O Medo trazido para a sociedade portuguesa pelo "jovem mais velho" de Portugal: Passos coelho
Vivemos, por isso, na época dos medos múltiplos, piores que os medos do passado, já que estes questionam os fundamentos de tudo, da economia, da família e da própria nação - enquanto entidade colectiva que deveria sobreviver com um projecto nacional autónomo e soberano dos demais países. Com a agravante de sermos enxovalhados diáriamente pela pressão exterior presente na Troika, que nos diz que impostos o Estado deve tributar aos seus concidadãos. Qualquer dia pedem-nos as nossas mulheres, como penhor dessa incerteza.
Pois, Passos coelho foi muito além da Troika para aumentar os impostos e esbulhar os portugueses, ficando-lhes com boa parte dos salários, dos subsídios, aumentando a generalidade dos impostos, sem que daí resulte a mais leve certeza de que esse esforço não será em vão. Pondo funcionários públicos contra funcionários privados, num sectarismo perigoso, apesar daqueles terem um índice de escolaridade muito superior, e atrofiando a economia - que sem acesso ao crédito tende a morrer neste estertor do tempo que passa. Ilustra-o o aumento das falências das PMEs e, consequentemente, da taxa de desemprego em Portugal - que já ronda os 700 mil desempregados. E atingirá 1 milhão dentro de um ano ou dois.
Contudo, Coelho sabe que, em tese, ainda terá mais 3 anos para governar, por isso terá de impôr aos tugas os maiores sacrifícios neste arranque da legislatura para depois poder repor algum poder de compra, restituir alguns dos restos que esbulhou às populações e devolver a dignidade perdida às pessoas e às empresas. Coelho, no fundo, além das pressões europeias e das imposições da troika, está a gerir o seu próprio calendário com um calculismo político florentino, mesmo que isso implique o maior ciclo de subdesenvolvimento, empobrecimento e miséria desde 1974 em Portugal. Coelho fala, fala, fala, ainda é mais "picareta-falante" do que Guterres, como um dia Vasco Pulido Valente o cunhou, mas a sua herança será pesada. Será a herança do medo difuso e concreto, dos impostos que convertem o Estado na figura do Estado-ladrão e de má fé e relapso a pagar as suas dívidas aos seus credores e fornecedores - que quase convida as populações à evasão fiscal, não porque sejam criminosos, mas por uma questão de sobrevivência, pois inúmeras micro e PMEs já não aguentam manter-se sem acesso ao crédito.
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