domingo

Evocação de Sto Agostinho: o Tempo é o espaço onde as coisas acontecem

O tempo é uma variável psicológica mas também um sério problema metafísico para o qual não há racionalização cabal. Ele existe dentro e fora de nós. Para Sto Agostinho não há tempos futuros nem passados. É incorrecto dizer: os tempos são três: Pretérito, Presente e Futuro. Mas talvez fosse próprio dizer - os tempos são em número de três: presente das coisas passadas, presente dos presentes, presente dos futuros.

Faz sentido esta reposição de Sto Agostinho porque quando olhamos para o passado fazêmo-lo sempre com as lentes do presente, e isso interfere com os factos que efectivamente acorreram no passado e que agora só o são porque mediados pela nossa mente do presente.
Daí a razão do sábio e doutor da Igreja quando sistematizava esses três tempos: 1) a lembrança presente das coisas passadas; 2) a visão presente das coisas presentes; 3) e a esperança presente das coisas futuras.

Nesta linha mais rigorista acerca do tempo Sto Agostinho ensina-nos que o que existe é, de facto, a primazia do presente em relação ao passado e ao futuro. Ou seja, o tempo não tem existência fora da nossa mente, anda associado ao homem, existe dentro das nossas mentes. Se não existirmos o tempo também não tem lugar em nossas mentes, senão na consciência de outros homens onde terá razão de ser a sua estrutura tripartida entre passado, presente e futuro.
Ou seja, o TEMPO é, ou deverá ser, um imenso passado-presente-futuro todos fundidos numa quarta categoria que ainda não inventámos, mas desconfiamos poder existir. Embora seja uma existência para a qual ainda não temos relógio, é ainda um tempo a aguardar base de medição neste tempo que passa.
O tempo é o espaço onde as coisas acontecem. Sto Agostinho tinha razão. A razão do tempo.
A razão do futuro neste jogo de inter-futuros pensado no presente.
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