domingo

A perfídia analítica de Marcelo

Nota prévia: Sob aparente neutralidade analítica, Marcelo desloca-se ao Seixal para tentar fazer o pleno, e arrebatar mais alguns votinhos para a sua ainda não confessada candidatura a Belém. Para isso, o comentador da linha do Estoril ou da Costa do Sol, que sempre foi um elemento elitista na sociedade portuguesa (antes e depois de 1974!!), tenta disfarçar a sua origem a fim de, oportunisticamente, se plebeizar e, assim, de forma dissimulada, procurar entrar no conservador eleitorado comunista e potenciar a força da sua proto-candidatura. 
- O comentador diz ainda que Costa está refém da vontade de Sócrates (para as eleições legislativas), recém-saído da cadeia de Évora. Pode haver alguma verdade nesta perigosa associação, mas também não deixará de ter (algum) fundamento, ainda que a natureza e a lógica da eleição presidencial seja unipessoal e distinta das eleições legislativas, que Marcelo esteja igualmente refém da vontade do PSD e, em especial, de Passos Coelho - que prefere Rui Rio àquele. 
- Veremos, no final, e também no decurso da luta eleitoral que se avizinha, quem está mais dependente de quem e que resultados irão ser alcançados pelos principais candidatos. 
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Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Marcelo diz que campanha de Costa "está nas mãos" de Sócrates
Marcelo rebelo de Sousa
Em visita à 39.ª Festa do "Avante!", no Seixal, o jurista dividiu a sua análise sobre a recente decisão relativa ao processo judicial que envolve o antigo primeiro-ministro socialista entre a "decisão judicial" e a sua "repercussão política", confessando ter tido "forte convicção" de que o juiz decidisse "um bocadinho mais cedo", "não em cima da campanha e dos debates", como aconteceu.
"Do ponto de vista político, vai depender de muita coisa, de haver acusação até às eleições ou não. Se houver, é evidente que o teor da acusação vai estar na cabeça dos portugueses", disse, simplificando depois: "se ele disser qualquer que tem a ver com a campanha imediatamente passa a ser um assunto de campanha. Está nas mãos de José Sócrates facilitar ou dificultar vida de António Costa".
Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a postura dos atuais secretário-gerais de PS e PCP, respetivamente António Costa e Jerónimo de Sousa, por terem afirmado que não vão misturar política com justiça, tal como a coligação PSD/CDS-PP.
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