Marques Mendes em entrevista
- Marques Mendes foi entrevistado na RTP por Judite de Sousa
- Foi uma entrevista previsível. Sem rasgo da parte da entrevistadora; com solidez, coerência e previsibilidade da parte do entrevistado.
- O Estado tem de emagrecer - na linha do small is beautifull -; as suas funções económicas e sociais têm que ser reconfiguradas. Ao Estado cabe criar um ambiente facilitador para a iniciativa e a dinamização do tecido empresarial. Boa legislação, maior reconhecimento ao empresariado; baixa progressiva dos impostos, apoio directo e indirecto à inovação e um esforço para intensificar as exportações - eis a receita do Estado segundo Marques Mendes.
- O Estado tem que ter um corpo de atleta, dedicar-se ao que melhor sabe fazer libertando recursos para apoiar o dinamismo empresarial. Sem, contudo, incorrer no Estado mínimo - guarda-nocturno - que só zela pela segurança dos haveres e, mesmo assim, quando o guarda-nocturno adormece nem os haveres se salvam.. Depois lá têm que se aumentar os impostos, privatizar umas empresas públicas que hoje já não existem etc e tal..
- Só assim - com o emagrecimento do Estado - se pode criar riqueza, crescer e desenvolver o País. Quanto à demissão de Campos e Cunha - a coisa foi grave porque foram apenas 4 meses, e um dia após o pacote de Bruxelas ter sido aprovado para a redução do défice (em 3 anos) o ministro diz-se cansado e zarpa. É pouco. Foi mau. Mas foi de homem. Foi a 1ª brecha no governo de Sócrates. Foi o diamante que se partiu e agora os reflexos são muitos. Veremos se cegam... Quanto a Teixeira dos Santos - o novel ministro de Estado e das Finanças - uma palavra: foi um grande despesista ao tempo de Gueterres enquanto Sousa Franco era ministro das Finanças (de quem foi secretário de Estado). Dizem que é um reputado economista e um conceituado qualquer coisa... Nunca li nada do senhor, mas admito que ainda possa ser um Nobel da economia. Pois até o Zaramago se nobilizou... Portanto, assim tudo será possível. Tudo!!! No Baixo Alentejo já há experiências com suínos a aprender a andar de bicicleta, e 3% desse universo de praticantes fá-lo com um sucesso equilibrista notável.
- Freitas - e as suas desmesuradas vaidades e ambições do tamanho do mundo - também estiveram na mira de Marques Mendes - que nunca vacilou e foi sempre coerente e lógico. E até construtivo. Marques Mendes disse que Freitas deve denunciar os casos de corrupção que conhece para facilitar os investimentos estrangeiros em Portugal. Se nada fizer está a contribuir para criar uma imagem negativa - nas chancelarias europeias e do mundo -; está, no fundo, a dizer ao mundo que Portugal é um país pouco atractivo, inseguro, imprevisível, opaco e amigo pouco amigo do investidor e da economia de mercado. Logo, inimigo do bem estar e qualidade de vida das pessoas, ié, dos portugueses e portuguesas.
- João Jardim é o que é: um lunático com obra feita. Talvez por engano. Apesar de rancoroso - e de mal educado - não deixa de ter obra. É isso o que o povo gosta. E aprecia tanto mais o estilo quanto mais intensas forem os dislates e as arremetidas do sujeito ao Continente. É assim que se manifesta a sua virilidade (colectiva) e denuncia o complexo de insularidade jardinense. Diria, quando está sóbrio, ocasionalmente, consegue ser razoável. O problema é que esses momentos têm rareado nos últimos tempos. Será sinal senilidade?
- Autárquicas: sabe que as coisas passarão por apresentar candidatos impolutos, credíveis. O caso de Oeiras é paradigmático. Teresa Zambujo é a aposta, tem o apoio do partido e é quem melhor gera consensos no município para realizar um projecto para os próximos 4 anos. Esperamos pelo projecto e pelas ideias que o irão concretizar. Portanto, seriedade, competência, transparência e alguma experiência são alguns dos requesitos para seleccionar o pessoal político nas próximas eleições autárquicas em Outubro.
- Não me recordo de muito mais... Mas a jornalista podia ser menos programada e acatar menos as questões da regie e fazer umas questões fora do guião. Não se preocupar tanto com as presidenciais fora de tempo para ver se conseguia arrancar mais umas declaraçõezitas que pudessem suscitar umas manchetes viperinas nos diários do day after... Que pobreza franciscana o catálogo de perguntas que Judite levava no bolso. Sempre tão previsível como as respostas de Cunhal... Sabíamos como começava, como se desenvolvia e como terminavam as suas entrevistas. Uma maçada... Depois a sua pose manual - ou seja, o jogo e a dança de mãos - para as fazer parecer maiores - é verdadeiramente reflexo psicológico que aqui não tem cabimento.
- Pois também aqui é pena as direcções noticiosas não permitirem que outros valores do chamado jornalismo político despontem no panorama televisivo. São sempre os mesmos, e isto é uma maçada deontológica com resultados josnalísticos demasiado previsíveis. Parece que há mesmo uma censura à emergência de novos valores. Será que os directores e sub-directores de informação têm medo de ser ultrapassados pelos mais jovens? Será que promovem mesmo essa possibilidade e pluralismo? ou querem morrer com mãos de galinha fazendo sempre as mesmas entrevistas, seguindo o velho guião, como quem vai à manicure tratar das peles e das unhas?
- Em suma: aquilo que poderia ter sido uma entrevista excepcional foi apenas uma entrevista previsível. Por mérito do entrevistado e demérito da entrevistadora. Pelo tipo de questões que colocara, pela carência extrema de imaginação, pela rotina...enfim, por uma busca incessante de pequenos nadas que se pudessem transformar em desastre e tragédia nacional: e o Alberto J. Jardim, e o Isaltino Morais, e Cavaco, e Freitas, e Valentim Loureiro...e o raio que parta este formato de entrevista. Uma maçada que deixa água na boca e formigueiro nos pés...
- E assim vai o jornalismo político em Portugal. Hermético com um alcofa rota. É fechado por cima mas mete água por baixo. Mas as manápulas lá estão - sempre prontas para serem filmadas como mãos de modelo... Mas não são. São mãos vulgares, com as mãos da maior parte dos tugas. São sempre os mesmos cromos, a pôr e a dispôr das entrevistas políticas - com mãosinhas de galinha e peles esticadas em busca de sangue em perguntas que nem ao menino jesus interessariam.
- Sobre uma ideia de Portugal para o futuro próximo - nada. O que pudemos levar à Europa de inovador - zero; que projectos para dinamizar a lusofonia no mundo nem um suspiro. No fundo, Judite (que nada a ver com a Judiciária) colocou questões de circunstância; diria - questões de café: Presidenciais, regionais, Albertos J. Jardins; Isaltinos, demissões de ministros cansados e o mais que não tem interesse.
- Podendo extrair mais e melhor do entrevistado - a entrevistadora reduziu o seu guião a um mero troço de rali, de mapa na mão e conta-relógio na outra. E lá foi ela: assinalando as retas, as curvas e, claro, também os buracos..Ora isto só pode dar estampaço num próximo troço... Tamanha é a pasmaceira rotineira praticada por este jornalismo político. Pior que o praticado pela direcção de certo partido comunista...
- Será isto jornalismo político no séc. XXI??? Pois eu acho que é uma sombra. Qualquer estagiário bem treinado faria mais e melhor. Pergunto-me porque razão não há reciclagem na classe jornalistica lusa? Será, porventura, pelas mesmíssimas razões que os líderes sindicalistas são os mesmos há anos...
- Fiquei com a sensação que era Marques Mendes quem deveria ter entrevistado Judidte. Só para ver se a Televisão em Portugal muda um pouco. E mudando sempre poderá abrir as janelas e, assim, permitir, que a sala fique arejada reciclando também o ar pesado que adensa todas as outras divisões da casa que entorpece hoje o jornalismo político nacional.
- Ora aqui está uma boa proposta para levar à prática quando Marques Mendes for PM... Dar indicações à RTP para que os seus quadros assegurem a renovação, mostrando - como a classe empresarial - que consegue introduzir sangue novo no sistema de comunicação social em Portugal de modo a evitar uma coisa chata que se repete há anos: a previsibilidade com que as entrevistas políticas são conduzidas e feitas pela RTP 1.
- Até lá, resta-nos trabalhar para o fotomaton para ver se os dedos das mãos esticam e ficam com um ar mais jet Oito... À desejada inovação nos critérios josnalísticos os donos do casebre respondem sempre com a mesmas receita. A rotina é tanta que já me esqueci como se faz a groselha...
Confesso que sempre que vejo os trejeitos excessivos da Judite - e a sua obsessão em querer uma mãos de tesoura da moda Armani - lembro-me logo daquele sujeito que era frustrado por ser baixote, gorduxo e com muito acne na cara... Tudo para dizer o seguinte: é importante que tenhamos uma postura correcta em TV (e na vida), mas quando se abusa - ou porque não se gosta do corpo que se tem, ou de parte dele, convém não abusar dos trejeitos manapulentos. Há quem não entenda isto e incorre no ridículo dos ridículos - que é estar num programa político e dar a entender ao país que se está a promover uma linha comercial da Avon, da Garnier ou da Nívea-creme para as manápulas pequenas. Confesso que já começo a perder a paciência de ver a srª Dona Judite mostrando ser o que não é. Pouco jornalista, e nada modelo. Por vezes, a vaidade mata. E quando não mata ridiculariza, o que é pior. Alguém lhe deverá dizer isso. Talvez do dr. Seara - que também queria ser conhecido na TV e descobriu o futebol para esse fim. Depois conseguiu ser edil de Sintra. Ele projectou-se, Sintra continuou a marcar passo. Afinal, porque razão as pessoas não assumem como verdadeiramente são. Mesmo que tenham manápulas pequenas e muitas peles de galinha... O que importa é ser autêntico.. Ninguém está a imaginar o dr. Seara com um capachinho como o Fernando Gomes...a fazer um discurso ao vento... A Natureza é tão bela, porquê manipulá-la, falseá-la!?
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