estado em curso, uma renovação moral e um novo projeto político. Se Lula, o PT e as esquerdas não o fizer, a Sanzala não lhes perdoará, abandonando-os à sua sorte.
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