domingo

Bolívia nacionaliza empresas de electricidade da Iberdrola


Bolívia nacionaliza empresas de electricidade da Iberdrola


Decreto assinado pelo presidente Evo Morales implicou a ocupação da Electropaz e da Elfeo por militares
Morales recorreu às forças militares para ocupar as empresas Gaston Brito/Reuters
 
O presidente boliviano, Evo Morales, decretou no sábado a nacionalização de duas empresas de distribuição de electricidade da espanhola Iberdrola, devido, segundo alegou, à diferença de preços cobrados entre a zona urbana e a rural.
Mais de 700 polícias e militares guardam as instalações das empresas de distribuição de eletricidade Electropaz e Elfeo, expropriadas pelo Governo à Iberdrola, indicou um ministro da Bolívia. O executivo de Evo Morales destacou um total de 740 efectivos para guardar as sedes e instalações destas filiais nas regiões de La Paz e Oruro, indicou na noite de sábado (madrugada de domingo em Lisboa) o ministro do Governo, Carlos Romero, aos jornalistas.
A polícia irá vigiar as dependências da Electropaz e Elfeo nas áreas urbanas, enquanto o exército fará o mesmo nas áreas rurais. Para vigiar as instalações em La Paz foram destacados 540 agentes e para Oruro outros 200.
Nas fachadas das sedes das empresas foram colocados cartazes com as cores da bandeira boliviana nos quais se pode ler a palavra “nacionalizada”.
As nacionalizações, anunciadas através de um decreto assinado por Evo Morales, afectam a Electropaz, sediada em La Paz, e a Elfeo, em Oruro. Além das duas distribuidoras de electricidade, a medida engloba também uma empresa de serviços e uma outra ligada aos investimentos da empresa espanhola, que fica assim sem qualquer presença no país.

De acordo com jornal espanhol El País, Morales considera que a nacionalização, que implicou a ocupação das instalações das empresas por parte de forças militares, vai “garantir o direito humanitário à electricidade” por parte das populações rurais. "Somos obrigados a tomar este passo para que as tarifas de electricidade sejam uniformizadas”, referiu Morales numa cerimónia que decorreu no palácio presidencial, citado pela AFP. Conforme descreve o El País, as zonas rurais pagam o equivalente a mais 0,10 euros por cada Kilowatt hora (kWh), além do serviço ser mais irregular.
 
O governo de Morales diz agora que irá indemnizar a Iberdrola, no prazo de 180 dias, após uma avaliação independente. No entanto, como relata o El País, ainda não houve qualquer compensação económica desde que a Colômbia chamou a si, em Maio, as acções que a Red Eléctrica Española detinha na Transportadora de Electricidad (TDE). Neste momento, todo o sistema de serviços de electricidade, desde a produção à distribuição final, é controlado pela boliviana Empresa Nacional de Electricidad (ENDE).
 
Desde que chegou ao poder em 2006, Morales já nacionalizou várias empresas, em vários sectores, desde o petróleo às telecomunicações, passando pela indústria mineira e energia.
 
 
Obs: Na Bolívia é assim, utilizam-se os métodos comunistas da nacionalização e expropriação típicos do Portugal pós-salazar, substituindo os métodos duma ditadura de direita pelos de esquerda, igualmente lamentáveis. Uns e outros condenáveis. É lamentável que a Iberdrola, também a operar em Portugal, só compreenda a linguagem da força para não continuar a explorar as populações usando e abusando de preços inflacionados no fornecimento de energia, empobrecendo pessoas que já vivem no limiar da pobreza..

 - A EDP bem podia por os olhos nestes casos-limite e extrair algumas conclusões, ainda que o Gov em funções em vez de defender os legítimos interesses dos consumidores proteja, antes, os interesses das operadoras de energia que têm dividendos fora do comum, tamanha é a cumplicidade criminosa entre Estado e empresas nesse conluio violador das sãs regras de concorrência que seria suposto existir.
 
 

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