quinta-feira

A ausência de remorso e de arrependimento na teoria do crime


O delinquente, segundo Lombroso,  não é apenas alguém que violou as regras, na realidade, ele integra uma subespécie primitiva de homo sapiens. O criminoso-nato teria um cérebro relativamente pequeno, maxilares enormes e lábios carnudos, um queixo recuado, arcadas supraciliares salientes, braços muito longos, órbitas excessivamente grandes e cabelo farto. A fisionomia dos criminosos varia também segundo os crimes cometidos. 

- O homicida teria olhos frios, maxilares muito longos, nariz adunco e caninos muito desenvolvidos. O ladrão teria olhos pequenos, móveis e inquietos, sobrancelhas espessas, nariz achatado e fronte fugidia.
- Todavia, o retrato psicológico é menos fantasista. O criminoso sofre duma insensibilidade que atrofia os seus sentimentos de piedade e de compaixão; é marcado pela ausência de remorso, pela impulsividade que manifestou numa determinada conduta, imprevidência, egoísmo, crueldade, vaidade, indolência, e até superstição. 
- Na hora das sentenças os juízes, regra geral, perguntam ao réu se está ARREPENDIDO do crime que cometeu. Os mais pérfidos e vis, mostram sempre uma tremenda insensibilidade pelos danos que provocaram em terceiros, i.é, não se revelam arrependidos, e é essa circunstância que revela não só a inevitabilidade do agravamento da pena, como também denuncia a falta de compaixão por aqueles a quem ceifaram a vida. 
- Mutatis mutandis, quando um agente político, já decadente e em fim de carreira, mistura aquilo que designa de interesse nacional com os seus preconceitos, a sua ideologia, as suas crenças, o seus sistema intelectual de justificação, a sua cosmovisão, os seus gostos e preferências pessoais, enfim, os seus ódios de estimação mais não faz do que assumir, de modo equivalente, a insensbilidade e a frieza do criminoso, que após ter cometido um crime não revela qualquer arrependimento pelo malfeito à sociedade. 
- É nestes casos que a sociedade também tem o dever de saber lidar com esse tipo de gente, com esses neo-criminosos da polis que olham como se fosse um prolongamento do seu quintal. 

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quarta-feira

A sobrevivência política da Miss Prada

Assunção Esteves faz as pazes com Vasco Lourenço

A Presidente da Assembleia da República esteve esta tarde na Associação 25 de Abril, onde conversou a sós, durante mais de meia hora, com o presidente, Vasco Lourenço.
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Obs: A sobrevivência de certAs cretinAs oportunistas depende do cálculo de probabilidades acerca do equilíbrio do poder, e por isso estão sempre atentos aos boatos, às opiniões nos media dos quais acabam por tornar-se analistas experientes. 

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Miss Prada: entre o arrependimento cínico e o medo do isolamento político



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Obs: Após ter percebido o erro político das suas lamentáveis declarações: - o problema é deles - associado ao MEDO de sentir-se politicamente isolada - alguém no quintal de São Bento deve ter-lhe gritado para o lado do hemiciclo qualquer coisa como: 
"Ó Esteves, vê lá se deixas de ser arrogante e dialogas com as pessoas e as instituições, pois é para isso que te pagam".
- Ela acatou e para não desagradar mais ao seu chefe (que a nomeou), agora desfaz-se em "afectos abrileiros", tamanha a hipocrisia e duplicidade de comportamentos num curto espaço de tempo. 
- O comportamento do sujeito em apreço revela que, não obstante a sua formação académica e experiência no TC, desconhece a essência da democracia e despreza profundamente as pessoas e as instituições que a integram. E só por força do MEDO de ficar politicamente isolada cedeu. É o que se chama uma democrata (ia para dizer, galinha) de aviário.
- Acresce que quando se entra para o clube dos poderosos aceitam-se tacitamente certas normas como sendo invioláveis, como a da cortesia institucional que a sujeita em causa violou grosseiramente e, embora os poderosos se desprezem e odeiem mutuamente, mantêm publicamente os formalismos de modo a aparentarem serem todos amigos, dado que têm muito a ganhar com isso, e sabem perfeitamente que não é recomendável cavar a sua própria sepultura.
- Por outro lado, como diz o povo, "uma cadela não come carne de cadela", e "entre bombeiros não se pisa a mangueira", são frases que definem o pacto de não-agressão aceite no âmbito de certas instâncias do poder, pacto que deixa de valer no preciso momento em que um dos lados cai em desgraça na opinião pública devido a um acontecimento que possa manchar a democracia, a instituição que representa..., como decorreu das declarações grosseiras da Miss Prada na Assembleia da República.
- O que é triste nesta situação, é que o sujeito em questão desloca-se, doravante, à Associação 25 de Abril para tentar remendar um dano cometido por si, mas não o faz por convicção ou espírito democrático e reconhecimento de que se enganou e foi arrogante com os militares que nos deram a possibilidade de viver em liberdade; o sujeito em apreço, desloca-se à referida Associação com MEDO dos danos colaterais que as suas declarações causaram na opinião pública, publicada e no conjunto dos actores que operam no sistema político e fazem e refazem as regras do jogo democrático. 
- Para quem já não tinha credibilidade, fica, agora, mais fragilizada ainda, e demonstra que não actua por convicção, mas por medo de isolamento político. É a hipocrisia em todo o seu esplendor, a soberba a rastejar após lhe terem puxado as orelhas de burra mediante reflexão mais ponderada acerca do sentido do que disse e de como disse. 
- Como diria alguém, as palavras são como as pedras, e uma vez mandadas...
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