domingo

"Parem de fingir que isto é uma crise de dívida pública"

Para o economista, a redução da despesa pública não resolve o problema. "Podem cortar a despesa pública em Portugal até à idade da pedra que isso não terá impacto na exposição dos bancos estrangeiros aos mercados de dívida soberana". Em relação às medidas de austeridade, Blyth dá uma curiosa imagem: "Descrevamos Portugal como alguém que teve um acidente: tem uma perna partida, a cara esfacelada, tem problemas de respiração e mal se consegue mexer. Nós levamo-lo para o hospital e a receita do médico é: vamos retirar-lhe todo o sangue do corpo. Portugal tem concerteza os seus problemas de longo prazo, mas não é que a austeridade os ajude a resolver. Irá simplesmente tornar as coisas piores", diz.
Para o economista, a austeridade é apresentada como uma forma de reformar o Estado-social mas, diz, "se estivermos a falar de problemas de equidade do Estado social, como excesso de benefícios a pensionistas, então devem ser tratados. Mas o que está em causa é salvar o 1% mais rico quando os seus bancos estão em apuros - é o que aconteceu na América e na Europa - e depois, quando esses resgates e as recessões acabam no balanço do sector público, usar como desculpa um problema de pensões, isso não é uma boa política".
Segundo Mark Blyth, "a primeira solução é parar com a austeridade. A segunda é parar de fingir que isto é uma crise de dívida pública, que não é. É uma crise bancária. É preciso resolver o problema bancário. Estamos parados na união bancária há um ano, pela simples razão de que alguém tem de lidar com um bilião de dólares de ativos tóxicos que estão nos sectores bancários espanhóis e outros. Até que as perdas sejam reconhecidas e absorvidas pelos bancos e seus acionistas e credores, não há forma de resolver o problema. É preciso desalavancar o sistema e deixar o ciclo de crédito e a política monetária funcionar".
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Obs: Uma tese radical, mas que fará parte do problema. Afinal, quem mais ganhou com a recessão grega, senão a banca alemã e francesa...
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quinta-feira

A insustentabilidade de Passos Coelho está na razão directa da sua incompetência

- Bem prega Passos Coelho que a economia portuguesa não é a grega, diz que está a crescer e que se recomenda à Europa e ao mundo. Tamanha falsidade. A comprová-lo está a declaração da CE ao sinalizar que a dívida pública nacional está acima dos 100% do PIB, e que será assim até 2030. Uma eternidade. Adiando o futuro de gerações de portugueses que, assim, são forçados a emigrar.

- Na prática, o que significa isto?! Mais crise e recessão, logo mais desequilíbrios na economia portuguesa, que não cresce à medida que gera dívida. Em 2008, a dívida pública portuguesa era 66%, após a crise mundial disparou para mais do dobro. 
- Por outro lado, estes valores demonstram que estes últimos 4 anos de esforços brutais de consolidação orçamental - pagos exclusivamente pelos contribuintes - não têm resultado. Ou seja, pagámos a carga fiscal draconiana que nos foi imposta e, em contrapartida, recebemos mais pobreza estrutural, mais endividamento, mais desemprego, mais impostos, mais insolvências e mais emigração compulsiva de portugueses para o exterior - em busca de melhores condições de vida que não encontram em Portugal. 
- Passos Coelho, e a sua entourage, obrigaram os portugueses a empobrecer, capacitaram a Autoridade Tributária de poderes verdadeiramente pidescos escravizando o contribuinte a pagar o que tem e não tem ao fisco e aos bancos (alguns perdendo as suas casas por dívidas de valor insignificante), no final da legislatura, e ao contrário da propaganda passista, Portugal e os portugueses empobreceram brutalmente. 
- Este entrangulamento da dívida pública, agravado por uma ausência verdadeira de reformas estruturais ao nível do Estado, vem ditar uma sentença demasiado pesada aos portugueses. É como se estes estivessem no fundo do poço, e esperando que alguém apareça para os salvar, o que ocorre é  que o Estado lhes atira terra para cima, soterrando-os definitivamente. 
- É assim que se saldam 4 anos de impreparação e incompetência do XIX Governo (in)Constitucional em Portugal. Uma "bela" legislatura. Talvez a "mais eficiente" para escavacar Portugal. 
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quarta-feira

Risco de Portugal entrar em incumprimento é quase zero

"O risco de Portugal falhar o pagamento das suas dívidas é quase zero", diz a agência de rating Fitch. No entanto, Portugal tem que fazer uma reforma alargada do seu enquadramento fiscal, diz o analista Brian Coulton, considerando que a pressão dos mercados exige uma forte disciplina fiscal dos governos português, espanhol e grego.
De acordo com o especialista da Fitch, em referência aos desequilíbrios orçamentais de Portugal, Espanha e Grécia, o risco de um contágio aos restantes membros da União Europeia é "exagerado".
A Fitch considera que a União Europeia pode "encontrar uma maneira" para ajudar a dívida soberana dos seus Estados-membros e que a pressão dos mercados sobre o risco da dívida de Portugal, da Espanha e da Grécia exige "disciplina fiscal".
Quanto à vizinha Espanha, a agência de rating considerou que o governo espanhol actuou "relativamente depressa", ao passo que diz estar preocupada com o apoio social às medidas anunciadas pelo Executivo grego.
No que toca a uma ajuda da União Europeia às finanças gregas, Brian Coulton disse que é uma "possibilidade" e não uma "certeza".
Obs:
O que o ministro das Finanças tem de fazer para segurar os mercados e potenciar o rating da república. Como hoje é mais problemático governar, por múltiplas e variadas razões, é de sublinhar os esforços de Teixeira dos Santos para emprestar à república aquilo que o Al berto joão da Madeira pretende esbulhar ao "contenente". Nota máxima para o prof. Teixeira dos Santos.

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