sexta-feira

Perplexidades na Casa Global por Eugénio Almeida. E Tentar Perceber (o Escândalo) por Francisco Sarsfield Cabral

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Preâmbulo ou "introito" ao artigo do Dr. Eugénio C. Almeida
Escrever sobre as desordens e as fúrias das forças naturais é uma profecia que nunca me atreveria a fazer. Escrever sobre os materiais políticos já é um vendaval terrível, quanto mais pôr-me no meio do furacão debitando bites e bytes..., levados pelo vento. Resumindo: a minha preocupação e sensibilidade pelos furacões (e pelas mesmas versões, mas no feminino) é um pouco como a do Marquês de Pombal sobre o terramoto de mil setecentos e troca o passo.. Depois da coisa ter acontecido é que..., pois claro!! Mas o que eu queria mesmo significar era que a minha sensibilidade pelos furacões é a mesma que a do engº Sócrates pelo desemprego: zero. Ainda assim, há quem se lamente que a Katrina não tenha visitado o Mr. Bush na White Wouse, enquanto ele estava com as calças em baixo, fazendo as suas necessidades pela América. E mais não digo para não estragar a reflexão brilhante do Ensaísta de Política Internacional que é também um especialista em questões lusófonas - como poderão constatar. Ainda estive para fazer um artigo sobre as enchentes de Abrante de 1984, que meteu a malta toda de férias e muitos de nós depois íamos de barco para a Escola. Foram os anos mais felizes da minha vida. De barco para a Escola... Ainda pensei estar em Veneza... Veneza de Abrantes.. Depois o gelo, quer dizer veio a Neve - que arremeçavamos uns aos outros. E assim convivíamos com as forças da Natureza. Mas parece que lá fora a coisa é pior. Ele é Katrinas, Ritas, Tsunamis e, entre nós, temos o Sócrates. E antes dele tínhamos o Santana, e antes do Santana tínhamos o Vasco. O Vasco Santana. É por tudo isto que nunca consegui escrever sobre furacões. Emociono-me fácilmente e converto-me numa lágrima. E eu não gosto de ficar inundado em mim mesmo. Mas confesso já ter saudades das enchentes de há 21 anos, lá para as bandas de Abrantes... Quer dizer, Veneza de Abrantes. Nesse ano até os piores cábulas passaram de ano. Era um fartar, vilanagem... Bons tempos. Muita adolescência, muita irreverência e muitas "bilhas" partidas sem autor reponsável. Era uma época em que já havia alguma crise, mas a natalidade era maior... Era mesmo um fartar, vilanagem... Era uma alegria
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  • Por Eugénio Costa Almeida
Perplexidades na Casa Global
O furacão Katrina que inundou, e quase devastou, 80% da cidade-capital do Jazz, New Orleans, pôs a nu as debilidades estratégicas dos EUA no que toca à prevenção de catástrofes naturais. As grandes chancelarias interrogaram-se como foi possível a única superpotência global mostrar uma inabilidade tão grande perante a catástrofe que foi a passagem do furacão no Estado da Louisiana, em particular na cidade de New Orleans. Só se surpreende quem não conhece a política ambiental norte-americana. Só se surpreende quem se esquece que a administração norte-americana não só não ratifica o Protocolo de Quioto e não aceita a sua existência como, mais grave ainda, não admite que os norte-americanos, a par da Rússia, China e Índia, sejam os maiores poluidores da Casa Global e da atmosfera que a envolve. Daí que não seja de estranhar esta a grande catástrofe do Katrina e que quase iria ter paralelo com o tufão Rita, caso as autoridades texanas não tivessem tomado as medidas imediatas que se impunham.Não foi um aviso de Deus como já alguns – interna e externamente – quiseram fazer projectar.Também não foi só incúria que a falta de uma política clara de defesa ambiental fez emergir.Foi, primeiramente, a imbecilidade e o cretinismo Humano. Foi o subdesenvolvimento incompreensível de uma região – a de mais baixo rendimento per-capita norte-americano – que, para alguns, é tão-somente a genésica de uns quantos tipos que criaram uma das mais belas sonoridades musicais com raízes afro-americanas: o jazz. Foi a ideia peregrina que a grande maioria dos norte-americanos têm de que coisas destas só acontecem aos outros, aos subdesenvolvidos, aos desditosos, àqueles a quem o Criador não ampara; ora esse tem sido um dos grandes fundamentos da vivência social norte-americana: Deus protege a América. Mas, a continuar nesta linha de desprezo ambiental, quem nos protege a nós e à Casa Global dos norte-americanos, dos russos e dos chineses. Porque não são só os filhos do Tio Sam os principais causadores das mutações que o clima vem sofrendo nos últimos 50 anos. Não. Nada disso. Temos de recordar as grandes calamidades naturais na China, e muito recentemente; o abandono de inúmero material radioactivo na Rússia e seus antigos países-satélites ao livre arbítrio de quem melhor e mais perto lhe chega para dele se usufruir; a profunda devastação por que passam os grandes pulmões desta Casa Global: Amazonas, África Central, Europa meridional, a região indochinesa; não esqueçamos Mururoa e as experiências nucleares subterrâneas francesas nas idílicas paisagens polinésias.Ou seja, não podemos esquecer o aquecimento global resultante das nossas absurdas experiências e continuarmos como se nada fosse. Porque as coisas só acontecem aos outros. Katrina mostrou que não. O tsunami de Dezembro de 2004 provou também que não. E todos devemos estar preparados para o pior. Será que estamos? Será que pensamos?As estrelas também têm uma duração de vida. Nascem, vivem e… morrem. E depois? (*)Ensaísta/ Política Internacional e-mail, Lobitino@hotmail.com ________________________________________________________
  • Mais um artigo de FSC - de entre as dezenas, centenas de reflexões que o autor nos deixa a todo o tempo.
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Tentar perceber
Escândalo
Francisco Sarsfield Cabral (in DN, 27 Set./05) Os furacões nos EUA deram pretexto para renovar a controvérsia em torno do anti e do pró-americanismo, com as banalidades do costume. Mas muita gente ficou chocada ao descobrir que o país mais poderoso do mundo alberga afinal tanta miséria. Uma miséria largamente ignorada. O Terceiro Mundo em plena América surgiu como um escândalo. Os furacões tornaram os pobres subitamente visíveis, como se lia no Washington Post de quinta-feira. E, de facto, há motivo para escândalo - como pode haver tanta miséria numa sociedade tão rica? Não seria de esperar que o crescimento económico acabasse com a pobreza, ao menos nos países mais desenvolvidos? Ora, o extraordinário crescimento económico a partir do fim da II Guerra Mundial fez ascender à chamada classe média desses países a imensa maioria do proletariado. Mas não acabou com a miséria. E não apenas na América. Em França, tão ciosa do seu modelo social, há hoje um milhão de crianças a viver abaixo do nível da pobreza. E não faltam os sem-abrigo nas cidades europeias, a começar por Lisboa. Sociedades com um altíssimo nível de prosperidade global toleram a persistência da miséria no seu interior. Não é supreendente. É que, hoje, os pobres são minorias. Muitos deles nem votam, logo não contam. A surpresa de alguns prende-se com a crescente tendência para não ver essas minorias de marginalizados. Muitos não querem recordar um passado familiar de pobreza. E convém afastar os pobres da vista, porque incomodam as consciências (daí, também, a moda dos condomínios fechados). Os pobres teimam em existir nas sociedades ricas. Para as maiorias que comandam essas sociedades, a solução é ignorá- -los. É a estratificação em classes própria do antigo regime, anterior à revolução industrial, que, de algum modo, está de volta.
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FSC

Os blogues anónimos, porquê? Dedicado aos blogues anónimos

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  • Sempre me perguntei porque razão certas pessoas não gostavam de ser chamadas pelo seu próprio nome. Ou porque não gostavam, ou porque fazia um eco flatulente ou por qualquer outro motivo.
Depois cresci, e apanhei pela vida fora outros artistas que respondiam com diminutivos mais pareciam nomes alheios, mas era assim que se sentiam bem. Eu, por acaso, tenho um apelido "Paula" no nome. E quando vou ao médico ou estou noutra qualquer repartição burocrática e a menina diz "Paula" - eu digo que é só de nome. E daí até já resultaram belas amizades. Do peito.
Mas há casos que ainda me intrigam mais. São os blogues que tendo autor escolhem uns nomes e é depois a coberto desses outros nomes que (re)constroem a sua identidade. Um pouco como o Pessoa quando criou toda aquela assembleia de heterónimos. Às tantas o tipo já nem sabia como se chamava. Mas na realidade o que o fazia ser muitos ao mesmo tempo era o vinho ali do Martinho da Arcada e os líquidos do Abel Pereira da Fonseca. Eram estas uvas - já em estado líquido - que lhe espevitavam o génio. E depois paria aquela gente toda que ele nunca conheceu fora do papel.
Mas nunca percebi verdadeiramente porque razão esta gente da internet, os cibernautas e outros astronautas - não se confessam e é a coberto da sua identidade oculta que fabricam aquilo que acham ser as essências do momento.
Vêem ser serem vistos, pois claro; ficam imunes às farpas, pois claro; dissimulam melhor, pois claro; ficam com o complexo de invisibilidade e até da ubiquidade, pois claro. Em suma, esta malta da blogosfera que assina através de uma metáfora é muito curiosa. Fazem-me lembrar aqueles mirones que dantes íam para as dunas da Costa da Caparica, armados com binóculos e punham-se a espreitar os casais de namorados que estavam a trocar carícias na praia. Só que a dada altura, os namorados paravam as suas carícias e o jogo invertia-se: então não era que os ditos mirones se descontrolavam com aquela refrega e punham-se, eles próprios, a fazer uns movimentos esquisitos e nem se apercebiam que estavam a ser observados..., justamente por quem era suposto eles observarem (sem serem observados). A prática depois generalizou-se às praias da linha do Estoril, e em certos sítios muitos desses mirones, quando descontrolados pelo que viam e sentiam, chamando a si prazeres e sensações alheios, quase caíam para linha do caminho de ferro. Não sei se algum foi parar à linha, segurando com uma mão os binóculos, e com a outra seguravam outra coisa.
Aparte aqueles energúmenos que se servem do anonimato para produzir ofensas cobardes, estes pseudónimos dão-me que pensar. Na prática, poucas são as pessoas que na blogosfera dizem: eu sou quem sou. Ao invés, muitos - senão a maior parte - prefere arranjar um eco ou um alterego para o seu nome. É como fazer um alongamento de órgão genital, para suprir um complexo que os persegue desde criança. Assim, algumas pessoas sentem-se melhor. Compreendo! Mas por mim assino pelo B.I. E assim fazem muitas pessoas que conheço.
No fundo - eu respondo por Rui Paula de Matos - e depois inventei o que já estava inventado e chamei à coisa Macroscopio. Pessoas há, porém, que compram dois biombos, e só assinam com o alongamento de órgão para, assim, se sentirem mais à vontade na sua individalidade. E à medida que o alter-ego se afirma - o sujeito que está por trás também cresce em estatuto. Tem a ilusão do poder. É um jogo interessante, simbiótico mas muito "voyeirista", quando não devorista. Respeito esses moisés que se apresentam como deuses mas, sinceramente, não vejo grande vantagem nisso. A não ser que se vá dizer coisas que coloque em perigo o emprego, o filho, a filha, a casa, o carro, o papagaio, o vaso da varanda e mais umas coisas que agora não me lembro. O cágado, o gato, o rato, etc.
Nestes casos, muito bem. Há essa tralha toda para acautelar. Imagine-se que trabalho nos impostos e até conheço o Guilherme d'Oliveira Martins. Posso até ser simpatizante da pessoa porque o acho gémeo do Mr. Bean e desmancho-me a rir sempre que vejo aquela carcaça de pescoço ao lado, mas já tenho outra opinião sobre o personagem enquanto futuro Presidente do Tribunal de Contas. E aí já penso duas vezes antes de vilipendiar o homem na blogosfera. Que teve o desplante de se comparar a Sousa Franco. Acho que alguém terá de dizer ao sr. Guilherme que ele é um presunçoso. Qualquer dia ainda diz à turba que é o tal historiador Oliveira Martins, e o outro que morreu é que vai ser o Presidente do Tribunal de Contas. Bom, até já o historiador Saraiva nos veio dizer que o Salazar era um grande democrata; e outros ex-ministros do salazarismo dormem hoje na televisão - deitam-se e levantam-se no Prós & Contras da fatinha - e aí apoiam descaradamente ministros da Defsa do governo Socialista. Ora são da situação ora são da oposição. É assim, a política convoca estas verdadeiras meretrizes. E elas, já octogenárias, acedem e lá vão vender as ideias estafadas de sempre, ditas pelas mesma ordem, com os mesmo enquadramentos, citando o papa antes e depois numa cassete monocórdica verdadeiramente enjoativa.
Nestes casos, é que se justificaria a pseudonite. É quase um imperativo socialista. Não vá o diabo tecê-las. E as democracias nisto ainda são piores do que as ditaduras. Uma vez que também perseguem as pessoas que pensam diferente da situação, promovem os apaniguados medíocres que nunca fizeram nada na vida senão lamber as botas ao chefe, alguns até o fazem de gatas e de boca aberta, etc, etc, etc.
Mas isto é só parte do jogo da identidade e da sombra no espelho alargado e complexo que é a rede das redes. Por vezes, mais parece uma teia da viúva negra. E o pseudónimo começa quando a unidade do homem finda, é o que sucede com cerca de 80 ou 90% da blogaria de circula na net em Portugal. Espero não andar longe da verdade. Até a alcunha já perdeu para as identidades forjadas na blogosfera. Hoje vivemos povoados de duplos, homens e mulheres profundamente convencidos que são artistas, grandes criadores, alguns julgam-se mesmo geniais, outros arrogantes, outros estupidamente talentosos, outros ao contrário, enfim, na net vemos de tudo - até gays disfarçados de zebras às bolinhas amarelas. Cães de 7 patas, galos de duas cabeças e de mais uns fenómenos que remetem a narrativa para as cousas do Entroncamento.
Isto até faz lembrar uma história que alguém contava com graça. Numa dada aldeia quase toda a gente tem uma alcunha. E a maior parte delas encerra algo de obsceno: "Pachacheira", "Pintelha", "Bernarda" e outros mais lustrosos que agora não recordo, mas que são ainda mais subversivos. É claro que uma criança pronuncia toda essa tralha identitária de forma inocente. Pornográficamente inocente. Imagine-se um blog que se chama "calheta" presta-se logo a confusões. O Alentejo, o Norte de Portugal está cheio de alcunhas mais ou menos pornográficas, algumas têm até imensa piada. Lembro-me de Sócrates, por exemplo - já na região centro, mais concretamente em Lisboa. Mas em castelo Branco há mais, muitas mais.
Recordo aqui uma história de um grande escritor que um dia ainda cheguei a conhecer. Um ano antes de partir. Ali para as bandas da Av. de Roma. Isto nos tempos em que a Pastelaria Roma era uma pastelaria com boas companhias e nós, todos nós, éramos 20 anos mais novos - e 40 vezes mais afoitos. Em tudo, até na filo-Sofia... Não sei se já repararam mas as "Sofias" são sempre todas muitas especiais... Não sei se é por amor à filosofia ou se decorre do capital genético. Mas quando se conheciam as mães concluíamos que era ambas as coisas, mas o capital genético ganhava sempre.
Mas adiante. A história que recordo descreve a necessidade que um professor teve uma vez de cortar a tempo a cedilha ao nome de um aluno que se chamava Pica. E a história de uma aluna com o nome de Cagarelha. Quer num caso quer no outro, este professor foi investigar a identidade dos respectivos progenitores, e verificou que uma das senhoras se chamava Peixa Maria Cagarelha. Mas a história não ficou por aqui. E um dia um médico confidenciou a este referido professor, e grande escritor, por sinal, que no quarto de hospital onde trabalhava estavam duas doentes juntas: uma chamava-se Catarina e a outra Catarina. Mas tinham, naturalmente, apelidos distintos.
Uma chamava-se Catarina Cagau Vermelhuda e outra Catarina Rabada Marmelada. Portanto, concluía quem sabia, em estilo hemerroidal. É óbvio que isto vale o que vale. Uma gargalhada de estilo duvidoso. Um pouco como as políticas públicas do dito engº Sócrates. Quanto ao estilo não me pronuncio. E aqui adopto uma postura "jumental": silêncio ensurdecedor.
Mas o núcleo da questão deste blog ainda não despontou. E esse visa saber a razão mais profunda pela qual aquela percentagem de blogueiros chama a si o lugar da representação das máscaras para as substituir pela precariedade das essências?! Esse é que é o nó górdio. De qualquer maneira, um nome acaba sempre por se identificar sempre connosco. Posso não ter cara de Rui mas a força da repetição faz com que esse nome se identifique comigo. Mas como também sou Pedro - não raro olho para trás - quando assim me chamam, só para ver se é comigo que falam. Mas o que às vezes dá vontade é um homem mandar este postiço às urtigas e dizermos, tão só, - "Eu sou quem cá estou" - para significar apenas que os nomes, Rui, Pedro, Paula, Matos, José, Aguiar, Oliveira, Maltez, Sócrates, Aristóteles não são suficientemente abrangentes para definir a pessoa que nomeiam.
Quer dizer, os nomes são conceitos, aparências que jamais traduzem essências. É como querermos dizer que Sócrates é um grande nabo, apesar de nos ter enfeitiçado a todos. Nabos somos todos nós. Mas o Santana, Não, pfv. É óbvio que ele é muito mais do que isso. Ele representa os hectares de terra em que os nabos florescem e se desenvolvem como cogumelos. A CGD, a GALP, Bruxelas, agora também o Tribunal de Contas - todas essas searas se convertaram em grandes nabais. Ou como diria o nosso amigo Jumento - tudo se acerta na "pia baptismal" do OGE, não é verdade!!? Pois, então. É aí que todos se sentam e repartem o banquete e ficam, naturalmente, com a melhor parte do bolo. Por vezes, ficam com o bolo todo.
Mas a essência da essência é uma cereja que ainda está oculta. E é do exercício dessa desocultação que, porventura, encontraremos o fundamento para que muita gente use o biombo na bogosfera para proteger a cara que tem. Por mais histórias, narrativas, recursos à heteronímia pessoana - tudo não passa duma grande treta. Uns mostram o trombil - como eu e alguns como eu - muito mais talentosos; e outros, qui ça, a maioria, põe uma másara na testa e assim pensam proteger as zonas erógenas e mais vulneráveis para, desse modo, praticarem a ginástica do fulanos dos binóculos que assentavam arraiais nas dunas da Costa da Caparica vendo os casais de namorados a trocar mimos com ele à distância a fazer mímicas estranhas que punha meia a praia a rir.
Porque a dada altura essa malta dos binóculos cegava, e dava-se um fénómeno estranho: aquele que supostamente estava escondido para espreitar os outros passava à posição de urso no meio da arena que todos avistavam.
Em suma: valerá a pena assinar blogues de cara destapada, como eu? ou valerá a pena subscrever textos com máscara, como muitos outros na blogosfera? Creio que era o Lobo Antunes que dizia que a partir dos 35 anos já somos responsáveis pela cara que temos... É nessa linha facial que me situo. E que prazer me dá só fazer a barba ao quarto dia...
Haverá um tempo em todos nós podemos responder: Eu sou quem cá estou... Seria muito bom isto ocorrer. Bom para a Humanidade, naturalmente. E quando isso acontecesse o povo se encarregaria de ampliar esse chamamento, como que imitando Deus num desígnio maior do que o próprio nome ou o conceito do nome. No fundo, o nome não é mais senão para sermos nós à nossa face e à face de quem nos nomeia. Mas em ambos os casos esse nome não espelha a nossa essência. Muito menos o retrato da nossa alma.
Talvez por essa razão muitos dos nossos avós, os antigos, detestavam tirar retratos. Além da perda de tempo, pensavam eles que alguém, com uma máquina estranha, lhes roubava a alma na tiragem desse retrato.
E eu estou a pensar sériamente passar a fazer tudo sem nome. Armar-me astronauta, filósofo de almas, poeta, jurisconsolto da galp, administrador da CGD, engenheiro de qualquer coisa e passar a não assinar nada.
Mas depois pensei: se eu não assino nada como é que eu vou descobrir que sou o autor das coisas que escrevo? Ou penso que escrevo...
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quinta-feira

Distâncias... Enviado por Carlos Francisco (CF)

  • O CF enviou esta bela imagem - que muito agradeço. Mas não enviou texto para a legendar. Das duas uma: ou não lhe ocorreu ideia alguma; ou urin...(se) todo. Tudo por causa das distâncias...
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  • Da próxima vez que for jantar a um restaurant chinoca tenho de lhes perguntar como é que eles fazem para reter os fluídos.. É que a avaliar por estas distâncias - sempre a perder de vista - os chineses devem ter desenvolvido capacidades semelhantes à dos camelos quando percorrem os desertos. Talvez seja por isso que nunca vi, nunca mesmo, um chinês beber um copo de água.
  • Já a minha avó dizia - quanto mais choras menos mi... Será que os chineses, sabendo disto, defendem-se não bebendo água?
  • Nesse caso, para que servem os W.C. na China Continental de Mao Tse Tung - e que já foi de Deng Xao Ping?
  • O meu Canário também não faz Chi-chi. Só defeca, e creio que nas Aves os fluídos saem misturados com os sólidos. Mas um dia ainda gostaria de ver um galo de Barcelos (genéticamente transformado, uma espécie de Galo-Tunning) - alçar da perna - e fazer das suas junto a uma qualquer sede partidária alí para as bandas do Largo do Rato...
  • E os ratos, como é que farão?
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Oh Alegre avance.... Avance

  • O que Joãosinho segreda a Alegre, ao pobre Alegre. Com Coelhone à ilharga:
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- Joãosinho diz:
... Oh homem avance que o meu Pai vai desistir em breve. Na verdade, ele também nunca levou isso a sério. Às vezes quer chamar-me e já nem se lembra do meu nome. Outras vezes chama-me com o nome da minha irmã. E a última vez que lá fui a casa, ao Campo Grande, dei com os sapatos dele no frigorífico e a pasta de dentes, ou melhor a placa, dentro da máquina de lavar roupa. Os livros do Zaramago estavam na banheira...E o portátil, para mostrar que é moderno, sabe onde o guarda? No fogão!! Por isso, não admira que encomende um todas as semanas.. Mas o fornecedor como já sabe das noias dele leva-lhe um kit de plástico, e ele come na mesma. É só para carregar nas teclas e abrir e fechar. Oh Alegre, Isto da candidatura a Belém foi só para irritar o Cavaco e stressar o Sampaio. Àquele para o fazer sair da toca, e está a conseguir; a este para o empurrar mais depressa do palácio Rosa. De preferência que seja a correr e que parta uma perna, duas.. - Alegre - tristemente - responde: Porra, que este gajo ainda está mais senil que o pai dele... É toda uma família ensadecida. E ficaram assim desde o incêndio da Câmara de Lisboa.. E ainda quer ir para Sintra.. Quando souber que para percorrer 20 Klm. leva duas horas - chega ao Cacém e suicida-se. Na Argélia é que os homens ficavam com a barba rija, e eu à 2ª volta rebento com o Soares... Esse tipo julga que eu só o panhanhas do... Do Salgado Zenha..o quê!! Sou muito homem.
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  • E eu pergunto: aceitam acamados em Belém???
  • Ou como diria o amigo J.A. Maltez: onde fica o exílio?
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A CORRUPÇÃO OU A DEMOCRACIA - by Jumento

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A CORRUPÇÃO OU A DEMOCRACIA
Uma das maiores dificuldades que sinto ao criticar a política portuguesa é sensação com que muitas vezes tenho de que o que aqui escrevo também poderia ser escrito por alguém da extrema-direita ou da extrema-esquerda. Não é fácil defender uma democracia no pressuposto de que os partidos servem para debater ideias e propor novas soluções, quando estes estão minados pela corrupção e exercem um grande poder de atracção sobre quem vê na política a forma fácil de ter sucesso na vida. Os aparelhos partidários há muito que deixaram de atrair os melhores e que eliminaram o debate de ideias, as estruturas internas dos partidos funcionam como gangs onde tem sucesso o que faz as apostas certas, aquele que assegura maiores vantagens aos que os escolhem, são uma imensa rede de favores e de influências onde as escolhas e promoções são pagas à mesa do erário público; já pouco importa a qualidade dos líderes partidários, a sua qualidade é avaliada pelas intenções de voto nas sondagens, são cavalos de corrida e o troféu mais desejado é o orçamento do Estado, distribuído sob as mais diversas formas, desde pensões vitalícias à infinidade de cargos bem remunerados ou a mera partilha de generosas contribuições para os partidos. Mas ainda restava a possibilidade de haver alguma democracia no pressuposto de que gangs de partidos diferentes fossem concorrentes, mas assim não sucede, começam a haver sinais de entendimentos privados dos aparelhos partidários. Fazem trocas do género “trata bem dos meus que eu depois ajudo os teus”, e agora temos um braço direito de Durão Barroso à frente da CNVM (para não falar da IGF) e a estrutura dirigente da DGCI escolhida por Vasco Valdez e Ferreira Leite está de pedra e cal na DGCI. Mas a pouca vergonha já não tem limites e a mistura entre aparelhos partidários e interesses empresariais já atingiu um nível tal que dá para entregar os mais altos cargos da Administração Pública a grupos privados; e se quando o PS estava na oposição ainda se ouvia uma crítica aqui ou acolá, agora o assunto foi coberto com um manto de silêncio, como se resultados conjunturais positivos justificassem todas as tropelias. E enquanto assistimos impávidos a tudo isto, o país não passa da cepa torta, os mais pobres sofrem com o empobrecimento forçado, a classe média vai desaparecendo e os mais privilegiados até conseguem dar-nos a ilusão de crescimento económico com a antecipação das compras de carros de luxo, antes que o IVA subisse. Posted at 9/29/2005 8:59:59 am by Jerico Coices dados (11) Permalink
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É só fartar, vilanagem...

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GALP - ISTO JÁ PASSOU DAS MARCAS !!!
1 - Um quadro superior , admitido em 2002, saíu em 2004 com uma indemnização de 290.000 euros. Tinha entrado pela mão de António Mexia e saíu para a REFER, quando este passou a Ministro das Obras Públicas e Transportes. 2 - O filho de Miguel Horta e Costa, 28 anos, recém-licenciado, entrou com 6.600 euros mensais. Nada mau, para princípio de carreira! 3 - Diogo Freitas do Amaral foi consultor de 2003 a 2005 a troco dum "balúrdio"/mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado. 4 - Manuel Queiró, do CDS/PP, foi administrador da área do imobiliário a troco da mensalidade de 8.000 euros. 5 - A um administrador espanhol foi oferecida a antiguidade de 15 anos e, claro, quando sair, a indemnização vai ter isso em conta. Como regalias adicionais tem casa e colégio dos filhos. 6 - Guido Albuquerque, cunhado do antigo ministro Morais Sarmento, saiu da ESSO para entrar na empresa com 17 anos de antiguidade (mais que o espanhol anterior!), 17,400 euros/mês e seguro de vida correspondente a 70 meses de ordenado. 7 - Ferreira do Amaral, Presidente do Conselho de Administração (cargo não executivo) tinha a remuneração mensal de 3.000 euros pelas presenças. Pouco depois da nomeação passou a receber PPR's no valor de 10.000 euros/mês o que fez subir o ordenado "simbólico" para 13.000 euros/mês. 8 - Um engenheiro agrónomo que foi trabalhar para a área financeira 10.000 euros/mês. 9 - Neste momento o Presidente da Comissão Executiva ganha 30.000 euros/mês e os vogais 17.500. 10 - Com os novos aumentos, Murteira Nabo passa a auferir 20.000 euros mensais (antes recebia 15.000). É claro que tudo isto só funciona porque há um claro conluio entre Governo e GALP, além de que o preço dos combustíveis ( e seus aumentos, como é óbvio) são divididos equitativamente entre a Empresa e o Ministério da Finanças, com claro prejuizo para o automobilista consumidor que é "roubado" cada vez mais, sendo, no espaço europeu o mais penalizado, já sem falar do nível de vida estar no fim da tabela. 11 - E o dr. Sempaio, o que faz? Mais um discurso e corta umas fitas. Isto vai de mal a pior... É um fartar 12 - Agora é que é, com o Vitorino: pode mudar só a vilanagem, porque o fartar é o mesmo...
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Abertura de Campanha de Teresa Zambujo. O discurso

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Teresa Zambujo abre campanha com declaração política Abertura da Campanha - 28/09/2005 Iniciei hoje a minha campanha. Declaro desde já que luto para ganhar estas eleições. Estou segura de que a população de Oeiras irá votar na minha candidatura, na candidatura dos meus companheiros de lista, no PSD. Hoje, é evidente que apenas duas candidaturas podem vencer. Uma, é o regresso ao passado, que finge que não houve passado neste últimos três anos e meio; que tenta fazer esquecer que na primeira oportunidade trocou, por vontade própria, a presidência da Câmara de Oeiras pelo lugar de ministro do Governo; que procura apagar um abandono da presidência da Câmara que ninguém forçou, ou sequer pediu. É uma candidatura que visa recuperar o poder pelo poder, baseada no mais descarado populismo e sem pudor político. É uma candidatura que hoje se afirma contra os partidos políticos. Apenas porque foi excluída por um partido político e nenhum dos demais se prestou a apoiá-la. No fundo, uma candidatura que não respeita valores e princípios fundamentais, apenas servindo vaidades e ambições pessoais. A outra candidatura é a minha. É a do PSD. A candidatura de quem ficou em Oeiras quando o outro candidato abandonou o concelho. Fui vereadora durante quatro anos. Sou presidente da câmara há mais de três anos. Tenho obra feita. Os Oeirenses conhecem-me. Não tenho nada a esconder. Dirijo um dos concelhos mais desenvolvidos do País. Um concelho que já não vive apenas de grandes obras públicas, que tem uma população muito exigente e que reclama um patamar elevado de qualidade de vida. Oeiras é um concelho que, no seu estado actual de desenvolvimento, exige uma gestão sustentada, transparente e rigorosa. Como líder política deste projecto não preciso de desencadear polémicas menores que só pretendem alimentar ressentimentos e chamar a atenção da comunicação social. Respeito o papel imprescindível dos partidos políticos na construção do estado democrático. Não vejo os partidos políticos como trampolins para as ambições pessoais de cada um, mas sim como instrumentos fundamentais ao progresso democrático das populações e do País. Oeiras é um concelho de vanguarda em Portugal. Não queremos ser vistos como um lugar onde prevalecem métodos de afirmação política que são uma ofensa aos valores próprios da sociedade moderna, desenvolvida e civilizada que desejamos para todo o país. Dirijo-me a todos os cidadãos de Oeiras, de todos os quadrantes políticos. Não podemos deixar vencer o populismo. Não podemos deixar vencer o regresso ao passado. Tem de vencer a transparência e a segurança de um projecto virado para o futuro. Tem de vencer a população de Oeiras e não quem se apresenta como se fosse seu dono e senhor. A qualidade, o prestígio e o futuro de Oeiras estão em jogo. O assunto é muito sério, mesmo muito sério, e merece todo o nosso empenho e toda a nossa atenção. A Democracia precisa de valores e estou certa que os oeirenses darão ao nosso concelho o futuro que Oeiras merece: um futuro próspero, justo e sério. Este é o momento de todos nós assumirmos a responsabilidade de demonstrar que o povo português continua íntegro e que somos um país porque temos uma ética. Não há progresso sem verdade e, por isso, só esta forma de estar na vida e na política pode triunfar. Teresa Zambujo

Vision of Love

  • Este animal não é nenhum jumento com o pijama vestido. É uma zebra apaixonada.
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ECE - Em Caso de Emergência. Atenção: BOMBEIROS

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  • Sabe-se que muitos bombeiros já utilizaram o sistema, apesar da pessoas, em alguns casos, terem morrido. Mas mesmo assim o bombeiro aproveitou e fez a barba à borla. Vá lá, não se perdeu tudo...disse outro bombeiro.
Passo a divulgar um comunicado dos Bombeiros Voluntários de Albufeira - que os bombeiros de Carnaxide poderão também aproveitar reproduzindo o comunicado.
Os Bombeiros Voluntários de Albufeira criaram um sistema original de apoio às vítimas em caso de acidente. Os Bombeiros recorrerão ao telemóvel da vítima para a conseguir identificar. Você pode tornar o trabalho dos Bombeiros mais fácil usando uma ideia simples ao adoptar: ECE significa Em Caso Emergência. Se você acrescentar na lista de contactos do seu telemóvel ECE, com o número da pessoa que Em Caso Emergência deve ser contactada, você não só poupa imenso tempo aos Bombeiros como tem os seus familiares a par da situação imediatamente.. Os Bombeiros de Albufeira - e com divulgação, todos os outros - sabem o que significa ECE , e Em Caso de Emergência procuram de imediato esse nome nos contactos do seu telemóvel. Adicione ECE à sua lista de contactos, Já! Por favor passe esta informação. Mas não a mande ogo para o paper basket...
  • Tanks to L. Saimon - o nosso especialista em segurança destacado no Algarve. Tudo boas ideias. Tudo bons rapazes. No Algarve mas a pensar em estrangeiro/as..
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Já agora, e porque este cidadão é de Oeiras - o meu concelho, chamo a atenção para a dificuldade que terá em inserir o ECE no seu Tm. Espero, pois, que a Optimus seja celere em resolver a questão. Sob pena de ser cumplice, mesmo que por negligência, da morte de uma vida. A vida do Sr. Angelino Martins.. Desde já me solidarizo com o Sr. Angelino..
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quarta-feira

Se... cá nevasse fazia-se cá S K Y

  • Feliz ou infelizmente a vida não é feita de "ses" mas de "com".
Thanks to L. Saimon - o nosso consultor da Av. do Brasil que se farta de trabalhar...
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  • (...) E se este menino aqui de baixo não tivesse "pirilau" era uma menina...
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... Se aquela mosca fosse um gato, provavelmente... E se eu fosse cego escreveria este blog em braile E se não soubesse braile, ficava no baile que é vida que me alberga. A vida é estranha, mesmo com os "com" não obstante os "ses"... E por vezes morremos sem conhecer os "porquês" nem os "quandos".