quinta-feira

Oeiras em discussão na SIC: Teresa Zambujo, Isaltino Morais e "Portanto"

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  • Teresa Zambujo, Isaltino Morais e o sr. Martins - de cuja pessoa não descobrimos nenhuma foto disponível na Net - "portanto" - é apelidado de "Portanto" - e ao lado poderá ver-se o número de vezes que cita a respectiva palavra por cada intervenção, "portanto..." Com um presidente assim uma coisa seria certa: Oeiras seria obrigada a rever todos os diccionários e a conferir um estatuto solene à referida palavra que, no meu tempo - servia para concluir algo e não, como fez abundantemente o sr. Emanuel, a tomava logo no arranque de cada frase, de cada suspiro, de cada gotícola de O2 com que salivava e que este candidato a candidato (que aparece nos cartazes ao lado de um sr. megalómano que quer fazer a OTA e o TGV) e integra este governo socialista liderado por Sócrates - que tem perdido credibilidade a olhos vistos com a sua política de amiguismo pessoal e de cunhismo verdadeiramente lamentável senão mesmo execrável - a que Sócrates jamais se prestaria, como dizia antes das eleições. Enfim, ou melhor, "portanto", portantos...
  • Com tanta abundância de "portantos" - até apetece dizer - que "ambos os três candidatos" - lá fizeram o seu papel, defendendo o melhor que puderam e souberam a sua dama. Vejamos sumariamente o que julgo ter ocorrido nessa manifestação de obscuridade política - adensada com a performance duma jornalista que me fez lembrar a srª Ana Dias que introduz o prof. Marcelo aos domingos à noite. Pois também aqui me interrogo - porque razão a SIC não se fez representar por um jornalista da área política, tipo Ricardo Costa ou outro que poderiam ter pedido de empréstimo à TVI - como o Miguel Sousa Tavares e alguns outros que poderiam ter estudado melhor o dossier de Oeiras para, assim, fazer as questões certas e não permitir aos candidatos, maxime ao dr. Isaltino, fazer uma passeata pela marginal (de que também foi o inventor..., e do candeeiro a "pitroil - como então se dizia..). Em último recurso, a SIC sempre poderia ir buscar do Dr. Balsemão - que já foi jornalista do Diário Popular - e, certamente, conhece bem o concelho de Oeiras, portanto... E também poderia responder àquela questão da sede que alberga o Expresso..
  • Depois deste prolegómeno, vamos ao que interessa - "portanto": o dr. Isaltino - apelidado nos meios mais irónicos por "taxi driver"... Eu, confesso - que não percebo por que razão lhe chamam isto, talvez pelas mesmas razões que o próprio desconhece as razões ou indícios que lhe são imputados nos processos judiciais que estão em curso e que, em rigor, não se percebe como o sistema de Justiça não consegue ser mais celere e eficaz. Como já aqui referimos - este nosso belo sistema de justiça também deveria ir a tribunal, mas põe-se a questão de saber com que juízes - já que os nossos pouco ou mal funcionam, só querem férias... Regressando aos "portantos": este candidato começou por fazer uma coligação prévia, ié, virou à esquerda e resolveu abraçar a CDU que, coitadinha, ficou na dispensa fechada e não partilhou do banquete televisivo. Falha de Balsemão...que não quer concorrer com a Festa do Avante.. O dr. Isaltino - percebendo esta fragilidade da SIC começou logo por dizer que está disposto a partilhar a perna do leitão com os comunistas - que ainda estão a fazer a sua perestroika em Oeiras. Portanto, portanto - temos já uma conclusão: a de que Isaltino virou à esquerda. Isaltino será, se for eleito, um verdadeiro operário da CMOeiras. Diz-se até já nos mentideros políticos que uma das suas principais medidas em matéria de política cultural será convencer os comunistas a tranferirem a Festa do Avante do Seixal para o Tagus Park, como uma iniciativa que iria trazer muito desenvolvimento a Oeiras, gerando imensos postos de trabalho e trazendo ao concelho um novo facies. A desvantagem seria a fumarada resultante da assadura das sardinhas e dos frangos que ofuscava a visibilidade dos condutores que seguem pela A5 até Cascais, com destino ao Guincho e à Quinta da Marinha, onde vive Balsemão, ou como os comunistas lhe chamam: "bolsa-na-mão". Com Isaltino em Oeiras - coligado com a CDU há,portanto, portanto, portanto, esta possibilidade.
  • Depois o mesmo Isaltino foi tomado pela soberba e pela ganância e ânsia de poder - embora disfarçada ou dissimulada de fraterna e franciscana humildade - e referiu que desconhecia em absoluto os indícios de que era acusado em vários processos judiciais. O que aqui importa é, antes demais o seguinte: qualquer instituição política precisa de estabilidade para assegurar o seu funcionamento, e não se está a ver como é que uma pessoa que tem ainda de resolver certos problemas com o aparelho de Justiça consegue dar essa estabilidade a uma autarquia... Não sei se estão a ver, portanto, portanto, portanto.
  • Depois, o dr. Isaltino vive ainda no limbo da nostalgia, fixado no passado. Fez-me logo lembrar aqueles homens que se recordam das conquistas sexuais que fizeram 3 décadas antes e agora as recuperam como se fosse hoje. É evidente, pelas leis inelutáveis da biologia, que o resultado só pode ser um: uma desgraça, uma impotência, portanto, portanto.
  • Em 3º lugar, o dr. Isaltino - que se apresenta como um visionário para Oeiras - não deu aos telespectadores uma única ideia com valia estratégica a fim de valorizar Oeiras, o que revela que ele está profundamente fixado no padrão de desenvolvimento do passado que hoje já não tem enquadramento.
  • Portanto, portanto, portanto, o dr. Isaltino não fez mais do que reiterar um exercício de dialéctica política pura, engendrada por um discurso vazio e valendo-se de duas coisas: da obra e do legado que, verdadeiramente, deixou a Oeiras - mas fruto do trabalho duma equipa que ele liderou; e tratando os outros candidatos pelo nome próprio para, desse modo, mostrar ao mundo que ele foi o "Pai" deles todos, que foi ele que os fez, que os inseminou políticamente, que os criou, que os desenvolveu e nutriu. E agora quer triturar, como quem mastiga un petit dejeuner... Só que o homem tinha ambições incontroláveis: quiz ir para o governo, ié, abandonou Oeiras e depois veio a bronca. E as broncas são sempre dolorosas, um pouco como "os portantos" em demasia. Por mais habilidade discursiva que tenha para projectar no futuro uma ideia de desenvolvimento que já colheu no passado.
  • Portanto, portanto, ao dr. Isaltino só faltou dizer que inventou a marginal, a areia das praias, a água e o sal dos oceanos - portanto, a terra e o céu, tudo obra dele, autor do espírito santo, Deus dos mares de Oeiras e mais uns etcs. Confesso que a dada altura pensei que o homem ía levantar os dois pés do chão, irromper pelo estúdio e dizer que ele é que era o dono da SIC, o patrão da jornalista, o inventor da roda e do carvão e da o feitor da Revolução Industrial, mas também do átomo e de mais um conjunto de baboseiras que já não colhem em Oeiras - onde as pessoas são letradas e já não se deixam "comer" por parvas em matéria de opção de desenvolvimento das cidades e dos problemas e desafios que hoje se colocam às grandes urbes.
  • Portanto, portanto, portanto - Isaltino quiz dizer à turba que era deus e, afinal, nem um deus menor é, apesar de poder ter ficado a ideia de ter vencido o debate a Teresa Zambujo - quando a desafiou a dizer que projecto ela iniciou que já não viesse de trás. Aqui Teresa Zambujo deveria ter sido mais ágil políticamente: poderia ter dito mais umas coisinhas... Desde logo, alteração no modelo de gestão política com a sua liderança, na transparência e lisura dos procedimentos político-administrativos, e depois então alinhar um conjunto de ideias e de projectos que nestes últimos 3 anos ela, de facto, desenvolveu.
  • Ou seja, deveria ter engatatilhado a sua resposta estratégica na exacta sequência do desafio de Isaltino, e não - como ocorreu - quando a tímida e impreperada jornalista lhe dirigiu a questão. O timing e o sentido de oportunidade em política são cruciais, por vezes fatais... Ora bem: esta falta de encadeamento no tempo e no espaço acabou por retirar algum impacto aos indicadores de desenvolvimento que Teresa Zambujo elencou - por forma a demonstrar a verdadeira valia da sua obra de autarca nestes três últimos anos: vide - aumento do número de empreitadas, aumento de investimentos, pagamentos atempados aos fornecedores, diminuição da dívida pública e mais uns "portantos", como diria o sr. Emanuel que parece já ter nascido no berço do PS, portanto, portanto...
  • Portanto, com Isaltino teremos mais betão e amiguismo dos patos bravos - que fazem obra e depois realizam mais valias estrondosas. Teremos mais aço e betão e conflitualidade política (intestina) e judicial que acabará por atranvacar o desenvolvimento futuro de Oeiras.
  • Como diria o sr. Martins do talho aqui de Carnaxide, a resposta certa é apostar na recta, pois as falésias são muitos perigosas e da queda é capaz de não sobrar ninguém para contar o desastre, portanto, portanto, portanto.
  • A "estória" sem "h" está repleta de ilusões de óptica, em que uns pensam que marcar mais uns pontos discursivos num debate televisivo chega para conquistar a vontade do povo que vota (e já não é parvo). Contudo, nunca ninguém se alimentou de ilusões, muito menos oriundas da esfera política. Por mim - tal como inúmeras pessoas de Carnaxide que conheço - e aqui trabalham - não tenho qualquer dúvida que Teresa Zambujo é neste momento a opção política, técnica e cultural mais credível para Oeiras.
  • Doutro modo, como é que ela se teria aguentado tão bem nestes 3 últimos anos? que, apesar da escassez do tempo e da limitação de meios - conseguiu fazer uma obra interessante em termos sociais e culturais que é bastante promissora para o futuro. Basta que Teresa Zambujo não cometa erros estratégicos até Outubro - nem se deixe enervar com o ilusionismo pseudo-discursivo de Isaltino - que a vitória - merecida - será certamente sua. Sua e dos oeirenses que apostam noutro modelo de desenvolvimento sustentável para Oeiras - que se esgotou com a viragem do III milénio.
  • Em suma: portanto.
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