sexta-feira

União Europeia morreu em Chipre - por Viriato Soromenho Marques -

Nota prévia: medite-se nesta interessante reflexão de VSM.
in DN

Quando as tropas norte-americanas libertaram os campos de extermínio nas áreas conquistadas às tropas nazis, o general Eisenhower ordenou que as populações civis alemãs das povoações vizinhas fossem obrigadas a visitá-los. Tudo ficou documentado. Vemos civis a vomitarem. Caras chocadas e aturdidas, perante os cadáveres esqueléticos dos judeus que estavam na fila para uma incineração interrompida. A capacidade dos seres humanos se enganarem a si próprios, no plano moral, é quase tão infinita como a capacidade dos ignorantes viverem alegremente nas suas cavernas povoadas de ilusões e preconceitos. O povo alemão assistiu ao desaparecimento dos seus 600 mil judeus sem dar por isso. Viu desaparecerem os médicos, os advogados, os professores, os músicos, os cineastas, os banqueiros, os comerciantes, os cientistas, viu a hemorragia da autêntica aristocracia intelectual da Alemanha. Mas em 1945, perante as cinzas e os esqueletos dos antigos vizinhos, ficaram chocados e surpreendidos. Em 2013, 500 milhões de europeus foram testemunhas, ao vivo e a cores, de um ataque relâmpago ao Chipre. Todos vimos um povo sob uma chantagem, violando os mais básicos princípios da segurança jurídica e do estado de direito. Vimos como o governo Merkel obrigou os cipriotas a escolher, usando a pistola do BCE, entre o fuzilamento ou a morte lenta. Nos governos europeus ninguém teve um só gesto de reprovação. A Europa é hoje governada por Quislings e Pétains. A ideia da União Europeia morreu em Chipre. As ruínas da Europa como a conhecemos estão à nossa frente. É apenas uma questão de tempo. Este é o assunto político que temos de discutir em Portugal, se não quisermos um dia corar perante o cadáver do nosso próprio futuro como nação digna e independente.

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Orçamento Passos de mãos atadas admite ponto final no Governo

Nota prévia: pela 1ª vez, de forma tão aguda e decisiva, o Tribunal Constitucional tem a oportunidade de decidir o que é melhor para o bem comum de que falava Aristóteles: se manter um Gov de gente impreparada que faz da austeridade, do confisco e da draconiana carga fiscal ao povo português uma forma de gerir a crise, ou salvaguardar o interesse da colectividade, desejando para ela outras políticas públicas, outros comportamentos, atitudes e acções do Estado. O cálculo que o TC deverá fazer é simples: entre um Gov miserável e um povo com história que deseja reganhar a esperança e voltar a crer no futuro, o TC deverá fazer HISTÓRIA e não hesitar um só minuto e CHUMBAR este miserável OGE. Se assim for, o TC fará história em Portugal e ajudará a escolher melhores opções de governação para 10 milhões de portugueses que hoje coabitam no fundo do poço.

 
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, terá assumido junto do centro nevrálgico do PSD que, caso o Tribunal Constitucional chumbe certas normas do Orçamento do Estado para 2013 que possam representar um buraco superior a mil milhões de euros nos cofres do Estado, abandonará o barco e colocará um ponto final a esta legislatura, noticia a edição desta quinta-feira do jornal Público.
 
Passos de mãos atadas admite ponto final no Governo
                          
 
Tudo depende do desfecho da fiscalização sucessiva do Tribunal Constitucional ao Orçamento do Estado para 2013: perante a hipotética reprovação de algumas das normas, o líder do Executivo poderá pedir a demissão e já o terá comunicado ao seu núcleo duro, avança o Público.
 
Em causa está o buraco financeiro que o chumbo de algumas medidas provocará. As duas normas que o Palácio Ratton terá na calha para decretar inconstitucionais são a suspensão do subsídio de férias a trabalhadores e a aposentados, a contribuição extraordinária de solidariedade, e a sobretaxa de 3,5% em sede de IRS.
      
Ora basta confirmar-se esta suspeita em relação a duas das medidas, e o rombo nos cofres estatais será superior a mil milhões de euros, o que será suficiente para fazer cair o Governo.
 
Refira-se que Passos Coelho enviou ontem um flagrante recado ao Tribunal Constitucional (TC). “Vivemos tempos difíceis” e “todos nós temos responsabilidades na forma como lidamos com isso: tem o Governo que não se pode distrair com aspectos menores, as instituições democráticas todas, o Parlamento que tem de ter responsabilidade, o TC que também tem de ter responsabilidade nas decisões que vier a tomar e no impacto que elas possam vir a ter no País", declarou o responsável no âmbito do encontro com o primeiro-ministro sueco, no Porto.
 
 

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terça-feira

Evocação de Fernando Pessoa via Alvaro de Campos e Mário Viegas -




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domingo

A paixão de Sócrates - por Pedro Santos Guerreiro -

Nota prévia: Pedro Santos Guerreiro escreve com substância e paixão. Desenvolve narrativas poderosas, altamente adjectivantes. É um excelente escritor sem deixar de ser um eficiente jornalista. Subscrevo o que aqui pensa e escreve acerca desse "animal feroz" que é Sócrates. Vai ser, como refere, "um fartote."
-Vale a pena ler e meditar nesta crónica. Diz tudo, e até mostra o invisível.
 


 
Só se pode encher o que está vazio. A orfandade de lideranças políticas é um buraco tão monstruoso que lá cabe o PS, o PSD e, vá lá, a União Europeia inteira. Ora, Sócrates é uma caderneta de defeitos mas é um líder, um excelente comunicador e um animal político não apenas feroz, mas também mais eficaz que todos os outros juntos. Não é carnívoro nem herbívoro, segundo a legenda de Marcelo Rebelo de Sousa: é omnívoro. Um profissional temível entre amadores amáveis.

Sócrates será um campeão de audiências (sempre o foi, mesmo em Paris) e de fracturas. O seu carisma e linguajar populista acomodam-se a uma idolatria chavista. É, além disso, um personagem intrigante: nunca antes nem depois dele se escreveram tantos "perfis psicológicos" sobre um primeiro-ministro. O país tem uma paranóia com ele, entre os que o odeiam e os que o amam. Ele não une, atrai e repele, pelo que divide. Mas vai meter António José Seguro num chinelo e bater em Passos com o outro.

Sabe o que pensa Passos Coelho da União Europeia? Sabe como quer Seguro resolver os desequilíbrios macroeconómicos do país? Sócrates diz duas frases e toda a gente percebe, concordando ou discordando. Isso é política. E isso vai retirar o PS do centro da oposição.

É por isso que há neste regresso de José Sócrates muito mais que uma inconveniência ou uma excitação. Da mesma maneira que até Manuela Ferreira Leite já chegou a ocupar o espaço de Seguro, Sócrates vai liderar a oposição. Vai acertar contas com Cavaco Silva, que pensou ter dado o golpe de misericórdia no célebre prefácio de há um ano. Vai acertar contas com Passos Coelho, que, sabe-se hoje, mentiu quando se disse surpreendido pelo PEC IV.

As culpas de Sócrates estão documentadas. São gigantes. Como primeiro-ministro, praticou um relativismo moral assustador e um utilitarismo da verdade; endividou o país com políticas de betão que faliriam, tomou conta dos negócios e se hoje diz que só fez o que a União Europeia o mandou fazer, então é igual a Passos na obediência à troika. A saída de Sócrates foi penosa, numa cegueira enlouquecida e negacionismo alucinado que ajoelhou o país. Por tudo isso perdeu umas eleições e será ou não derrotado noutras. Mas nada disso o impede de voltar. Ainda nos irritaremos, ou riremos, quando ouvirmos Sócrates dizer que deixou o Governo com um desemprego de apenas 12%, o PIB sete pontos percentuais maior, a riqueza gerada por cada português ("per capita") mil euros mais alta que agora.

O regresso de Sócrates é um murro na vidraça desta política açucarada em que vivemos. Mas não é só ele. Ontem, Teixeira dos Santos acusou o Governo de memória curta, Maria de Lurdes Rodrigues deu uma entrevista ao i contra os despedimentos de professores, Jorge Coelho estreou-se na SIC Notícias, Pedro Marques atacou Gaspar no Parlamento, Francisco Assis escreveu no Público e Ferro Rodrigues criticou o Governo. Neste "comeback", Elvis não estão só. Não é a brigada do reumático, mas é a brigada do traumático. E Seguro, sim, ficará desasado.

Líderes fortes não dariam espaço a quem deixou o país casado à força e de papel passado (e assinado) com uma troika que despreza. Mas os partidos são as vítimas de si mesmos, da falta de possibilidade de renovação, da preservação doentia. É sempre a mesma gente e, quando é outra (como Rui Moreira tenta no Porto), é triturada pelas debulhadoras.

Na célebre parábola d’ "Os Irmãos Karamazov", de Dostoiévski, o Grande Inquisidor manda prender Jesus Cristo, que, regressado à Terra em pleno século XVI, se passeia incógnito, mas é reconhecido: toda a gente sente o seu poder. Sócrates regressa à entrada da Quaresma, quando os cristãos trilham o caminho do esforço para se purificarem e acreditam de novo que tudo é possível. Para chegar à ressurreição é preciso passar pela paixão. E paixão não falta a Sócrates. Nem ódio por ele.

Isto não é um show de televisão, isto é política. Sócrates não vai ser comentador, vai ser poderoso, vai forçar a definição de uma nova expectativa política em Portugal, vai pôr em causa a água choca desta ordem estabelecida, partindo o que antes se dobrava. Vai desestabilizar. Vai contribuir para a ingovernabilidade. Vai arregimentar quem prefere dar murros em vez de abraços. Vai ser um fartote.

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Os idiotas no poder: consequências devastadoras

 
Quem nunca sofreu com um chefe idiota?
 
Há sempre pessoas que conhecem as consequências devastadoras geradas pelas más decisões de um imbecil com poder, ou seja, que manda.
 
Daqui decorre a grande questão: se existe controlo para quase tudo, porque razão se deixam impunes os idiotas com poder que verdadeiramente põem e dispõem das vidas de todos nós, do futuro coletivo de uma nação inteira - que hoje vegeta entre o desemprego, a emigração forçada e a pobreza galopante que atinge trágicamente Portugal e os portugueses.
 
Será que o combate contra a estupidez é uma missão impossível?!
 
Será legítimo afirmar que todos os chefes têm um idiota à sua medida, instalado num gabinete ao lado do seu?
 
Dito doutro modo: haverá idiotas de 2ª fileira a ocupar um lugar de chefia só porque interessa ao seu chefe que assim seja?
 
Infelizmente a maior parte dos erros da história tem origem na pura estupidez. Quando se combina essa estupidez com outros factores, como incompetência, obstinação, cegueira, como ocorre com frequência hoje em Portugal, os resultados são devastadores, como 10 milhões de portugueses hoje testemunham.
 
Esta constação objetiva é trágica e algo deveria ser imediatamente feito para arrepiar este caminho, sob pena de irmos todos morrer à praia...
 

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O que a Troika diz do Gov de Coelho, Gaspar e Portas

Nota prévia: veja-se como a receita do XIX Gov Constitucional - assente num aumento brutal de impostos e num esbulho aos salários e confisco aos direitos sociais das pessoas está, perversamente, a agravar as condições de vida dos portugueses e a destruir a economia nacional e a minar o moral do povo português.



 
 

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sexta-feira

A mímica impagável do Almirante Pinheiro de Azevedo

Envie-se xerox para Belém.
 
Isto era no tempo em que Portugal tinha almirantes corajosos (e com piada) e não burocratas cinzentões sentados à mesa do Orçam. de Estado - qual classe estéril e improdutiva.


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Urge recuperar Max Weber




Weber enunciou um conjunto de questões simples a partir das quais elaborou uma sociologia da religião, da política, da economia e da sociedade contemporânea. Todas tinham uma ligação comum: são de ordem existencial.
 
- Incidiam na existência de cada um de nós relativamente à cidade em que vivemos e à nossa circunstância política, social, económica, psicológica ou metafísica. Em rigor, Weber perguntou-se quais eram as regras a que obedece o homem de acção, quais as leis da vida política e que sentido pode o homem dar à sua existência neste mundo. Assim, pôs em confronto a concepção religiosa de cada um com o modo como vive, a atitude que adopta relativamente ao Estado, à economia, etc...
 
- O problema, se é que de problema falamos, é que nenhuma ciência está em condições de dizer aos homens como devem viver ou ensinar às sociedades e aos mercados como devem organizar-se e comportar-se. No limite, nenhuma ciência poderá dizer ao homem qual o seu futuro.
 
- Responder a esta questão parece pretender respostas ao que está para lá da morte. Podemos imaginar, cenarizar, mas nunca teremos uma ideia concreta da resposta à nossa questão.
 

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quinta-feira

É pelo Sul do mundo que a economia está a crescer - por Clara Barata -

Nota prévia: Quem se lembra do Relatório Norte-Sul de Willy Brandt dos 80´s - que arrumava o mundo entre o Norte (rico, rápido e branco) e o Sul (pobre, lento e negro) de forma muito categória teria agora a maior dificuldade em explicar a dinâmica dos tempos, em que os conceitos, as fronteiras do desenvolvimento, a geografia da pobreza e da riqueza se alterou de tal modo que, diria, o mundo já não é mais o mesmo. O mesmo são as mudanças que o atravessam, com maior ou menor intensidade, consoante as tecnologias, a força das elites, o fluxo dos capitais,  a força de contestação dos movimentos sociais, enfim, do curso errático da História que nunca mais tem fim. Este é um tema de extrema relevância, porque dele depende a paz entre os homens e a estabilidade e segurança entre as nações.
 
A mesa do pobre é escassa
mas o leito da miséria é fecundo
 
(adágio popular)
 


 
 
O Sul é o novo pólo de desenvolvimento do planeta, diz o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013 do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD). Em 2020, a produção combinada da China, Índia e Brasil, as três maiores economias "do Sul", deverá mesmo ultrapassar a dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
 
Não é novidade que a categoria “países em desenvolvimento” já não é adequada aos dias de hoje. Entre 1980 e 2010, esses países em desenvolvimento quase duplicaram a sua quota das trocas comerciais internacionais: passaram de 25% para 47% do mercado.
 
E não foi apenas por venderem muito aos países ricos do Norte, ao chamado “Ocidente”, que estes países cresceram: foi o aumento das trocas comerciais entre os países que serviram de motor a esse crescimento, sublinha o relatório deste ano do PNUD: “O comércio entre os países do Sul foi o principal factor dessa expansão, que passou de menos de 10% para 25% de todo o comércio nos últimos 30 anos, enquanto as trocas comerciais entre países desenvolvidos caíram de 46% para menos de 30%”, lê-se no comunicado de imprensa sobre o relatório deste ano.
 
Na Ásia e na América Latina, em África, há cada vez mais telemóveis e ligados à Internet, substituindo-se aos telefones fixos, uma tecnologia que custa mais e é mais morosa a implantar. E esses telefones baratos são produzidos por alguns desses países do Sul, tecnologicamente mais avançados. “Brasil, China, Indonésia, Índia e México têm mais tráfego nos sites de Internet social do que qualquer outro país, excepto os Estados Unidos”, diz o relatório do PNUD.
Nesta análise, o PNUD considera que o Norte é, sobretudo, "o Ocidente". Os outros países de grande crescimento, mesmo que fiquem acima da linha do Equador (como a Índia, a China), pertencem a este novo conceito de Sul, dinâmico e em florescimento.
 
Pelo menos 40 países fizeram grandes avanços de desenvolvimento que ultrapassaram as expectativas nas últimas décadas, mas 17 nações tiveram resultados excepcionais. Alguns são gigantes económicos, como a China, a Índia ou o Brasil, mas há alguns pequenos países que são também casos exemplares de sucesso, como o Gana, a Tailândia ou o Chile.
 
São países muito diversos, com histórias e sistemas políticos muito diferentes, mas o que têm em comum são coisas como uma atitude proactiva no desenvolvimento, tirando partido das oportunidades estratégicas do comércio internacional, e o forte investimento no capital humano, através de programas de educação e saúde e outros serviços sociais básicos, diz o relatório.
 
As classes médias destes países têm aumentado progressivamente. Em 2050, o Índice de Desenvolvimento Humano pode subir 52% na África subsariana e 36% no Sul da Ásia. “A Revolução Industrial foi uma história de talvez cem milhões de pessoas, mas esta é uma história de milhares de milhões de pessoas”, declarou Khalid Malik, o principal autor do relatório de 2013.

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domingo

Nova comunicação entre os homens

Nos últimos anos temos assistido a mudanças profundas na forma de comunicar, essas mudanças supõem que a forma como as pessoas se relacionam entre si e com os seus governos e instituições sociais também se altere.

Concomitantemente, tal mudança presume também que haja mais transparência entre os actores envolvidos nos processos de comunicação, especialmente na relação do cidadão com o Estado que conduza a uma maior capacitação das pessoas e mais responsabilização de todos os actores na busca das melhores soluções para os problemas comuns do nosso tempo.

Assim sendo, e tendo as pessoas mais poder para decidir do seu próprio destino, é suposto que estas façam ouvir cada vez mais alto a sua voz como, de resto, tem ocorrido em Portugal nas últimas manifestações anti-austeridade, ante a insensibilidade social e impreparação política e técnica do XIX governo constitucional.

Estas vozes vão aumentar em número e numa escala cada vez mais diferenciada com o passar do tempo, até porque os portugueses não vêm qualquer saída para os seus problemas, e a emigração também já não é uma opção viável e eficiente para  a resolução dos seus problemas, como foi durante décadas.

Pelo  que a contestação dos portugueses ao governo em funções não é sectária, não é partidária nem ideológica, remete apenas para a natureza das coisas e a necessidade de encontrar resposta aos problemas socioeconómicos contemporâneos.

Daí decorre que com o passar do tempo é expectável que os governos passem a ter mais capacidade de resposta às questões e problemas directamente colocados pelos povos e pelas sosciedades, hoje francamente à deriva por falta de projecto social das pessoas, das famílias e das empresas, confrontadas que estão com cada vez maior carga fiscal, qual esbulho e confisco às classes média e média-baixa.

Neste momento, os governos já não têm intermediários na relação com os respectivos povos, estão em contactos directo com eles, e isso também acarreta outras consequências que será útil aos governos equacionar no novo tempo.


 

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sábado

Yoana Sánchez - a blogueira sem internet mais reconhecida internacionalmente

Nota prévia: Medite-se nos truques, esforço, determinação e exemplo de Yoani Sánchez - num país, Cuba, que ainda é uma ditadura, mas que pode conhecer, com a morte de Chávez, um ambiente reformista na Venezuela que se estende à ilha para gerar uma onda de democratização no caraíbe. Se assim for, há males que vêm por bem.

Yoani Sánchez, la bloguera sin internet
 
Yoani Sánchez protagonizó la clausura de iRedes en Burgos
 
Tener un blog en Cuba no es tarea fácil. El acceso a Internet está reservado a seguidores del régimen, altos funcionarios y extranjeros residentes. Yoani Sánchez no es ninguna de las tres cosas, pero con ingenio y perseverancia ha conseguido convertirse en la bloggera cubana más reconocida internacionalmente. Hoy ha recogido el premio que Iredes le concedió en 2011. Lleva una década gestionando su salida de Cuba y hasta este año no lo había conseguido.
 
Sánchez ha sido la protagonista indiscutible de la segunda y última jornada de Iredes en la que ha contado cómo envía por sms los mensajes que, fuera de Cuba, se publican en su twitter y cómo prepara cada entrada en su blog en un ordenador sin conexión a Internet para luego colgarlo en la red desde un hotel. Allí la línea se alquila por horas y debe aprovecharla al máximo porque su coste oscila entre los 6 y los 10 dólares, «más de un tercio del salario mensual» de un cubano medio.
 
A pesar de todo, Yoani Sánchez, piensa volver a Cuba después de los 80 días de «permiso» en los que está recorriendo medio mundo para seguir contando, «su realidad en 140 caracteres», como dice en su perfil de twitter, y en su blog «Generación Y». Afirma haberse sentido «muy arropada» en España y en un tuit anuncia que no se perderá la próxima edición de Iredes.
 
Yoani Sánchez ha sido la protagonista de la jornada de clausura de Iredes en la que ha recogido el premio que le concedieron en la primera edición, en el año 2011. En esta ocasión los galardonados han sido Mario Tascón, por su trayectoria periodística y digital; la plataforma Change.org por convertirse en un instrumento útil para generar cambios y Ander Izaguirre ha sido reconocido por sus letras enredadas.

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quarta-feira

Hugo Chavez: morreu um mártir

 
Morreu um mártir.
 
Mas o que aqui é peculiar é que esse mártir era o "ditador" em exercício que não ocupava o poder há meses por razões de saúde.

A teoria política está sempre a ser surpreendida pela novidade dos factos.

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segunda-feira

Uma reflexão do filósofo José Gil

Medite-se nesta interessante reflexão do filósofo português em que retrata (in Visão) o abismo em que um povo caiu e do qual não consegue sair.



"Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspetivas de vida social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida. Se perdemos o tempo da formação e o da esperança foi porque fomos desapossados do nosso presente. Temos apenas, em nós e diante de nós, um buraco negro.

 O «empobrecimento» significa não ter aonde construir um fio de vida, porque se nos tirou o solo do presente que sustenta a existência. O passado de nada serve e o futuro entupiu.

O poder destrói o presente individual e coletivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender, criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o seu trabalho.

O Governo utiliza as duas maneiras com a sua política de austeridade obsessiva: por exemplo, mata os professores com horas suplementares, imperativos burocráticos excessivos e incessantes: stresse, depressões, patologias borderline enchem os gabinetes dos psiquiatras que os acolhem. É o massacre dos professores. Em exemplo contrário, com os aumentos de impostos, do desemprego, das falências, a política do Governo rouba o presente de trabalho (e de vida) aos portugueses (sobretudo jovens).

O presente não é uma dimensão abstrata do tempo, mas o que permite a consistência do movimento no fluir da vida. O que permite o encontro e a intensificação das forças vivas do passado e do futuro - para que possam irradiar no presente em múltiplas direções. Tiraram-nos os meios desse encontro, desapossaram-nos do que torna possível a afirmação da nossa presença no presente do espaço público.

Atualmente, as pessoas escondem-se, exilam-se, desaparecem enquanto seres sociais. O empobrecimento sistemático da sociedade está a produzir uma estranha atomização da população: não é já o «cada um por si», porque nada existe no horizonte do «por si». A sociabilidade esboroa-se aceleradamente, as famílias dispersam-se, fecham-se em si, e para o português o «outro» deixou de povoar os seus sonhos - porque a textura de que são feitos os sonhos está a esfarrapar-se. Não há tempo (real e mental) para o convivio. A solidariedade efetiva não chega para retecer o laço social perdido. O Governo não só está a desmantelar o Estado social, como está a destruir a sociedade civil.

Um fenómeno, propriamente terrível, está a formar-se: enquanto o buraco negro do presente engole vidas e se quebram os laços que nos ligam às coisas e aos seres, estes continuam lá, os prédios, os carros, as instituições, a sociedade. Apenas as correntes de vida que a eles nos uniam se romperam. Não pertenço já a esse mundo que permanece, mas sem uma parte de mim. O português foi expulso do seu próprio espaço continuando, paradoxalmente, a ocupá-lo. Como um zombie: deixei de ter substância, vida, estou no limite das minhas forças - em vias de me transformar num ser espetral. Sou dois: o que cumpre as ordens automaticamente e o que busca ainda uma réstia de vida para os seus, para os filhos, para si.

Sem presente, os portugueses estão a tornar-se os fantasmas de si mesmos, à procura de reaver a pura vida biológica ameaçada, de que se ausentou toda a dimensão espiritual. É a maior humilhação, a fantomatização em massa do povo português. Este Governo transforma-nos em espantalhos, humilha-nos, paralisa-nos, desapropria-nos do nosso poder de ação. É este que devemos, antes de tudo, recuperar, se queremos conquistar a nossa potência própria e o nosso país."


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sábado

Dia de a República sair à rua




Hoje é dia de a República sair à rua e dizer o que lhe vai na alma.
- Veremos os impactos dessas manifs e de como elas trazem ideias e propostas novas para o sistema político de modo a que possam suavizar a vida dos portugueses e melhorar o funcionamento da economia e das finanças públicas.

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Marvão coberto de neve



 
O Alto Alentejo é assim: no verão aquece, no inverno "branquece"
- Marvão tb fica.

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