Macroscopio
Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
terça-feira
Napoleão e Sócrates: a camisa vermelha e as calças castanhas..
Napoleão Bonaparte, durante suas batalhas usava sempre uma camisa de cor
vermelha. Para ele era importante porque, se fosse ferido, na sua camisa
vermelha não se notaria o sangue e os seus soldados não se preocupariam e
também não deixariam de lutar. Toda uma prova de honra e valor.
Duzentos anos mais tarde, Sócrates usa sempre calças castanhas.
Será que Soares-Pai - o pré-candidato - já se apercebeu disto?!
segunda-feira
O velho leão. Eu é que sou o "Presidiente"
Isto só é possível em Portugal. Uma sociedade esclerosada, ossidificada, mumificada. É o fim do mundo em cuecas..., 20 anos depois. E que tal o D. Afonso Henriques!?
Isto é o sub-consciente de Soares-Pai a sonhar alto... E também que ele sonha
- Tenho um "pinsamento" estratégico em matéria de luta anti-terrorista
- Tenho uma visão integrada de Portugal no mundo - Vau (em vão) e a arredores
- Tenho uma Fundação que vive à pala de Fundos do Estado - ou pelo menos benecificiou de 200 mil cts da Fundação para a Ciência e a Tecnologia - verbas que deveriam ser canalizadas para a investigação pura e aplicada
- Falo uma data de línguas, inclusive o Franciu com sotaque do Campo Grande
- Tenho já 80 anos - mas um corpo e um pensar de 56
- Tenho rendimentos pessoais e não preciso da política para nada. Depois, como e viajo sempre à borla
- O meu filho - o Joãosinho - vai ser o novo presidente da C.M. de Sintra - o que também não é difícil uma vez que o actual edil é um comentador desportivo de 2ª fila que não fez rigosamente nada
- Tenho o dom de irritar o chefe do governo - sobretudo do PSD. Mas só no 2º mandato
- Uma vez eleito - com o pleno de toda a esquerda - altero a lei e passarei a intervir directamente nos serviços secretos - SIS e SIED - de modo a combater não só mais eficazmente o terrorismo como os pedófilos que vão de Jaguar para o Parque Eduardo VII pela calada noite disfarçados de Catherine Deneuve... em busca de prazeres ocultos
Entrevista inédita
Conversas com Mário al-So'ares - surrupiadas na net...
Bem vindos a mais um episódio da 2.ª série de conversas onde o Dr. Mário al-So'ares entrevistará algumas das mais importantes figuras de política mundial.
Neste primeiro programa o convidado especial é: Bixana Bino Lada – director da Organização Terrorista, Ecuménica e Missionário de Destruição Al-Qaeda Portugal sem passagem pelo Vau, campo Grande e arredores..
Mário al-So'ares: Ora muito boa noite. É com prazer que tenho aqui sentado à minha frente o Homem de quem todos falam: o Bixana Bino Lada!
Bixana: Ora essa... o prazer é meu. É sempre uma honra poder conversar com alguém tão importante para o mundo ocidental e que tanto fez pelos Oceanos do Mundo!
MS: Naturalmente. Ora então diga-me o que é que a sua Organização e o senhor querem?
Bixana: O mesmo que toda a gente, afinal... Um pouco de amor, de respeito, de carinho. Quero que nos compreendam! E uns fundos comunitários para aquisição de armamentos para expulsar os norte-americanos dos lugares santos..
MS: Mas acha que atirar aviões cheios de pessoas para cima de torres pejadas de gente irá fazer com que o mundo vos compreenda e os passe a aceitar de futuro?
Bixana: Bem, bem. Não será bem assim! Tentamos apenas chamar a atenção para a nossa causa, aliás, divina. Podemos passar a atirar só helicópeteros..
MS: Quer então dizer que os atentados são somente pedidos de socorro? Como o arrastão ali de Carcavelos- que não passou duma invenção da polícia mal formada e das televisões excitadas em forjar notícias falsas...
Bixana: Exactamente! Olhe para a minha cara... é esta a cara de um assassino?... Minhas mãos conhecem a guerra e os meus olhos viram a pobreza. Será que o meu coração não sofre ao ver mães ficarem sem filhos e casas a serem destruídas? Se minhas lágrimas pudessem saciar a sede dos milhões de sedentos que buscam o caminho correcto de Deus e da paz!
MS: Ora aí está! É a conversar que a gente se entende: é o que eu sempre digo! No fundo a Al-Qaeda só faz atentados para poder ajudar as pessoas do mundo, não é?
Bixana: Exactamente! Eu não diria melhor! Se pensar que os ocidentais representam mais 75% da humanidade, verá que nós somos os únicos que lutamos por uma igualdade real entre os povos, entre o Norte e o Sul do mundo! Queremos acabar com a fome! Atirar aviões-bomba para rebentar os celeiros inúteis que não servem para alimentar os famintos. Gostaríamos que o Ocidente parasse e rezasse a Deus – mesmo que não fosse 5 vezes por dia. Basta de mentiras e arrogância! Queremos matar Bush e Blair ao mesmo tempo..
MS: Aí está! Significa isso que irão parar de fazer atentados quando todo o mundo estiver satisfeito e feliz. Sem fome! Então e o Durão Barroso...Está a pensar acabar com ele? Olhe que ele também estava na foto dos Açores...
Bixana: Esse não estã esquecido... O caixão já foi encomendado... É de mogno e foi para o carote. Só falta encomendar o serviço no Brasil.
MS: Como vêem, meus senhores, é assim que se acaba com os problemas do mundo: conversando! Dialogando... Não viram o Guterres.. Foi assim que ele deu a volta ao Kofi Anão...
Bixana: Agora dê-me licença para ir embora antes que rebente uma bomba-química na sua Fundação - Mário Soares e no metro ali do Largo do Rato...Ou então, mandamos um míssil para o Bimbo da Costa..
MS: Ora, naturalmente! Grande homem, aí terá o meu empenhamento, mas secreto... e sem o conhecimento do Sócrates.
FIM
Não perca as próximas entrevistas de Mário al-So'ares com o presidente Kim Il Sung (Coreia do Norte), com Ayatolah Ali Khamenei (Irão), Manuel Marulanda (FARC Colômbia), Shoko Asahara (líder da Seita Verdade Suprema – Japão) e Radovan Karadzic (sérvia); e a Alberto João Jardim directamente do Chão da Lagoa... Tendo como camera man - Marques Mendes. US d.
Um sujeito chega ao balcão de uma instituição bancária com 2 dólares norte-americanos e quer convertê-los em escudos, perdão, euros. A coisa vista e somada dá 1, 64 euros.
Uma fortuna - diz o agente bancário. E depois remate: tenha cuidado para não ser assaltado.
Sai de lá com a sensação de que estava a ser gozado...
É o que faz guardar 2 dólares do Tio Sam durante 20 anos numa gaveta bolorenta que já nem queria abrir. Nada se valoriza, e a vida só se deprecia. Isto é uma tristeza. Uma tristeza que termina em ossos, depois em cinzas, pó..
domingo
O Comentário de Joaquim Paula de Matos ao programa - TV Rural - do Engº Sousa Veloso
Ruisinho:
- O teu blog sobre o Eng. Sousa Veloso e o seu TV Rural foi um gesto de carinho por uma pessoa que ao longo dos anos, entrando regularmente nas nossas casas, despertou em todos nós esse sentimento muito especial que agora, que tiveste a sorte de o conhecer pessoalmente, de forma muito sentida lhe manifestaste. Antes de ti, uma outra geração, a minha, que assistiu ao nascimento no nosso país da televisão, esse prodígio da tecnologia que deixava boquiabertos e sem saberem o que pensar milhares e milhares de pessoas de um Portugal predominantemente rural que ouviam respeitosamente, quase religiosamente, as palavras do Sr. Eng. Sousa Veloso.
- Tão longe e tão perto, dentro daquela caixinha, ele falava às pessoas das nossas aldeias porque o seu programa, sendo escutado por todos, era feito especialmente para as pessoas do campo que ele visitava, entrevistava e dava a conhecer a todo o país. Os tempos eram outros, a TV era outra e nós próprios, que a vimos nascer e ainda estamos vivos, também éramos outros.
- Recordar o Eng. Sousa Veloso é voltar atrás nas nossas vidas, é revisitar um país que já não existe, é recordar locais e pessoas que lá ficaram, irresistivelmente ligadas a um passado do qual o Sr. Eng. é uma referência obrigatória não só na nossa memória mas principalmente no nosso coração.
- Hoje, para além dos canais temáticos, pouca televisão vejo. Na maioria dos casos a programação é deprimente, chegando mesmo a constituir-se num atentado aos espectadores e para agravar a situação as pessoas que dão corpo aos programas não me dizem nada, na melhor das hipóteses deixam-me indiferente, como se fossem marionetas de plástico.
- Fico muito feliz por saber que o Sr. Eng. está vivo e de boa saúde. Infelizmente não deixou seguidores, não vejo hoje na TV ninguém que consiga criar a empatia que ele despertou em todos nós, os da minha e ainda da tua geração e o que é estranho é que não havendo, nesse tempo, as escolas de comunicação social que há hoje, tenham aparecido, então, pessoas que se constituíram como autênticos fenómenos de comunicação.
- No momento, a partir do qual, as qualidades exigidas para se fazer carreira na TV, e não só, passaram a ser de “outra natureza”, pessoas como o Sr.Eng. deixaram de lá ter lugar. A concorrência e a competição ditam hoje regras e impõem condições que são inaceitáveis para muitas pessoas entre as quais ele se inclui. Felizmente ele ainda teve o seu tempo e isso permitiu-nos conhecê-lo e integrá-lo nas nossas vidas. O outro Sr. Eng., o que correu com ele da televisão, sem o saber prestou-lhe um favor, na minha opinião, como agora se diz, ele deixou de lá ter lugar porque aquilo já não era lugar para ele.
- Que possa ainda ter muitos anos de vida com saúde são os sinceros votos de quem, durante dezenas de anos, o recebeu na sua casa como se pessoa de família se tratasse.
sábado
O Engº Sousa Veloso e o TV Rural. Um grande Português. Um programa histórico
O Engº Sousa Veloso. O TV Rural...
Quase Trinta anos das nossas vidas. Quem hoje está na casa do "quarentas" lembra-se certamente do Engº Sousa Veloso. Eu lembro-me. Sei que o programa arrancou lá para 1959 e foi encerrado em 1990, salvo erro. O coveiro deste interessante e simbólico programa - que já que se confundia com Portugal - foi um tal senhor Arlindo Cunha.. que acho que foi ministro da Agricultura (hoje em crime económicos relacionados com o ex-BPN).
Acho que encerrou o programa para meter uma cunha a um amigo - por sinal também de nome Sousa... Mas que nenhuma relação tinha com o verdadeiro e genuíno Engº Sousa Veloso - que durante 3 décadas - aos domingos - ilustrava os portugueses com os problemas regionais e locais da agricultura nacional. Aquela voz, aquela simplicidade dos homens grandes, aquela forma de agarrar os problemas do sector - especialmente num país então predominantemente agrícola. Tudo isso se ficou a dever a uma pessoa grande de alma - Sousa Veloso.
Vejamos um pouco da história do programa:
- A RTP queria experimentar um programa que versasse a agricultura em Portugal, e é então que, fruto de uma parceria com o Ministério da Agricultura, tem Sousa Veloso e Monteiro Alves a conduzirem um programa que faria história, não só na RTP mas em Portugal, vivendo por 30 anos: o TV Rural.
- Premiado depois dos primeiros curtos filmes sobre agricultura, Sousa Veloso passou a conduzir o programa sozinho, e em pouco tempo foi dominando as várias técnicas de televisão. Muitas vezes, era ele quem produzia, realizava e montava, para além de apresentar. O seu estilo ficou para sempre ligado ao programa, e a sua voz reconhecia-se em qualquer sítio, tal era o hábito, carinho e interesse que os portugueses tinham adquirido em ver o TV Rural. Em 1963 Sousa Veloso recebe mesmo o Prémio Imprensa, por TV Rural, provando a qualidade, integridade e valor que se reconheciam ao programa.
- Ontem à tarde tive o prazer e o privilégio de conhecer e de apertar a mão ao Sr. Engº Sousa Veloso. Foi um mero acaso. Confesso que desde "puto" que alimentava essa expectativa. Quase a roçar nos "quarentas" ela concretiza-se - com o engº Sousa Veloso a duplicar-me na idade - mas a ganhar-me em lucidez, desenvoltura e gosto pela vida. Estive à conversa com ele uns dez minutos e parece que recordei todos aqueles 30 anos de programas e de vivências comuns que também atravessaram a minha vida e a de meu Pai, dado que na década de 70 ele fez uma incursão pela Avicultura. Daí o meu relativo interesse pelo programa. Mas hoje tenho a certeza (se é que se podem ter certezas) que via o programa por causa do apresentador e não tanto por ser um interessado pelos meandros dos produtos da terra - que nunca fui. Salvo no prato...
- Plantava-me em frente ao televisor com a ideia de que ia ouvir uma pessoa especial contar uma história real. Mas tudo aquilo - também pelo magnetismo da vox doce e singular - representava um fascínio para mim. Julgava que alguém me ia explicar a textura do paraíso na terra, mas a partir de um programa que envolvia cabras, pastores, agricultores, líderes de confederações (como José Manuel Casqueiro - que foi morrer estranhamente ao Brasil!!!), produtores de tudo e mais alguma coisa. E lá estava o engº Sousa Veloso a contar aquelas tramas entre uns e outros, harmonizando interesses desavindos que o solo gerava, fazendo a terra falar e deixando o país preso por um laço psico-afectivo que nunca mais se desfez. Este singelo blog procura ser a prova disso mesmo. Uma memória viva do passado que desejaria pudesse ter alguma utilidade no futuro. Mais que não seja para apagar algumas dores e completar algumas conversas que, ou estavam incompletas ou nunca chegaram a ser iniciadas.
- De facto, ouvir a voz melodiosa - temperada de sonoridade e doçura do Engº Sousa Veloso - é um fascínio de criança que se concretizou em adulto. É, de facto, um suplemento de alma. Foi um prazer conhecê-lo. Através dele reconstitui muitas coisas boas de um passado que julgava esquecido. Outras memórias menos boas também vieram à tona, mas o importante é que temos memórias para valorizar sempre os acontecimentos positivos - pessoais ou institucionais - que, num dado momento, se cruzaram com as nossas vidas.
- Para mim - o Engº Sousa Veloso e o TV Rural - eram como uma marca d'água que integram o código genétido do Portugal contemporâneo - que fez a transição para uma sociedade post-industrial - que hoje já se preocupa muito pouco com o mundo agrícola nacional, salvo quando existem catástrofes naturais - como a seca - e mandamos vir a Comissária da Agricultura para fazer o Relatório in loco a fim de confirmar a verdade dramática dos factos que estão à vista de todos. Podia-se, ao menos, poupar o dinheiro da viagem da senhora... Ela nada acrescentou ao que já se sabia.
- Apertei a mão duas vezes ao engº Sousa Veloso. Pensava até que já tinha almoçado, lanchado, jantado com ele. Mas não, foi tudo sempre através da lente do Tv Rural. Ontem foi em solo de Carnaxide que me cruzei com ele e refiz algumas dessas linhas da história da minha vida e, também, a da minha família que entretanto já partiu. Só posso estar grato ao Engº Sousa Veloso pelo seu excepcional trabalho em prol da Agricultura em Portugal e, também, por ser um grande Português. Tão grande quanto amável e inspirador. E a sua voz continua um cristal de ressonâncias magnéticas que nos deixa com uma frustração terrível. É que depois ouvirmos a sua voz ouvimos o que nós próprios temos para dizer ao mundo...
- Apertei-lhe a mão e para conservar esse breve (mas grande) registo - prometi a mim mesmo que não as lavarei tão cedo. E o mais curioso é que tenho também o prazer de ter um dos seus filhos como amigo sem que - um e outro - o saibam.
- Interrogo-me como seria - hoje - um TV Rural (re)feito pelo seu autor de sempre... Ainda não perdi a esperança de, um dia, poder fazer a pergunta ao Engº Sousa Veloso... Talvez ele me possa responder e eu possa ter o privilégio de aqui publicar a sua resposta. Seria uma honra. Com a suavidade de veludo da sua voz e a experiência do seu conhecimento - que já atingiu o estatuto da sabedoria dos tempos. Tempos que já são eternos - nessa linha permanente do tempo. Uma linha que não se vê, mas está lá..., e um dia acabará connosco.
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Etiquetas: Agricultura, Desenvolvimento rural, Sousa Veloso, TV Rural
sexta-feira
Marques Mendes em entrevista
- Marques Mendes foi entrevistado na RTP por Judite de Sousa
- Foi uma entrevista previsível. Sem rasgo da parte da entrevistadora; com solidez, coerência e previsibilidade da parte do entrevistado.
- O Estado tem de emagrecer - na linha do small is beautifull -; as suas funções económicas e sociais têm que ser reconfiguradas. Ao Estado cabe criar um ambiente facilitador para a iniciativa e a dinamização do tecido empresarial. Boa legislação, maior reconhecimento ao empresariado; baixa progressiva dos impostos, apoio directo e indirecto à inovação e um esforço para intensificar as exportações - eis a receita do Estado segundo Marques Mendes.
- O Estado tem que ter um corpo de atleta, dedicar-se ao que melhor sabe fazer libertando recursos para apoiar o dinamismo empresarial. Sem, contudo, incorrer no Estado mínimo - guarda-nocturno - que só zela pela segurança dos haveres e, mesmo assim, quando o guarda-nocturno adormece nem os haveres se salvam.. Depois lá têm que se aumentar os impostos, privatizar umas empresas públicas que hoje já não existem etc e tal..
- Só assim - com o emagrecimento do Estado - se pode criar riqueza, crescer e desenvolver o País. Quanto à demissão de Campos e Cunha - a coisa foi grave porque foram apenas 4 meses, e um dia após o pacote de Bruxelas ter sido aprovado para a redução do défice (em 3 anos) o ministro diz-se cansado e zarpa. É pouco. Foi mau. Mas foi de homem. Foi a 1ª brecha no governo de Sócrates. Foi o diamante que se partiu e agora os reflexos são muitos. Veremos se cegam... Quanto a Teixeira dos Santos - o novel ministro de Estado e das Finanças - uma palavra: foi um grande despesista ao tempo de Gueterres enquanto Sousa Franco era ministro das Finanças (de quem foi secretário de Estado). Dizem que é um reputado economista e um conceituado qualquer coisa... Nunca li nada do senhor, mas admito que ainda possa ser um Nobel da economia. Pois até o Zaramago se nobilizou... Portanto, assim tudo será possível. Tudo!!! No Baixo Alentejo já há experiências com suínos a aprender a andar de bicicleta, e 3% desse universo de praticantes fá-lo com um sucesso equilibrista notável.
- Freitas - e as suas desmesuradas vaidades e ambições do tamanho do mundo - também estiveram na mira de Marques Mendes - que nunca vacilou e foi sempre coerente e lógico. E até construtivo. Marques Mendes disse que Freitas deve denunciar os casos de corrupção que conhece para facilitar os investimentos estrangeiros em Portugal. Se nada fizer está a contribuir para criar uma imagem negativa - nas chancelarias europeias e do mundo -; está, no fundo, a dizer ao mundo que Portugal é um país pouco atractivo, inseguro, imprevisível, opaco e amigo pouco amigo do investidor e da economia de mercado. Logo, inimigo do bem estar e qualidade de vida das pessoas, ié, dos portugueses e portuguesas.
- João Jardim é o que é: um lunático com obra feita. Talvez por engano. Apesar de rancoroso - e de mal educado - não deixa de ter obra. É isso o que o povo gosta. E aprecia tanto mais o estilo quanto mais intensas forem os dislates e as arremetidas do sujeito ao Continente. É assim que se manifesta a sua virilidade (colectiva) e denuncia o complexo de insularidade jardinense. Diria, quando está sóbrio, ocasionalmente, consegue ser razoável. O problema é que esses momentos têm rareado nos últimos tempos. Será sinal senilidade?
- Autárquicas: sabe que as coisas passarão por apresentar candidatos impolutos, credíveis. O caso de Oeiras é paradigmático. Teresa Zambujo é a aposta, tem o apoio do partido e é quem melhor gera consensos no município para realizar um projecto para os próximos 4 anos. Esperamos pelo projecto e pelas ideias que o irão concretizar. Portanto, seriedade, competência, transparência e alguma experiência são alguns dos requesitos para seleccionar o pessoal político nas próximas eleições autárquicas em Outubro.
- Não me recordo de muito mais... Mas a jornalista podia ser menos programada e acatar menos as questões da regie e fazer umas questões fora do guião. Não se preocupar tanto com as presidenciais fora de tempo para ver se conseguia arrancar mais umas declaraçõezitas que pudessem suscitar umas manchetes viperinas nos diários do day after... Que pobreza franciscana o catálogo de perguntas que Judite levava no bolso. Sempre tão previsível como as respostas de Cunhal... Sabíamos como começava, como se desenvolvia e como terminavam as suas entrevistas. Uma maçada... Depois a sua pose manual - ou seja, o jogo e a dança de mãos - para as fazer parecer maiores - é verdadeiramente reflexo psicológico que aqui não tem cabimento.
- Pois também aqui é pena as direcções noticiosas não permitirem que outros valores do chamado jornalismo político despontem no panorama televisivo. São sempre os mesmos, e isto é uma maçada deontológica com resultados josnalísticos demasiado previsíveis. Parece que há mesmo uma censura à emergência de novos valores. Será que os directores e sub-directores de informação têm medo de ser ultrapassados pelos mais jovens? Será que promovem mesmo essa possibilidade e pluralismo? ou querem morrer com mãos de galinha fazendo sempre as mesmas entrevistas, seguindo o velho guião, como quem vai à manicure tratar das peles e das unhas?
- Em suma: aquilo que poderia ter sido uma entrevista excepcional foi apenas uma entrevista previsível. Por mérito do entrevistado e demérito da entrevistadora. Pelo tipo de questões que colocara, pela carência extrema de imaginação, pela rotina...enfim, por uma busca incessante de pequenos nadas que se pudessem transformar em desastre e tragédia nacional: e o Alberto J. Jardim, e o Isaltino Morais, e Cavaco, e Freitas, e Valentim Loureiro...e o raio que parta este formato de entrevista. Uma maçada que deixa água na boca e formigueiro nos pés...
- E assim vai o jornalismo político em Portugal. Hermético com um alcofa rota. É fechado por cima mas mete água por baixo. Mas as manápulas lá estão - sempre prontas para serem filmadas como mãos de modelo... Mas não são. São mãos vulgares, com as mãos da maior parte dos tugas. São sempre os mesmos cromos, a pôr e a dispôr das entrevistas políticas - com mãosinhas de galinha e peles esticadas em busca de sangue em perguntas que nem ao menino jesus interessariam.
- Sobre uma ideia de Portugal para o futuro próximo - nada. O que pudemos levar à Europa de inovador - zero; que projectos para dinamizar a lusofonia no mundo nem um suspiro. No fundo, Judite (que nada a ver com a Judiciária) colocou questões de circunstância; diria - questões de café: Presidenciais, regionais, Albertos J. Jardins; Isaltinos, demissões de ministros cansados e o mais que não tem interesse.
- Podendo extrair mais e melhor do entrevistado - a entrevistadora reduziu o seu guião a um mero troço de rali, de mapa na mão e conta-relógio na outra. E lá foi ela: assinalando as retas, as curvas e, claro, também os buracos..Ora isto só pode dar estampaço num próximo troço... Tamanha é a pasmaceira rotineira praticada por este jornalismo político. Pior que o praticado pela direcção de certo partido comunista...
- Será isto jornalismo político no séc. XXI??? Pois eu acho que é uma sombra. Qualquer estagiário bem treinado faria mais e melhor. Pergunto-me porque razão não há reciclagem na classe jornalistica lusa? Será, porventura, pelas mesmíssimas razões que os líderes sindicalistas são os mesmos há anos...
- Fiquei com a sensação que era Marques Mendes quem deveria ter entrevistado Judidte. Só para ver se a Televisão em Portugal muda um pouco. E mudando sempre poderá abrir as janelas e, assim, permitir, que a sala fique arejada reciclando também o ar pesado que adensa todas as outras divisões da casa que entorpece hoje o jornalismo político nacional.
- Ora aqui está uma boa proposta para levar à prática quando Marques Mendes for PM... Dar indicações à RTP para que os seus quadros assegurem a renovação, mostrando - como a classe empresarial - que consegue introduzir sangue novo no sistema de comunicação social em Portugal de modo a evitar uma coisa chata que se repete há anos: a previsibilidade com que as entrevistas políticas são conduzidas e feitas pela RTP 1.
- Até lá, resta-nos trabalhar para o fotomaton para ver se os dedos das mãos esticam e ficam com um ar mais jet Oito... À desejada inovação nos critérios josnalísticos os donos do casebre respondem sempre com a mesmas receita. A rotina é tanta que já me esqueci como se faz a groselha...
Confesso que sempre que vejo os trejeitos excessivos da Judite - e a sua obsessão em querer uma mãos de tesoura da moda Armani - lembro-me logo daquele sujeito que era frustrado por ser baixote, gorduxo e com muito acne na cara... Tudo para dizer o seguinte: é importante que tenhamos uma postura correcta em TV (e na vida), mas quando se abusa - ou porque não se gosta do corpo que se tem, ou de parte dele, convém não abusar dos trejeitos manapulentos. Há quem não entenda isto e incorre no ridículo dos ridículos - que é estar num programa político e dar a entender ao país que se está a promover uma linha comercial da Avon, da Garnier ou da Nívea-creme para as manápulas pequenas. Confesso que já começo a perder a paciência de ver a srª Dona Judite mostrando ser o que não é. Pouco jornalista, e nada modelo. Por vezes, a vaidade mata. E quando não mata ridiculariza, o que é pior. Alguém lhe deverá dizer isso. Talvez do dr. Seara - que também queria ser conhecido na TV e descobriu o futebol para esse fim. Depois conseguiu ser edil de Sintra. Ele projectou-se, Sintra continuou a marcar passo. Afinal, porque razão as pessoas não assumem como verdadeiramente são. Mesmo que tenham manápulas pequenas e muitas peles de galinha... O que importa é ser autêntico.. Ninguém está a imaginar o dr. Seara com um capachinho como o Fernando Gomes...a fazer um discurso ao vento... A Natureza é tão bela, porquê manipulá-la, falseá-la!?
quinta-feira
A Tragédia é a Política
A oposição considera grave a saída do ministro Campos e Cunha da pasta das Finanças. PSD e CDS-PP falam em “instabilidade política” e em “quebra na credibilidade externa do país”. PCP e Bloco de Esquerda apelam a uma mudança das políticas que estão a ser seguidas pelo Governo.
- Na sequência desta demissão pergunto-me - em que País estamos?! Campos e Cunha assina um artigo no Público em que coloca sérias reservas à qualidade infra-estruturante dos projectos da OTA e TGV - por achar que ambos não são nem úteis, nem nem necessários nem prioritários a Portugal neste momento. E como não quiz ser responsabilizado pelo seu fracasso - fez o artigo e mostrou as reservas a ambos. Deixando - pelo caminho - uma catadupa de recados aos seus colegas de governo. Isto colide com a estratégia do PM, óbviamente. Depois, o ministro das Obras Públicas contrariou o ministro de Estado e das Finanças asseverando que aqueles dois projectos eram tanto necessários quanto prioritários. Campos e Cunha deixou de ter espaço político para esbracejar, e resolveu demitir-se. Fez bem. Ao menos actuou segundo a sua consciência. Actuou em coerência. Recordemos o facto de ter sido ele - horas depois de ter tomado posse - a falar na necessidade de aumento de impostos. Então fora muito criticado, até por Marcelo na RTP, dado que essa era uma matéria que devia ser primeiro divulgada pelo PM. Bom, isto são alguns factos conhecidos.
- Mas para além dos factos há sempre algo de Trágico por trás deles. Os factos, por vezes, são apenas a aparência das essências. E estas encontram-se quase sempre no limite da razão (ou da loucura).
- Vejamos esse trajecto no mundo desordenado em Portugal nos últimos tempos. Diria mesmo que este facto revela que a Tragédia é a própria Política. E porquê? Também pelos factos? Mas a Tragédia transbordou os cenários da Política lusa e derramou-se pelo asfalto da própria Linguagem dos homens. De certa forma, é como um regresso às origens - de ausência de linguagem em que cada um faz o contrário do que afirmou antes. E tudo parece normal. Ora, é isto que é deveras estranho.
- Pois é a Linguagem que melhor se percebe, hoje, que assume a face do caos. Ao falar num aeroporto e numa linha ferroviária de alta velocidade - não é bem o mesmo que falar num quadro de pintura abstracta produzido por um artista desconhecido. É preciso rigor, estudos, projectos, ou seja, a Política carece duma certa Matemática para não ficar no vazio das intenções que tantas e tantas vezes Campos e Cunha - deixou entrever nas vezes que foi à Comissão parlamentar de economia e finanças falar da matéria. E à medida que falava - por não dispôr da tal matemática política (revelando um amadorismo preocupante - especialmente para um cientista social que é Catedrático de qualquer coisa) - mais se enredava. Era visível: o homem corava, diminuia-se nas palavras que proferia. A insegurança e o stress acabam sempre por "matar" as pessoas. Só lhe restava uma saída... Pecou por tardia.
- Mas esta desconcertação de posições entre Campos e Cunha e o PM não significa que seja Sócrates que tenha razão. Pois eu acho que é a parte mais fraca que a tem, ou seja, quem se demitiu por insustentabilidade. Campos e Cunha perdeu a força mas não quer dizer que tenha perdido a razão. Tanto a OTA como o TGV não são prioritários neste momento para Portugal. É tão intuitivo quanto científico. Não gera riqueza nem cria emprego. Importa toda a tecnologia. É só uma modernidade aparente - que ajuda os taxistas e os patos bravos - crónicos especuladores - a fazer mais umas negociatas que nada têm a ver com o bem comum e o desenvolvimento do País. Isto é tão claro como a água. É algo que dispensa estudos, projectos, etc. Daí a tibieza de Campos e Cunha sempre que falava naqueles dois projectos artificiais - que agora prosseguem pela mão de Teixeira dos Santos.
- Portugal precisa é de um tecido empresarial mais dinâmico e competitivo que produza inovação como a Natureza foi magnânime com o sol em Portugal. Portugal é um País pequeno - que se percorre na vertical em 3/4 horas e em duas na horizontal. Para quê tanta pressa com o TGV? Importamos quase toda a tecnologia e não geramos empregos. Será mais um elefante branco que o país não rentabiliza. Será mais um quisto para o défice crónico das nossas finanças públicas.
- Mas regressemos à Tragédia. São incoerências como estas - entre o ministro das Finanças e o PM - que revelam como perdemos a esfinge, ié, como o homem se perdeu a si mesmo nos labirintos da Linguagem - que está sempre para lá dos factos. Parece até - que Portugal perdeu os deuses que tinha só para nos passarem a expiar lá do alto, talvez dos céus da OTA ou da velocidade da luz do TGV. A sensação que fica ao discutir-se esses dois projectos é que Portugal ficou sózinho buscando os caminhos do Destino, só que já não temos mais palavras capazes de realizar essa obra. Um obra sem destino.
- Era como se Shakespeare fosse o ser mais actual em Portugal. E o povo fosse uma espécie de Hamlet. Só que ainda não sabemos bem onde está o nosso reino da Dinamarca... São, pois, estas incertezas e incoerências - fatais em política - que revela que Portugal está sem deus, embora tentemos abrir os olhos ante a brutalidade das estórias que colocamos a nós próprios. E por isso somos pobres Trágicos duma pobre Tragédia. Eis o que somos.
- São estes projectos nitidamente megalómanos que nos vão fazer perder na curva da estrada. O tempo que consomem é uma eternidade. Os recursos que absorvem é uma outra tragédia, fazendo lembrar os estádios de futebol. Pois se não temos uma florescente actividade económica - queremos o aeroporto e o TGV para quê? Para dinamizar essa mesma actividade económica - observando as velhas receitas de J. M. Keynes!?... Tamanho erro. Os governos hoje devem regular e induzir investimentos (mistos), mas daí a ser o motor desse mesmo desenvolvimento vai uma dramática distância a que não se pode dar ao luxo.
- Hoje, já nem pela Linguagem conseguimos distinguir o Ser e o Não Ser - Eis a questão. Será isto um convite à Loucura como antítese da lucidez com que habitualmente confrontamos a política para a resolução dos problemas comuns?!
- Julgo que Portugal confiou a Política à Tragédia - julgando que esta não retornasse mais à Linguagem - para não errar de novo. Assim, evitamos falhar pelas duas maneiras: pelos actos e pelas palavras que - supostamente - os sustentam.
- Então, qual é o objectivo da Política - especialmente em Portugal? Será "destragedisar" a própria Tragédia. Inventando, desde logo, uma nova linguagem (mais rigorosa - própria de catedráticos de economia que não se percam nos labirintos das palavras nem da memória), e depois identificando novas prioridades para o futuro imediato do desenvolvimento do País. O que não passa, necessáriamente, por aqueles dois elefantes rosa que ainda estão em gestação. Aflige-me pensar que esses projectos sejam falados sem estudos que quantifiquem a sua necessidade. Na realidade, é este convite à Loucura que está a destruir Portugal. E isto acontece assim porque o tempo rápido da Política não deixa tempo aos mais preparados para se pronunciarem pelas prioridades. É, pois, a velocidade em política que está a matar a própria Política. Podemos até dizer que a tragédia de Portugal é não perceber que são os TGVs avulsos de Portugal que vão decretar o óbito ao País. Para depois - qui ça - recomeçar tudo de novo.
Quando escrevemos uma carta a alguém para lhe dizer o que quer que seja - podendo fazê-lo pessoalmente ou por telefone - significa que algo está podre no reino da Dinamarca... Ao menos Freitas do Amaral deu uma grande e inteligente entrevista - mostrando ao País que ainda há quem pense política. Enfim, consequências do progresso.