quarta-feira

Notas soltas... Política à portuguesa

  • Picamos aqui umas imagens do Arioplano: um blog de poucas palavras, mas de muitas imagens. Veremos...
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O futuro-pretérito de Portugal. As presidenciais vistas de helicóptero

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A análise política aerotransportada será uma nova secção a integrar nos curricula dos cursos de Ciência Política e Relalões Internacionais. Se e quando as pessoas desistirem nos respectivos cursos - por ausência de perspectivas de emprego - sempre poderão acabar as vidas como instructores de salto aéreo... Parece que Durão Barroso já se candidatou. E Lopes, o Santana, já é monitor há uns meses, mas pela calada da noite...
  • Análise e reflexão política aerotransportada. By heli...
From Boliquei-"mei-me"Image Hosted by ImageShack.us
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  • Eu é que sou o "Presidiente", ouviram?! Eu é que sou! Bom, vamos lá ver se não nos chateamos. Bem...
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  • I' am Freitas. Diogo for friends. I use to be the ancien presidente de l' Assemblée Generale des Nations Unies... Now, I am stradivarius..and play songs in DN. Faço karaoc, mas não faço casamentos nem baptisados..
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O futuro-pretérito de Portugal. As presidenciais vistas de helicóptero
  • Falar de Portugal com os actuais personagens que se perfilam a Belém é como falar do drama daqueles que carregam no fígado as caves do Abel Pereira da Fonseca. É como atar o cordão umbilical ao pescoço. Não existem conceitos políticos válidos para avaliar este caos. Daqui decorre a ideia do dr. Mário Soares entender que tem ideias e um projecto político para Portugal a partir de Belém. O Expresso apresentou a sondagem, arrumou matematicamente os candidatos, e todos se precipitaram para o banquete (salvo Cavaco): Aníbal está na pole position, Soares segue-lhe; e, em 3º lugar, o eterno Freitas – o virtuoso perdedor. Alegre, não conta, é um triste poeta que julga ainda viver a agonia de Salazar e do regime. Ora, quem gosta de Portugal não pode deixar de pensar que a herança é bárbara: na economia, na sociedade e, sobretudo, na política com a renovação falhada.
  • Interrogo-me acerca das consequências que este efeito de ausência de alternativas políticas (em termos de candidatos) poderá representar para o futuro do País. Ou seja, que Efeito de Borboleta gerou esta dependência sensível das condições iniciais da vontade de homens como Soares e outroas - e que reflexos poderão ter no futuro imediato em Portugal.
  • Esta equação (caótica, porque imprevisível, inesperada e até indesejável) pode ser genéricamente apresentada com este folclore:
Por um prego, perdeu-se a ferradura; Por uma ferradura, perdeu-se o cavalo; Por um cavalo, perdeu-se o cavaleiro; Por um cavaleiro, perdeu-se a batalha; Por uma batalha, perdeu-se o reino!
  • Os indicadores socio-económicos são conhecidos, os responsáveis também. Tudo nos afasta da Europa e do mundo desenvolvido. Por isso, vamos dar uma volta de helicópetro pelo País e desenhar o mapa político que nos espera a partir dos céus de Portugal. O norte produz riqueza e agitação. Temos o engº Belmiro e Pinto da Costa. Mas a cidade termina no estádio do Dragão. É um espaço económico, não político. A sul temos a 2ª Circular e o Estádio da Luz iluminado pelo Glorioso. Mais a norte da cidade de Lisboa temos o Campo Grande que, por prudência, convém traçar uma linha divisória com o Hospital Júlio de Matos, Largo do Rato e rua das Cortes.
  • A sul temos o rio Tejo, e a outra banda que não segrega nem política nem economia, só sol e praia. No lado ocidental de Lisboa, temos a Ajuda – que alberga o País formal, apesar de termos de ignorar toda a ”Ajuda” que de lá vem. Que se estende a Alcântara até ao Aqueduto das Águas livres, pólo de seringas descartáveis. Mas a este mapa ainda se junta o observatório do desemprego: meio milhão de desempregados, muitos deles licenciados, mas nenhum é filho de ministro (ou ex-m.).
  • Não há investimento, não há poupança, não há ideias nem projectos mobilizadores, só há consumo e vontade de poder em o (tal) Campo Grande requerer (pela 3ª vez) o direito de admissão a Belém, qui ça, para unir a Praça do Império a qualquer coisa que dê votos e daí fazer um esplendoroso lar de 3ª Idade que se dedique ao brainstorming diário. Com Soares a interpelar o País e J. Carlos Espada a anotar os registos dessas ideias no Expresso.
  • Freitas, visto de helicóptero, oferece uma toponímia perigosa e repelente: é que a Quinta da Marinha é luxúria ofensiva para o povo encaixar em urnas. Apesar de ser dos três, de longe, o mais sábio e intelectualmente estruturado, Freitas tem um passado comprometido com o cinzentismo salazarista e a timidez democrática, que se diz do Centro (por causa da bola que é equidistante). O seu problema é que é um aristocrata snob – como Eça – que tem sempre razão antes do tempo. Mas tal como o romancista, está-se a marimbar para a plebe. Isto é fatal em política, e acabará (como Carrilho em Lisboa) por ser desprezado por todos. Para que o país real votasse em Freitas era preciso que a pizza urbana se sobrepusesse ao lavagante da Quinta Marinha. Só que os tugas não são mentecaptos e sabem que os políticos vão de novo prometer o Paraíso na terra, só que não há mesa para comer as pizzas.
  • Resta Cavaco, o mais humilde. É aquele que oferece uma toponímia mais plana, promissora, jovial e enérgica a partir da Travessa do Possolo. É ele que vai matar a sede à malta com capilé e pôr Portugal no carrefour do desenvolvimento. É o mais técnico (e o menos político dos três). Logo, o que menos instabilidade política suscitará a Sócrates.
  • Quando o helicóptero aterrou esbarrei com o Portugal do futuro-pretérito: a franqueza e a doçura, a bondade imensa, os fogachos que logo se esfumam. A generosidade e o desleixo, a constante trapalhada nos negócios, muita honra e uns escrúpulos, e uma imaginação que leva à mentira. Ao passadismo. A vaidade gerontocrática que jamais se desapega do poder. A desconfiança de si para logo emergir como um herói. Isto não é (só) o Portugal de Eça (n’A Ilustre Casa de Ramires) é, também, o Portugal de Soares, Freitas e Cavaco. Infelizmente, o nosso Portugal - já a caminho do 1º quartel do séc. XXI - mas a anos luz dos padrões de desenvolvimento e níveis de bem-estar de outras sociedades europeias.
  • Pensar a Política à portuguesa (de helicóptero e neste caos) é, hoje, como realizar uma prova de hipismo com o cavalo embriagado.
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Ruisinho:
  • Aceitei a boleia e lá fui no helicóptero ficcionado na tal volta ao país real e ainda bem que a vista foi aérea porque nos dispensa de ver as minudências dos pormenores do que se passa cá em baixo, como o daquelas centenas de pessoas que à porta das fábricas choram os postos de trabalho perdidos com a raiva incontida da sua impotência, desorientadas, de olhares vagos, lançando perguntas ao futuro num espectáculo de verdadeiro drama social.
  • Felizmente que do helicóptero nada disso se viu, a paisagem tem esse atractivo especial que é o de permitir desfrutar da beleza do conjunto dispensando-nos dos pequenos tramas do quotidiano. Por alguma outra razão, os ricos, preferem os meios aéreos. Para alem da comodidade e da rapidez evitam-se certos espectáculos que se não os afligem pelo menos incomodam.
  • Voltando ao nosso helicóptero temos as vistas do Campo Grande, da Quinta da Marinha e desse tal de Boliqueime que não tem chique nem charme e só por um capricho do destino se atreve a ombrear com tão distintos lugares. Estou mesmo convencido que a Quinta da Marinha não se vai apresentar ao desfile, incomodada como está com a presença desse tal de Boliqueime, que a afronta e a provecta idade do Campo Grande com quem em tempos, na sua juventude, teve os seus derriços.
  • Todos sabemos como a teimosia é uma característica da idade que, pela natureza das coisas, só espera que mais algum tempo lhe ponha fim, mas se assim é porque não tentar beber o cálice da vida até à sua última gota? Grande parte dos espectadores aplaude o arrojo e a temeridade, o desfecho é aliciante, assim como assim, é um acto de coragem de quem podendo estar, comodamente, sentado na assistência decidiu saltar, um pé agora e o outro depois que os anos já não permitem ligeireza, para a arena e desafiar esse tal de Boliqueime.
  • A turba esfrega as mãos e espevita os sentidos, o adversário, calado e sorumbático, rodeado pela família, espera por ele no local da partida. Dizem as más-línguas que já lá está há 10 anos com receio que algum outro concorrente, da sua região, lhe ocupasse o lugar, mas isso são tudo especulações que ele é de poucas falas e não se abre.
  • Mas o helicóptero passa, com o seu zumbido de gafanhoto zangado lá vai seguindo viagem à procura do futuro deste país desconcertante, que com os seus 8 séculos de história já viu tudo isto e muito mais, quando ainda não havia Campos Grandes e Boliqueime e Quintas da Marinha então, nem se fala.
  • O piloto do helicóptero regressa a Lisboa, pousa ali para os lados de Carnaxide, vantagens dos helicópteros que pousam em todo o lado, não precisa de o guardar na garagem porque o desmonta na sua imaginação, vantagem do poeta à solta. Regressa triste, provavelmente não terá gostado de tudo quanto viu, é ambicioso, quer uma sociedade mais justa, é normal, e por isso clama, reclama, barafusta, quem me ouve, quem me ouve, quem me ouve….
  • Xau, uma boa tarde para ti, hoje, porque é 6ª fª, vou jogar ténis.
Tio Quim
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terça-feira

A internacionalização do Mundo - pela pena de Buarque

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  • Discurso do Ministro Brasileiro de Educação nos EUA...
  • Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um Brasileiro dá um "baile" educadíssimo aos Americanos...
  • Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).
  • Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta do Sr.Cristovam Buarque:
  • "De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.
  • Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
  • Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço.
  • Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
  • Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
  • Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
  • Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
  • Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
  • Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
  • Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa! "
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segunda-feira

Impedir a corrupção das almas através da futebolítica...

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  • Referimos nos dois blogs anteriores que um dos vícios da política à portuguesa tem sido a instrumentalização hedionda que certos players do espaço mediático fazem para tomar de assalto o poder municipal, ou seja, na prática servem-se do futebol, do comentário desportivo e do fenómeno mais complexo que é a futebolítica para convencer as mentes alienadas de que o seu valor para as autarquias é inestimável, e assim lá conseguem iludir a turba que vota neles. Vota em pessoas que não têm vocação, nem perfil nem experiência para a gestão dos governos de proximidade, como são os governos autárquicos e o poder local em Portugal.
  • Perante isto, muitos portugueses já se interrogaram acerca da melhor forma de pôr termo a esta corrupção de almas - em que certos autarcas deste país - que fazem promessas descaradas aos munícipes antes das eleições e depois nem sequer realizam 10% dessa quota de promessas - remetendo o que falta para o mandato seguinte. Foi o que fez - abusivamente o sr. dr. Seara no debate da SIC com João Soares da semana passada. Julgamos que João Soares em Lisboa, nunca chegou a esse descrédito e, ainda por cima, perdeu Lisboa para um dos maiores logros políticos post-25 de Abril que volta e meia vem à tona em Portugal, o dr. Lopes.
  • Este tipo de pessoas e de comportamentos políticos são, precisamente, os que ajudam a política a entrar nos caminhos do descrédito, a entrar pelas ruas da amargura e, portanto, contribui para afastar ainda mais os eleitores dos eleitos - sinalizando preocupantes taxas de abstenção em Portugal.
  • Por isso, quando vejo 3 min. dos comentários futebolíticos do dr. Seara na TV - antes de enjoar ainda consigo estabilizar alguns raciocínios que aqui partilho com o ciber-leitor. Desde logo, começo por dizer que em política algo de semelhante sucede ao que se passa com as moscas quando estas chocam com a janela. Ou seja, elas não percebem porque é que não passam para o lado de lá do vidro. Há tempos isto passou-se comigo quando bati o meu récord (em 15 min.) ao assistir aquele programa desportivo em que colaboram os "searas" e companhia... Depois percebi que estava a ficar alienado, desmiolado, estupidificado.. Algo em mim me dizia que aquilo era nefasto, pernicioso, vazio, narcísico, verdadeiramente inerte, execrável - e, apesar de tudo isso - deixei-me chegar até aos 15 min., uma eternidade. Parece que tinha perdido a força para fazer zapping e emigrar para um programa menos humilhante, menos aviltante do ponto de vista formal e de conteúdo.
  • Foi então que acordei e disse para comigo: "tens de deixar imediatamente de ser mosca"... Mas percebi que não era só eu a arcar com aquela alienação medonha dos "senhores da bola". Eram milhares de pessoas - que não íam já até aos 15 minutos mas consumiam aquela droga do início ao fim. Hoje interrogo-me como essa pobre gente ainda não morreu de overdose de mau gosto..., que dá cabo da coesão familiar e da sã convivência entre amigos...
  • Em face do exposto, há uma questão que se deve colocar: como impedir que em democracia essa sedução da futebolítica se adapte a qualquer circunstância do mercado político dominado por consumidores de "comentários desportivos oriundos da futebolítica" - que garantem e reforçam o potencial político desses players que instrumentalizam o futebol (e a notoriedade que ele proporciona) em nome de interesses e de ambições pessoais depois mais ou menos sufragadas pelos partidos do poder??? Como impedir esses quistos em plena democracia?
  • Parece-nos que esta é a grande questão de molde a evitar que não hajam muitos e diversificados cancros na nossa vida política, maxime ao nível do poder local - como hoje parecem proliferar de Norte a Sul do país...
  • Libertemo-nos dessa canga - de que o dr. Seara é apenas um exemplo mais visível porque o Benfica tem uma identidade e uma história ligada ao Glorioso. Pois, quando o povo e o eleitorado português fôr um pouco mais evoluído, ié, menos alienado as percepções e as avaliações de risco mudarão... Mas para isso há que defenir um novo quadro de responsabilidade política - o qual terá de passar a propor também um novo tipo de "produto" totalmente liberto das contingências do mercado político que, neste caso - se alimenta e retro-alimenta dessa corrupção d'almas que o fenómeno da futebolítica tem promovido em Portugal.
  • Não se admite é que os partidos políticos conquistem o poder sem se comprometer verdadeiramente com uma espécie de contrato-programa verdadeiramente credível, exequível e transparente. Um contrato político sério, onde o autarca (ou o candidato a tal) seja proibido de fazer demagogia barata - servindo-se, para o efeito, da popularidade do comentário desportivo que o mantém à tona da política - que lhes permitem penetrar no subconsciente das populações de modo a que quando votam é impossível esquecerem-se daquelas caras (medonhas).
  • Em suma, a esfera política deverá urgentemente passar a adoptar alguma da boa metodologia que certos hospitais mundo fora já desenvolvem na sua gestão corrente. Com isto não se pretende dizer ou alterar a natureza e finalidade dos hospitais, mas antes questionar o modo como eles são geridos em ordem cumprir as suas efectivas obrigações.
  • Na política - central e local - a coisa deveria afinar pelo mesmo diapasão. Pois sabemos que os hospitais na Europa do Norte funcionam eficazmente - ficando todos satisfeitos - utentes e prestadores de serviços. Mas nos países latinos - em que os jogos de futebol e os interesses (financeiros, comerciais e imobiliários) que giram em seu torno são o cancro colectivo que contribui para alienar boa parte das pessoas - adopta-se a determinação ( e a "mobilização) do funcionalismo público...
  • Por mim, quando vejo aqueles programas de comentário desportivo de 3ª categoria desligo imediatamente. Mas não sem antes fazer o seguinte juízo: aqueles sujeitos que estão para ali a debitar verborreia - como a generalidade dos cidadãos faz a partir dos seus sofás - são os verdadeiros oficiais do poder: estáticos, alienantes e inamovíveis. Depois, continuam a ir para a TV mandar perdigotos às pessoas na esperança de que os consumam...
  • Mas será que o "searas da futebolítica" em Portugal não têm assessores de imagem que lhes digam: "é pá vão-se embora e não apareçam mais, sob pena de continuarem a botar mais porcaria no ventilador. Porque não se dedicam eles a um concurso de matraquilhos... Assim, poderiam sujar as mãos à vontade, a cara também - mas não envolveriam milhares de pessoas - populações inteiras - que vivem na miséria - isolados e sem transportes, sem acesso à cultura e aos bens de 1ª necessidade que municípios supostamente cosmopolitas como Sintra deveriam assegurar. Mas não!!! O que o dr. Seara assegurou - neste 4 anos de gestão indigesta - foi tão somente a eficaz colocação de várias dúzias de compadres políticos sem que com isso - mostrasse uma obrazinha de jeito em benefício das populações. Bolas, até a Edite faria melhor com um simples concurso de gramática...
  • Confesso não aceitar - como cidadão preocupado com a qualidade técnica, cultural e moral da política a que chegámos - que o PSD não disponha de um melhor candidato para Sintra. Um candidato do PSD genuinamente interclassista, e não um actor do CDS disfarçado de PSD - que tem um patológico tique elitista que o impede de ser verdadeiramente um autarca que governa para todos naquele concelho tão grande quanto problemático. A segurança nos comboios da linha de Sintra - é, apenas, um exemplo de como aquele autarca não serve para a liderança do Município de Sintra. Ou talvez servisse se, um dia, um familiar seu tivesse o azar de cair nas mãos daqueles bandos da Cova da Moura que fazem dos transportes públicos uma verdadeira selva da naifa em busca de uns cobres que roubam vilmente às pessoas inocentes que, cansadas e frustradas, regressam a casa depois de um dia de trabalho. É óbvio que o actual autarca de Sintra reconhece esta situação, mas não a sente verdadeiramente como um problema seu ou de um familiar. Será que ele já andou de comboio sem ser por altura daqueles momentos solenes em que as composições vão repletas de ministros e secretários de Estado???!!! À avaliar pelas suas (inexistentes) políticas de segurança - cremos que não ...
  • Confesso, sinceramente, e sem querer ser ofensivo - que a democracia portuguesa merecia pessoas melhores, ideias melhores, projectos melhores, tudo melhor...
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domingo

O "exemplo" do dr. Seara...

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  • O jogo das ilusões: as promessas eleitorais e as verdadeiras realizações. As palavras e as obras...
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  • As diferenças entre a imagem e a realidade...
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  • O anti-exemplo do dr. Seara na política autárquica fez-me lembrar um conjunto de realidades sociológicas que ainda se passam, por efeito de dualidade (cidade província), no nosso Portugal profundo. Esse tipo de candidatos à política são perniciosos, desde logo porque julgam integrar uma elite bem pensante que consegue fazer obra social e cultural, e depois nem uma coisa nem outra. Sobra só umas milhares de refeições para as criancinhas ranhosas de Sintra acompanhadas por uns manuais escolares onde estas aprendem que o País em que vivem, nomeadamente o autárquico, está eivado de amadores que vão para a política porque a academia já não os seduz e a fome de fama e a ganância de poder já não os satisfaz senão na própria arena política.
  • Por isso, escolhemos aqui o study-case de Seara para demonstrar aquilo que jamais se deverá repetir em Portugal em matéria de política autárquica. Com ele é-nos dado observar, na maior parte das suas promessas eleitoraleiras - para não lhes chamar mentiras clamorosas - que elas, de facto, só nos mostram claramente as suas más acções ou inclinações narcisistas quando, porventura, as tomam por proezas ou bons instintos.
  • Isto faz-me lembrar o que se passa no interior do País nestas ocasiões pré-eleitorais. Vejamos algumas delas para depois fazermos o paralelo e a ponte com o esquema mental do mundinho dos "searas" que pululam lamentavelmente na nossa vidinha autárquica.
  • Um candidato autárquico na província tem de fazer política a beber copos de tinto ou cerveja nas tabernas por onde vai passando. Ele pode estar proíbido pelo médico de beber, pode detestar vinho ou cerveja (e só gostar de Martini ou de chá) mas tem de enfrascar uns tintos bem aviados, doutro modo não revela a sua raça e assim a turba não vota nele. Logo, só lhe resta beber, beber e beber. Eis, grosso modo e duma forma algo tosca, o retrato que ainda tipifica o candidato autárquico na província - que, por efeito de contraste - Seara representa. Veremos como...
  • O candidato a autarca na província tem de beber, mesmo contraído - enquanto faz promessas e anuncia o seu plano para o Município para os próximos 4 anos - por entre bacalhaus, beijos aos meninos e saudações aos idosos. Eis o fluxo principal desta actividade política em contexto pré-eleitoral. Alguns candidatos ganham úlceras, cirroses e aparecem alcoolizadas em casa às 3 da manhã sem nunca terem aprecidado cerveja ou vinho, mas a política impele os candidatos para esta travessia das semanas, dos dias, das horas - até ao momento da votação em urna.
  • Eis o fluxo de movimentos que os candidatos autárquicos na província têm de fazer para conquistar votos. Beber e falar, falar e beber com a turba. E, não raro, muitos resultados eleitorais se decidem neste trânsito frenético que navega entre o tinto saído da pipa, a bujeca e o" dê cá aquela abraço", entre proclamações solenes em que a estrada x e a praça y serão feitas ou concluídas logo no primeiro trimestre do mandato do candidato (uma vez eleito). As coisas são assim. Embebedam-se as populações de promessas misturadas com palavras já enroladas por línguas alcoolisadas, e, às tantas, está tudo bêbedo a fazer campanha pelas vilas de Portugal. Alberto J. Jardim na Madeira é o paradigma deste cancro da democracia. Ninguém leva a mal. Muitos candidatos - que não gostavam de vinho e de cerveja - acabam por ficar com hábitos estranhos depois destes momentos eleitorais, e muitos terminam com cirroses lamentando-se pelas esquinas dos hospitais. O Portugal profundo está povoado de alguns destes casos. Ou seja, há os que só uma vez se embedaram, porém toda a vida lhes durou essa bebedeira...
  • Ora bem, o anti-exemplo do dr. Seara entronca aqui neste carrefour. Não quero com isto dizer que o homem é um alcoólico, de maneira nenhuma. O que se pretende sublinhar é o paralelismo entre os comportamentos políticos na província e os comportamentos políticos nas cidades - para assegurar a mesma finalidade: capturar votos - a qualquer preço.
  • Enquanto que na província os candidatos têm de se enfrascar para mostrar às populações que são homens de cepa rija, na cidade os mecanismos existentes são outros - mas igualmente ardilosos e transpersonalistas. E o estudo de caso da carreira e evolução do dr. Seara ilustra ad nausea esse trajecto. Primeiro, arranjar um palco para ser conhecido e sair do anonimato: o futebol serviu essa plataforma; depois ser conhecido e, se possível, consolidar essa notoriedade na sociedade. O comentário desportivo - de baixíssima qualidade diga-se de passagem - serviu exactamente esse propósito. O Benfica deu uma ajuda. Infelizmente, o Glorioso serve para muita coisa, a sua imagem, o seu símbolo, a sua história e toda a sua identidade cultural - servem, pelos vistos para muita coisa, excepto para conquistar títulos.
  • Em 3º lugar, há que capitalizar essa projecção em termos políticos. Em rigor, importa ter um projecto político-partidário. E se está no partido do táxi (o CDS) há que emigrar imediatamente para um partido de poder, o PSD. Foi precisamente o que Seara fez, pois sabia que se ficasse fiel à sua identidade política matricial ainda hoje andaria de mão dada com Paulo Portas - quer no banco da frente, quer no banco de trás do partido do táxi.
  • Depois vem o resto do "alcool político" com que se "embebedam" (e alienam) as populações que, apesar de tudo, nas cidades ainda não são muito diferentes das populações das vilas e cidades do interior do país: há, pois, que conotar-se ao futebol - que é um fenómeno de massas e arrasta multidões; há que fazer-se amigo das vedetas do desporto com cotação internacional num dado momento; arranjar um ou dois jornalistas amigos, ou até uma namorada na área..
  • O dr. Seara - com esse trajecto milimétricamente calculado - representa essa alienação da futebolítica, o moderno álcool político das cidades por comparação aos copos de vinho tinto e às cervejas que se têm de beber nas aldeias do Portugal profundo para ganhar eleições autárquicas.
  • Ora tanto num caso como noutro - são as populações que ficam embrutecidas pelo álcool político que os candidatos lhes impingem. Só a sua presença causa dano psicológico. Eis o que sinto quando vejo o dr. Seara na TV a fingir que é comentador desportivo sem saber dar um chuto numa bola ou o que é uma prova de atletismo. Também aí o seu perfil é o do treinador de bancada, igual ao de milhões de tugas que, do sofá, burilam táticas e estratégias com o mesmo facciosismo de um Gabriel Alves. Só que os tugas depois não decidem do destino e da vida de milhares de pessoas, como os autarcas, eis a diferença.
  • Quando vejo o dr. Seara armado aos cucos fazendo-se passar por autarca lembro-me logo da conduta dos caciques de província - candidatos por toda a parte até morrerem - bebendo copos de três na casa das pessoas humildes que lhes abrem as portas do lar, em casa de amigalhaços da política que depois têm de empregar, nas adegas de conhecidos, nos bares das vedetas do Alagarve, nos restaurantes, ou nas ruas - especialmente - nas esplanadas.
  • Eis o comportamento-seara que, como vimos, encontra paralelismo com os caciques de província que se querem perpetuar no poder até às suas exéquias.
  • Tanto uns como outros, os pseudo-políticos na província - como na cidade se entregam à bebida, ao vinho da manhã, da tarde e da noite - sempre aprazíveis desde que rendam votos. Mesmo que não haja sede para tanto.
  • Esta forma de fazer política é perniciosa, é viciante, é aviltante e só agrava os problemas das populações que estão fartas de promessas e, no final, dos 4 anos só vêem ilusões. É aqui que os "searas" deste país avultam e aviltam - as nossas almas...
  • Por isso, não sejamos parvos. Não pactuemos com essas pessoas que ainda têm muito que crescer e aprender, mas por serem narcisistas ou apresentarem sérios desvios de personalidade que só se curam no divã do psicanalista - não conseguem perceber a razão pela qual a mosca não consegue altrapassar a barreira do vidro.
  • O vidro está, mas a mosca continua a embater contra o vidro na vâ esperança de o atranspôr sem se magoar. Julgo que entre o programa e as promessas do candidato de Sintra - já não sei se ainda é do CDS ou já é do PSD - e o conjunto das concretizações feitas hoje - há um fosso que envergonha. É medonho como se pode - ante o pouco que se fez do prometido - uma pessoa apresentar-se de novo ao eleitorado!? Eu morria de vergonha, e fingia ir ao WC e pirava-me. Pois o dr. Seara não sabe qual é o seu momento para fingir ir ao quarto de banho...
  • Ele que é o pai do IC19 - onde as pessoas para percorrer 20 Klm de Lisboa a Sintra ainda demoram nesse simples trajecto 2 horas, quando não é mais.
  • Mas o dr. Seara diz que é o pai do projecto, pois por aí se vê o desrespeito pelos cidadãos residentes que todos os dias têm de passar por aquele calvário. Quatro anos para só agora se começar a alargar o IC 19.. brilhante.
  • Pois aqui se deixa uma nota ao visado - que esperemos não seja reeleito em Sintra. E a nota é a seguinte: nem sempre o poder é saber, muito menos saber científico. O saber - de que o homem se arroga no seu estreito mundinho da futebolítica - por onde geriu toda a sua imagem que o catapultou para o poder autárquico - por seu turno, é poder - embora no seu caso - uma vez que o fosso entre as promessas políticas entre o que disse e o que realizou são tão vergonhosas - que o referido saber jamais se traduzirá em poder político.
  • Saber ser um camaleão da política pode mostrar uma parte da virtú maquiavélica para se ir navegando nas águas do poder, mesmo que se seja um troca-tintas mudando-se de partido como quem muda de camisa - mas não é essa a qualidade que faz de um político um bom político.
  • O problema da ciência política - vista agora como ciência do poder (e do Estado) aplicada ao comportamento destes actores-menores ligados ao meio do caciquismo é que ela se alimenta de muitas articulações, como quem quer jogar xadrez e, ao mesmo tempo, mudar as regras do jogo ou mudar o valor e funcionalidade das suas peças.
  • Eis o que o dr. Seara nos confessou quando mostrava a sua verborreia completamente inflamada e descontrolada: parece, afinal, que as suas promessas eleitorais em 2002 - piscinas e ciclo-vias, centros de saúde e salas de aula entre outras infra-estruturas de valia social - só são para validar em 2007/09. Ora isto em democracia em brilhante... Percebemos agora como na cabeça do autarca os mandatos se reportam a outros mandatos, e os próximos - por seu turno - remetem para o próximo quadriénio, e assim o actual autarca de Sintra atravessa a linha do tempo e conquista a eternidade política e salva-se pessoalmente... Por este andar o IC 19 de que a criatura se diz ser o "pai" estará concluída em 2020... Brilhante..
  • Tudo aquilo que o dr. Seara disse - na letra e no espírito e até no tom - foi lamentável. João Soares - não raro - também armadivalhava o diálogo de surdos... Uma coisa é certa, com pessoas deste calibre não se pode jogar xadrez, porque a qualquer momento querem alterar as regras do jogo e mudar as peças e alongar a própria dimensão do tempo, coisa que até Eisntein não conseguira.
  • Com homens assim na política à portuguesa as surpresas são sempre desastres para as populações; a evolução uma regressão; e a liberdade um verdadeiro cárcere - limitando a liberdade de movimentos das populações.
  • Acho mesmo que a melhor terapia para que o actual autarca se cure da política - seria ser obrigado a percorrer todos os dias pelas 8 am o trajecto Sintra-Lisboa e depois obrigá-lo também a fazer o mesmo trajecto com direcção contrária (Lisboa-Sintra) pelas 18h. Talvez aí ele ficasse um pouco mais humilde e chegasse à brilhante conclusão de que a veia dele para autarca é igual à sua veia como comentador desportivo: uma lástima... Só ele é que não vê isso.
  • Recuso-me a a crer que não havia no PSD ninguém mais qualificado e credível para se apresentar a eleições em Sintra...
Aproveitando o study-case de Sintra apraz-me concluir com mais uma nota final: há certos políticos, porque são camaleões e oportunistas, que ora se apresentam como verdadeiras ratoeiras para o eleitorados, ora se oferecem (alegadamente) como isco. Mas, curiosamente, em ambos os casos - os dispositivos estão armadilhados, e são sempre as populações que acabam por ficar entaladas no metal da ratoeira. Ora isto dá que pensar, ou não dá...
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sábado

Mau serviço prestado à democracia - por Joaquim Paula de Matos

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Rui:
  • Ao alertar-te para o debate de ontem, na SIC, entre o João Soares e o Fernando Seabra, estava longe de pensar que as coisas atingiriam aquele lastimável espectáculo que envergonhou a nossa democracia e constituiu um verdadeiro e justificado estímulo à abstenção. Daquela forma, aqueles senhores, não merecem os votos que os eleitores resolvam entregar-lhes. Desrespeitaram os cidadãos, subestimaram a sua inteligência e negaram-lhes o direito à informação e esclarecimento político. Se fosse um espectáculo de boxe o árbitro teria, obrigatoriamente, que suspender o combate e desqualificar os opositores por comportamento incorrecto.
  • Incapazes de deixar passar qualquer mensagem que fosse desfavorável à sua campanha de caça ao voto os dois políticos decidiram anular-se reciprocamente falando ambos em simultâneo e transformando o que devia ser um diálogo num mar de palavras que se sobrepunham com a única preocupação de tornar imperceptível a mensagem do oponente.
  • Em resumo, João Soares, pretendia convencer os cidadãos de Sintra que Fernando Seara nada tinha feito durante os seus 4 anos à frente da Câmara o que é, obviamente, um descarado exagero. Fernando Seara, por sua vez, não aceitava lacunas ou falhas na sua acção à frente da edilidade, o que é outro exagero. Em suma, um atentado ao bom senso. O Sr. Coronel, em representação do PCP, que tem a disciplina da escola do Exército não se deixou arrastar pelas provocações de João Soares de que, não condenando em bloco o executivo anterior, estaria a atraiçoar a esquerda e a servir os interesses da direita ao bom estilo do PREC. Assim, limitou-se a afirmar o que era elementar: a sua posição era crítica e, de acordo com ela, alguns aspectos da acção de Fernando Seara terão sido positivos e outros nem tanto.
  • Esteve mal Fernando Seara quando enveredou pela defesa acossada e quase em pânico da sua acção como Presidente da Câmara de
  • Sintra, tanto mais que falava para os Sintrenses que inevitavelmente, ao longo dos anos, se aperceberam de coisas boas e más que fez ou não fez.
  • Pior esteve João Soares com os seus exageros acusatórios esquecendo-se que entre as pessoas que o ouviam não estavam apenas os indefectíveis do PS, que talvez apreciem aquele estilo de “bota a baixo,” mas principalmente pessoas do centro político sem grande cultura ideológica ao nível de esquerda e direita cuja destrinça já não é fácil de perceber entre PS e PSD o que levou, de resto, Fernando Seara a perguntar a J. Soares, a certa altura do pretenso debate, o que era ser de esquerda. Na verdade, no actual panorama político do nosso país, esquerda e direita já não passam de chavões sem nenhuma tradução no concreto, para alem de uma ligação a um passado político que vai ficando cada vez mais longe e deslocado nos dias que passam.
  • Portanto, assistiu-se apenas a uma cena de luta pelo poder, na minha opinião, de uma triste cena ou apenas mais uma em que se vai traduzindo o panorama político do nosso país. Os políticos, mais ou menos oficiais, perderam discernimento e até algum descaramento face aos cidadãos que os elegem. Disputam o poder sem respeito uns pelos outros recorrendo a truques e artifícios em que impera a lei do vale tudo e o resultado é o desgaste da nossa democracia cada vez mais a funcionar em circuito fechado. Sinceramente, de debates políticos para as autárquicas, parece-me que fiquei cheio e não vejo razão para os outros, que se vão seguir, serem diferentes destes.
  • Vamo-nos guardar para as presidenciais para ficarmos a saber o que é que o Dr. Mário Soares e o Dr. Cavaco Silva terão para dizer um ao outro.
Xau. Bom fim de semana. Tio Quim
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quinta-feira

Oeiras em discussão na SIC: Teresa Zambujo, Isaltino Morais e "Portanto"

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  • Teresa Zambujo, Isaltino Morais e o sr. Martins - de cuja pessoa não descobrimos nenhuma foto disponível na Net - "portanto" - é apelidado de "Portanto" - e ao lado poderá ver-se o número de vezes que cita a respectiva palavra por cada intervenção, "portanto..." Com um presidente assim uma coisa seria certa: Oeiras seria obrigada a rever todos os diccionários e a conferir um estatuto solene à referida palavra que, no meu tempo - servia para concluir algo e não, como fez abundantemente o sr. Emanuel, a tomava logo no arranque de cada frase, de cada suspiro, de cada gotícola de O2 com que salivava e que este candidato a candidato (que aparece nos cartazes ao lado de um sr. megalómano que quer fazer a OTA e o TGV) e integra este governo socialista liderado por Sócrates - que tem perdido credibilidade a olhos vistos com a sua política de amiguismo pessoal e de cunhismo verdadeiramente lamentável senão mesmo execrável - a que Sócrates jamais se prestaria, como dizia antes das eleições. Enfim, ou melhor, "portanto", portantos...
  • Com tanta abundância de "portantos" - até apetece dizer - que "ambos os três candidatos" - lá fizeram o seu papel, defendendo o melhor que puderam e souberam a sua dama. Vejamos sumariamente o que julgo ter ocorrido nessa manifestação de obscuridade política - adensada com a performance duma jornalista que me fez lembrar a srª Ana Dias que introduz o prof. Marcelo aos domingos à noite. Pois também aqui me interrogo - porque razão a SIC não se fez representar por um jornalista da área política, tipo Ricardo Costa ou outro que poderiam ter pedido de empréstimo à TVI - como o Miguel Sousa Tavares e alguns outros que poderiam ter estudado melhor o dossier de Oeiras para, assim, fazer as questões certas e não permitir aos candidatos, maxime ao dr. Isaltino, fazer uma passeata pela marginal (de que também foi o inventor..., e do candeeiro a "pitroil - como então se dizia..). Em último recurso, a SIC sempre poderia ir buscar do Dr. Balsemão - que já foi jornalista do Diário Popular - e, certamente, conhece bem o concelho de Oeiras, portanto... E também poderia responder àquela questão da sede que alberga o Expresso..
  • Depois deste prolegómeno, vamos ao que interessa - "portanto": o dr. Isaltino - apelidado nos meios mais irónicos por "taxi driver"... Eu, confesso - que não percebo por que razão lhe chamam isto, talvez pelas mesmas razões que o próprio desconhece as razões ou indícios que lhe são imputados nos processos judiciais que estão em curso e que, em rigor, não se percebe como o sistema de Justiça não consegue ser mais celere e eficaz. Como já aqui referimos - este nosso belo sistema de justiça também deveria ir a tribunal, mas põe-se a questão de saber com que juízes - já que os nossos pouco ou mal funcionam, só querem férias... Regressando aos "portantos": este candidato começou por fazer uma coligação prévia, ié, virou à esquerda e resolveu abraçar a CDU que, coitadinha, ficou na dispensa fechada e não partilhou do banquete televisivo. Falha de Balsemão...que não quer concorrer com a Festa do Avante.. O dr. Isaltino - percebendo esta fragilidade da SIC começou logo por dizer que está disposto a partilhar a perna do leitão com os comunistas - que ainda estão a fazer a sua perestroika em Oeiras. Portanto, portanto - temos já uma conclusão: a de que Isaltino virou à esquerda. Isaltino será, se for eleito, um verdadeiro operário da CMOeiras. Diz-se até já nos mentideros políticos que uma das suas principais medidas em matéria de política cultural será convencer os comunistas a tranferirem a Festa do Avante do Seixal para o Tagus Park, como uma iniciativa que iria trazer muito desenvolvimento a Oeiras, gerando imensos postos de trabalho e trazendo ao concelho um novo facies. A desvantagem seria a fumarada resultante da assadura das sardinhas e dos frangos que ofuscava a visibilidade dos condutores que seguem pela A5 até Cascais, com destino ao Guincho e à Quinta da Marinha, onde vive Balsemão, ou como os comunistas lhe chamam: "bolsa-na-mão". Com Isaltino em Oeiras - coligado com a CDU há,portanto, portanto, portanto, esta possibilidade.
  • Depois o mesmo Isaltino foi tomado pela soberba e pela ganância e ânsia de poder - embora disfarçada ou dissimulada de fraterna e franciscana humildade - e referiu que desconhecia em absoluto os indícios de que era acusado em vários processos judiciais. O que aqui importa é, antes demais o seguinte: qualquer instituição política precisa de estabilidade para assegurar o seu funcionamento, e não se está a ver como é que uma pessoa que tem ainda de resolver certos problemas com o aparelho de Justiça consegue dar essa estabilidade a uma autarquia... Não sei se estão a ver, portanto, portanto, portanto.
  • Depois, o dr. Isaltino vive ainda no limbo da nostalgia, fixado no passado. Fez-me logo lembrar aqueles homens que se recordam das conquistas sexuais que fizeram 3 décadas antes e agora as recuperam como se fosse hoje. É evidente, pelas leis inelutáveis da biologia, que o resultado só pode ser um: uma desgraça, uma impotência, portanto, portanto.
  • Em 3º lugar, o dr. Isaltino - que se apresenta como um visionário para Oeiras - não deu aos telespectadores uma única ideia com valia estratégica a fim de valorizar Oeiras, o que revela que ele está profundamente fixado no padrão de desenvolvimento do passado que hoje já não tem enquadramento.
  • Portanto, portanto, portanto, o dr. Isaltino não fez mais do que reiterar um exercício de dialéctica política pura, engendrada por um discurso vazio e valendo-se de duas coisas: da obra e do legado que, verdadeiramente, deixou a Oeiras - mas fruto do trabalho duma equipa que ele liderou; e tratando os outros candidatos pelo nome próprio para, desse modo, mostrar ao mundo que ele foi o "Pai" deles todos, que foi ele que os fez, que os inseminou políticamente, que os criou, que os desenvolveu e nutriu. E agora quer triturar, como quem mastiga un petit dejeuner... Só que o homem tinha ambições incontroláveis: quiz ir para o governo, ié, abandonou Oeiras e depois veio a bronca. E as broncas são sempre dolorosas, um pouco como "os portantos" em demasia. Por mais habilidade discursiva que tenha para projectar no futuro uma ideia de desenvolvimento que já colheu no passado.
  • Portanto, portanto, ao dr. Isaltino só faltou dizer que inventou a marginal, a areia das praias, a água e o sal dos oceanos - portanto, a terra e o céu, tudo obra dele, autor do espírito santo, Deus dos mares de Oeiras e mais uns etcs. Confesso que a dada altura pensei que o homem ía levantar os dois pés do chão, irromper pelo estúdio e dizer que ele é que era o dono da SIC, o patrão da jornalista, o inventor da roda e do carvão e da o feitor da Revolução Industrial, mas também do átomo e de mais um conjunto de baboseiras que já não colhem em Oeiras - onde as pessoas são letradas e já não se deixam "comer" por parvas em matéria de opção de desenvolvimento das cidades e dos problemas e desafios que hoje se colocam às grandes urbes.
  • Portanto, portanto, portanto - Isaltino quiz dizer à turba que era deus e, afinal, nem um deus menor é, apesar de poder ter ficado a ideia de ter vencido o debate a Teresa Zambujo - quando a desafiou a dizer que projecto ela iniciou que já não viesse de trás. Aqui Teresa Zambujo deveria ter sido mais ágil políticamente: poderia ter dito mais umas coisinhas... Desde logo, alteração no modelo de gestão política com a sua liderança, na transparência e lisura dos procedimentos político-administrativos, e depois então alinhar um conjunto de ideias e de projectos que nestes últimos 3 anos ela, de facto, desenvolveu.
  • Ou seja, deveria ter engatatilhado a sua resposta estratégica na exacta sequência do desafio de Isaltino, e não - como ocorreu - quando a tímida e impreperada jornalista lhe dirigiu a questão. O timing e o sentido de oportunidade em política são cruciais, por vezes fatais... Ora bem: esta falta de encadeamento no tempo e no espaço acabou por retirar algum impacto aos indicadores de desenvolvimento que Teresa Zambujo elencou - por forma a demonstrar a verdadeira valia da sua obra de autarca nestes três últimos anos: vide - aumento do número de empreitadas, aumento de investimentos, pagamentos atempados aos fornecedores, diminuição da dívida pública e mais uns "portantos", como diria o sr. Emanuel que parece já ter nascido no berço do PS, portanto, portanto...
  • Portanto, com Isaltino teremos mais betão e amiguismo dos patos bravos - que fazem obra e depois realizam mais valias estrondosas. Teremos mais aço e betão e conflitualidade política (intestina) e judicial que acabará por atranvacar o desenvolvimento futuro de Oeiras.
  • Como diria o sr. Martins do talho aqui de Carnaxide, a resposta certa é apostar na recta, pois as falésias são muitos perigosas e da queda é capaz de não sobrar ninguém para contar o desastre, portanto, portanto, portanto.
  • A "estória" sem "h" está repleta de ilusões de óptica, em que uns pensam que marcar mais uns pontos discursivos num debate televisivo chega para conquistar a vontade do povo que vota (e já não é parvo). Contudo, nunca ninguém se alimentou de ilusões, muito menos oriundas da esfera política. Por mim - tal como inúmeras pessoas de Carnaxide que conheço - e aqui trabalham - não tenho qualquer dúvida que Teresa Zambujo é neste momento a opção política, técnica e cultural mais credível para Oeiras.
  • Doutro modo, como é que ela se teria aguentado tão bem nestes 3 últimos anos? que, apesar da escassez do tempo e da limitação de meios - conseguiu fazer uma obra interessante em termos sociais e culturais que é bastante promissora para o futuro. Basta que Teresa Zambujo não cometa erros estratégicos até Outubro - nem se deixe enervar com o ilusionismo pseudo-discursivo de Isaltino - que a vitória - merecida - será certamente sua. Sua e dos oeirenses que apostam noutro modelo de desenvolvimento sustentável para Oeiras - que se esgotou com a viragem do III milénio.
  • Em suma: portanto.
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