Nikita Kruchev e Hugo Chavez, um paralelo perigoso

Um sapatinho que cheira mal, muito mal (em plena ONU) ... Uma estória ao estilo do "zé do caixão" como Nikita ficara conhecido...

Há cerca de meio século Nikita Kruchev, um homem que até aos seus 22 anos era analfabeto, presidiu à então URSS - que rivalizava com os EUA pela hegemonia do mundo mantendo, para o efeito, as suas zonas de influência e a corrida aos armamentos (arms race) nessa guerra do irmão-inimigo como Raymond Aron lhe chamou. Um dia foi à ONU - e no púlpito resolveu tirar o sapatinho e começar a bater na tribuna dizendo: Nós vamos enterrar-vos (aos EUA).

Era o sinal da vitalidade balofa e artificial duma União Soviética animado por uma ideologia comunista verdadeiramente contra-natura, anti-humana e com resultados catastróficos quer para a economia quer para a sociedade.

No mundo, só o actual PCP da Soeiro Pereira Gomes formatados na velha e retrógrada escola de Álvaro Cunhal (mais uns trogloditas no Oriente) é que ainda elogiam aquele regime sanguinário herdado de Stalin - que matou mais pessoas do que Adolfo Hitler. Mas a ilusão daquele homem, um camponês desvairado a bater com o sapato no púlpito da ONU (que escolheu Cuba para sinalizar a Guerra Fria com J.F. Kenedy então presidente dos EUA), radicava na ideia de que a URSS seria mais rica do que os EUA, o comunismo venceria o capitalismo, o homem comunista seria um novo-homem, e toda essa hegemonia (palavrosa e campónia) traduzir-se-ía na conquista do espaço sideral, onde os russos soviéticos conseguiram colocar o primeiro homem na lua - frustrando, temporáriamente, os poderes militares e científicos nos EUA.

Esperemos que Hugo Chavez ao oferecer o seu território à actual Rússia como forma de contrabalançar o poderio norte-americano no mundo (que agora pretende instalar armas nucleares na Europa) - não reedite uma pequena nova Guerra Fria post-contemporânea. Dando, assim, folga aos poderes erráticos e aos terrorismos emergentes que proliferam nas margens do mundo mais pobre.

Tenho para mim que Hugo Chavez é um homem mais inteligente e civilizado do que o "zé do caixão" (como ficou conhecido Nikita Kruchev), basta que ele saiba fazer bom uso do petróleo que a Venezuela tem.