segunda-feira

O historiador Pedro Lains reclama que cavaco silva mostre o seu boletim de saúde

Entrevista Pedro Lains

"Portugal vai pedir a reestruturação da dívida em 2013"


"Portugal vai-se apresentar, algures em 2013, em Bruxelas a pedir uma reestruturação da dívida.", acredita.
 
Explica que uma das razões para o Governo seguir este caminho de contração reside na pressão da banca portuguesa: "O sistema financeiro foi o único setor da economia que cresceu em 2012."
Segundo Pedro Lains, as soluções para Portugal e a Grécia estão a ser iguais: "Vemos na Grécia muitas manifestações e instabilidade política e em Portugal não. É que o problema na Grécia começou mais cedo e os problemas surgiram antes. Portugal está no mesmo caminho.
Quanto ao memorando assinado com a troika, o investigador afirma que "já deveria ter desaparecido e se o Governo quisesse já o podia ter deitado fora com o acordo das instituições internacionais. O memorando teve a evolução que o Governo quis e se o Governo tivesse mostrado uma certa rebeldia, a Alemanha não teria um caso para poder reportar como o de as suas opções serem as mais indicadas."
Para Pedro Lains, há uma falha no sistema democrático português: "Falta o escrutínio da saúde dos dirigentes." Segundo o investigador, que foi alertado para o tema devido a uma pesquisa no Google sobre Cavaco Silva, não há uma preocupação como "nas democracias avançadas de publicar boletins sobre a saúde" dos políticos (..)
 

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domingo

Bolívia nacionaliza empresas de electricidade da Iberdrola


Bolívia nacionaliza empresas de electricidade da Iberdrola


Decreto assinado pelo presidente Evo Morales implicou a ocupação da Electropaz e da Elfeo por militares
Morales recorreu às forças militares para ocupar as empresas Gaston Brito/Reuters
 
O presidente boliviano, Evo Morales, decretou no sábado a nacionalização de duas empresas de distribuição de electricidade da espanhola Iberdrola, devido, segundo alegou, à diferença de preços cobrados entre a zona urbana e a rural.
Mais de 700 polícias e militares guardam as instalações das empresas de distribuição de eletricidade Electropaz e Elfeo, expropriadas pelo Governo à Iberdrola, indicou um ministro da Bolívia. O executivo de Evo Morales destacou um total de 740 efectivos para guardar as sedes e instalações destas filiais nas regiões de La Paz e Oruro, indicou na noite de sábado (madrugada de domingo em Lisboa) o ministro do Governo, Carlos Romero, aos jornalistas.
A polícia irá vigiar as dependências da Electropaz e Elfeo nas áreas urbanas, enquanto o exército fará o mesmo nas áreas rurais. Para vigiar as instalações em La Paz foram destacados 540 agentes e para Oruro outros 200.
Nas fachadas das sedes das empresas foram colocados cartazes com as cores da bandeira boliviana nos quais se pode ler a palavra “nacionalizada”.
As nacionalizações, anunciadas através de um decreto assinado por Evo Morales, afectam a Electropaz, sediada em La Paz, e a Elfeo, em Oruro. Além das duas distribuidoras de electricidade, a medida engloba também uma empresa de serviços e uma outra ligada aos investimentos da empresa espanhola, que fica assim sem qualquer presença no país.

De acordo com jornal espanhol El País, Morales considera que a nacionalização, que implicou a ocupação das instalações das empresas por parte de forças militares, vai “garantir o direito humanitário à electricidade” por parte das populações rurais. "Somos obrigados a tomar este passo para que as tarifas de electricidade sejam uniformizadas”, referiu Morales numa cerimónia que decorreu no palácio presidencial, citado pela AFP. Conforme descreve o El País, as zonas rurais pagam o equivalente a mais 0,10 euros por cada Kilowatt hora (kWh), além do serviço ser mais irregular.
 
O governo de Morales diz agora que irá indemnizar a Iberdrola, no prazo de 180 dias, após uma avaliação independente. No entanto, como relata o El País, ainda não houve qualquer compensação económica desde que a Colômbia chamou a si, em Maio, as acções que a Red Eléctrica Española detinha na Transportadora de Electricidad (TDE). Neste momento, todo o sistema de serviços de electricidade, desde a produção à distribuição final, é controlado pela boliviana Empresa Nacional de Electricidad (ENDE).
 
Desde que chegou ao poder em 2006, Morales já nacionalizou várias empresas, em vários sectores, desde o petróleo às telecomunicações, passando pela indústria mineira e energia.
 
 
Obs: Na Bolívia é assim, utilizam-se os métodos comunistas da nacionalização e expropriação típicos do Portugal pós-salazar, substituindo os métodos duma ditadura de direita pelos de esquerda, igualmente lamentáveis. Uns e outros condenáveis. É lamentável que a Iberdrola, também a operar em Portugal, só compreenda a linguagem da força para não continuar a explorar as populações usando e abusando de preços inflacionados no fornecimento de energia, empobrecendo pessoas que já vivem no limiar da pobreza..

 - A EDP bem podia por os olhos nestes casos-limite e extrair algumas conclusões, ainda que o Gov em funções em vez de defender os legítimos interesses dos consumidores proteja, antes, os interesses das operadoras de energia que têm dividendos fora do comum, tamanha é a cumplicidade criminosa entre Estado e empresas nesse conluio violador das sãs regras de concorrência que seria suposto existir.
 
 

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Nações Unidas: Portugal deve renegociar já parte da dívida

Adenda: Afinal, o homem é um burlão porque, formalmente, não representa quem disse representar (PNUD/ONU); embora, na substância, as considerações que fez no plano técno-económico e de análise macro-política no quadro das RI - parecem fundadas nos factos e na boa teoria política e económica. Ele, no fundo, não debitou conhecimentos ilusórios nem falseados, articulou, sim, um conjunto de teorias, preocupações, valorações que valem por si..., ainda que, formalmente, tenha usurpado o nome de instituições e agências para o desenvolvimento. Mas ainda ninguém explicou por que razão ele o fez...Talvez isso não seja relevante para aos media!!! Ele representa mais o sintoma do que a causa...
- Quero crer que se, porventura, Artur Silva representasse o Secretário-Geral da ONU nas mesmíssimas considerações - técnicas e mais políticas que teceu aos media - seria considerado o novo mensageiro de deus na terra, o feitor emergente da paz e estabilidade internacionais.
- No fundo, o que é que este mensageiro do invsisível fez: traduziu em calão boa parte das teorizações socio-económicas feitas por J. Stiglitz na dobra do milénio e que estão plasmadas em obras conhecidas. E por serem tão conhecidas dispenso-me de as apresentar, o que revela algum estudo da parte do visado; e nem sempre podemos dizer o mesmo do lado do escol dirigente dos Estados, mormente em Portugal. Daí que qualificar o visado de simples burlão, especialmente quando o universo das instituições internacionais conta com agentes políticos de origem portuguesa que foram autenticos desertores, não deixa de ser curioso!!!
 
 
Uma equipa de sete economistas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento passou o último ano a analisar as economias dos países do Sul da Europa e, no caso português, recomendam que o Governo inicie, de imediato, negociações para rever o memorando de entendimento com a "troika", e renegociar uma fatia de 41% da dívida do país.
Este relatório é o primeiro passo do Observatório Económico e Social das Nações Unidas para a Europa do Sul, uma estrutura que vai ficar instalada em Lisboa durante os próximos dois anos, para avaliar os efeitos da crise em Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Malta.
Em entrevista à TSF, o coordenador deste Observatório, o economista Artur Baptista da Silva, revela as preocupações das Nações Unidas com o avanço da pobreza neste ponto do globo, e avança com uma saída para a crise.
Artur Baptista da Silva afirma que há uma fatia de 41% da dívida soberana portuguesa que foi contraída apenas para que o país, desde 1986, pudesse beneficiar dos fundos estruturais da União Europeia.
Portugal está a pagar juros altos por esse crédito e as Nações Unidas defendem que o Governo deve exigir novas condições.

Esta é a principal sugestão de um relatório que já foi entregue a todos os órgãos de soberania e aos parceiros sociais.

Artur Baptista da Silva considera ainda que, perante os efeitos do programa de ajustamento, Portugal tem todo o direito a exigir uma renegociação do memorando de entendimento.

Nas contas destes economistas das Nações Unidas, os juros que Portugal vai pagar pelos 78 mil milhões de euros do resgate são incomportáveis. Artur Baptista da Silva fala mesmo em «agiotagem».

O PNUD passou o último ano a avaliar os efeitos do programa de ajustamento na sociedade portuguesa.

Na entrevista à TSF, Artur Baptista da Silva afirma também que os resultados das medidas impostas a Portugal são assustadores.

Obs: Há cerca de uma década Joseph Stiglitz afirmou que as políticas neoliberais do FMI e do BM eram criminosas para os países objecto de apoio; hoje a história repete-te, e com juros mais elevados; assim Portugal, talvez o país mais pobre e subdesenvolvido desta Europa que se desagrega sob o interesse germânico, seja um desses países - recomendado por barroso e passos coelho -que quer, paradaoxalmente, pagar um elevado serviço da dívida exaurindo o já escasso PIB.

 

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quarta-feira

Fragilidades e contradições do nosso Estado pluralista


É intelectualmente desonesto compararmos o Estado pluralista ao Estado totalitário, até pela natureza das coisas, pois as virtudes daquele parecem incontestáveis. Contudo, é fácil vermos a sua fraqueza que é consequência das contradições que ele encerra.
 
Vejamos algumas dessas virtudes e, ao mesmo tempo, notemos também algumas das suas contradições: o Estado pluralista busca a paz social, a democracia e a concórdia mas, simultaneamente, vive em luta e competição permanentes, ora aberta, ora de forma encapotada entre facções e elites que se digladiam na luta pelo poder.
 
É o mesmo Estado pluralista que precisa do apoio da sociedade, mas quer sempre reforçar o seu Poder contra a sociedade, seja por via de impostos de forma draconiana, seja por via burocrática, normativa, nunca reconhecendo à sociedade o grau de autoridade que ele acha ser o único e legítimo detentor.
 
Nesta óptica, o Estado procura sempre garantir ao máximo que a sua vontade corresponda à vontade dos governados, logo a realizar o governo do povo e para o povo, ainda que este se ache incapaz de governar-se, paralisado que está pela carga fiscal, pela intervenção estrangeira (leia-se, troika), pela abundância de contradições e subsidiodependências do Estado, pai de todos nós.
 
Paradoxalmete, o Estado pluralista quer-se respeitador e valorizador da pessoa humana mas, ao mesmo tempo, actua em ordem a embrutrecer e a tornar dependente o povo do seu arbítrio fiscal, normativo, burocrático, etc.
 
Por outro lado, o Estado pluralista é altamente esbanjador, já que a obsessão pela conquista do Poder faz com que os governantes passem mais tempo a defender-se da oposição do que o que consagram à verdadeira solução dos reais problemas do país. Sendo legítima esta luta, em que as oposições procuram depor o poder estabelecido, o Estado pluralista parece, pois, poder definir-se como uma espécie nova feudalidade, dado que haverá sempre homens que mandam e homens que procuram protecção naqueles, os garantes do Poder estatal. O problema é que o Estado deixou de cumprir o seu papel de garante do futuro, dado que não consegue desenhar um futuro que seja aceite e participado pelas populações, e, se assim é, ele perdeu a sua missão protectora, deixou de ser o garante da colectividade cuja função é instilar esperança nas populações.
 
Daí termos, hoje, entre nós, um Estado pluralista, mas que está esvaziado da sua missão protectora, incapaz de oferecer segurança e um projecto colectivo de modernidade e desenvolvimento do bem comum com o qual a colectividade se possa identificar. O que temos notado em Portugal, é que frente aos fracos a violência dos grupos e das corporações mais fortes se organizam para defender os seus privilégios junto do Estado, que, por regra, cede; pelo que toda a sociedade restante, i.é, classe média e média-baixa já não é mais do que uma justaposição de forças entricheiradas donde partem as greves em que pretendem condicionar o Poder e, no limite, assaltar a cidadela estatal a ponto de a destituir.
 
Todavia, a notada rebeldia da sociedade civil em Portugal, muita dela organizada e dinamizada a partir das redes sociais, parece ter pouca influência no curso dos acontecimentos, até porque, como referimos, quem governa actualmente Portugal é a troika, e não o XIX Governo Constitucional em exercício. E será também por essa ordem de limitações que se torna mais problemático haver eleições antecipadas, ainda que reine a descrença colectiva em Portugal relativamente à generalidade das políticas públicas e aos seus agentes.  
 
De tudo resulta que o alegado espírito de liberdade, de independência e autonomia da sociedade face ao Estado não existe verdadeiramente, existindo antes um espírito de clientela que se sente segura para exigir cada vez mais do Estado, fragmentando ainda mais a colectividade que se sente progressivamente impotente para fazer valer as suas convicções e direitos junto do Poder. Seja na esfera da Saúde, da Educação, do Trabalho, em qualquer área de actividade. Isto porque o tal espírito de clientela, protagonizado pelas corporações, desde a banca a sectores socioprofissionais poderosos, como o patronato, continuam a gozar de um ascendente junto do Estado que acaba por os beneficiar, com regimes de excepção, com regimes de favor...
 
Em suma: o Estado pluralista culmina no paradoxo de ser o regime que, oferecendo todas as exigências sociais a possibilidade de serem ouvidas é igualmente aquele onde as exigências das populações têm menos probabilidade de serem ouvidas e, muito menos, atendidas segundo o estado de necessidade em que se encontram. Por vezes em estado de emergência. Eis o que notamos hoje em Portugal: as reivindicações de todos a entrechocarem-se e a neutralizarem-se umas às outras, e é nesse jogo de fragmentações que o Estado, por um lado, e as corporações, por outro, conseguem tirar partido do espartilho dos interesses das massas divididas.
 
O Estado e as corporações podem ganhar, mas o Portugal profundo, na sua esmagadora maioria, perde. E isso também não é bom para o Estado nem para as corporações que com ele alinham na defesa dos seus muito particulares interesses.
 
 

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segunda-feira

Vanité - por Renard de Saint André - Museu das Belas-Artes




                                               Renard Saint André (17ème s.) - Vanité. Marselha, Museu das Belas-Artes, Palácio Longchamp


   Todas as nossas reflexões sobre o tempo incidem mais ou menos directamente sobre a nossa morte. Podemos agitar-nos ou distrair-nos, que sabemos constantemente que chegará o momento em que não haverá nem presente nem futuro.
     Não passará toda a nossa agitação de divertimento quimérico?
     A distância que separa a frivolidade da grandeza é certamente curta. Eis a grande lição de Renard que aqui evocamos.

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sexta-feira

Explicação eventual do sucesso de Fernando Pessoa


Creio que Fernando Pessoa foi o poeta que melhor conheceu e reinventou o pensar e sentir desta raça lusitana à beira mar plantado, que umas vezes tem destino, outras está à beira do precipício. Pessoa foi esse criador de mitos, o maior dos milagres que é possível fazer pela humanidade, como dizia. Dizia também: que não era nada... apenas uma ficção (A. de Campos).
 
E nós, todos nós, o que somos?!
 
A partir duma ficção sobre o real, Pessoa foi compondo e recompondo personagens, mitos, narrativas, ficções literárias destinadas a dar-nos uma ilusão da realidade. Pessoa tonou possível e visível todas essas ausências ontológicas do nosso Ser, daí ter-se desmultiplicado na conhecida assembleia de heterónimos que fizeram história, engrandecendo a própria história da literatura mundial, nessa excepcional invenção de "eus-outros" tão fictícios e tão reais como o "eu" que responde pelo próprio Fernando Pessoa.
 
Creio, pois, que é a essa imensa família que o poeta de Mensagem e da Ode Marítima que o universalizou. "Filhos" como Álvaro de Campos, Bernardo Soares, Ricardo Reis, Caeiro e outros - todos habitam, hoje, o anonimato de cada um de nós nesta nossa modernidade.
 
Consequentemente, o génio de Pessoa consistiu nesse trabalho de antecipação heteronímica, que multiplicou máscaras sobre o rosto do nosso nada. E ao fazer as coisas desta forma não ocultou nem limitou o nosso ser. Apenas nos ajudou a brilhar revelando aquilo que verdadeiramente somos, neste ser e não ser repleto de contradições registadas pelo passar do tempo.
 
Pessoa viveu esse jogo como a aposta da sua vida mas, ao mesmo tempo, desconfio que não se tenha dado conta que estava a definir as essências não apenas de um povo, mas da própria condição humana em toda a sua extensão.
 
A esta luz, Pessoa foi, de facto, um verdadeiro psicólogo da humanidade.
 

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Richard Zenith sobre o Prémio Pessoa 2012

 
Nota prévia: Um prémio justamente atribuído. Parabéns ao autor que é um investigador de excepcional mérito.

"Fiquei com a sensação de ter ganho a lotaria", in DN

por Lusa

Richard Zenith é o vencedor do Prémio Pessoa 2012
                     Richard Zenith é o vencedor do Prémio Pessoa 2012
 
"Sabia que era candidato, mas há muitos candidatos", disse o investigador que é considerado pela crítica o maior especialista na obra de Fernando Pessoa.
"Fiquei com a sensação de ter ganho uma lotaria", acrescentou o investigador norte-americano que vive em Portugal, admitindo ainda que o prémio reconhece os méritos do seu trabalho.
"Mas penso também em muitas outras pessoas mais inteligentes talvez, mais talentosas... bem, mas cada pessoa tem as suas virtudes, as suas qualidades", referiu.
"Para mim, nisso tudo há um merecimento, mas também uma dose de sorte", sublinhou Richard Zenith à Lusa.
Questionado sobre o que se encontra a fazer atualmente, o tradutor e investigador disse estar a "escrever lentamente" uma biografia sobre Fernando Pessoa, não tendo ainda ideia quando fica concluída.
Trabalho com muito gosto neste projecto, mas, para mim, é muito complicado escrever uma biografia sobre este sujeito porque não tem sangue, não tem paixão por fora, é tudo dentro da sua cabecinha", sublinhou o especialista no autor de "Mensagem".
Sobre Fernando Pessoa, Richard Zenith disse ainda que a "cabecinha" do poeta "é um universo" difícil de explicar ao público.
"Este prémio ajuda a viabilizar o meu trabalho sobre a biografia já que ninguém me está a pagar agora, não tenho uma mensalidade para esse trabalho da escrita da biografia portanto isso é bem-vindo, claro", concluiu.
Richard Zenith tornou-se "cidadão de Portugal por dedicação e louvor a uma obra, a de Fernando Pessoa, uma literatura, a nossa, e uma língua, a portuguesa", explicou Pinto Balsemão durante o anúncio do prémio, hoje no Palácio de Seteais.
Pinto Balsemão justificou a escolha, dizendo que Richard Zenith é um "estudioso e investigador da obra e figura de Fernando Pessoa, Richard Zenith tem posto o conhecimento acumulado ao longo de décadas ao serviço disciplinado e metódico de uma paixão".
 

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terça-feira

Cientistas conseguiram regenerar o coração depois de um enfarte


Cientistas conseguiram regenerar o coração depois de um enfarte link


Dois portugueses obrigaram células musculares cardíacas a multiplicarem-se, o que não acontece naturalmente. Dois meses após um enfarte, a função cardíaca dos roedores da experiência era quase normal. in Público
Corações de rato: o do meio e o da direita mostram células do músculo cardíaco (a vermelho) a multiplicarem-se; em baixo, pormenor das células cardíacas em cultura DR
A maioria dos órgãos adultos dos mamíferos não se regenera. À excepção de alguns casos, como o fígado, as células não são capazes de começar a dividir-se para salvar a função de um órgão, quando ele sofre danos. Por isso, a seguir a um enfarte de coração, a actividade circulatória não volta a ser a mesma. Mas um trabalho liderado por dois cientistas portugueses, em Itália, conseguiu que as células musculares de ratos e ratinhos se multiplicassem após um ataque cardíaco. Os roedores recuperaram a função do coração quase totalmente, segundo os resultados publicados na última edição da revista Nature.
 
Um ataque cardíaco dá-se quando há células no coração a morrer em massa. Esta mortandade acontece quando uma região do músculo deixa de receber oxigénio e nutrientes vindos do sangue. As pessoas que sobrevivem ao enfarte têm a função cardíaca comprometida. Uma porção do músculo fica morto, forma-se uma cicatriz e o coração deixa de bombear o sangue com a eficácia de antes. "Este é o problema: as células musculares do coração não são capazes de se dividir", diz Miguel Mano ao PÚBLICO. "É preciso arranjar uma alternativa."
 
O cientista português, de 35 anos, pertence a uma equipa do Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia de Trieste, no Norte de Itália. Durante os dois anos desta experiência, Miguel Mano esteve a trabalhar com Ana Eulálio, que é a primeira autora do artigo e tem uma larga experiência laboratorial em micro-ARN - uma classe de moléculas com uma função muito importante na regulação genética das células.
 
"Os micro-ARN regulam a expressão [actividade] de um número grande de proteínas ao mesmo tempo. São muito importantes no desenvolvimento embrionário", explica Miguel Mano.
 
Os genes são partes da molécula de ADN que está no núcleo das células. Contêm a informação necessária para a produção das proteínas do corpo. Na linha de montagem das proteínas, o primeiro passo é o gene ser copiado, ou transcrito, para uma molécula semelhante ao ADN chamada ARN. Este ARN-mensageiro sai do núcleo das células e é usado como molde para a produção da proteína.
 
A célula regula a actividade ou a inactividade destes genes logo na molécula de ADN. Mas os micro-ARN, descobertos quase há 20 anos, vieram acrescentar um grau novo a este controlo. Estas pequenas moléculas de ARN ligam-se ao ARN-mensageiro e impedem que ele sirva de molde para produzir a devida proteína. Só que uma molécula de micro-ARN pode ligar-se a diferentes ARN-mensageiros e com isso impedir a produção de várias proteínas.
 
Em Trieste, Miguel Mano tinha montado uma biblioteca de microARN humanos. Em conjunto com Ana Eulálio - hoje chefe de grupo na Universidade de Würzburg, na Alemanha -, o cientista testou perto de 900 micro-ARN humanos em células musculares cardíacas de ratos e ratinhos, para ver se algum provocaria a divisão das células, algo que não acontece naturalmente.
 
Os investigadores descobriram que 204 micro-ARN promoviam a multiplicação nas células de rato e, desses, 40 mantinham esse poder também nas células de ratinho - outra espécie usada como cobaia. Depois de uma série de experiências, a equipa conseguiu isolar os dois micro-ARN mais potentes. De seguida, injectaram-se estas duas moléculas separadamente no coração de ratos e de ratinhos, durante uma operação, pouco depois de lhes ter sido provocado um ataque cardíaco. Resultado: as células musculares começaram a multiplicar-se e, ao longo de dois meses, regeneraram boa parte do tecido que tinha sofrido o enfarte. O coração ficou sem cicatriz e a sua função foi restabelecida quase totalmente.
 
A equipa descobriu que cada um destes dois micro-ARN reduzia os níveis de actividade de cerca de 600 genes e aumentava a actividade de outros 800. "Com uma só molécula, alterámos o programa celular", sublinha Miguel Mano.
 
O próximo passo, em Trieste, será testar estes micro-ARN em cães e porcos, dois modelos com uma fisiologia mais parecida com a do homem. "É muito provável que estas moléculas funcionem em humanos." Mas, antes, é preciso perceber se a sua aplicação tem efeitos secundários.

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segunda-feira

Durão barroso e o Prémio Nóbel da Paz


O sr. Barroso teve uma grande dificuldade em explicar ao país quando abandonou o Gov legítimo de Portugal e o deixou entregue a Lopes, foi um semestre negro de que não reza a história. 

 - Hoje, Barroso deparar-se-á com a sua maior dificuldade de sempre: não se trata já de explicar a sua deserção para Bruxelas, mas sim justificar, perante a opinião pública internacional, a razão que levou o comité a atribuir o prémio Nóbel à UE a cuja Comissão o cherne preside.

 - Um verdadeiro absurdo que deixa os europeus de boca aberta...

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sábado

Desenterrar os Mortos - por Big Bill Neidjie, Gagadju Man



Caminhamos na terra,
estamos atentos,
como um arco-íris no céu.
Mas há qualquer coisa por baixo de nós,
debaixo da terra.
Não sabemos.
Não sabes.
O que queres fazer?
Se tocares, podes provocar um ciclone, muita chuva ou uma inundação.
Não apenas aqui,
podes matar alguém noutro sítio.
Podes matá-lo noutro país.
Não podes tocar-lhe.
 
Big Bill Neidjie, Gagadju Man, 2001.

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Protocolo de Quioto. Pequenos crimes ambientais são cometidos. O carbono agradece...




Protocolo de Quioto vai estar em vigor mais oito anos, RTP

O protocolo de Quioto vai estar em vigor mais oito anos até 2020. O acordo foi conseguido após uma longa ronda negocial durante a conferência da ONU sobre o clima realizada no Qatar. As negociações envolveram representantes de quase 200 países. O Canadá, o Japão,a Rússia, os Estados Unidos e a China não assinaram o documento que fixa os limites sobre o controlo de emissão de gases com efeito de estufa.

 
 
 

Obs: é sabido que as alterações climáticas representam uma ameaça para a civilização, e não apenas para um ou dois continentes (o que já seria suficientemente grave). Representa um problema global, e não apenas para um grupo de activistas ambientalistas ou para uma elite de decisores políticos internacionais, pelo q seria desejável que os governos dos Estados, especialmente os mais poluentes, como os que agora criminosamente se demitiram das suas responsabilidades, terão de assumir um papel de liderança vital. Ante este desígnio planetário, o que fazem meia dúzia de países com enormes responsabilidades nas alterações climáticas do planeta?! demite-se, pura e simplesmente. Ora, isto é inaceitável.








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sexta-feira

O paradoxo democrático e o efeito da desilusão



Portugal vive hoje uma crise múltipla, complexa e até absurda pela incapacidade de, ante a pressão da troika que nos asfixia financeiramente, gerar no seio do sistema democrático os procedimentos e os mecanismos adequados cuja finalidade é a produção regular de alternativas políticas, de modo a que as sociedades possam alterar a composição do poder político sem ter de recorrer a métodos violentos, típicos das ditaduras e dos regimes totalitários - que o longo e sofrido séc. XX testemunhou à saciedade.
 
A esta luz, a possibilidade de gerar alternativas políticas é um pouco como a liberdade de expressão, sempre preferível ao silêncio criminoso das ditaduras. Na democracia da Grécia antiga, sublinhe-se, Sócrates fora condenado à morte por "corromper os jovens". E na proto-democrática República Romana, havia censores para regular os bons costumes.
 
Contudo, por regra a alteração da composição do poder opera-se por efeito de desilusão ou da saturação com a composição do poder existente, i.é, se os resultados desta governação (XIX Governo Constitucional) fossem satisfatórios, não haveria razão para que fosse desejada a alteração dessa composição. Mas esse desejo, evidenciado à saciedade em todos os segmentos da sociedade portuguesa, aparece como natural se for considerado que a evolução das sociedades, a mudança gradual das suas condições estratégicas e de funcionamento, tenderá a desactualizar as anteriores linhas de orientação.
 
Na prática, é o sucessso passado que acaba por gerar as mudanças que provocam o seu fracasso gradual até que se instala a desilusão e a saturação.
 
Ora, esta passagem do pólo positivo ao pólo negativo pode dar-se apenas ao nível dos agentes políticos, quando estes perdem a sua função de protagonistas para ficarem confinados apenas ao papel de meros figurantes do sistema político, como hoje já acontece com cerca de 90% dos deputados que integram a Assembleia da República, sendo que a maior parte deles apenas ocupa um lugar e levante e baixa o seu braço quando a presidência do seu grupo parlamentar manda, tal o peso da chamada disciplina partidária.
 
Mas isto é grave, porquanto se pode dar a alteração da composição do poder, substituindo as personalidades, mantendo-se a linha de orientação programática, a dominação do sistema político por um outro partido, ou coligação deles, para chegar aos mesmos resultados práticos. No entanto, deve dizer-se que também esta substituição de personalidades ou de geração encontrará os seus limites, já que a evolução da sociedade poderá atingir um tal nível de desenvolvimento e de expectativas diferente dos níveis anteriores, que obrigue à reformulação de todo o sistema de orientação, com passagem para um novo paradigma, o qual trará nos seus fundamentos e pressupostos os valores de um novo quadro cultural - do qual derivam atitudes e comportamentos conducentes à estruturação de um sistema político NOVO.
 
Creio que os portugueses anseiam por esse dia.
 

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Seguro admite exigir eleições antecipadas

"Este é o tempo do Presidente da República decidir se envia ou não o Orçamento para o Tribunal Constitucional", disse Seguro
"Este é o tempo do Presidente da República decidir se envia ou não o Orçamento para o Tribunal Constitucional", disse Seguro, in Expresso 
José Coelho/Lusa


Seguro admite exigir eleições antecipadas

"Quando o PS entender que este Governo não tem condições para continuar, eu não subscrevo uma carta, apresento uma moção de censura e exijo eleições antecipadas", disse António José Seguro.


O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou hoje que apresentará uma moção de censura e exigirá a realização de eleições antecipadas quando entender que o atual Governo não reúne condições políticas para continuar em funções.
António José Seguro assumiu esta posição em entrevista à TVI, depois de confrontado com o teor de uma carta aberta subscrita em primeiro lugar pelo ex-Presidente da República Mário Soares, na qual se defendia a demissão do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, caso o atual Governo não mude de políticas.
"Quando o PS entender que este Governo não tem condições para continuar, eu não subscrevo uma carta, apresento uma moção de censura e exijo eleições antecipadas", respondeu António José Seguro.
Questionado sobre o motivo por que o PS ainda não pediu a demissão do Governo, Seguro referiu que Portugal se encontra sob assistência financeira externa, mas deixou uma advertência: "Quando, na minha avaliação e no meu critério, considerar que é benéfico para o país a realização de eleições para que os portugueses se pronunciem sobre a escolha de outro Governo, não hesitarei em fazê-lo".

"O PS não é o Bloco de Esquerda nem o PCP"


Seguro lembrou então que o PS já admitiu apresentar uma moção de censura caso o Governo insistisse em promover alterações à Taxa Social única (TSU).
"Há linhas vermelhas que não aceito que sejam ultrapassadas. Quando fizer essa avaliação e quando considerar que não há condições para que o Governo continue, não hesitarei. Mas não faço especulações, porque tenho uma responsabilidade muito grande", disse.
Neste contexto, António José Seguro acrescentou que o PS "não é o Bloco de Esquerda nem o PCP".
"Tenho uma responsabilidade diferente. Considero que uma crise política é negativa para o país. Devem ser dadas a todos os governos todas as condições e todas as oportunidades para governar, mas este Governo tem vindo a delapidar o consenso político e o consenso social, dando cabo de tudo isso", referiu.
Enquanto líder do PS, Seguro disse estar disponível para "esgotar todas as oportunidades que um Governo dispõe para esse efeito".

Partido "preparado" para assumir responsabilidades


"Mas, se verificar que a continuidade do Governo é mais prejudicial ao país do que a realização de eleições, não hesitarei um segundo: Apresentarei uma moção de censura e exigirei que os portugueses tenham a oportunidade de decidir através do voto uma nova política e um novo Governo", insistiu.
A seguir, Seguro ressalvou que não anda à procura de "nenhum pretexto", nem tem "pressa" em relação a uma mudança de Governo.
"Quando for primeiro-ministro escolherei o caminho que tenho vindo a defender junto dos portugueses, isto é, rigor e disciplina orçamental com crescimento económico", respondeu.
Interrogado se acredita que será primeiro-ministro, o secretário-geral do PS deu a seguinte resposta: "Claro que acredito, caso contrário não estava aqui".
Depois, questionado se admite chegar à liderança de um Governo antes de 2015, o secretário-geral do PS respondeu com um "não sei", adiantando ser sua convicção que o PS "está preparado" para assumir responsabilidades governativas.

"Não vou pressionar o Presidente da República"


O secretário-geral do PS defendeu ainda que este é o tempo do Presidente da República para decidir se envia ou não o Orçamento para o Tribunal Constitucional, mas acrescentou que a seguir virá o tempo dos deputados.
"Eu não vou pressionar o senhor Presidente da República. Este é o tempo do senhor Presidente da República. No seu alto critério [o chefe de Estado] decidirá se envia ou não o Orçamento para o Tribunal Constitucional", disse.
No entanto, António José Seguro deixou uma advertência sobre o que se poderá passar caso não seja requerida a fiscalização preventiva da constitucionalidade do Orçamento.
"A seguir virá o tempo dos deputados", declarou.
 
 

 
Obs: Esta é a 1ª vez que o PS de Seguro admite a possibilidade de convocar eleições antecipadas. Fê-lo, provavelmente, com um duplo objectivo: 1) afirmar ser ele quem manda no PS - e não os subscritores da carta aberta encabeçada por Mário Soares pedindo a cabeça do Gov - e em quem a jota laranja mandou calar; 2) e também para dizer ao Portugal que o ouve que o PS não é um partido-banana, nem faz tudo aquilo que a troika quer.
- Numa palavra: esta entrevista marca o início do princípio que ainda nem sequer começou, mas cujo temporizador já conta.
 
 

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quinta-feira

Oscar Niemyer - arquitetura -


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Oscar Niemeyer fica com todo o seu talento, paixão e inteligência


Oscar foi um homem grande que se cumpriu, cumprindo uma nação inteira com ele.


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terça-feira

Managing Sustainability, Globally - por Seán Cleary -





Photo credit: Anna Hoychuk/Shutterstock.com

Globalist Perspective > Global DevelopmentManaging Sustainability, Globally

By Seán Cleary | Monday, December 03, 2012
Gross domestic product (GDP) is an inadequate yardstick for measuring economic progress, writes Seán Cleary. Not only does it encourage unsustainable levels of consumption and accumulation, it fails to capture many of the important things that actually shape and define our quality of life — health, education, social ties, political voice, and quality of governance.



 
 
t is becoming harder to remain a global optimist. On the one hand, we are faced with a looming tragedy of the global commons due to our inability to resolve, by appropriate collective action, the issues that cannot be addressed at the national level.
The disaggregation of the real and the financial economies in recent decades has led to a complete misallocation of financial resources.
In part, that is because of the fact that the positive, can-do energy that used to be associated with the global institutions created in the aftermath of World War II has dissipated. This suggests that we risk hitting a brick wall uncomfortably soon. But there is more trouble in the wings. The disaggregation of the real and the financial economies that we have witnessed over recent decades has led to a complete misallocation of financial resources. Financial investments, to the extent they have been directed to the real economy by financial institutions after the crisis, have not been used to create jobs. As a result, we have seen no growth in employment and rising social stresses across the developed world. The reason is simple: It has been easier to earn spreads by investing in emerging market sovereign debt than by navigating through the shoals of new banking legislation.
Meanwhile, we have created a system in which the mobility of capital promotes the mobility of industrial employment. When the relative cost of labor is lower in certain locations, jobs are relocated to low-cost manufacturing environments far faster than unemployed industrial workers can be retrained for higher value-adding job opportunities in the developed economies.
So governments have become incapable of providing the protection their citizens reasonably expect from them, having elected them to provide security and enable growth and prosperity. This is exacerbated in times of economic crisis, when both governments and citizens can least afford it, making it even harder to accept and straining public trust in government.
If we are trapped in this paradigm, the future seems bleak. The question is: Can we break out in a meaningful way?
Let's take climate. Current science suggests that we have somewhere between five and ten years before we lose the ability to contain an increase in global temperatures of 2°C.
It has been easier to earn spreads by investing in emerging market sovereign debt than by navigating through the shoals of new banking legislation.
Some argue that, in these circumstances, we need to do two things: first, understand precisely how dangerous the situation is, and second, recognize that the third industrial revolution will create a phenomenal range of opportunities for investment, growth and employment.
We don't know what the pace of that transition will be. We don't know who the winners and the losers will be. What we do know is that those who commit early and invest significantly will probably be better able to benefit.
Let's be blunt: China has scale. No matter how smart a scientist or an engineer you are, you cannot easily achieve scale in, say, the Netherlands.
But you can certainly do so in China. The Chinese leadership is making a series of determined bets on new energy technologies, and they are making significant investments in these areas.
To create a competitive space in new technologies, one needs to allow a thousand flowers to bloom. This approach offers a real chance that something very interesting will emerge.
It is interesting to see how, for their own purposes, the Chinese and the Americans are both pursuing this approach. It is an approach U.S. citizens can buy into this vision because it is a variation on the classic American win-win scenario.
The United States is used to winning competitive races of this sort. It is possible, however, that this time Chinese companies, employing the benefits of surplus capital and lower labor costs, may harvest the fruits of the collective investments by scaling production earlier and driving manufacturing costs lower.

How to measure human welfare?

While we can secure great advantages by unlocking carbon-free technologies, we must also address a more fundamental question: What do we mean by human welfare? This is a question that has engaged western philosophers since the time of Plato.
For decades, however, we have subordinated this question to three letters: GDP, as in gross domestic product. But GDP is not equivalent to welfare.
GDP measures production through a simple equation:
CONSUMPTION + INVESTMENT + GOVERNMENT SPENDING + (EXPORTS — IMPORTS)
A better measure of material well-being, however, would be the level and distribution of consumption and income among households and the stock and distribution of wealth in society.
Beyond material stocks and flows, there are also other things — such as health, education, social ties, political voice, and the quality of governance — that shape and define the quality of life. All these are components of welfare.
We have created a system in which the mobility of capital promotes the mobility of industrial employment.
That doesn't mean that everyone in the world will achieve high standards of welfare. It also doesn't mean that we will eliminate inequality by taking this approach.
But it might help us reach a situation in which accumulation for the sake of accumulation, and in which conspicuous consumption as a status symbol, will no longer be regarded as the measure of human welfare.
That is where we are trapped today. One can tell how wealthy somebody is by looking at his watch, the pearls or diamonds that she wears around her neck, the car that he or she drives, the numbers of yachts or planes that he has, or the luxurious locations in which she has residences.
That is how we measure welfare. That is how we measure status. It is, however, irrational. And if we continue along this path, we will hit a concrete wall. We have run up against limits.
We cannot keep on consuming in the way that the United States has managed to consume over the last 25 years, and which new elites in China, Saudi Arabia, Qatar, Abu Dhabi and Dubai seek to emulate — and even surpass — today.
We have to recalibrate. If we don't redefine what it is that makes us human and determines our worth in more ethical terms, and in terms of values, we shall have no future.


Obs: um pequeno grande artigo que pode alterar os fundamentos do desenvolvimento e a forma como esse desenvolvimento tem sido atingido, precarizando as relações entre pessoas, empresas, Estados, sociedades e povos. Há, pois, que parar e repensar tudo novamente, sob pena de agravarmos as desigualdades que hoje já são gritantes e podem desencadear conflitos evitáveis entre as nações e até no próprio espaço intra-societário onde em inúmeros países a situação já é explosiva.  

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Justiça - por Sócrates -




(...) E, dentro destas categorias de bens, Glaucon pede a Sócrates para que qualifique a Justiça, o qual a coloca como sendo um bem da segunda categoria, ou seja, que nos proporciona prazer por si só e pelas suas conseqüências. Glaucon desafia-o ao afirmar que esse não é o parecer da maioria, pois é consenso, segundo Glaucon, que a Justiça gera honrarias, apesar de ser penosa e que deva ser evitada, quando possível. E, dessa forma, propõem a Sócrates um diálogo onde defenderia e louvaria a injustiça na expectativa de que Sócrates pudesse refutá-lo louvando, assim, à Justiça.
 
Glaucon propõem realizar a seguinte tarefa: afirma o que deva ser a justiça e sua origem, em seguida demonstrar que todos que a praticam o fazem por obrigação e não por escolha própria, pois, segundo ele, “(…) é natural que procedam assim, porquanto, afinal de contas, a vida do injusto é muito melhor do que a do justo, no dizer deles.” (cf. 358c). Desta monta, Glaucon argumenta que a justiça tem sua origem em leis que impedem a prática da injustiça e oferece o exemplo do anel achado por Giges que ao girar o engaste para o lado de dentro da mão o torna invisível e ao girar de volta para fora o torna, novamente, visível. E com esse poder, Glaucon afirma que qualquer homem, justo ou injusto, percorreria o mesmo caminho, ou seja, o da ambição e, portanto, da prática da injustiça, visto estar impedido de ser reconhecido ao praticar a injustiça e, assim, parecer ser justo. E conclui seu argumento afirmando que o melhor, desde esse seu ponto de vista, é se parecer justo, sendo na verdade injusto. Em suas próprias palavras temos:
(…) ninguém é justo por sua vontade, mas constrangido, por entender que a justiça não é um bem para si, individualmente, uma vez que, quando cada um julga que lhe é possível cometer injustiças, comete-as. (Cf. 360c)
E continua sua argumentação afirmando que entre dois homens, um justo e outro injusto, se cada um a sua maneira for perfeito, um na justiça e outra na injustiça, o que for justo se granjear para si fama de injusto, mesmo não o sendo, sofrerá as penas como se fosse um homem injusto, já o homem injusto se granjear para si fama de justo, terá todas as honrarias de homem justo, mesmo não o sendo. Isto demonstra, segundo Glaucon, que as honrarias não serão pelas evidências de justiça mas pelas aparências de justiça. O cerne da argumentação de Glaucon, que é defendida por Adimanto, também, está no fato destes acreditarem que: “(…) a aparência, como me demonstram os sábios, ‘subjuga a verdade’ e é senhor da felicidade (…)” (cf. 365bc).


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segunda-feira

Fujam, que vem aí a Justiça - por Eurico Heitor Consciência -



Fujam, que vem aí a Justiça!

 

No In illo tempore do Trindade Coelho conta-se que, num cortejo carnavalesco no Funchal, o Juiz e o Procurador participaram no corso transportados num andor antecedido dum cartaz solidário e preventivo que dizia: Fujam, que vem aqui a Justiça.

Como se vê, o Alberto João teve dignos antecessores.

Ocorreu-me o Trindade Coelho a propósito dos semanais avanços e retrocessos da Reforma Judiciária.

Quase todos os dias se fala na nova Reforma Judiciária, que atropelará a do Governo anterior, que ainda estava na fase experimental.

A manter-se o projecto que se apresentou como definitivo, faz-se uma asneira maior do que a do anterior governo – que já não era pequena.

Assim, a máquina da Justiça continuará por reparar, com rolamentos gripados, carretos sem dentes e dentes sem carretos mas que, bem untados, rolam muito bem, com alguns escapes entupidos e outros desentupidos de mais.

A desenvoltura com que os assessores da Srª Ministra alinham disparates sobre asneiras nascidas de tolices revela que não conhecem o país – que lixarão, por isso mesmo. Recomendo-lhes que analisem o país antes de concluírem a lei que só consagrará a vossa ignorância. Para tanto basta olhar para um mapa de Portugal e para os resultados do último recenseamento da população.

Rapidamente verão que a vossa mania de pôr as sedes das comarcas nas capitais dos Distritos é rematada asneira – logo porque há capitais de Distrito quase despovoadas, estando algumas localizadas num dos extremos do Distrito, por vezes a cerca de ou mais de 100 Km. das outras cidades ou vilas do Distrito que actualmente são sedes de comarcas. Dá a impressão que os do Ministério da Justiça querem fomentar as vendas de gasolina e gasóleo. Como se a Engª Isabel e o Amorim precisassem disso… 

Revejam a reforma original de Laborinho Lúcio – que teria resolvido os problemas da Justiça se não lhe tivessem introduzido logo sucessivos cortes e enxertos que a desvirtuaram. As Grandes Instâncias só podem ser nas sedes dos actuais Círculos Judiciais – que resultaram de sucessivas respostas às alterações demográficas e aos movimentos dos diversos tribunais.

(A propósito: eu nunca disse em lado nenhum que sufragava a extinção da Comarca de Mação. Mas, tendo eu dito coisa diferente, numa entrevista deste jornal, logo surgiu uma alma caridosa, anónima, já se vê, que pespegou na Net que eu defendera a extinção da Comarca de Mação.

A Net tem, claro, coisas excelentes, mas carece de medidas que acabem com os anonimatos).

E não se esqueçam de encarar com olhos lavados essa coisa do Apoio Judiciário que tanto agrada ao actual Bastonário da Ordem dos Advogados e que custa alguns 50 milhões/ano ao bom povo português e à sombra do qual se recorre a toda a hora de todas as decisões judiciais – com os consequentes atrasos na definição dos direitos.

Falem comigo, que eu digo-lhes o que se está a passar. Até já se recorre para o Tribunal Constitucional de merdinhas que nunca tiveram nada que ver com  as regras constitucionais.

Mas basta remeter o requerimento de recurso ao Tribunal para o defensor poder facturar umas centenas de euros – que todos nós pagamos.

E ninguém vê isso…

Abram os olhos.

Ou não reformem. E reformem-se.

 

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