Sócrates - um Homem com nervos d' aço em busca da 2ª maioria absoluta. António Costa, António Vitorino...
Adenda:
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António Costa fez uma declaração em Espinho tão interessante quanto cirúrgica aproveitando a sua própria experiência política em Lisboa. Defendeu que o BE é um "partido-parasita" (não é novidade) cuja única finalidade é dividir o PS nunca aceitando as responsabilidades decorrentes da governação. Ou seja, à esquerda do PS não hà ninguém responsável, "com a direita nunca".
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Assim, António Costa geometrizou a correlação de forças no espectro político-partidário no País - reclamando - em convergência com Sócrates - por uma 2ª maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Foi racional e lógico. De resto, em Lisboa o BE fez a sua purga quando o Vereador Sá Fernandes resolveu pensar pela sua própria cabeça no âmbito das políticas públicas municipais na capital. Imagine-se o que seria um BE com responsabilidades num qualquer Governo (de coligação) nacional. Seria de fugir...
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No fundo, sob a capa de democrático o BE (juntamente com o PCP - dois partidos anti-sistema) ainda é um partido estalinista - que resolve com purgas aquilo que são divergências internas naturais. Partindo a espinha dorsal ao emergente BE - António Costa limita o crescimento do partido estalinista de Louçã, ajuda a estancar a sangria sociológica do PCP e, a breve prazo, cria o clima psicológico para estruturar uma aliança com o partido da Soeiro Pereira Gomes em Lisboa - no quadro das autárquicas. Se Jerónimo de Sousa - e o PCP - for minimamente inteligente é isso que pensará, é isso que fará... Foi também para eles que Costa falou.
Quanto a Manuel Alegre, essa prima-dona do PS, procura fazer-se notar pela ausência. Faz do bluff um método político e, se não for a Espinho, todos poderão afirmar que o poeta-deputado escolhe sempre as reuniões com o BE e a última fileira das cadeiras da AR onde tem assento para conspirar contra o seu próprio partido sem adiantar uma estratégia política credível que não seja fracturante para o PS. Em rigor, Alegre ao saber que "pode" fazer depender de si a diferença da maioria absoluta - chantageia permanentemente o seu próprio partido para obter dividendos políticos pessoais. Além de ser éticamente reprovável - a posição de Alegre é politicamente insustentável. Não deixa também de ser uma posição-política "parasita"..., embora tolerada democráticamente no PS.
Apareça ou não em Espinho, Alegre, ao invés do que defendem alguns analistas, nunca será a mola propulsora para determinar a conquista (ou perda) da maioiria absoluta do PS. Isso dependerá de como decorrerão os próximos meses até às legislativas e a forma como os indicadores socioeconómicos dos portugueses reagirem às políticas económicas e sociais do Governo (leia-se, desemprego e protecção social), e nunca da chantagem do poeta que lá por obter 1 milhão de votos nas últimas eleições presidenciais pensa (ingénuamente) que poderá linkar essa extrapolação no quadro das eleições legislativas. Tamanho erro...
Alegre quando não está a fazer poesia ou a caçar tordos, perdizes ou coelhos - anda sempre equivocado. Ele ainda não percebeu que apenas goza dum papel simbólico no PS, nada mais...
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- PS Lumiar - Quem é quem no PS
- Câmara Corporativa - Há dinheiro, prontos
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Ferreira Leite pensa que a ausência de Sócrates na Cimeira Europeia, onde se vai discutir a crise mundial, para estar numa festa do Partido Socialista - é censurável...
Provavelmente, se Sócrates fosse à Cimeira - criticá-lo-ía por desamparar o partido num Congresso tão importante - que visa preparar as eleições legislativas e mobilizar os eleitorados (no PS e na sociedade civil).
Pensar hoje que tudo se decide na Europa é tão paroquial como pensar que tudo se decide domésticamente, embora haja que preparar o caminho interno para melhor saber o que pedir à Europa - designadamente em matéria de apoios ao combate à crise económica e social. É por estas debilidades de Ferreira Leite que aqui temos cunhado a senhora - não como líder dum partido de poder, mas como a "Chefe do economato" do partido da Lapa.
Melhor fora que ela seguisse o exemplo de Sócrates e tentasse (ensaiar) uma mobilização semelhante à que o actual PM procurar fazer num momento de recessão económica que tem provocado inúmeros dramas sociais, com empresas a encerrar actividade diáriamente. Leite para esta "guerra" nenhum contributo tem dado, a não ser fazer os road-shows mesquinhos e oportunistas nas portarias dessas empresas e fazer discursos miserabilistas, pensando assim que arrebanha uns votinhos sabujos para a sua pobre causa.
Está enganada, Roma não pagava a traidores e esse discurso e essa estratégia não paga a oportunistas nem a discursos miserabilistas.
António Vitorino foi igual a si próprio: assertivo, estruturado, abrangente, reflexivo e inteligente. Referiu que o PS não se deixa "escovar" pelo BE - que parece querer liderar a orientação global da esquerda em Portugal com aquela verborreia de Louçã, um trotskista que vestiu a pele de democrata, e assim engana meio mundo.
Por outro lado, António Vitorino fez bem em sublinhar uma outra verdade: este PS já fez mais pelo impulso às políticas da educação, da investigação e desenvolvimento - promovendo a coesão económica e social nos últimos 4 anos do que os demais partidos na última década.
No fundo, António Vitorino mostrou as defesas do "castelo", revelando que a iniciativa das Novas Fronteiras - é e pode continuar a ser - um pólo gerador de novas políticas públicas que fazem falta em Portugal.
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