quarta-feira

O Medo trazido para a sociedade portuguesa pelo "jovem mais velho" de Portugal: Passos coelho

Talvez nunca nenhum outro político no Portugal pós-25 de Abril, como Passos coelho, trouxe tanto empobrecimento, miséria e medo para a sociedade portuguesa como o actual PM.
Vivemos, por isso, na época dos medos múltiplos, piores que os medos do passado, já que estes questionam os fundamentos de tudo, da economia, da família e da própria nação - enquanto entidade colectiva que deveria sobreviver com um projecto nacional autónomo e soberano dos demais países. Com a agravante de sermos enxovalhados diáriamente pela pressão exterior presente na Troika, que nos diz que impostos o Estado deve tributar aos seus concidadãos. Qualquer dia pedem-nos as nossas mulheres, como penhor dessa incerteza.
Pois, Passos coelho foi muito além da Troika para aumentar os impostos e esbulhar os portugueses, ficando-lhes com boa parte dos salários, dos subsídios, aumentando a generalidade dos impostos, sem que daí resulte a mais leve certeza de que esse esforço não será em vão. Pondo funcionários públicos contra funcionários privados, num sectarismo perigoso, apesar daqueles terem um índice de escolaridade muito superior, e atrofiando a economia - que sem acesso ao crédito tende a morrer neste estertor do tempo que passa. Ilustra-o o aumento das falências das PMEs e, consequentemente, da taxa de desemprego em Portugal - que já ronda os 700 mil desempregados. E atingirá 1 milhão dentro de um ano ou dois.
Contudo, Coelho sabe que, em tese, ainda terá mais 3 anos para governar, por isso terá de impôr aos tugas os maiores sacrifícios neste arranque da legislatura para depois poder repor algum poder de compra, restituir alguns dos restos que esbulhou às populações e devolver a dignidade perdida às pessoas e às empresas. Coelho, no fundo, além das pressões europeias e das imposições da troika, está a gerir o seu próprio calendário com um calculismo político florentino, mesmo que isso implique o maior ciclo de subdesenvolvimento, empobrecimento e miséria desde 1974 em Portugal.
Coelho fala, fala, fala, ainda é mais "picareta-falante" do que Guterres, como um dia Vasco Pulido Valente o cunhou, mas a sua herança será pesada. Será a herança do medo difuso e concreto, dos impostos que convertem o Estado na figura do Estado-ladrão e de má fé e relapso a pagar as suas dívidas aos seus credores e fornecedores - que quase convida as populações à evasão fiscal, não porque sejam criminosos, mas por uma questão de sobrevivência, pois inúmeras micro e PMEs já não aguentam manter-se sem acesso ao crédito.
Pois grande parte dos activos disponíveis no sistema bancário foi consumido pelo próprio Estado, nada ficando para estruturar programas de incentivos à economia. Neste sentido, o actual PM não só está a destruir a economia nacional através deste tratamento de choque, como também fragiliza a identidade duma nação, dum povo quase milenar - hoje agrilhoada por forças e instituições financeiras exteriores - que nos ditam o que devemos ou não fazer, como e quando.
É como se fôssemos bé-bés velhos em busca duma liberdade que está ausente porque alguém nas últimas décadas hipotecou o futuro das próximas gerações, o que deveria ser tipificado como crime. Mas mesmo que o fosse plasmado nos códigos de pouco adiantaria, já que o maior cancro em Portugal tem nome: a justiça - que não julga, é cara, lenta e profundamente incompetente.
É em suma esta sociologia do medo, da incerteza e da insegurança que configura o breve mas penoso legado do jovem mais velho que conduziu Portugal ao abismo em que estamos sem, com isso, ilibar os responsáveis que nos governos precedentes conduziram ao avolumar desta tragédia nacional.
Adenda:
O ministro da Economia, o Álvaro é o ministro do desemprego (in Expresso).

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segunda-feira

Teatralização da vida pública nacional

A teatralização anda de mãos dadas com a personalização do poder, pelo que os actores políticos em Portugal assimilaram o papel de verdadeiros actores integrados numa dramaturgia e cenografia especiais.
O reportório de Belém já remonta aos 80's de S. Bento - e aos abundantes fundos comunitários - em que era fácil governar ao tempo de vacas "gordérrimas".
Por sua vez, os repertórios das sedes partidárias tresandam a simulação, dissimulação em que o objectivo único parece ser a captura do poder, e é nesse registo que esses players usam e abusam das respectivas "fachadas sociais" de forma habilmente calculada para atender aos fins em vista.
Tudo e todos, na prática, operam em função dum espectáculo proposto. E foi assim que chegámos onde estamos: ao lodo do défice, da dívida pública (e privada), à crise de soberania financeira, aos impostos que esmagam e ao esbulho generalizado imposto pelo Estado aos seus próprios filhos.

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domingo

Fernando Pessoa - plural - e o Tempo -

Vive, dizes, no presente;
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma coisa relativa ao passado e ao futuro.
É uma coisa que existe em virtude de outras coisas existirem.
Eu quero só a realidade, as coisas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas coisas como presentes; quero pensar [nelas como coisas].
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes. (...)

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sexta-feira

Facebook. Diz-me com quantos te dás e dir-te-ei qual o tamanho do teu cérebro

Quanto maior o número de amigos no Facebook maior o cérebro.

De acordo com uma investigação da Universidade de Londres, poderá haver uma relação directa entre o número de contactos na rede social e desenvolvimento de algumas partes do cérebro, revela a Reuters.

O estudo refere que quantos mais amigos se tiver no Facebook maior será a quantidade de massa cinzenta associada ao processamento de emoções e memórias, mas os investigadores advertem que não se pode estabelecer uma relação directa de causa-efeito, já que alguns cérebros poderão ter uma maior predisposição para ter mais amigos.

Para esta investigação os cientistas basearam-se em imagens tridimensionais do cérebro de 125 estudantes universitários, utilizadores activos do Facebook, e compararam essas imagens com a dimensão da rede de amigos, real e virtual, concluindo que aqueles que são mais sociáveis apresentam algumas regiões cerebrais aumentadas como a amígdala. Mas noutras três áreas do cérebro o aumento parece estar apenas associado à intensidade de interactividade na esfera social virtual, explicam os investigadores da universidade inglesa.

Obs: A empiricidade destes estudos resumem-se, no fundo, à quantidade de amigos. Se um utilizador tem 5000 amici é, tendencialmente, uma sumidade; se, ao invés, tem poucos amigos, é um "trolha". Pergunto-me qual a base científica para fazer este tipo de relação. Aqueles que são relações públicas nas mais diversas organizações são ... "brilhantíssimos", assim como os proponentes do estudo. Talvez fosse mais fácil meter a malta toda a comer salmão 4 vezes por semana.

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Se o mundo acaba no Sábado - já não teremos missa no Domingo

jornal i
Pastor americano afirma que o mundo acaba no próximo sábado
O pastor evangélico que já tinha previsto que o mundo ia acabar no passado mês de Maio, aponta agora uma nova data: 21 de Outubro (já dia 22 em Portugal).
Harold Camping garante que o “fim do mundo” vai ocorrer a 21 de Outubro de 2011, às 20h horas (1h em Portugal). Camping, que previu o apocalipse para Maio passado, apontou erros de cálculo como causa da falha da sua conjectura.
[...]
Obs: Em períodos de crise o grau de disparates aumenta proporcionalmente à dimensão e profundidade da recessão que vamos viver. Veremos que justificação o autor da proeza aduz para explicar que estava errado.

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quarta-feira

Tributo a Ortega y gasset. Desenhar uma nova Democracia para a Europa

Como a crise se instalou nas casas, nas famílias e nos bolsos de cada português, e até e cada europeu que sustenta esta crise geral da Europa (e do mundo), os europeus - enquanto multidões em fúria pelo esbulho de que são objecto - sentem-se verdadeiramente acossados, e essa realidade torna-se visível. Aquilo que era antes desta crise de soberania (de raiz financeira) agrupado numa plateia de descontentes tende, doravante, a enfrentar milhões de pessoas - que podemos designar os deserdados duma Europa decadente liderada pela srª Angela e Sarkosy, esse pavão sem desígnio irmanado com a velha-gaiteira da Europa que reduziu o Velho Continente a uma equação matemática do deve & haver das velhas merceerias de bairro que também já não existem, ou vão morrendo na proporção inversa à permanência no poder daqueles cáfilas.
Sucede que agora o cenário mudou ligeiramente, tendo a Grécia no horizonte, e considerando que foram reforçados os fundos de equilíbrio e estabilização financeira, são essas multidões de deserdados - aqueles que antes integravam a chamada classe média e tinham uma vida segura e previsível - que dominam o palco da sociedade e a podem bloquear por métodos de acção colectiva directa e recorrendo aos velhos métodos ensinados e praticado por M. Gandhi, designadamente a resistência passiva - que aludimos há dias noutro espaço.
Isto significa, na prática, que aquilo que ocupava o conceito de massas ou multidões antes desta crise de especulação (ocorrer), de mercados, de gestão ruinosa dos recursos públicos por Governos incompetentes e corruptos, à esquerda e à direita do espectro político em toda a Europa, tornou-se na personagem principal e pode estar no centro do furacão. Ou seja, o coro substitui-se pelo protesto efectivo das massas europeias descontentes com a terrível falta de oportunidades e a elevada e intolerável carga fiscal que os Governos cobram aos contribuintes-espoliados, poupando sempre a alta finança, que continua a ter resultados líquidos nos seus balanços anuais. Aqui somos todos marxistas ou neo-marxistas...
Este caldo de democracia calma - que fazia com que os indivíduos fossem disciplinados perante a lei e as autoridades, acabou. O liberalismo (económico) e a democracia (política e social) não lhes trouxe o prometido, antes deixou milhões de pessoas na miséria. Daí a legitimidade para a desobediência civil que pugna por uma nova legitimidade, por um conceito de hiper-democracia emergente - em que as massas - daí o tributo a Ortega y gasset - actuem directamente e sem intermediação dos poderes públicos e da lei. As massas passam a intervir em razão das suas convicções, interesses e expectativas - que já não estão em linha com os interesses dos políticos que elegeram para os representar, daí o gap entre eleitos e eleitores, governantes e governados.
Actualmente as massas e os povos que integram os Estados nacionais da Europa deixaram de querer encomendar o seu exercício de representação política às tais pessoas especiais, os representantes em democracaia representativa (deputados, ministros, PMs, etc), e quererm ser eles próprios os representantes da sua voz, interesses e expectativas. Até porque hoje existe a noção generalizada que os recursos materiais não chegarão para todos e essa rebelião das massas emergente poderá converter-se num outro equivalente funcional adjectivado pelo filósofo Mário Ferreira dos Santos - que designou de invasão vertical dos bárbaros, cuja refª foi partilhada por mão amiga e é complementar às notas aqui trazidas como tributo ao filósofo espanhol, Ortega y gasset. Complementar na medida em que essa invasão vertical dos bárbaros, penetrada pela cultura como que abre caminho à corrupção mais fácilmente, à semelhança do que ocorreu com o fim do império romano há uns séculos a esta parte.
Na prática, as tais massas sempre entenderam que os tais homens especiais, os eleitos pelos povos, entendiam mais e melhor da gestão da coisa pública, governariam melhor em prol do bem comum, de que nos falou Aristóteles. Hoje, ao invés, constatou-se pelos resultados desastrosos revelados por todos os indicadores económicos, financeiros e sociais que a generalidade das economias nacionais que integra a Europa entrou em derrapagem aguda e, por isso, foi governada por gente inqualificada, impreparada, pouco séria e, em inúmeros casos, corrupta como aconteceu em Portugal no caso de polícia (assimilado num caso de política) que envolveu a fraude e desfalque do BPN - que serviu para enriquecer alguns dos seus administradores, alguns até foram conselheiros de Estado do PR, cavaco silva, e cujo passivo transita agora para o povo pagar a factura de mais esse buraco no Orçamento de Estado.
Quem ganhou com esta golpada? alguns agentes políticos do bloco central, as ususal...
Será por causa de muitos casos destes e outros similares que têm acompanhado a (des)governação na Europa, que as massas, agora enquadradas por movimentos sociais estruturados dentro e fora do rizoma virtual, que as tais minorias de gente competente, as soit-disant elites funcionais do poder, encontram um obstáculo nos milhões de pessoas que não se reconhecem naquelas qualidades e competências (virtuais).
E se calhar chegou o momento dessa hiperdemocracia dar um contributo maior à reconfiguração da Europa, pondo os mercados a obedecer à política, que é onde reside a legitimidade assente na vontade legítima dos povos, a fim de por a economia a crescer, gerar riqueza e partilhar um bolo que hoje não existe.

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terça-feira

A economia caseira do Álvaro

O ministro da Economia, o Álvaro, anda por aí a afirmar que há vida para além da austeridade, e que quer acabar com os subsídios a fim de promover a competitividade da economia portuguesa. Para esse efeito, procura implementar um conjunto de reformas para dar cumprimento aquelas suas premissas.
Portanto, em rigor o seu ideário é fazer reformas para tornar a economia nacional mais competitiva, criando mais riqueza, mais exportações, mais-valias para os accionistas, mais bem-estar (?) e, já agora, apesar dele não o dizer, também mais coesão social interna, que é um factor que não tem existido em Portugal.
Mas, em minha modesta opinião, todo este ideário, que no plano dos príncipios me parece ajustado, faz-se metendo a mão na massa e interferindo com certos quase-monopólios existentes na economia nacional, de que a EDP, por exe., é um caso lamentável. Ou seja, uma grande empresa, que factura milhões por ano ainda tem a lata de querer subir o preço da energia fornecida aos consumidores, tanto mais que a energia em Espanha é mais barata, dificultando a gestão que as empresas fazem desse factor de produção - que tem, necessáriamente, de ver reflectido nos preços dos bens que produzem, e que, desse modo, encarecem o seu preço final nos mercados tornando-o menos apelativo para o consumidor.
Apenas um exemplo de que o Álvaro não fala. Porquê???
Mas deveria falar, pois só assim é que o seu desiderato se cumpria, ou seja, manter o preço dos factores de produção mais baixos a fim de favorecer a competitividade da economia nacional de que ele enche a boca. E quem diz EDP diz também o sector das petrolíferas que usam e abusam da definição na formação dos preços, subindo-os várias vezes ao ano, ao mês até, mesmo quando o preço do crude nos mercados internacionais baixa.
Parece que o Álvaro tem muita coragem para reformar uns sectores, mas acobarda-se quando está confrontado com sectores "mais pesados". E isto é profundamente lamentável.
Temos assim dois Álvaros: o corajoso para mexer em certos sectores da economia nacional mais exposta à arbitrariedade do Estado, e o Álvaro mais "cobardolas" que teme enfrentar certos interesses empresariais e corporações que ele diz combater.
Privatizar tudo a eito, parece também não ser a melhor receita, precisamente porque há inúmeros sectores da economia nacional (as águas, por ex.,) - que por ser economia social - deveria ser protegida dos ávidos interesses empresariais que não têm uma lógica de bem comum na exploração desses activos.
Creio que não é com este tipo ambivalente e bipolar de coragem e medo que Álvaro fará a economia nacional progredir, quanto muito apenas a levará para o divã do psicanalista - que lhe recomendará uns anti-depressivos. Mas enquanto não se recorre ao psiquiatra algumas dessas grandes empresas de que o Álvaro tem medo, continuam a fazer o que querem e a praticar preços de monopólio nos mercados que são verdadeiramente intoleráveis na sociedade portuguesa.

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