quarta-feira

Miss Prada: entre o arrependimento cínico e o medo do isolamento político



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Obs: Após ter percebido o erro político das suas lamentáveis declarações: - o problema é deles - associado ao MEDO de sentir-se politicamente isolada - alguém no quintal de São Bento deve ter-lhe gritado para o lado do hemiciclo qualquer coisa como: 
"Ó Esteves, vê lá se deixas de ser arrogante e dialogas com as pessoas e as instituições, pois é para isso que te pagam".
- Ela acatou e para não desagradar mais ao seu chefe (que a nomeou), agora desfaz-se em "afectos abrileiros", tamanha a hipocrisia e duplicidade de comportamentos num curto espaço de tempo. 
- O comportamento do sujeito em apreço revela que, não obstante a sua formação académica e experiência no TC, desconhece a essência da democracia e despreza profundamente as pessoas e as instituições que a integram. E só por força do MEDO de ficar politicamente isolada cedeu. É o que se chama uma democrata (ia para dizer, galinha) de aviário.
- Acresce que quando se entra para o clube dos poderosos aceitam-se tacitamente certas normas como sendo invioláveis, como a da cortesia institucional que a sujeita em causa violou grosseiramente e, embora os poderosos se desprezem e odeiem mutuamente, mantêm publicamente os formalismos de modo a aparentarem serem todos amigos, dado que têm muito a ganhar com isso, e sabem perfeitamente que não é recomendável cavar a sua própria sepultura.
- Por outro lado, como diz o povo, "uma cadela não come carne de cadela", e "entre bombeiros não se pisa a mangueira", são frases que definem o pacto de não-agressão aceite no âmbito de certas instâncias do poder, pacto que deixa de valer no preciso momento em que um dos lados cai em desgraça na opinião pública devido a um acontecimento que possa manchar a democracia, a instituição que representa..., como decorreu das declarações grosseiras da Miss Prada na Assembleia da República.
- O que é triste nesta situação, é que o sujeito em questão desloca-se, doravante, à Associação 25 de Abril para tentar remendar um dano cometido por si, mas não o faz por convicção ou espírito democrático e reconhecimento de que se enganou e foi arrogante com os militares que nos deram a possibilidade de viver em liberdade; o sujeito em apreço, desloca-se à referida Associação com MEDO dos danos colaterais que as suas declarações causaram na opinião pública, publicada e no conjunto dos actores que operam no sistema político e fazem e refazem as regras do jogo democrático. 
- Para quem já não tinha credibilidade, fica, agora, mais fragilizada ainda, e demonstra que não actua por convicção, mas por medo de isolamento político. É a hipocrisia em todo o seu esplendor, a soberba a rastejar após lhe terem puxado as orelhas de burra mediante reflexão mais ponderada acerca do sentido do que disse e de como disse. 
- Como diria alguém, as palavras são como as pedras, e uma vez mandadas...
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