sábado

Evocação de Guillermo Mordillo. Bruno Bozzeto - Neuro


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Um zoom a Mordillo

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Evoc. de Guillermo Mordillo - que fez as delícias da minha adolescência pela genialidade dos "bonecos" criados. Numa imagem conseguia espelhar um mundo, e nesse mundo cabiam quase todas as emoções que iam além do mundo. Mordillo foi um cartonista genial, razão por que deve ser evocado. Agora e sempre. 









Mordillo, Dry Cleaning Cartoons Jigsaw Puzzle






Para quem ainda fuma...


O génio Guillermo Mordillo


Nota biográfica:
Guillermo Mordillo, ou mais popularmente, Mordillo (Buenos Aires, 4 de agosto de 1932) é um cartunista e ilustrador conhecido internacionalmente por suas ilustrações humorísticas caracterizadas pelo uso abundante da cor e ausência de texto, focadas na temática do esporte (especialmente futebol e golfe), romance e animais.
Nascido na Argentina, de pais imigrantes espanhóis, Mordillo iniciou sua carreira no estúdio de animação Burone Bruché.[1] Em seus mais de cinquenta anos Mordillo ilustrou livros infantis, desenhou campanhas publicitárias, cartões comemorativos e inúmeros cartuns, trabalhando e morando no PeruEstados UnidosFrança e Espanha para diversos veículos e empresas de comunicação.
Seu trabalho é marcado pela presença constante das figuras humanas arredondadas, sempre em branco e preto, contrastando com os fundos invariavelmente coloridos.
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Evocação de Afonso Lopes Vieira - Dança do Vento -




Afonso Lopes Vieira - na sua casa em São Pedro de Moel - 

Dança do Vento

O vento é bom bailador, 
Baila, baila e assobia. 
Baila, baila e rodopia 
E tudo baila em redor. 
E diz às flores, bailando: 
- Bailai comigo, bailai! 
E elas, curvadas, arfando, 
Começam, débeis, bailando. 
E suas folhas, tombando, 
Uma se esfolha, outra cai. 
E o vento as deixa, abalando, 
- E lá vai!... 
O vento é bom bailador, 
Baila, baila e assobia, 
Baila, baila e rodopia, 
E tudo baila em redor. 
E diz às altas ramadas: 
Bailai comigo, bailai! 
E elas sentem-se agarradas 
Bailam no ar desgrenhadas, 
Bailam com ele assustadas, 
Já cansadas, suspirando; 
E o vento as deixa, abalando, 
E lá vai!... 
O vento é bom bailador, 
Baila, baila e assobia 
Baila, baila e rodopia, 
E tudo baila em redor! 
E diz às folhas caídas: 
Bailai comigo, bailai! 
No quieto chão remexidas, 
As folhas, por ele erguidas, 
Pobres velhas ressequidas 
E pendidas como um ai, 
Bailam, doidas e chorando, 
E o vento as deixa abalando 
- E lá vai! 
O vento é bom bailador, 
Baila, baila e assobia, 
Baila, baila e rodopia, 
E tudo baila em redor! 
E diz às ondas que rolam: 
- Bailai comigo, bailai! 
e as ondas no ar se empolam, 
Em seus braços nus o enrolam, 
E batalham, 
E seus cabelos se espalham 
Nas mãos do vento, flutuando 
E o vento as deixa, abalando, 
E lá vai!... 
O vento é bom bailador, 
Baila, baila e assobia, 
Baila, baila e rodopia, 
E tudo baila em redor! 

Afonso Lopes Vieira, in 'Antologia Poética' 
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Pires de Lima saiu da Ajuda de elétrico para o Cais do Sodré



Nota prévia: O poder tem destas ironias, mas tudo isto até seria interessante se as matérias e os dossiers problemáticos sob a tutela da pasta da Economia tivessem sido minimamente resolvidas, ou encaminhadas no sentido do verdadeiro interesse nacional. A TAP é um espinho pendente para o futuro governo e os clientes lesados - particulares e institucionais do BES - poderiam ter sido mais e melhor respaldados por um ministério que, em rigor, tem uma noção da governação da coisa pública que passa sistematicamente pela lógica das privatizações. Ora, a política não é isto, muito menos a governação. Também aqui houve um erro de casting com os figurantes escolhidos para tão sensível área da governação em Portugal nos últimos 4 anos. 


Pires de Lima saiu da Ajuda de elétrico para o Cais do Sodré

Pires de Lima saiu da Ajuda de elétrico para o Cais do Sodré

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sexta-feira

Um cavaco a EMENDAR a Mão


Agora já diz que todos estão incluídos e vinculados à democracia, como que a emendar a mão pelo sectarismo demonstrado no seu 1º discurso que brutalizou e excluiu dessa "inclusão" 1 milhão de eleitores representados no BE e PCP.

Disfarçou, com uma aulinha de economia política previsível, sublinhando a importância financeira decorrente dos compromissos europeus, pena foi que nunca tenha dado uma ideia, uma ideia sequer (!!), ao Governo que apoiou (parentalmente) de modo a ajudá-lo - ajudando também os portugueses, - que nunca saíram da austeridade imposta pela troika e agravada por Passos - que quis desmantelar o Estado social, agravou o défice público, a taxa de desemprego, a emigração de meio milhão de portugueses e cavou o fosso na injustiça social entre os portugueses - que hoje pagam mais impostos e dispõem de menos rendimentos para o consumo e o investimento. 

Cavaco teve MEDO do clamor e da CENSURA da opinião pública que, por fim, parece tê-lo conhecido, e nesse processo viu uma pessoa inútil, vil, sectária, parcial, crispada, litigante e violador da Constituição que jurou defender perante os portugueses.

No fundo, alguém que nunca esteve à altura do cargo que ocupa. E neste erro de casting - Cavaco e Passos estão em linha, para prejuízo da República e dos portugueses. Mas este statu quo só permanecerá por mais uma semana ou duas... Felizmente!!!

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Voltaire e Neruda: uma harmonia perfeita



A escrita é a pintura da voz  
Voltaire




DOIS
 
Apenas dois.
 Dois seres...
 Dois objetos patéticos.
 Cursos paralelos
 Frente a frente...
 ...Sempre...
 ...A se olharem...
 Pensar talvez:
 “Paralelos que se encontram no infinito...”
 No entanto sós por enquanto.
 Eternamente dois apenas.
Pablo Neruda
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quinta-feira

Cella Bar - um espaço surpreendente - que privilegia ligação ao vinho -


Este bar fica em Portugal

Chama-se "Cella bar" e situa-se na Madalena, no lado ocidental da ilha do Pico. A expansão do edifício foi da responsabilidade do gabinete "FFC arquitectura". 
A designboom destaca o casamento entre a construção original, quase em estado rústico, a partir do basalto local, com a extensão contemporânea, em madeira. 
O interior do bar é da responsabilidade de Paulo Lobo, que privilegia a ligação ao vinho. A esplanada, em cima do oceano, também merece elogios.


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A ausência de remorso e de arrependimento na teoria do crime


O delinquente, segundo Lombroso,  não é apenas alguém que violou as regras, na realidade, ele integra uma subespécie primitiva de homo sapiens. O criminoso-nato teria um cérebro relativamente pequeno, maxilares enormes e lábios carnudos, um queixo recuado, arcadas supraciliares salientes, braços muito longos, órbitas excessivamente grandes e cabelo farto. A fisionomia dos criminosos varia também segundo os crimes cometidos. 

- O homicida teria olhos frios, maxilares muito longos, nariz adunco e caninos muito desenvolvidos. O ladrão teria olhos pequenos, móveis e inquietos, sobrancelhas espessas, nariz achatado e fronte fugidia.
- Todavia, o retrato psicológico é menos fantasista. O criminoso sofre duma insensibilidade que atrofia os seus sentimentos de piedade e de compaixão; é marcado pela ausência de remorso, pela impulsividade que manifestou numa determinada conduta, imprevidência, egoísmo, crueldade, vaidade, indolência, e até superstição. 
- Na hora das sentenças os juízes, regra geral, perguntam ao réu se está ARREPENDIDO do crime que cometeu. Os mais pérfidos e vis, mostram sempre uma tremenda insensibilidade pelos danos que provocaram em terceiros, i.é, não se revelam arrependidos, e é essa circunstância que revela não só a inevitabilidade do agravamento da pena, como também denuncia a falta de compaixão por aqueles a quem ceifaram a vida. 
- Mutatis mutandis, quando um agente político, já decadente e em fim de carreira, mistura aquilo que designa de interesse nacional com os seus preconceitos, a sua ideologia, as suas crenças, o seus sistema intelectual de justificação, a sua cosmovisão, os seus gostos e preferências pessoais, enfim, os seus ódios de estimação mais não faz do que assumir, de modo equivalente, a insensbilidade e a frieza do criminoso, que após ter cometido um crime não revela qualquer arrependimento pelo malfeito à sociedade. 
- É nestes casos que a sociedade também tem o dever de saber lidar com esse tipo de gente, com esses neo-criminosos da polis que olham como se fosse um prolongamento do seu quintal. 

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quarta-feira

Cavaco: o (des)arrependido

Nota prévia: Financiado em todas as campanhas eleitorais pelo seu amigo do BES, que hoje finge desconhecer, Ricardo Salgado, figura tutelar de Dias Loureiro (BPN e ex-conselheiro de Estado), Oliveira e Costa (BPN, ex-Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais), Arlindo de Carvalho (ex-ministro da Saúde) e tutti quanti - Cavaco não hesitou em excluir os eleitores de partidos de que desgosta e, assim, ao torpedear a democracia, tem o topete de falar em interesse nacional, que é um sistema intelectual de justificação para disfarçar ódios pessoais e excluir do poder e da possibilidade de governação quem não gosta.

- Na prática, Cavaco nunca foi um cultor da democracia pluralista, convive até mal com ela, nunca censurou quem esbulhou o Estado e os contribuintes - via BPN - e aposta, sob a bandeira da tradição e da continuidade de "mais do mesmo" austeritário representado pela Paf, para, em fim de mandato e com os seus poderes constitucionais diminuídos, trucidar A.Costa e dividir o PS e, de caminho, colocar num gueto o PCP e o BE. E é a isto, que é um crime democrático, que cavaco designa de interesse nacional. 

- De facto, os nomes cada vez mais não correspondem às coisas nomeadas, e é neste cinismo cavaquista, que já começou a ser desmontado por Marcelo (candidato a Belém) quando este afirmou que não porá uns portugueses contra os outros, que radica a semântica de Belém que tudo faz para continuar a andar ao colo com o Passos e Portas, porque entende que essa é a única via de marginalizar uns portugueses em favor doutros (mais do seu agrado), os quais, aliás, encontram-se hoje em minoria no quadro da composição parlamentar.
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Cavaco não está arrependido de nada do que disse. E recusa ter feito um discurso de "seita ou partidário". Sexta-feira volta a falar
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Um Governo grotesco


Médico de profissão, Leal da Costa tinha a obrigação e o dever de conhecer melhor os problemas das populações que procuram os serviços de saúde nos hospitais. Em várias situações recentes, que até foram noticiadas com grande visibilidade junto da opinião pública, foram inúmeros os bloqueios no acesso àqueles serviços pelos utentes, e mais: muitos doentes, em situações críticas, permaneciam às dezenas nos corredores dos hospitais, e tudo isto resultou dos cortes cegos orçamentais para o sector com manifesto prejuízo da saúde e dignidade dos utentes, tratados como gado. 

E é por essa situação, entre outras, que esta nomeação é grotesca. Parece, pois, que situações grotescas geram também decisões grotescas num Portugal não menos grotesco. 

Há que MUDAR.  

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terça-feira

Felix Jaehn - Ain’t Nobody (Loves Me Better) ft. Jasmine Thompson


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Telegrama da Ditadura de Angola


- A prova provada de que Angola é uma ditadura - ainda que disfarçada de democracia musculada - é que estaria determinada a deixar morrer à fome o rapper luso-angolano - Luaty Beirão - que hoje terminou a sua greve de fome.

Uma democracia não faria isto. 

Facto que me envergonha como português, é por isso que neste capítulo talvez prefira ser catalão. 

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Hello - by Adele - com Paul Damixie remix -

Ela apareceu e desapareceu. Regressa agora como uma estrela de silhueta esculpida, com vox mais fina e trabalhada e já tocou milhões de pessoas com a sua ultra-Vox. 


Hellooooooo

Aqui (link)


Hello

Hello
It's me
I was wondering if after all these years
You'd like to meet
To go over
Everything
They say that time's supposed to heal ya
But I ain't done much healing

Hello
Can you hear me?
I'm in California dreaming about who we used to be
When we were younger
And free
I've forgotten how it felt before the world fell at our feet

There's such a difference
Between us
And a million miles

Hello from the other side
I must've called a thousand times
To tell you I'm sorry
For everything that I've done
But when I call you never
Seem to be home

Hello from the outside
At least I can say that I've tried
To tell you I'm sorry
For breaking your heart
But it don't matter, it clearly
Doesn't tear you apart anymore

Hello
How are you?
It's so typical of me to talk about myself
I'm sorry, I hope
That you're well
Did you ever make it out of that town
Where nothing ever happened?

It's no secret
That the both of us
Are running out of time

So hello from the other side
I must've called a thousand times
To tell you I'm sorry
For everything that I've done
But when I call you never
Seem to be home

Hello from the outside
At least I can say that I've tried
To tell you I'm sorry
For breaking your heart
But it don't matter, it clearly
Doesn't tear you apart anymore

Oohh, anymore
Oohh, anymore
Oohh, anymore
Anymore

Hello from the other side
I must've called a thousand times
To tell you I'm sorry
For everything that I've done
But when I call you never

Seem to be home

Hello from the outside
At least I can say that I've tried
To tell you I'm sorry
For breaking your heart
But it don't matter, it clearly
Doesn't tear you apart anymore

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segunda-feira

Marcelo e Passos: a ironia é o sorriso da razão

A vida política portuguesa tornou-se num viveiro de teorias, experiências, umas possíveis, outras improváveis e situações decorrentes duma alteração geral de circunstâncias e da forma como as esquerdas se comportaram antes, durante e depois das eleições legislativas de 4 de Outubro último. A situação complica-se e potencia o desafio político e constitucional na medida em que coincide no tempo estas duas eleições - legislativas e presidenciais - relevantes para a mudança de ciclo político em Portugal, que coincide com a entrada de novos actores na vida parlamentar e na vida pública em geral. 
Feito este preâmbulo, importa recordar que Passos Coelho deu uma indicação clara ao partido, em Janeiro de 2014, quando fixou a "teoria" de que o candidato presidencial do PSD não podia ser "um protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou um catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político que buscasse popularidade fácil.
Sem nunca o nomear, é óbvio que Passos Coelho elaborou esta "doutrina" partidária para excluir Marcelo Rebelo de Sousa da possibilidade de vir a ser um candidato presidencial apoiado pelo PSD liderado por Passos Coelho. Ou seja, o impreparado e mau PM Passos tentou domesticar Marcelo mediante um processo partidário de exclusão prévia. Não conseguiu.
Como a realidade é dinâmica e os objectos movem-se, por vezes a uma velocidade alucinante, é, doravante, o impreparado Passos que ficou refém do "catavento" Marcelo, porque entretanto Passos ganhou as eleições, mas, na prática, perdeu o país, e Marcelo parece ter pela frente uma auto-estrada sem fiscalização nem limite de velocidade até chegar a Belém. 
E mais, Marcelo deixou antever que um governo de gestão não será solução para Portugal, o que significa um duplo recado: para Cavaco, ainda PR, e para o PM demissionário, Passos, que assim ficará a saber que com o "catavento" no cadeirão de Belém não haverá um governo de gestão. Na prática, Marcelo e Passos Coelho passaram a figurar nos antípodas do espectro partidário nacional, com Marcelo, ainda não eleito, mas já a condicionar o posicionamento de todas as peças no xadrez político nacional. 
Com o centro de gravidade do poder a deslizar do Executivo para o Parlamento, e com Cavaco bastante diminuído nas suas funções presidenciais, havendo até quem ache que ele há muito se encontra doente, Passos ficou sem qualquer espaço de manobra para ser PM na plenitude dos seus poderes, pois antevê-se um chumbo no Parlamento ao seu novel governo, e, por outro lado, deixou de ter qualquer condição de escolher ou condicionar o candidato presidencial - sendo obrigado a apoiar aquele que previamente quis deliberadamente marginalizar: Marcelo Rebelo de Sousa. 
E é nesta inversão de posições no xadrez político que reside a ironia do destino. A ironia, como dizia Eça de Queirós, é o sorriso da razão, pelo que a esta altura, e sabendo o que hoje já todos sabemos mais aquilo que só Marcelo já sabe, foi a dupla Passos e Portas quem ficou encurralada e Marcelo segue em frente na auto-estrada em direcção a Belém. 
A coligação Paf hoje não representa nada, senão a troika, a austeridade, a emigração de meio milhão de portugueses, o aumento draconiano de impostos, uma brutal taxa de desemprego, uma profunda pobreza e injustiça e desigualdade social entre os portugueses. Eis o que a Paf representa, e que o Parlamento, à esquerda (PS, BE e PCP) irá rejeitar estrondosamente. 
Marcelo, a esta altura do campeonato político, deverá estar a dar gargalhadas de morrer a rir, pois encurralou Passos, aquele que um dia o tentou excluir da corrida presidencial; fará bolsar Cavaco, já que se este não empossar o líder do 2º partido mais votado, caso o Governo de Passos seja chumbado, será Marcelo a fazê-lo, admitindo-se que ganhe as eleições presidenciais, como se antevê. 
Os únicos aqui a serem excluídos são mesmo Passos e Portas, a face mais mórbida da troika, assim como a opção do governo de gestão que, em desespero de causa, Cavaco e Passos admitiam, só para não entregar o governo à esquerda. 
Acresce que com Marcelo em Belém este nunca se furtará a representar o Estado no dia da implantação da República, a 5 de Outubro, como lamentavelmente fez Cavaco Silva, corroborando a tese de que ou está doente ou não está à altura do cargo para que foi eleito, ou ambas as hipóteses. 
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Fisco já vendeu mais de duas mil casas penhoradas

Narrativas anti-sociais:

Não há eficácia nem eficiência dos serviços de Saúde, de Educação, de Justiça e demais serviços de Apoio social aos portugueses.

- Mas aqui, no Fisco, porque o Governo de extrema-direita mandatou a AT nesse sentido, a eficácia é cega e profundamente lesiva dos portugueses que ficam sem os seus bens essenciais, como a sua própria habitação, que deveria ser sempre salvaguardada, por ser um bem essencial.

- Ora, esta cegueira e crueldade é bem o ADN da dupla de meliantes Pedro & Paulo na gestão da coisa pública. Primeiro, estão os números, sempre manipulados nas Finanças públicas para efeitos de propaganda eleitoral, depois as pessoas. Uma vergonha.

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CAVACO VISTO EM MARÇO DE 2015 - por Eduardo Paz Ferreira -




Foto de perfil de Eduardo P. FerreiraEm 15 de Março deste ano, ao intervir no Congresso da Cidadania, tive ocasião de falar de Cavaco Silva e das futuras presidenciais, num texto que incluí no meu Encostados à Parede e que me parece manter total actualidade. O que se segue são alguns extractos do que então disse. Comecei por recordar a ausência de Cavaco Silva à homenagem a Melo Antunes e o facto de ter sido ele que, enquanto primeiro ministro impediu Melo Antunes de ser secretário-geral da UNESCO, recusando-lhe o apoio do Governo Português. Convidado, na sua qualidade de Presidente da República, não compareceu, num gesto que é uma perfeita síntese do que foi a sua presidência e que nos convida a revisitar as décadas perdidas de Portugal sob a égide do Professor Cavaco Silva.Como Primeiro-ministro dispôs de condições únicas, asseguradas pelas transferências da União Europeia que lhe permitiram ser reeleito, mas nada fez para que essas verbas tivessem sido utilizadas para desenvolver e modernizar o país, antes permitindo a promiscuidade na utilização dos dinheiros dos fundos.Como Presidente a sua acção e a sua inacção viabilizaram a manutenção do governo mais desumano e incompetente que Portugal conheceu depois do 25 de Abril, ao mesmo tempo que revelou uma total insensibilidade social, exibiu uma enorme arrogância e recusou-se a esclarecer quaisquer dúvidas sobre os seus movimentos económicos, iniciando a temporada dos que se auto-avaliam como virtuosos e, por isso, não necessitam de tirar consequências de práticas dúbias, nem que fosse para pedir desculpas. "Para serem mais honestos do que eu, têm que nascer duas vezes".. Recordam-se?A presidência Cavaco Silva fez perceber claramente a razão de ser do objectivo não alcançado de Sá Carneiro: um presidente, um governo, uma maioria e tornou absolutamente evidente que a apregoada falta de poderes presidenciais, é uma falácia: o verdadeiro poder está em Belém e isto tem de ser compreendido e é fundamental que o tenhamos presente.De resto, tem-se tornado evidente que depois de um período em que as eleições presidenciais apareciam como um facto longínquo, um vago apêndice das legislativas, as presidenciais estão hoje no foco de todas as atenções.Creio que não haverá ninguém nesta sala que se não tenha indignado com a ideia de que Cavaco e Silva pensa que pode designar um sucessor, definindo os requisitos a que deve obedecer. No país também não serão muito os que se afastam desse sentimento. O grande Ricardo, Araújo Pereira, com o brilho de sempre, fala na Visão desta semana, na revisão constitucional informal. Dois potenciais candidatos de direita apressaram-se, no entanto, a garantir que estavam no perfil, provavelmente por uma má avaliação dos efeitos desse alinhamento.Entendamo-nos: nada poderá ser pior para um candidato do que ser apoiado por Cavaco Silva e se há algum pré-requisito para os presidenciáveis é o de se comprometerem a que não serão presidentes como ele.Não se trata de fazermos, também nós, uma revisão constitucional informal que acrescente à mais que questionável exigência dos trinta e cinco anos, outros critérios, mas a expressar aquilo que todos os dias ouvimos, no metro, nas escolas, nos nossos empregos e que é que os portugueses sabem bem que não querem um Presidente:- enfeudado a interesses financeiros ou partidários;- desinteressado da vida política e do bem público; - que não vá ao encontro dos portugueses;- que tenha uma concepção notarial e de corta fitas dos seus poderes;- que afirme que raramente tem dúvidas e que nunca se engana.Porque os portugueses não querem um robot. Querem uma pessoa com todas as dúvidas e inquietações, que fazem a sua humanidade e integridade, com capacidade de ouvir os outros e de ir ao encontro deles para um debate franco para, depois, correr o risco de errar tomando decisões, com a certeza de que o faz em obediência ao que entende ser o bem comum, a compreensão que não vale a pena fomentar falsos unanimismos e que o avanço dos povos e das nações se faz pela capacidade de afirmação de um projecto e não pela total sujeição a ideias ou modelos pré-concebidos e muito menos pela obediência cega ao que outros decidem por nós.

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Obs: Um retrato de Cavaco, e o que esta caracterização aconselha é concluir, com segurança, que a um mau PM seguiu-se um péssimo PR. Ora, Portugal merecia melhor, muito melhor. 

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