sábado

Jornalismo capcioso

"Me, myself and I’"- por ricardo costa da sic
  • Nota prévia:

É mais uma "pérola" do jornalismo segmentário e de classe A que envergonha o bom jornalismo em Portugal. Pela mão de quem??? Do senhor ricardo costa, claro está, o ainda director da sic. Devia ser definitivamente arquivado mesmo antes de ser pensado, quanto mais escrito e publicado. E ainda por cima lhe pagam para o escrever. Isto é surreal. Isto nem no jornal do Fundão onde, de resto, poderia aprender algumas das leis de seriedade, rigor, imparcialidade, objectividade e transparência com que o jornalismo deve ser feito. Mesmo que não fosse razoável, poderia esforçar-se e, assim, não dava a imagem de "vendido" que deu. Imagem? O livro foi bem editado, a meio caminho entre os quatrocentos anos do Quixote e o centenário da morte de Freud. É uma homenagem perfeita a dois marcos da nossa história e da nossa cultura. Espero que o Prós e Contras de segunda-feira tenha servido, pelo menos, para que as pessoas tenham percebido a que tipo de cruzada é que estamos a assistir. O discurso de Manuel Maria Carrilho está, neste momento, ao nível de algumas pessoas que são entrevistadas na Rua Augusta para o ‘vox-pop’ televisivo ou radiofónico: uma ou duas ideias gerais, suspeitas de corrupção e incompetência gerais, tudo controlado por um ”polvo” de mãos (ou tentáculos) invisíveis.

  • Macro-despacho (analítico): Se o Carrilho fosse administrador do BES, accionista do grupo Impresa, ou um contribuinte líquido do grupo Afinsa ou Filatélico - ou outro -, veríamos o sr. costa todo borrado e a mudar de cor, entrando mudo e saindo calado nos estúdios da RTP. Um director de informação que aceita calar-se nos casos "mensalão do Brasil", "sobreiros do Ribatejo" ao tempo do governo Santana e Nobre Guedes, só porque o Ricardo Salgado Espírito Santo do BES lhe cortou os investimentos em publicidade não é jornalista, é outra coisa que não cabe na categorização ou temporalidade que medeia a publicação de Q. Quixote e os trabalhos de S. Freud (cuja citação até ofende o maior romancista e o maior psicanalista, o que revela outro acto falhado do sr. costa). Sem vertebras não se pode ter espinha dorsal, e sem uma coisa nem outra porque não fazer como o sr. M. de Pinho, arranjar emprego no BES!!?? E, de caminho, aproveitar para agendar umas consultas no divã do psicanalista com o nosso amigo Freud. Talvez p$ecise. Há ali muitos lapsos, recalcamentos e actos falhados, desde logo o ser jornalista e agir sempre como político frustrado... Infelizmente, a política em Portugal é uma espécie de cemitério surreal: está cheia de cadáveres adiados que, por isso mesmo, são ambulantes... Mas no caso do sr. Costa nem sequer era preciso citar Freud - de que também só deve ter lido a lombada de alguns livros, basta vê-lo a cobrir aquilo a que ele designa de informação para se perceber os mecanismos que estruturam o funcionamento do seu "inconsciente". Se fosse analisado por Freud, muito provavelmente, diria que se estava diante de um indivíduo em relação ao qual coexistiam dois tipos de comportamento, ou melhor três: o político frustrado, daí ter recorrido ao escape do jornalismo; e um 3º elemento - ser financeiro - accionista de grupos empresariais no domínio dos media. Desta personalidade double - estar-se-ía já perante uma psicastenia, i.é, um afectação mental fundada em choques recebidos da vida política que afectaram, sobremaneira, o respectivo ego e, assim, impedir a integração das funções conscientes numa personalidade única. Mas o mais curioso é que isto, em boa medida, também é válido para Carrilho, o que nos leva a supor que são duas faces da mesma moeda, e até que escreveram o artigo a meias...