quarta-feira

"Ai-ú-il sarvaive" - (Jesus version)

  • Versão Gloria Gaynor.. os mais ortodoxos, ié, os mais papistas que o papa que me desculpem.

A origem do mal

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O baptismo de Sto. Agostinho

Reflexão sobre a maldade:

Temo que nem sequer um recém-nascido se possa dizer que está livre de ter praticado algum mal. E na linha do post anterior - em que se evocou o etólogo Konrad Lorenz, e, por extensão Timor e a generalidade das sociedades humanas, é agora altura para recuar mais no tempo para avançarmos mais no conhecimento e identificarmos a eventual teoria que explica a maldade que há em nós, homens pretensamente civilizados e bondosos. Vejamos o caso duma criança que, por ser criança, também peca, também pratica o mal. E deseja com avidez - mesmo recorrendo ao expediente do choro - os peitos de sua mãe. Os adultos choram doutra maneira e têm, por certo, outros peitos a que se agarrar. Naturalmente, se um adulto agisse como uma criança nessa busca de peitos (e de leite) riam-se dela e seria repreendido. Portanto, seria também normal que fossem dignas de tais repreensões as crianças quando praticam os mesmíssimos actos. Sucede, porém, que nem os usos nem os costumes entenderiam essa repreensão no adulto, mas já a desculpam nas crianças, precisamnete porque são crianças. Depois crescemos e abandonamos essa sofreguidão pelos peitos das nossas mães, embora nunca deixemos de procurar os vários "leites" que a vida tem para nos oferecer. Noutras "tetas", certamente!!! Daqui decorre uma conclusão prévia: do que não nos repreendessem dos actos praticados aquando crianças, seria bom pedir - sempre chorando, porque era eficaz. Mas, na realidade, isto não seria bom para os próprios, já que o que é inocente nas crianças é a debilidade dos seus membros, não a sua alma. Talvez por isso, seja frequente vermos crianças invejosas. Mesmo aqueles que ainda nem sequer falam, mas já olham de soslaio, já vociferam pela alma, já trazem estampado no rosto um ar colérico que, se pudessem, teriam a energia bastante para desencadear uma revolução sangrenta entre os homens que pensam viver em democracia. Um exemplo: é frequente ver-se crianças coléricas observarem outras quando mamam ao mesmo tempo do que elas. Quem já não presenciou esta cena, milhares de vezes repetidas nos lugares comuns das nossas cidades!? Dizem até que as mães e as modernas amas - que em privado desancam nos putos e depois são obrigadas a pagarem altas indemnizações quando levadas a tribunal pelos filmes ocultos que registam todas essas cenas de violência doméstica - sabem como arrancar tais inclinações malignas às ditas crianças - a que nós, por comodidade, chamamos de inocentes crianças. E é aqui que enfrentamos um nó górdio: como poderemos chamar de inocentes a quem não suporta, por exemplo, o leite que o irmão mama ali mesmo na teta do lado de mãe comum? Não obstante isto, tendemos a tolerar esse particular modo de ser nas crianças, não por serem maus, mas na esperança de que tais condutas desapareçam com o tempo. Se víssemos tais comportamentos em adultos, mal poderíamos suportá-las com paciência. Talvez seja por estas razões, por este recordar que muitos homens com memória assumem uma confessada vergonha de si próprios. Porque se lembram de quão maldosos foram em crianças - seja com os seus irmãos, seja com as demais crianças que apanharam vida fora, na escola, na sociedade...Nós, de facto, somos assim mesmo: maus e bons, e muitas vezes fomos só uma das coisas e outras, mais raras, fomos outras. Basta olharmos para trás, para a nossa própria meninice e confrontar as maldades que praticámos aos outros, mesmo que só hoje tenhamos essa consciência. Mas hoje, quem se lembra da sua consciência ou da sua actuação de criança? Hoje, vivemos todos alienados com o presente, e se nos perguntarem o que jantamos na véspera só muito dificilmente acertamos. E depois ainda há aqueles que nem sequer jantaram na véspera das vésperas, como os milhares de timorenses hoje amontoados como entulho - para quem vai daqui um nosso abraço solidário - já que não podemos enviar arroz, carne, leite, medicamentos, carinho e afectos, enfim, Esperança... De facto, a maldade é algo inato no homem, em todos os homens. Quem hoje poderá dizer que foi sempre inocente? Porventura, ninguém. Mas quem é que hoje quererá regressar à infância se muitos de nós já nem memória de véspera temos...

Image Hosted by ImageShack.us(..) A criança diabólica e o adulto "normal"...Image Hosted by ImageShack.us

O regresso de Konrad Lorenz à sociedade de instinto canibal dos homens

  • Nota prévia:
  • - Segue esta interessante e oportuna reflexão por - José Adelino Maltez no - Sobre o tempo que passa: resta saber se ele procurou explicar a situação política, social e humana timorense ou se recorreu a Lorenz para retratar a sociedade lusa que, dentro e fora da academia, dentro e fora da esfera política, vai reprimindo como pode os instintos de explosão que o homem ainda vai conseguindo conter... E é aqui que Freud fala mais alto: reprimimos a violência - física e verbal - por causa do sistema de valores que assimilamos ao longo da vida, por causa daquilo a que alguns designam de "Cultura". Atrevo-me a supôr que se Portugal não estivesse integrado no espaço económico que é hoje a União Europeia, como o ortodoxo Partido Comunista desejaria, já nem ratos seríamos, mas vermes rastejantes esperando que viesse uma larva maior e nos engolisse. Isto conduz-nos a outra questão: a natureza do mal que há em nós, homens velhos, homens adultos, adolescentes, crianças e até recém-nascidos.. Ninguém, em rigor, está a salvo de ter praticado algum mal.
  • - Vejamos o que a preceito da maldade um santo, o Santo Agostinho, nos diz sobre esse assunto tão delicado quanto controverso e natural em nós: homens, verdadeiros animais - capazes de tudo sob as mais variadas privações; outras vezes, de barriga cheia e sem privações algumas, actuamos por mera maldade. Porque ela - a maldade - existe naturalmente em nós. E às vezes, infelizmente, a maldade manobra acima da nossa vontade consciente.
De vez em quando, reparamos que, se não houver boa cultura e boa educação, a sociedade humana pode regredir, voltando ao nível de continuidade das sociedades animais. Porque, em ambas, existem animais agressivos, marcados por organizações hierárquicas e onde até se distinguem nitidamente os papéis reservados para o masculino e o feminino. Nas sociedades humanas, apenas podemos estabelecer medidas para limitarmos a agressividade, para canalizarmos os respectivos excessos, mas não para a eliminar. Aliás, a chamada democracia não passa de um simples sistema de institucionalização de conflitos e o direito daquele reconhecimento da circunstância de o homem ser um animal de regras, onde as regras só o são porque podem ser desrespeitadas. Como ensinou Konrad Lorenz, o ser humano é um animal agressivo como todos os outros animais. Não vivemos apenas segundo a fórmula de Hobbes, do homem lobo do homem, mas também segundo o lorenziano acrescento do homem rato do homem, dado que, por vezes, o homem se assemelha ao dito, pois, ao contrário dos animais normais, como o lobo, o homem, tal como o rato, mata os rivais da mesma espécie, ao contrário dos restantes que apenas matam os de espécie diferente, procurando, para os tais da mesma espécie, apenas mantê-los à distância, quando se visa conquistar um simples território alimentar. Porque, em casa onde não há pão, todos ralham e todos têm apetite de rato...

Duas reflexões: os "instrangeiros" e o futuro de Portugal

- Quando procuramos o nosso carro e ele não está lá, geralmente houve algo relacionado com o escape. Talvez valha a pena criar um Livro Branco sobre política de inovação para dinamizar a ciência (pura e aplicada) em Portugal. A meta (com o processo de Bolonha no horizonte) que, confesso, já enjoa e se transformou num 2º discurso sobre a globalização (não há gato sapato que não se lhe queira associar), é gerar empregabilidade científica.
- Com a chancela do Ministério da Ciência e Ensino Superior, o Estado poderia fazer um esforço acrescido em atrair investigadores portugueses de excelência, acabando assim com a fuga de cérebros nas ciências e gerar mais e melhores condições para os que cá estão. Mas o tal critério duma ministra tosca - a Srª Graça Carvalho - (ao tempo do governo de Durão - que até chorou publicamente quando S. Lopes foi demitido) - apontava, como condição sine qua non, que o dito investigador tenha publicado 100 artigos em revistas internacionais e supervisionado 10 doutoramentos... Ora, esta mezinha é absolutamente ridícula, para não lhe chamar outra coisa.
  • - A estratégia da então ministra da C & T de Durão foi, portanto, dum ridículo atroz, além de absolutamente inezequível e improdutivo. No entanto, e mascarado de despudor político, aquela estulta medida foi apresentada num embrulho às bolinhas absolutamente vendável e rezava assim: esta medida promove o emprego científico e premeia o mérito. Apesar dos critérios serem apertados para o fim em vista: atracção de cérebros nacionais no estrangeiro.
  • - Foi este tipo de incompetência buçal e de medidas experimentalistas de rato de laboratório na área da C & T do governo de Durão - que contribuíu para o subdesenvolvimento de que o sector ainda padece.
  • - Sendo certo que o objectivo seria (será) - com Mariano Gago à frente da pasta - contribuir para o tripé civilizatório em Portugal, já que o avanço técnico é indutor de igualdade e de liberdade.
  • - Daí a importância, hipotética, da criação do tal livro Branco sobre política de inovação para dinamizar a C & I em Portugal. Doutro modo, estamos condenados a cair na nossa própria ratoeira subdesenvolvimentista: pretendemos potenciar o emprego científico mas depois o país-real - através das suas estruturas de C & I não absorvem a oferta que o mercado gera, e cria-se o tal gap que atravanca Portugal.
  • - Ora, deste gap, deste atraso e destas disfunções entre a oferta e a procura no mercado de trabalho científico nacional, emergiu uma nova categoria socio-profissional que tem feito carreira em Portugal: os instrangeiros. Ou seja, são homens e mulheres já bastante qualificados que em Portugal não encontram saídas profissionais e têm assim de emigrar.
  • - Embora nacionais politicamente, são estrangeiros socialmente, daí os "instangeiros". Também aqui a globalização faz o seu curso: aumentou o número de cientistas mas empurrou-os, compulsivamente, para outros países onde existem melhores igualdades de oportunidade. Obrigou-os a mudarem de país, de família, de hábitos, de costumes, de leis, de ares e até de língua e de alimentação...
  • - Ora isto também reflecte a qualidade não só do nosso nível de desenvolvimento socieconómico, mas também permite-nos aquilatar da verdadeira natureza e funcionamento da nossa própria democracia que já conta com mais de 30 anos.
  • - É curioso como as coisas se passa entre os discursos dos poderes públicos e a realidade: fala-se em Bolonha, em empregablidade, em mobilidade, em melhoria das condições de igualdade de oportunidades no mercado de trabalho mais qualificado, mas depois as pessoas são cada vez mais excluídas do direito ao trabalho, do direito à família, do direito ao rendimento, a terem filhos, um lar, etc, etc, etc...
  • - Aqui a distância que medeia o discurso e as boas intenções políticas e a realidade nua e crua dos factos, é a mesma que vai de Lisboa a Dili, em Timor-Leste - como muitos incêndios, catanadas e dramas pessoais pelo meio desse trajecto longo e tenebroso. Não vejo, sinceramente, como aqui se possa falar em sustentabilidade e inclusividade, dois chavões que andam na boca das autoridades e que, na prática, nada significam.Isto, apesar do conhecimento se ter tornado global, embora também global sejam cada vez mais os factores de exclusão e de integração social neste país situado na cadau-da-cauda da Europa.
  • - Contudo, importa notar uma curiosidade: os cientistas de reputação mundial são originários do 3º Mundo, mas vivem e enriquecem culturalmente as megapolis do 1º Mundo (EUA e Europa); outros operam nessa aldeia global através de filiais de multinacionais produzindo um saber que poderá segregar os indígenas num quadro de novas exclusões. O que não deixa de ser um paradoxo dos novos tempos...
  • - Seja como for, costumo dizer que sempre que Mariano Gago comanda a área da C & T, independentemente deste governo ser socialista, algo mexe naquele sector de ponta. Aguardemos, pois, se os novos desenvolvimentos apontam para a criação de mais vantagens competitivas não negligenciando a dimensão social deste problema ou se, como se teme, as coisas não sofram grandes modificações, por entre os já milhares de discursos e notas de pé-de-página sobre Bolonha e o espargete em que já se transformou essa discussão pública europeia.
  • - Quem sabe se ao livro Branco não se poderia criar um observatório permanente para fazer o livro Amarelo (centro operacional de formulação de propostas); e um livro Verde (plano estratégico global da empresa-cidade-região) comprometendo eleitos e eleitores, cientistas e poderes. Ao branco da reflexão prospectiva seguia-se o amarelo da mobilização e o verde da acção estratégica. Assim, os elos da cadeia do processo de tomada de decisão poderia, de forma mais segura e eficiente, identificar as linhas estratégicas e as tendências que podem tecer o futuro que aí vem.
  • - Naturalmente, este reflexão pode muito bem encadear-se com a seguinte, pois elas poderão representar as duas faces da mesma moeda. Afinal, é do futuro de Portugal e dos portugueses que estamos a falar... ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
E O FUTURO? (reflexão extraído do blog o Jumento) Para os nossos políticos o futuro tem três, quatro ou cinco anos o tempo que, consoante os casos, duram os seus mandatos. Para a Comissão Europeia o grande problema da nossa economia é o défice público, para o Medina Carreira e outros profetas do purgatório, é a despesa pública, isto é, Portugal não tem futuro, por aqui só se pensa no imediato e, para desgraça de todos, nem nisso somos bons. E o futuro, o que vai suceder daqui a vinte ou trinta anos? O mais longe que temos ido é dez ou quinze anos, porque a segurança social entra em crise ou porque o aeroporto de Lisboa fica lotado. - Temos um problema com a natalidade e o que fazemos? E quanto a medidas de promoção da natalidade nem se fala, e, pior do que isso, o discurso dos nossos políticos é tão anti-libidinoso que um dia destes nem vão nascer caracóis neste país. As desgraças anunciadas são tantas que decidir ter um filho quase se torna um crime, e aqueles que os têm assistem à sua partida para o estrangeiro, ou porque são qualificados e não encontram emprego compatível, ou porque não o são e ganham miseravelmente. - Temos um problema energético e parece que o vamos resolver quando Pina Moura e a Iberdrola avançarem com uma Opa à EDP. Se hoje a importação de energia nos consome os recursos o que sucederá se o parque automóvel crescer desordenadamente, se a industrialização for promovida sem considerar as prioridades energéticas, e se continuarmos a pensar que as eólicas recompensar-nos-ão por não termos nascido na Arábia Saudita? - Não temos mão de obra qualificada, o que nos condena a níveis de produtividade que nos remete para a cauda da Europa. Mas nada de sério se faz no plano do ensino ou da formação profissional. Nem sequer temos uma política de emigração, deixamos que a vinda de emigrantes seja gerida por máfias ou pelo oportunismo da construção civil, em vez de sermos criteriosos promovendo a vinda de quadros e trabalhadores qualificados. - Eu que não sou nada dado a nacionalismos aljubarróticos (o raio da costela andaluza não me permite) ainda poderia sugerir que daqui a 30 anos, quando não houvessem mais soluções, voltássemos à Espanha, mas receio que nessa ocasião os espanhóis já não aceitem devoluções, ou que considerem que os nossos políticos sejam ainda mais perigosos que os etarras.

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Uma não-notícia no estaminé do mundo

Parece que o estaminé que fabrica as notícias manhosas deste nosso mundinho fechou para obras ou então descarrilou. No mundo são os ecos dos incêndios e as catanadas que nos chegam de Dili com o lagarto de Comoro (Alkatiri) na corda bamba, ao mesmo tempo que em Portugal o ministro a prazo - Freitas do Amaral - nos sossega o espírito com declarações que contrariam aqueles factos. Provavelmente, são os factos que não prestam e as declarações de Diogo que são boas. No burgo - que um dia foi "Império do Minho-a-Timor", uma originalidade a pontilhar a realidade: uma manifestação grevista em frente ao Terreiro do Passo - desta feita a apartir do estuário do rio Tejo com os navios a substituírem os grevistas em terra. Entre o tempo que passa na linha da eternidade e o dilema de sermos homens (como pequenos leões) ou de podermos voar (como a águia), nunca hesitaria na escolha se um dia o seu resultado estivesse ao meu alcance.

terça-feira

Conceito de Portugal-descartável

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  • Um abraço ao GSS

Vender funcionários públicos no eBay

Na sequência da recente medida governamental de colocar umas centenas de funcionários públicos no quadro de excedentários, um "artista" da blogosfera aventou a seguinte possibilidade: vendê-los no eBay (mas depois adianta que esse site de leilões não aceita produtos defeituosos e que não trabalham).Afinal, em que ficamos...

Plano para salvar Portugal...

PLANO PARA SALVAR PORTUGAL: simples e genial! ................................................................................................. Passo 1: Trocamos a Madeira pela Galiza, têm que levar o Alberto João. Passo 2: Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A indústria têxtil portuguesa é revitalizada. A Espanha fica encurralada pelos Bascos e Alberto João. Passo 3: Desesperados os espanhóis tentam devolver a Madeira (e Alberto João). A malta não aceita. Passo 4: Oferecem também o Pais Basco. A malta mantêm-se firme e não aceita. Passo 5: A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados os espanhóis oferecem-nos: a Madeira, Pais Basco, Catalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Alberto João e os Etarras. A malta arma-se em difícil mas aceita. Passo 6: Dá-se a independência ao País Basco, a contrapartida é eles ficarem com o Alberto João. A malta da ETA pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Alberto João a Madeira torna-se um paraíso. A Catalunha não causa problemas (no fundo no fundo são mansos). Passo 7: Afinal a ETA não aguenta com o Alberto João, que entretanto assume o poder. O País Basco pede para se tornar território português. A malta aceita (apesar de estar lá o Alberto João). Passo 8: No País Basco não há carnaval. O Alberto João emigra para o Brasil... Passo 9: O Governo brasileiro pede para voltar a ser território português. A malta aceita e manda o Alberto João para a Madeira. Passo 10: Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do Alberto João) Portugal torna-se campeão do mundo de futebol! Alberto João enfraquecido pelos festejos do carnaval na Madeira Brasil, não aguenta a emoção. Passo 11: E todos viverão felizes para sempre!
  • Nota: enviado por AT

Portugal, quando sair da crise

That Prep Hero

Prós e Contras: Portugal em debate. O programa que eu vi

Ontem o Prós & Contras submeteu a debate os destinos que Portugal poderá estar a assumir. Aqui tentarei alinhar os 4 cenários ou opções estratégicas do país que estão, aliás, directamente associadas à evolução da União Europeia, consoante a Europa se orienta para: • Um papel mundial - como protagonista de primeiro plano na formação das correntes de modernização e de projecção de poder político;
• Ou, à contrário, ela se fecha num espaço económico protegido, tipo Europa-fortaleza do passado, com uma evolução demográfica regressiva, sem prosperidade económica e com tensões fortes geradas pelo choque de culturas que a abertura das fronteiras potenciou.
- É perante estas opções estratégicas determinadas pela evolução política e institucional da União Europeia que Portugal poder escolher diferentes estatutos estratégicos no âmbito da globalização competitiva do nosso tempo. Sendo certo que a cada um desses estatutos estratégicos corresponde a um sistema de objectivos ou de configuração dos comportamentos na sociedade portuguesa.

- Apresentaremos de seguida 4 cenários que envolvem Portugal no contexto de globalização competitiva e analisaremos as possibilidades que comportam cada uma dessas opções na rede de relações mundial. QUATRO CENÁRIOS DE PORTUGAL EM CONTEXTO DE GLOBALISMO PORTUGAL GLOBALIZANTE Cenário 1 FUNÇÃO EUROPEIA GLOBALIZANTE E UM PORTUGAL PRÓSPERO (AUTÓNOMO) Isto corresponde a um cenário idílico que só tem lugar em sonho Cenário 2 PORTUGAL GLOBALIZADO DENTRO DUMA FUNÇÃO EUROPEIA COM UMA FUNÇÃO DELEGADA (subordinação do País e da Europa ao mundo)

Cenário 3

PORTUGAL GLOBALIZADO E FORTEMENTE DEPENDENTE. RESULTADO: INTEGRAÇÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA SOB COMANDO POLÍTICO DO REINO DE ESPANHA (COM GRANDE DUALIZAÇÃO SOCIAL)

  • Cenário 4 - PORTUGAL GLOBALIZADO DE TIPO REGRESSIVO, ISOLADO E AUTO-DESTRUTIVO E INVIÁVEL COMO PROJECTO NACIONAL. É O BLOQUEAMENTO INTERNO E PERDA DE IDENTIDADE. CONSEQUÊNCIA: DISSSOLUÇÃO DE PORTUGAL E SUA INTEGRAÇÃO EM ESPANHA COMENTÁRIO DAQUELES 4 CENÁRIOS QUE SE COLOCAM A PORTUGAL:

O 1º cenário corresponde ao estatuto de Portugal globalizante e representa uma posição estratégica (de tipo-ideal), mas não corresponde à sua realidade económica e social nem coincide com a sua dimensão política. A verificar-se este estatuto significaria que Portugal disporia das condições gerais de viabilidade e sustentabilidade dos seus próprios projectos de modernização e desenvolvimento, independentemente da posição estratégica da União Europeia.

O 2º cenário estratégico de Portugal é mais realista com as condições de viabilidade e sustentabilidade do país: o cenário de Portugal globalizado. Pondo de lado a função europeia de Portugal, cometendo à cultura lusíada um papel verdadeiramente grandioso que a nação não pode assumir, o país teria uma função europeia “delegada” onde se procurariam fazer uma de duas coisas, ou ambas: continuar a afirmar a posição da UE no mundo e, para compensar a dependência de Portugal neste cenário estratégico, estabelecer redes de associação em ordem a reunir os recursos e as vontades necessárias para o desenvolvimento das estratégias do país.Este caminho passaria, naturalmente,pela intensificação dos laços de cooperação com os PALOPs. Coisa que hoje não existe ou só está materializada em aspectos empresário pontuais, sem expressão permanente ou estrutural na relação Portugaç-África - que deveria ser um dos pilares da sua política externa.

O 3º cenário inscreve Portugal numa situação de grande dependência face à envolvente, designada de globalização competitiva. Esta configuração toma como ponto de partida o verdadeiro estatuto estratégico de Portugal presentemente. Correspondente a um papel limitado ao espaço europeu, mas sem qualquer protagonismo ou vocação globalizante (excepto na língua, embora até aí o papel maior cabe – ironicamente – à "ex-colónia" - o Brasil) e fortemente dependente do sucesso (pleno) da sua integração europeia e dos Quadros Comunitários de Apoio (QCA) na sociedade nacional sem os quais não se efectivaria a modernização desejada.

- Vistas assim as relações entre a política e a geografia, entre Portugal e o mundo - como se do Espírito das Leis de Montesquieu se tratasse, a localização periférica de Portugal no contexto europeu significa que o país perdeu capacidade de iniciativa (por falta de recursos, dimensão política e escala económica) e depende profundamente dos projectos (e dos recursos) de modernização europeia para viabilizar as suas próprias condições de modernização e desenvolvimento.Logo, se a Europa não cresce Portugal fica bloqueado - como, de resto, se encontra há quase meia dúzia de anos.

- Se, porventura, a Europa se fechasse ao mundo (neste 3º cenário de Portugal fortemente dependente e vulnerável) e aparecesse como uma configuração fragmentada, aí o cenário ainda seria pior para Portugal. Emergia um país a duas velocidades, dual do ponto de vista social e repleto de clivagens entre as classes muitos ricas e as classes muito pobres (pelo efeito de ausência da classe média).

- Naturalmente, o que é válido para Portugal em termos de cenarização das condições de modernização e desenvolvimento por efeito do contexto de globalização competitiva, também se aplica às outras sociedades europeias, embora estes desafios se coloquem com maior acuidade a Portugal por causa das suas condições geográficas, de recursos e de pobreza e de atraso estrutural crónico relativamente aos demais países da Europa com quem hoje nos queremos (estatísticamente) comparar. O mesmo é dizer que a sua periferização dificulta a sua consequente integração nas redes europeias de que dependem os níveis de modernização (continuados) indispensáveis ao progresso das sociedades. Talvez por isto, meia dose de ironia, o TGV custe tanto a levantar vôo ou a OTA ainda não tenha entrado nos carris. Razão tem Belmiro de Azevedo quando diz que não se preocupa com estes dois abcessos porque tem confiança que os portrugueses já se tenham esquecido deles. Os tugas agora querem é bola, e com a ajuda de Marcelo no fute-comentário ainda melhor.

O 4º cenário - é o mais pessimista para a economia e sociedade nacionais. Ou seja, configura um estatuto estratégico em que Portugal apareceria (ou aparece) numa situação altamente globalizada e regressiva. Naturalmente, este cenário configura a pior situação possível para o país. Significaria que a comunidade nacional, agora numa posição de fatalismo e descrença, encontado aos 3Fs - (Fado, Futebol e Fátima) não conseguiria apenas acompanhar os níveis mínimos de modernização soprados pelos ventos da Europa, como também a identidade política, teria perdido toda a capacidade de iniciativa política ficando, neste caso, absolutamente dependente dos inputs vindos do exterior.

- Chamaria a este cenário - o cenário Mr. Maggo, ou seja, o cenário Medina Carreira que, aliás, como disse, é o único advogado a fazer as contas ao país e cuja apreciação estrutural - em termos de diagnóstico - me parece sábia e realista. Portanto, não creio, como referi, que Mr. Magoo - e até é afectuosamente que assim o designamos, esteja a levantar labaredas para que Sócrates lhe dê um tacho. E quem diz um tacho diz uma panela ou a presidência duma qualquer Comissão de Avaliação daquilo que todos nós já sabemos: o Estado está gordo e banhudo, cheio de adiposidades, não não consegue correr.

- Perante esta situação regressiva, Portugal não teria qualquer contributo a dar à Europa, mesmo que esta se abrisse ao mundo e aí mantivesse uma posição relevante. O país seria automaticamente “engolido” pelas redes ibéricas tornando-se uma mera província da Península. E no caso ainda mais problemático de a Europa se fechar e fragmentar ao mundo, mantendo um estatuto de Europa-fortaleza, Portugal ficaria totalmente bloqueado restando-lhe a autodestruição da sua própria identidade nacional.

- Conclusão: temos de reinventar Portugal.

Notas: esta cenarização foi extraída da n/ tese de doutor/ denominada - Globalização - a crise do Estado soberano?, Lisboa, ISCSP, 2004, págs. 547-554

  • Agora vou comentar o debate que eu vi ontem à noite na RTP:

1. Dona Fátima continua um charme, tem jeito para o teatro e desfaz-se olhando para a câmara. Parece chocolate em Verão. Continuamos a dizer que o preto lhe fica muito bem, assim parece menos gorda. Penso que temos alí um caso sério, porque me pareceu que ela até pretende ser Primeiro-Ministro.

2. Belmiro foi alí em negócios e para dar avisos à navegação do governo e disse: ou o governo se deixa de "merdas" ou então - e porque estamos a competir num mercado global, levantamos a tenda e vamos investir para outro lado. Foi simples e eficiente e revelou que também sabe pensar a economia global e dar lições de teoria económica ao "salti-banco" do seu seu parceiro, o sr. dr. Silpa Lopes. Daí o lapso daquele programa, é que Belmiro deveria estar ao lado de Medina Carreira, e não ao lado dum ministro que mais parece uma criatura do ancien regime. Aliás, dona Fátima insiste neste lapso, pois já a semana passada ela falhou: é que Pacheco Pereira deveria estar ao lado de Carrilho e não na representação (artificial) de seu oponente dialéctico - para inglês ver...

3. Silva Lopes teve duas posturas: na 1ª parte do programa disse que o céu era verde; na 2ª parte referiu que era amarelo às bolinhas verdes. Ora como o céu não tem essa côr, o sr. dr. Lopes saíu completamente cilindrado pela argumentação sedutora do seu oponente Medina Carreira. Que, aliás, o acusou, de ter tachos a mais e, por isso, não ter tempo para se actualizar em matéria económica. Eu - confesso, sempre que vejo S. Lopes a falar de economia lembro-me logo do Salazar a falar de política externa. São personagens que dispensáveis em democracia.

4. O Sr. Ferreira - administrador da Galp falou de cervejas e de petróleos mas pareceu estar alí a mais. Só de pensar que um homem daqueles ganha ou já ganhou 8 mil cts por mês é como dar o ouro ao bandido. Estando lá ou na Galp sentado à secretária - faria exctamente a mesma figura. Foi um não-interventor. Um fiasco.

5. Medina Carreira, como já referi, faz-me imediatamente lembrar a meninice quando via o Mr. Magoo. E depois aquele seu trejeito dental de parecer que está sempre a comer favas ou a tirar pevides entre os dentes, dá-lhe um toque gastronómico ainda mais "distinto" - de quem está à mesa a discutir economia enquanto come batata-frita. Argumenta bem, é convincente, rápido e extremamente objectivo na comunicação. Um pessimista por natureza. Depois, não se limita a ser um manga-de-alpaca que vai para alí debitar números sem conexão ao mundo da realidade, ao mundo das pessoas. Não! Aqueles gráficos traduzem o amor que ele tem às pessoas e a Portugal. Ele ontem disse que queria governar, e como frontalidade é coisa que não lhe falta, a avaliar pelas apreciações que fez a Teixeira dos Santos, presumo que Sócrates poderá contar com ele para uma futura remodelação governamental. Talvez para substituir Manuel de Pinho na Economia. Quem sabe assim os grandes projectos da refinaria de Sines, o Nuclear e muitos outros pudessem seguir o seu curso normal. Enfim, foi um bom programa - mesmo que Portugal não tenha nenhum pela frente...

Virús, quer dizer, tomates na net...

Lindo serviço!!! Sim senhora... Quero dizer que isto é ciber-lamentável. Preparava-me para contar umas piadas sobre os golpes mortais encarpados que Silva Lopes fez no Prós & Contras - entalado pelas contas e frontalidade de Medina Carreira - e dou de caras com isto... Trabalhinho de malfeitores, é o que é. Lá por o autor do blog não linkar ninguém, isto não se faz. Os tomates estão caros, apesar de ser mais um retrato de Portugal.

segunda-feira

La vida é bella...

Preparava-me para dissertar in advance sobre as narrativas da crise vulcânica do Portugal post-moderno no programa Prós & Contras, hoje mui credebilizado pela presença do engº Belmiro, o homem mais rico do país e do maior criador de cenários catastrofistas da Europa e arredores, Mr. Maggo Medina Carreira - e recebo este link dum amigo da Austrália, terra dos kangurús. Porventura, estendeu-se no passeio e dobrou o Índico na passagem por Timor-Leste onde deve ter ido testar o "veículo". Há quem goste dos sapatos, eu, confesso, sou particularmente sensível às peúgas que combinam a preceito. Até porque são originais: i.é,não são pé-de-gesso!!! Enfim, em vez de se andar pra aí a seguir roteiros pornográficos na Net - aqui temos um tour fotográfio que dispõe bem, e pode ser visionado com um Martin seco e umas azeitonas de Alcáçovas, sobretudo antes dum programa cujo ciclo é geralmente acompanhado de grandes desgraças, a ajuizar pelo da semana passada.
  • PS: (o outro) Dizem-me de Dili que o sujeito-cómico ali bem ladeado representa a imagem das Finanças portuguesas enquanto o governo não arranjar um tacho para calar Medina Carreira. O problema é que parece que a teoria também se aplica ao casal garcia de justiceiros no activo - Mizé Morgado e S. Sanches. Dizem... Se a moda pega não hà fatos-de-banho que cheguem!!

Caricaturas políticas a partir da economia

Provavelmente, esta imagem que circula na net é exagerada, e assim deve-se-lhe dar o respectivo desconto. Logo à noite o programa da RTP Prós & Contras levará a cabo mais uma reflexão sobre a direcção que Portugal está a assumir. Ou não... Julgo que o engº Belmiro de Azevedo, Medina Carreira, Silva Lopes e mais um outro que agora me escapa irão dissertar sobre o futuro-do-futuro. Esta configuração de programa suscita-me uma definição de política que Max Weber deu em tempos, muito antes de se falar na meretriz da globalização. Dizia ele que "a política consiste num esforço tenaz e enérgico para atarraxar pranchas de madeira dura".Ora bem, logo à noite, parece que já estou a ver o "filme": Belmiro a dar cartas em todos os tabuleiros, cheio de projectos que criam riqueza querendo privatizar tudo e todos, até o O2 que respiramos; Silva Lopes a teorizar sobre a velha economia, as velhas inflações, as velhas teorias económicas, as velhas formulações académicas da década de 70; Medina Carreira, pode ser que me engane, proclamando o caos no Estado e nos mercados no exacto momento em que fala, na esfera pública e na intimidade das pessoas, das famílias e das organizações, enfim, teorizando sobre o caos na sociedade global, com aquele seu ar de Mr. Magoo. Em suma: antecipo aqui que Belmiro será o homem que irá atarraxar as tais pranchas de madeira dura, como explicava Weber, e tanto Medina como Lopes farão um esforço intelectual por ainda tornar este mundo ainda pior do que aquilo que ele já é. Provavelmente, concluiremos que Belmiro dará um belo Primeiro-Ministro, e se conseguir gerar no Estado a riqueza que tem gerado no seu grupo económico privado - temos de reconhecer que Sócrates tem que se cuidar, porque depois da OPA à Pt somos capazes de ter Belmiro em S. Bento. Mas isto, claro, também não passará duma outra caricatura...

A DEMOCRACIA QUE TEMOS (1 DE 2) - por o Jumento -

A DEMOCRACIA QUE TEMOS (1 DE 2) "A democracia é a pior forma de governo imaginável, à excepção de todas as outras que foram experimentadas". Winston Churchill Talvez a passagem de mais um aniversário do 28 de Maio de 1936 justificasse uma reflexão sobre as virtudes da democracia portuguesa, mas não é essa a pretensão deste post. Faço parte dos que defendem que a democracia é a única forma de regime político aceitável, mas também pertenço ao grupo cada vez maior dos portugueses que duvidam das virtudes da nossa democracia inacabada. Talvez a minha visão seja utópica, mas considero que a liberdade liberta forças criativas capazes de proporcionar níveis de em estar maiores do que os supostamente são alcançados com uma ditadura. E reconheço que é utópica, porque os 30 anos de democracia que até agora vivi foram, em grande medida, 30 anos de desilusão, muitos dos nossos políticos são piores do que os políticos da ditadura, os grupos financeiros que cresceram à sobra da ditadura são os mesmos que agora escolhem governos e nomeiam governantes, confio menos nos jornalistas da democracia do que os verdadeiros heróis que foram os jornalistas que se bateram contra a ditadura, reconheço menos independência nos órgãos de comunicação social actuais do que uma boa parte dos existentes no tempo da ditadura. Mas como não tenciono deixar de defender a democracia interrogo-me se com a democracia que temos Portugal será capaz de superar os obstáculos que se colocam ao desenvolvimento. Os grandes problemas que enfrentamos exige soluções que vão para além de uma geração, as soluções políticas necessárias implicam estratégias cuja duração se terá que prolongar por várias legislaturas. Será com soluções imediatistas, simplistas e superficiais que poderemos superar os problemas? Uma oposição que organiza um congresso só ara que o líder se arme em credível e apresenta um rol de propostas que denunciam a total ausência de reflexão será capaz de obrigar o governo a ser competente? Um modelo político que entra em ruptura porque alguns magistrados "deixam" escapar peças de processos para os jornais terá as necessárias condições de estabilidade? A democracia é melhor do que a ditadura, não tenho dúvidas a esse respeito, mas essa é uma convicção que resulta de outras democracias, a democracia portuguesa ainda não o demonstrou. Mas tenho sérias dúvidas de que com os políticos que temos a democracia seja capaz de proporcionar as soluções para os problemas, por isso cab com uma segunda citação de Winston Churchill: "Isto não é o fim. Não é sequer o princípio do fim. Mas é, talvez, o fim do princípio."
  • Obs: Perante isto até apetece dizer que os deuses gregos devem ter sido os primeiros a acreditar na democracia. E muitos dos democratas que hojem comandam os destinos de Portugal parece desenvolverem a sua praxis política por obediência ao seguinte princípio: "gosto das pessoas que chegam ao pé de mim e de uma maneira franca e directa me dizem o que pensam desde o momento que pensem o mesmo do que eu". Se calhar não seria má ideia criar um departamento do Estado (mais um!!! ..., talvez com os novos despedidos da função púbica!!!) - pouco burocrático e despesista - que funcionasse como Observatório da democracia portuguesa. Embora eu tema que as conclusões iniciais apontassem para a ideia segundo a qual a nossa democracia mete muita água, talvez por isso as eleições sejam feitas por naufrágio universal. E se elas coincidirem com a época balnear, então é uma maravilha...: 70% dos eleitores estão com as barbas e as partes pudengas de molho; os outros 20% estão nas filas de trânsito para poderem também por as barbas de molho; e os 5% restantes são os otários dos utópicos que citam Churchil e ainda acreditam neste regime ali bem definido por esse político e escritor britânico de grande estatura moral e política, o Sr. Winston Churchil que, curiosamente, depois de ter ganho a II Guerra Mundial contra o "amigo" Adolfo - com sangue suor e lágrimas perdeu - estranhamente - as eleições. Ainda por cima a democracia afasta a qualidade do poder. Os 5% remanescentes são os tipos mais lúcidos que já há muito mandaram este "regime democrático" às malvas e nunca votam. Aqui incluem-se alguns intelectuais prescientes, os milionários e os multimilionários que não precisam da política para nada, antes são é solicitados a ajudarem os políticos a subir ao poder para depois caírem do escadote a uma velocidade estonteante sem que nesse carrossel do poder o País tenha beneficiado algo. O que dirão hoje outros regimes que ainda não são tidos por democráticos: Cuba, Coreia do Norte, Angola... Penso-penso-penso e concluo que devem dizer mais ou menos isto: aos pobres dos democratas não é a tentação da carne que os preocupa, mas sim a falta dela. Mas depois - como os democratas (dos países ricos) nem sempre são felizes os pobres (dos cubanos, coreanos, angolanos...) também não têm razões para os invejar... Enfim, é este o "Portugal de trombas" que temos.

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Timor-Leste - um Estado falhado

Timor pode tornar-se um estado falhado 2006/05/29 09:31 Tropas autralianas são fundamentais. As afirmações são do MNE australiano Timor-Leste pode tornar-se num Estado falhado se a situação política e de segurança, actualmente muito volátil, não for controlada, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Alexander Downer. «Timor-Leste corre o risco de se tornar num Estado falhado se esta situação não for estabilizada. Se não tivéssemos enviado as tropas para ajudar a controlar a situação, Timor-Leste corria o risco de se tornar num Estado falhado», disse Downer à rádio ABC. «Por isso temos que fazer o necessário - trabalhando com a comunidade internacional e com a ONU - para tentar que Timor-Leste consiga voltar a levantar-se», sublinhou. Entretanto, Peter Cosgrove, que comandou a força multinacional INTERFET enviada para Timor-Leste em Setembro de 1999, avisou hoje que os soldados australianos vão enfrentar uma situação difícil, porque a violência política degenerou numa situação de saques, pilhagens e distúrbios. «Torna-se difícil porque os australianos estão lá para prevenir que pessoas armadas se confrontem», disse. «É muito diferente quando tens grupos oportunistas com catanas e bombas incendiárias a fazer o que andam a fazer», sublinhou. Soldados australianos e neozelandesas e efectivos policiais da Malásia e de Portugal integram a força internacional que está no terreno a pedido das autoridades timorenses. A totalidade da força australiana, de 1.300 efectivos, está já no terreno, apoiada por helicópteros Black Hawk e tanques, tendo nos últimos dias ampliado progressivamente a sua zona de operação. Em Díli estão igualmente cerca de 40 efectivos da Nova Zelândia, parte dos cerca de 500 efectivos de segurança da Malásia e uma equipa avançada da GNR que vai preparar o destacamento de 120 elementos da força portuguesa.
  • Macro-despacho: as forças portuguesas destacadas para Timor são as menos expressivas, quantitativa e qualitativamente; são as que chegam ao ponto de conflito quando todas as outras já estão estacionadas há mais de 72 h., fazemos declações pouco incisivas e influentes - comparativamente à Austrália e o mais. Pergunte-se à Srª dona História se não houve aqui um equívoco e quem foi, de facto, a potência administrante/colonizadora de Timor (não) foi a Austrália. Ai Timor...

Portugueses "empatados" quanto ao "Nuclear"

BARÓMETRO TSF Energia nuclear divide opinião dos portugueses É grande a divisão sobre a energia nuclear em Portugal. O barómetro TSF/DN/Marktes revela que, para além de ser uma questão que divide os inquiridos, há ainda uma elevada percentagem da população que não tem opinião formada. O debate sobre o nuclear voltou por causa da escalada dos preços do petróleo mas, apesar da subida dos preços, os portugueses mantêm os hábitos.
(29 de Maio 06 ) Trinta e quatro por cento dos portugueses inquiridos pelo Barómetro da Marktest para a TSF e DN diz que manteve o consumo de gasolina ou gasóleo nos últimos seis meses, 30 por cento diz que aumentou e apenas 19 por cento diz que diminuiu. Os números são muito idênticos de norte a sul do país, em todas as classes sociais e em todas das faixas etárias. A divisão só é maior entre homens e mulheres. Entre eles, 26 por cento afirma que diminuiu o consumo de combustíveis e, entre elas, apenas 12 por cento diminuiu o consumo. O carro é o meio de transporte mais utilizado para as deslocações para o trabalho, com 47 por cento dos inquiridos a assumir que vai de carro para o emprego. Quinze por cento utiliza os transportes públicos e 13 por cento vai a pé. Quanto ao consumo de electricidade, 60 por cento dos inquiridos gasta o mesmo que há seis meses, 27 por cento aumentou o consumo e apenas 7 por cento admite uma redução. Tal como no caso dos combustíveis, as respostas são muito idênticas em todo o país, nas faixas etárias e classes sociais. Já a questão do nuclear divide os inquiridos, com 38 por cento a dizer não ao nuclear contra 37 por cento que defende que Portugal deve optar pela energia nuclear para diminuir a dependência face ao petróleo; 24 por cento dos inqueridos não sabe o que responder. Os que pertencem à classe alta e media alta e votam no PSD são os que mais se opõem à energia nuclear. Já os homens e os que tem entre 18 e 34 anos e vivem no Interior Norte do país são os que se mostram mais favoráveis à opção nuclear. Ficha Técnica: O Barómetro Marktest para a TSF e DN foi realizado entre os dias 16 e 19 de Maio com o objectivo de saber o que pensam os portugueses sobre a energia nuclear e quais os hábitos de consumo de energia. Foram feitas 810 entrevistas telefónicas, a indivíduos maiores, de ambos os sexos e residentes em Portugal Continental. A margem de erro é de 3,44 por cento.
  • Nota: Seria muito curioso obter reacção do PSD a estas conclusões provisórias

Corrupção no poder local - por Paulo Morais -

Políticos portugueses "são marionetas ao serviço de interesses obscuros" Francisco Mangas Hernâni Pereira O título do seu livro é Mudar o Poder Local. Mas o que o defende é uma mudança mais ampla. Este regime, esta Primavera Marcelista que vivemos, não tem futuro. E o poder local é uma das componentes do regime que não funcionam, não servem para aquilo que devia servir. A reflexão que faço é antiga, e defendo que o papel dos políticos - os que querem o desenvolvimento do País acima de qualquer outro objectivo - deve ser de tentar destruir este regime. Os casos de corrupção têm aumentado nas autarquias? A corrupção não é um exclusivo do poder local. Temos um regime que foi tomado, numa lógica perversa, pelas corporações que já mandavam em Portugal antes do 25 de Abril. Hoje vivemos uma situação dramática para o povo português que é o sistema cartelizado: um grupo restrito de pessoas domina o País. E como se combate esta usurpação do regime? Para mudar o sistema são precisos políticos com coluna vertebral. E em Portugal temos políticos que não são mais do que marionetas ao serviço de interesses obscuros. Aliás, os únicos seres que se mantêm de pé sem coluna vertebral são as marionetas. Por outro lado, um sistema muito burocratizado, um sistema em que a justiça não funciona permite que, nas várias facetas da vida política, se desenvolvam mecanismos de corrupção. Nas câmaras quais são as áreas mais permeáveis à corrupção? As áreas mais visíveis, que constituem tumores da democracia, são as obras públicas, onde há um tráfico de influências generalizado e que convém atacar pela via da intervenção da justiça, mas também ao nível da gestão de urbanismo. Como sabemos, a maioria dos partidos e da vida partidária é financiada por empreiteiros e imobiliárias. Depois há as contrapartidas... Cada financiamento tem sempre um pagamento: a contrapartida que normalmente pedem é o favorecimento na avaliação de determinados projectos imobiliários. A corrupção aparece como corolário lógico do sistema que está montado para privilegiar ou para induzir à corrupção. É também importante que a Inspecção-Geral de Administração do Território e o Ministério Público cumpram a sua função. A campanha das autárquicas no Porto foi paga pelos empreiteiros? Não queria estar a concretizar, mas a maioria do financiamento dos partidos e, sobretudo, o financiamento da vida de muitas pessoas que andam à volta dos partidos, depende de empreiteiros e promotores imobiliários. Vi recentemente muitos políticos a vangloriar-se de que empresas portuguesas têm grande capacidade de entrada no mercado angolano. Fico triste: empresas com capacidade de entrar num mercado de corrupção como o de Angola não são seguramente empresas cuja principal componente seja a qualidade! Quando fala de políticos com avenças dos empreiteiros está a referir-se a pessoas do seu partido... De quase todos os partidos. Infelizmente em Portugal há um bloco central de interesses. O problema do tráfico de influências atravessa transversalmente todos os partidos, sendo que se exerce com maior relevo nos partidos do poder. Voltando às autarquias: o Plano Director Municipal (PDM) abre caminho a negócios obscuros? O PDM em certas autarquias é uma bolsa de terrenos, onde há favorecimento da valorização em função de quem é o proprietário e onde há a promiscuidade entre interesses privados e o interesse público. Como a legislação é complexa, quem for assessorado por bons advogados consegue fazer o que lhe apetece. Quando foi afastado das listas do à Câmara do Porto disse que "enquanto Rui Rio for presidente e tutelar o urbanismo não haverá vigarices". Mantém a afirmação? Ao sair tomei a decisão de não me pronunciar durante quatro anos sobre a vida autárquica no Porto. .. Um dos projectos imobiliários que chumbou foi o da Quinta da China. Projecto agora aprovado por Rui Rio. Este e outros projectos estão a ser analisados pelas autoridades e, em particular, pela Direcção Central de Investigação e Acção Penal. Não devo pronunciar-me. Abro uma excepção para explicar o motivo por que decidi indeferir o projecto da Quinta da China. A sua aprovação, tal como tinha sido vontade do executivo anterior (do PS), mais não seria que uma cedência de terrenos públicos a um promotor imobiliário para que fizesse uma obra ilegal. Jamais poderia permitir isso. Um projecto da Mota e Companhia. Exactamente. Chumbei o projecto sem hesitação: enquanto vereador não podia ceder terrenos a um promotor imobiliário, para que desenvolvesse um projecto ilegal. Antigo vice-presidente e vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Paulo Morais, lança amanhã à noite, no Café Majestic, o livro Mudar o Poder Local. Em entrevista ao DN, fala do polémico projecto Quinta da China, que chumbou e agora é aprovado por Rui Rio, e do financiamento de empreiteiros a "muita gente que anda à volta dos partidos". Na obra, apresentada por Maria José Morgado, revela que figuras do PSD o pressionaram a aprovar projectos imobiliários. O Ministério Público tem "informação bastante para intervir", assegura. Nasceu em Viana do Castelo há 43 anos Foi afastado das listas do PSD-CDS/PP à Câmara do Porto por alegada pressão de empreiteiros É autor de Mudar o Poder Local Paulo Morais Professor universitário

Plano tecnológico, em português

Comic soccer

No programa as Notas de Marcelo a jornalista Flôr Pedroso a propósito das relações entre os políticos e os media (leia-se agências de comunicação e Carrilho "affair") formulou aquilo a que em jornalismo político se pode chamar uma não-questão. E Marcelo agradeceu, respondendo com futebol e mais futebol contribuindo, assim, também para aumentar o caudal de alienação em que o povo vegeta. Como não temos grande coisa para comentar sobre o que Marcelo disse, seria interessante que ele comentasse para o povo este belo jogo de futebol que até faz lembrar o enunciado jornalístico de certas questões e ainda as respostas que se acham para elas - as "não-questões". Enfim, um prodígio a que, por certo, só o professor saberá comentar...

domingo

Crazy dog

Sobre a credibilidade da informação...

A DIFERENÇA ENTRE O JUMENTO E A SIC NOTÍCIAS (in Jumento) A notícia relativa às mudanças do imposto municipal sobre veículos um bom exemplo da diferença entre um blog e um órgão de comunicação social do Pinto Balsemão. O Jumento fez aquilo que alguém honesto faz, respeita a identidade de quem conseguiu a informação e a divulgou sobre a forma de notícia, a SIC Notícias, pelo contrário, optou pela norma desonesta que se está a generalizar, e deu a notícia como se estivesse a ler um comunicado do ministro das Finanças enviado em regime de exclusivo para Pinto Balsemão, e omitiu a fonte. A SIC não é um órgão de comunicação social, é uma central de cópia e reciclagem de informação, e comporta-se como se fosse uma reciclagem de lixo.

La bohème de Charles Aznavour

La bohème Je vous parle d'un temps Que les moins de vingt ans Ne peuvent pas connaître Montmartre en ce temps-là Accrochait ses lilas Jusque sous nos fenêtres Et si l'humble garni Qui nous servait de nid Ne payait pas de mine C'est là qu'on s'est connu Moi qui criait famine Et toi qui posais nue La bohème, la bohème Ça voulait dire on est heureux La bohème, la bohème Nous ne mangions qu'un jour sur deux Dans les cafés voisins Nous étions quelques-uns Qui attendions la gloire Et bien que miséreux Avec le ventre creux Nous ne cessions d'y croire Et quand quelque bistro Contre un bon repas chaud Nous prenait une toile Nous récitions des vers Groupés autour du poêle En oubliant l'hiver La bohème, la bohème Ça voulait dire tu es jolie La bohème, la bohème Et nous avions tous du génie Souvent il m'arrivait Devant mon chevalet De passer des nuits blanches Retouchant le dessin De la ligne d'un sein Du galbe d'une hanche Et ce n'est qu'au matin Qu'on s'assayait enfin Devant un café-crème Epuisés mais ravis Fallait-il que l'on s'aime Et qu'on aime la vie La bohème, la bohème Ça voulait dire on a vingt ans La bohème, la bohème Et nous vivions de l'air du temps Quand au hasard des jours Je m'en vais faire un tour A mon ancienne adresse Je ne reconnais plus Ni les murs, ni les rues Qui ont vu ma jeunesse En haut d'un escalier Je cherche l'atelier Dont plus rien ne subsiste Dans son nouveau décor Montmartre semble triste Et les lilas sont morts La bohème, la bohème On était jeunes, on était fous La bohème, la bohème Ça ne veut plus rien dire du tout

  • Dedicada a meu Tio a V. Sudjanski
  • Está quente, quando era puto estava a dar mergulhos nas "piscinas" da minha terra. Entre Espanha e o mundo

Poema de Deus - por Ginjas Silver

  • O tao das flores e do sol Wagner Borges "Ver o mundo num grão de areia E um Céu numa flor selvagem, Ter o infinito na palma da mão E a Eternidade numa hora." - William Blake O motivo pelo qual tenho certeza da existência de uma Inteligência Absoluta como motivo de toda existência é que o meu coração sabe disso! Não preciso de nenhuma teoria ou prova, sinto em mim!Há duas coisas que podem fazer alguém perceber um amor infinito na existência: o brilho do sol e o abrir das flores. Quando uma flor abre suas pétalas, é um momento mágico, verdadeira festa da natureza. Nesse momento único, curvo-me à sabedoria que dá vida a natureza daquela flor expandida. Penso que o universo é um imenso lótus deus em eterna florescência. Quando assisto ao momento da aurora rompendo as trevas da madrugada, pego-me extasiado diante de tal maravilha. No momento do crepúsculo, quando o Rei Sol descende na linha do horizonte, percebo-me admirado com os tons de dourado, laranja e vermelho inundando minha visão. Às vezes, as lágrimas desse momento refractam a luz solar e vejo várias outras cores dançando à minha frente. Sim, há um amor incomensurável como causa dessa beleza. É o mesmo amor que sinto em meu coração. Por isso, a ressonância com a luz do sol e as flores. Não posso provar a existência desse amor absoluto e nem demonstrá-lo em uma academia cheia de céticos irritadiços e intelectuais arrogantes espumando uma pretensa ciência devastadora da própria natureza. Não falo de um cara branco, velho e barbudo sentado num trono celestial e nem de um ser que julga os outros e os manda para o paraíso ou o inferno. Sequer imagino aquela noção antropomórfica e convencional do Criador que os religiosos inventaram por ignorância. Estou falando do amor que inventou aquela flor e aquele brilho do sol. Que homem poderia inventar algo igual? Que cientista poderia elaborar o amor? Que religioso poderia fazer abrir aquela flor que admiro? Que religião ou doutrina poderia me fazer sentir um amor vivo pulsando em tudo? Serei eu um místico só porque amo e tenho coragem e discernimento para assumir esse amor? O intelectual que elabora técnicas, esquemas e nomenclaturas opulentas, que são incapazes de fazer alguém sorrir e admirar o brilho do sol e a beleza das flores, é realmente inteligente ou é apenas alguém técnico e pretensioso exaltando o próprio ego? Há alguns intelectuais capazes de explicar os mecanismos de muitos eventos da natureza e da consciência. Porém, são incapazes de beijar, abraçar e compreender os outros. São intelectuais, mas são tolos! Entendem esquemas e técnicas, mas não compreendem as pessoas. São críticos de tudo, mas tomam de goleada da beleza da flor e dos raios de sol. E os religiosos, empacados em seus dogmas? Conseguirão ver o divino na flor? Conseguirão imaginar que o sol brilha mais do que seus livros pesados de dogmas? O Deus que sinto não é passível de ser quilatado pela mente humana. Não pode ser capturado pelo intelecto sequioso de provas e nem pelo coração bloqueado de fanatismo religioso. No sorriso da criança, nos raios do sol e na luz da lua, nas flores, no beijo, no abraço, na meditação, no amor, na música, na simpatia e na lucidez de sentir além dos pensamentos convencionais, está a prova da existência do divino. Dirá o intelectual: "Isso é misticismo!" Afirmará o fanático religioso: "Você não entendeu o nosso livro sagrado!" Por sua vez, a luz do sol e as flores nada dirão. Não é preciso. Sua beleza já diz tudo

A música francesa - por Joaquim Paula de Matos

"Uma amiga tem a paciência de enviar-me mails e um deles foi um endereço com músicas francesas dos anos sessenta que eu sei as pessoas hoje na casa dos 40 anos não apreciam porque são lamechas, românticas, melodiosas, açucaradas mas que muito ajudariam a constituir famílias e a contribuir para resolver o problema demográfico dos dias de hoje. Se, há sempre um "se", claro está, os ouvidos dos jovens de hoje fossem outros…, mas com o barulho da música metálica que faz as suas preferências até os ouvidos e o gosto que dentro deles é suposto existir se estragam... Estão lá todos, a rapaziada do meu tempo, hoje na casa dos 67 anos, não contando com os que já se foram embora: Charles Aznavour, Jaques Brell, Gilbert Bécaud, Salvatore Adamo , Joe Dassin, Léo Ferré, Art Sullivan a grande Mireille mathieu e mais uns trinta e tal… No fundo, a nossa vida é a música que ouvimos quando tínhamos 20 anos” …, e daqui a pouco, quase com setenta, fazemos questão que mais ninguém goste dela, pelo menos tanto, como nós. E assim temos a certeza de que envelhecemos mesmo…, porque essa música nos faz sentir mais vivos que nunca! Pede a opinião de gente da minha idade que tu conheças do mundo da blogaria para ver se não é assim como eu te digo".
  • - por Joaquim Paula de Matos -

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Estimado Tio,

Que mais te poderei dizer, meu bom Tio, senão agradecer, dedicando-te, desde já duas delas que muito aprecio e que na altura, com 9/10 anos, tentava soletrar num "franciu" de fazer cair a Torre Eifel... Uma delas é a de Joe Dassin, Et si tu n'existais pas. Isto ainda é fenomenal. Daqui por 100 anos ainda se cantará esta pérola da música universal. A outra é mais criançola, de Art Sullivan, Petit demoiselle de 1975. Era todo um Portugal político e cultural empedernido que então se vivia, que bebia apenas as suas raízes na cultura francófona porque os 40 anos de salazarismo nunca gostaram de Coca-Cola... A América era um Continente perigoso, proíbido e, por isso, além de cara também não chegava aos nossos circuitos musicais rurais nos arrebaldes da Europa. Enfim, pela música também revivemos, recriamos o passado e as nossas identidades e eu, pela parte que me toca, e toca bem!!! - hoje confirmo as figuras tristes que fazia cantando aquelas letras num francês de doca que ainda hoje era bem capaz de dobrar a Torre do Tio Eifell... Enfim, Memórias Futuras que tu saberás recontar melhor do que ninguém.

sábado

Metáfora da "Política à portuguesa"

  • Esta crónica poderia bem ser um tributo às centenas de crónicas serenas, lógicas,incisivas, estruturadas que o ex-director do Expresso - José António Saraiva - escreveu naquele que foi o maior semanário nacional, e que que hoje é dirigido por jornalistas que inventam títulos que não existem no interior das entrevistas, que cedem a pressões, que são, no fundo, aprendizes de feiticeiros.
Política à portuguesa surge, assim, por alusão à sua rúbrica semanal que, confesso, era quase era 1ª coisa que lia naquele lençol.E por vezes a única..
  • Começo por uma estória:
- Uma vez, numa cidade de província, um padeiro foi ao tribunal e queixou-se do vendedor de queijos, que, segundo ele, o roubava, pois vendia 800 gr. de queijo como se fosse 1quilo. O juíz no tribunal pegou num queijo de 1quilo e constatou, de facto, que ele só tinha aquele peso.
- Mandou então prender o queijeiro, sob a acusação de ter adulterado a balança. Ao ser notificado da acusação, o queijeiro confessou ao juíz que não tinha pesos em casa e, por isso, todos os dias comprava dois pães de meio quilo cada, colocava-os num prato da balança e o queijo noutro. Quando o fiel da balança se equilibrava, ele ficava, então, a saber que tinha um quilo de queijo.
- Para o comprovar, o juíz mandou comprar dois pães na padaria do acusador e constatou que dois de meio quilo não equivaliam a um quilo de queijo.
- O juíz concluiu, desse modo, que quem estava a cometer a fraude era quem acusava o vendedor de queijos, ou seja, o padeiro.
- Isto faz-me lembrar a política à portuguesa. Interpelo-me porque razão, a tempo e horas, o sr. ex-PR Jorge sampaio não pediu a demissão de Souto Moura; porque razão a justiça está uma lástima? Porque razão a nossa economia não se moderniza nem se desenvolve? Porque razão... é que os portugueses elegem estes políticos de palmo e meio...
- Porque razão???
  • PS: Confesso que já tenho saudades de ler José António Saraiva. E para o autor desta história, o A. Rangel e ao ex-director do expresso - seguem estas palavras de singelo mas genuino reconhecimento.

Verão-quente

O Verão está aí, e as consequências políticas no sector poderão não deixar de se fazer sentir. As forças militares, militarizadas e os bombeiros sob tutela de BIG MAC (António Costa irmão do sr. Ricardo Costa) podem já ser as primeiras a manifestar as suas pretensões sociais, ou de classe como dizem os marxistas. Por isso, não será de admirar que um destes dias, e sob o país em chamas (porque agora começam os incêndios) que um batalhão se plante ali no Terreiro do Paço manifestando os genitais, e através deles defender aquilo que é seu. Veremos, pois, se a moda pega noutras corporações: enfermeiras, poetisas, investigadoras, hospedeiras, parteiras, cabeleireiras e conexos. Temo bem que, por este andar, o Verão de 2006 serão mais um Verão quente.

Contabilidades criativas: a grande mentira

Contabilidades criativas: a grande mentira (este artigo foi extraído deste nosso livro, págs. 57-60) - Jean-Marie Messier, ex-presidente da Vivendi Universal, foi multado num milhão de euros pela AMF, a entidade reguladora do mercado de capitais francesa. Na base desta decisão está a divulgação deliberada, por parte de Messier e em nome da Vivendi Universal, de informações incorrectas e excessivamente optimistas sobre a contabilidade e a dívida do grupo, nos exercícios entre 2000 e 2002.
- Acresce que Messier está ainda a ser investigado pelos tribunais franceses por suspeita de manipulação da cotação dos títulos da Vivendi em Bolsa, devido à prestação de falsas informações ao mercado. Ora foi sob a gestão de Messier que a Vivendi (ex-Compagnie Générale des Eaux) fez aquisições no valor de 60 milhões de euros para converter-se num grande grupo de media, operações essas que fizeram subir os prejuízos e endividamento da empresa para valores astronómicos (ocultados).
- A invocação deste caso em que uma empresa engana (deliberadamente) o mercado através de práticas fraudulentas pode já estar a generalizar-se aos próprios Estados quando difundem as suas próprias estatísticas e as suas contas públicas, transportando para o primeiro plano do paradoxo o facto de serem as sociedades da informação que geram a indeterminação fundamental nos mercados financeiros e, por extensão, instabilizam os sistemas eleitorais que, em Portugal, desde 2002, não tem permitido aos agentes políticos terminarem os seus mandatos.
- Para as sociedades modernas que assentam na informação e para o funcionamento dos seus dispositivos e legitimação dos seus centros de poder, esta é, talvez, uma das maiores crises, visto que impossibilita uma resposta eficaz à crise dos pólos de modernização e à crise por força dos atentados terroristas do 11 de Setembro de 2001. Mas o traço mais marcante desta prática decorre do facto de a crise dos mercados financeiros (americanos - onde se detectou práticas fraudulentas de contabilidades criativas com maior relevância) se estenderem à Europa e à Ásia, mostrando como hoje não há lugares isoláveis, ou seja, lugares seguros que ofereçam tranquilidade para o conjunto das relações económicas que se globalizam.
- Aliás, no caso dos mercados financeiros essa hipótese de isolamento em gavetas estanques é ainda mais remota do que nos mercados de sectores da produção ou de import & export. A questão que se coloca é saber se este é um problema tipicamente americano, e se tal decorre imediatamente da ausência de regulação dos mercados financeiros, cujas peculiaridades - não raro - andam associadas à cumplicidade dos agentes políticos com os gestores de topo que na prática dirigem as grandes empresas onde tais ocultações criativas são cometidas pervertendo as boas regras dos mercados através de práticas fraudulentas em larga escala.
- Hoje é pacífico aceitar que a crise do mercado financeiro nipónico, na década de 80 e arrastando-se para a seguinte, teve a sua origem numa bolha especulativa resultante duma excessiva valorização do mercado imobiliário e de investimentos contraídos em empresas industriais, os quais distorceram as garantias bancárias dos empréstimos concedidos aos agentes empresariais, levando-os, por seu turno, a assumirem maiores riscos que não encontrava, do lado da procura, adequada relação. E não havendo compradores para esses bens gerou-se uma incapacidade de liquidar créditos provocando, assim, um bloqueamento múltiplo: do sistema bancário, do sistema empresarial que vivia de impulsos especulativos, e dos défices orçamentais por parte dos Estados. Foi o encadeamento deste conjunto de factores negativos que levou a banca à “cegueira”, e essa falta de liquidez traduziu-se numa incapacidade de consumo. E assim se perdeu a harmonia e o ritmo do crescimento económico no Japão.
- Por outro lado, a globalidade dos processos de fusões e de aquisições e o lançamento de novas empresas no sector das novas tecnologias, foram financiados ou por emissões de acções ou por cruzamento de acções. Na prática, a expansão das empresas a operar no seio das condições da globalização competitiva (já) não se baseava apenas nos ganhos de competitividade, mas fundava-se nas valorizações das posições de capital obtidas nos mercados financeiros. Eram nessas grandes empresas que a eficiência e a expansão eram maiores, com a inevitabilidade da euforia especulativa. Só que após o ciclo de expansão, sobrevem o ciclo da explosão, só que este é evitado (ou atenuado) por recurso às tais práticas de contabilidade criativa de manipulação de resultados financeiros viciados entre agentes empresariais (e políticos) cujo objectivo era o aumento do poder efectivo da empresa medido pelos resultados criativos e pelas quotas de mercado.
- Hoje, as crises já não são nacionais ou regionais, antes tendem a ser globais porque as más notícias correm depressa pelas praças financeiras. O caso Vivendi, como vimos, mostrou como o processo de formação de poder na esfera empresarial acabou por distorcer as avaliações em sede de competitividade no seio de um sector específico, o dos media, apesar de se tratar de uma empresa tradicionalmente ligada à distribuição de água e à construção civil. Haverá algum paralelo com o mercado português do futebol vs construção civil?
- Esta tendência para resolver as crises por ocultação dos indicadores económicos reais só subverte o mercado. E mais tarde ou mais cedo o fio da ilusão parte-se e a tendência de ocultação das contabilidades criativas pode revelar um dado ainda mais grave: a cumplicidade dos partidos políticos e dos agentes políticos em geral desses mecanismos fraudulentos que se alimentam da ausência de entidades reguladores. É da leitura integrada destes expedientes que identificamos um conjunto de constrangimentos: desequilíbrio entre a produção e o consumo, falta de transparência e de informação económica e financeira aos mercados, práticas empresariais fraudulentas, incapacidade de agir em contexto de risco e incerteza, cumplicidade política.
- Tudo isto conduz a uma sociedade sem visão de futuro, porque os pólos de conflitualidade tendem a multiplicar-se com desequilíbrios entre a gestão da decisão política e a democracia de massas. E uma sociedade que permite estas contabilidades criativas não responde à frustração das expectativas sociais bloqueando por indeterminação a realização das reformas.
- Em suma, a crise é múltipla: é de produção e de competitividade, é de endividamento, é estratégica e, por fim, é de representatividade - contrastando a possibilidade (política) com a necessidade (social) corroendo a legitimidade do poder político. Uma grande crise económica conduz sempre à crise social e política. É entre a sociedade da conflitualidade (que nasce da necessidade) e o exercício da regulação do Príncipe que identificamos a finalidade da Política. Tal serve para conter a conflitualidade de modo a que possa manifestar-se; e se ela se manifesta a política continuará a ser necessária.
  • Macro-despacho: divulgue-se junto dos políticos de palmo e meio cá do burgo e, já agora, compulse-se também com o que vão escrevendo os jornalistas mercenários deste Portugal-adiado que os acompanham em telefonemas privados, íntimos e públicos num registo misto daquilo que presumem ser "bom jornalismo". Se isto é verdade - então - eu sou a Lídia Barloff. Onde é que fica o exílio...

Jornalismo credível - por Francisco S. Cabral -

O lucro fácil e a natureza humana
Francisco Sarsfield Cabral Jornalista Desde que rebentou o escândalo do negócio dos selos sucedem-se as prosas moralistas sobre a irresponsabilidade de quem ali investiu. Comentários um tanto enjoativos, porque é fácil falar depois de ter estalado a bronca - poucos alertaram antes de ela acontecer. E também porque sempre existiram, e continuarão a existir, negócios especulativos, mais ou menos lícitos, que atraem analfabetos e pessoas cultas na ilusão do lucro fácil. São conhecidas as febres na Bolsa, com as acções a valorizarem-se porque muitos julgam que elas irão subir ainda mais (lucro garantido), portanto compram, puxando para cima as cotações - até que um dia a bolha rebenta, pondo o mecanismo a funcionar ao contrário, com toda a gente angustiada a vender quanto antes. Aconteceu no crash de 1929, a que se seguiu a maior depressão económica da história, só terminada com a Segunda Guerra Mundial. Mais recentemente, e em menor escala, deu-se a queda brutal em Wall Street em Outubro de 1987 e o rebentar em 2000 da bolha especulativa envolvendo empresas de novas tecnologias. Por cá, foi sentido o crash de 1987, mas já no tempo de Marcello Caetano se registara entre nós uma euforia bolsista que acabou mal, como é da regra. A especulação não é um exclusivo da Bolsa. No princípio do século XVII as tulipas que então a Holanda importava da Turquia contraíram um vírus benigno, que lhes alterava as cores. Essas tulipas valorizaram-se então extraordinariamente. Os holandeses desataram a comprar bolbos na convicção de que a subida do preço das tulipas não iria parar. Mas quando alguém, mais prudente, começou a vender, a queda dos preços foi vertiginosa, arruinando muita gente. A especulação imobiliária é outra área onde periodicamente as euforias acabam em lágrimas. Viu-se na década de 20 na Florida, com o preço dos terrenos a quadruplicar em menos de um ano, seguindo-se o habitual pânico de vendas. A subida exagerada dos preços de casas e terrenos constitui hoje, aliás, uma ameaça à saúde de economias como a espanhola ou até a norte-americana. Naturalmente que a multiplicação das sociedades por acções deu ensejo a esquemas especulativos (alguns fraudulentos) que levaram a estrondosos desastres. Em 1720, a South Sea Company ofereceu converter títulos da dívida pública da Grã- -Bretanha, então muito elevada, em acções suas. Na mira de mirabolantes negócios de ouro e prata na América do Sul, que a companhia se propunha realizar em regime de monopólio, milhares de britânicos aderiram. Entre Fevereiro e Julho de 1720 o preço das acções daquela sociedade subiu sete vezes. Mas os espanhóis controlavam as minas de ouro e prata do Peru e do México e o esquema falhou, levando ao colapso das acções da companhia e à prisão do ministro inglês das Finanças. Um dos lesados foi o sábio Isaac Newton, que melancolicamente terá dito: "Sou capaz de calcular o movimento dos corpos celestiais, mas não a loucura das pessoas." Por essa altura, circulou em Londres um panfleto vendendo acções de uma sociedade que iria concretizar um negócio dito fantástico, mas não especificado. O autor conseguiu em cinco horas recolher duas mil libras (uma fortuna, na altura) e depois desapareceu para sempre. No Norte de Portugal, há cerca de um século, houve quem comprasse acções de uma sociedade fictícia que iria construir uma linha de caminho de ferro de Amarante à Lixa. A credulidade das pessoas não tem limites. Em 17 de Janeiro passado, a CMVM e o Banco de Portugal alertaram para os perigos do investimento em bens tangíveis, incluindo selos. Pois logo surgiram no site do Diário Económico reacções indignadas de leitores contra a ingerência do Estado. Mas, neste caso, a credulidade até tem alguma desculpa. Houve desatenção das autoridades de regulação, sobretudo das espanholas. Jornais respeitáveis tinham elogiado o negócio dos selos. O português presumível líder da operação gozava de alta reputação em Espanha e foi condecorado pelo Presidente da República de Portugal. Consultada por um investidor, a própria Deco há menos de um ano classificou a Afinsa de "credível". Claro que quando se promete um rápido e seguro enriquecimento se deveria logo desconfiar: tal conjugação não é possível. Mas a natureza humana é o que é. Como dizia o economista Kindleberger, "nada há de mais perturbante para o nosso bem-estar e para a nossa capacidade de julgamento do que vermos um amigo enriquecer".
  • Macro-despacho: só o Francico é que se lembraria de evocar aqui o caso das tulipas que a Holanda importava da Túrquia. Esta é de antologia, sobretudo por mais ninguém se lembrar ou saber discorrer sobre isto que, afinal, tão ligado está ao esquema de funcionamento dos actuais mercados financeiros e às fraudes que, regra geral, acompanham as chamadas contabilidades criativas dessas mega-operações empresariais de que e Enron, nos EUA, foi apenas um exemplo. Este é mais um exemplo de jornalismo credível e de grande qualidade intelectual que contrasta com o mercenarismo que colonizou este sector em Portugal. Já agora, informe-se desta peça o sr. Sampaio, que parece que foi ex-PR portuguesa durante 10 anos (eu disse 10 anos!!!) e cujas medalhas atribuídas no fim do seu mandato, como quem distribui rifas em festas de província ou dá chocolates aos pobres em dia de Natal neste miserável Portugal, contribui para esse desleixo institucional cujos resultados - no caso Afinsa - estão agora à vista. Só é pena é que o sr. sampaio não tenha lá investido todas as suas poupanças... Quiça assim já teria intercedido junto do rei de Espanha para... Quem sabe!!??? Portugal está podre neste reininho da Dinamarca... E se alguns jornalistas são maus e perversos - porque prosseguem ocultamente objectivos privados antes do bem público (que raramente atendem) - outros políticos também não lhes ficam nada atrás. Eu disse 10 anos, uma década!!! Como foi possível??

Jornalismo capcioso

"Me, myself and I’"- por ricardo costa da sic
  • Nota prévia:

É mais uma "pérola" do jornalismo segmentário e de classe A que envergonha o bom jornalismo em Portugal. Pela mão de quem??? Do senhor ricardo costa, claro está, o ainda director da sic. Devia ser definitivamente arquivado mesmo antes de ser pensado, quanto mais escrito e publicado. E ainda por cima lhe pagam para o escrever. Isto é surreal. Isto nem no jornal do Fundão onde, de resto, poderia aprender algumas das leis de seriedade, rigor, imparcialidade, objectividade e transparência com que o jornalismo deve ser feito. Mesmo que não fosse razoável, poderia esforçar-se e, assim, não dava a imagem de "vendido" que deu. Imagem? O livro foi bem editado, a meio caminho entre os quatrocentos anos do Quixote e o centenário da morte de Freud. É uma homenagem perfeita a dois marcos da nossa história e da nossa cultura. Espero que o Prós e Contras de segunda-feira tenha servido, pelo menos, para que as pessoas tenham percebido a que tipo de cruzada é que estamos a assistir. O discurso de Manuel Maria Carrilho está, neste momento, ao nível de algumas pessoas que são entrevistadas na Rua Augusta para o ‘vox-pop’ televisivo ou radiofónico: uma ou duas ideias gerais, suspeitas de corrupção e incompetência gerais, tudo controlado por um ”polvo” de mãos (ou tentáculos) invisíveis.

  • Macro-despacho (analítico): Se o Carrilho fosse administrador do BES, accionista do grupo Impresa, ou um contribuinte líquido do grupo Afinsa ou Filatélico - ou outro -, veríamos o sr. costa todo borrado e a mudar de cor, entrando mudo e saindo calado nos estúdios da RTP. Um director de informação que aceita calar-se nos casos "mensalão do Brasil", "sobreiros do Ribatejo" ao tempo do governo Santana e Nobre Guedes, só porque o Ricardo Salgado Espírito Santo do BES lhe cortou os investimentos em publicidade não é jornalista, é outra coisa que não cabe na categorização ou temporalidade que medeia a publicação de Q. Quixote e os trabalhos de S. Freud (cuja citação até ofende o maior romancista e o maior psicanalista, o que revela outro acto falhado do sr. costa). Sem vertebras não se pode ter espinha dorsal, e sem uma coisa nem outra porque não fazer como o sr. M. de Pinho, arranjar emprego no BES!!?? E, de caminho, aproveitar para agendar umas consultas no divã do psicanalista com o nosso amigo Freud. Talvez p$ecise. Há ali muitos lapsos, recalcamentos e actos falhados, desde logo o ser jornalista e agir sempre como político frustrado... Infelizmente, a política em Portugal é uma espécie de cemitério surreal: está cheia de cadáveres adiados que, por isso mesmo, são ambulantes... Mas no caso do sr. Costa nem sequer era preciso citar Freud - de que também só deve ter lido a lombada de alguns livros, basta vê-lo a cobrir aquilo a que ele designa de informação para se perceber os mecanismos que estruturam o funcionamento do seu "inconsciente". Se fosse analisado por Freud, muito provavelmente, diria que se estava diante de um indivíduo em relação ao qual coexistiam dois tipos de comportamento, ou melhor três: o político frustrado, daí ter recorrido ao escape do jornalismo; e um 3º elemento - ser financeiro - accionista de grupos empresariais no domínio dos media. Desta personalidade double - estar-se-ía já perante uma psicastenia, i.é, um afectação mental fundada em choques recebidos da vida política que afectaram, sobremaneira, o respectivo ego e, assim, impedir a integração das funções conscientes numa personalidade única. Mas o mais curioso é que isto, em boa medida, também é válido para Carrilho, o que nos leva a supor que são duas faces da mesma moeda, e até que escreveram o artigo a meias...