segunda-feira

A Carta: intentio auctoris, intentio operis ou intentio operis

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  • Imagine que é o Zaramago, escritor espanhol que faz umas incursões a Portugal para aí receber os direitos de autor e ficar com mais umas massas. Um dia, sem o saber, sem o merecer e para estupefacção de 99% da humanidade, recebe um prémio Nobel e, assim, nobiliza-se aos olhos do mundo.
  • Imagine agora que há uma imensão multidão de pessoas que não gosta dele, outros que o detestam e outros ainda que prometeram a Cristo que se o vissem o apedrejariam.
  • Depois imagine que a caixa de correio de Zaramago é inundada com cartas indesejáveis. E no meio de tanta confusão, uma se destaca e diz o seguinte:
"Ó Zaramago, desde que escreves só contribuiste para estimular uma guerra de nervos em Portugal, que te acolheu, e onde eras marceneiro em tenra idade, tal como Jesus Cristo. Depois, mendigaste um prato de lentilhas e lá arranjaste o prémio do inventor do dinamite, esse tal Alfred Nobel. Parece que todas as conquistas literárias que consegues impelem o teu País à guerra de nervos. Continuas a gostar de Cuba, veneras, à sucapa, o ditador trôpego da ilha que desconhece o verdadeiro valor da palavra DEMOCRACIA e mata e manda matar por delito de opinião, e ainda metes os teus vizinhos de ofício à bulha, qui ça por saberem que são melhores do que tu à vista desarmada. Que mundo é este, Portugal, que não pões cobro a isto?! Será que teremos de ser fortes à força?!"
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  • Agora faça outro exercício, articulado com aquele, para situar umas declarações do ex-Presidente dos EUA, Ronald Reagan. Que aos microfones de uma conferência de imprensa, disse - mais ou menos o seguinte: "Daqui a poucos minutos darei ordens de bombardear a Rússia".
  • Se os textos dizem alguma coisa, aquele texto dizia exactamente que o seu enunciador (R. Reagan), num curto espaço de tempo subsequente àquela conferência, ordenaria que mísseis atómicos fossem disparados contra os territórios da então URSS.
  • Depois, pressionado pelos jornalistas, Reagan lá admitiu que estava a brincar: dissera aquela frase mas não tinha pretendido dizer o que ela significava. Tal como na carta de cima, que alguns leitores enviam a Zaramago. Em que um daqueles leitores - que o "adoram" - dizia: se o visse na rua apedrejá-lo-ía. Ora também neste caso - a letra do texto não correspondia à realidade para que a expressão remetia. Mesmo que lhe batesse na cabeça com um pau preto. Ora nem isto nem uma pedrada se fazem... Hoje também já não se matam andorinhas de flober, só para testar a pontaria.
  • Desse modo, qualquer destinatário que tivesse acreditado que a intentio auctoris (intenção do autor) coincidisse com a intentio operis - seria enganado.
  • Resultado: Reagan foi criticado, não só porque dissera o que não pretendia dizer, pois um Presidente dos EUA não pode dar-se ao luxo de fazer jogos de enunciação (que amadores repetem noutros contextos), mas, sobretudo, porque, como se insinuou, que delineara a possibilidade de enviar os tais mísseis para a ex-URSS. Recordemo-nos que na altura o mundo vivia o clima de Guerra Fria, e isso queria dizer, em boa medida, que era como que tentar apagar fogos com gasolina de avião, com muitas octanas...
  • Todos nós, um dia, também já recebemos cartas estúpidas, na letra e no espírito. Estúpidas porque deslocadas, descontextualizadas, desproporcionadas e, não raro, copiadas ou substancialmente trânscritas de uma qualquer revista de cordel, leia-se de coscuvelhice de bairro que fica mal a homens, e intencionalmente adaptada a um outro contexto ou pessoa que não é tida nem achada. Mesmo que de forma estapafúrdia, deslocada, inaplicável. Em que a "bota não bate com a perdigota". Seria como se pedíssemos uns pastelinhos de nata alí em Belém, e o empregado nos trouxesse um cozido à portuguesa com um copo de três. Daí a estupidez de certas cartas, missivas ou outras que tais que, por vezes, certas pessoas enviam a outras. Na esperança - que sejam as tais "outras" (os destinatários) que lhes dêem o devido significado que o emissor, previamente, pretendeu atribuir-lhe, embora sem o confessar ao destinatário.
  • Perante estas estultícias manifestações da inteligência mediana, alguém menos "bronco" só poderá fazer uma de duas coisas:
1) Enviar aquilo para o recycle bin porque percebe, ao fim da 2ª linha, que o autor da carta está transloucado e teve um ataque de fúria por qualquer motivo;
2) Ou tentar compreender a loucura do artista e perceber as suas motivações mais profundas, dado que elas estão escondidas na natureza humana e, em qualquer momento, podem eclodir através de uma qualquer manifestação de cólera, por vezes até sem motivo aparente, apenas latente..
  • Nós, aqui, nesta blogaria, optámos pela 2ª via, pois achamos que é a postura mais construtiva, além de nos dar a possibilidade de recordar alguns conhecimentos de semântica, semiologia entre outras ciências ocultas que nos ajudam fácilmente a descodificar as intenções mais recônditas de certos cromos que, por vezes, assaltam a nossa caixa de correio. No fundo, também isto é serviço público. Uma espécie de sessão no divâ do psicanalista, mas em que o paciente se trata e não paga.
  • Agora já pouco importa se alguém quer apredrejar Zaramago, criticar Reagan ou chamar transloucado a cada sujeito que, não tendo mais nada que fazer, resolve, para satisfazer a sua ira existencial, enviar cartas estapafúrdias a outras pessoas que, se desarmadas dos segredos críticos da interpretação semântica, da interpretação crítica e da interpretação semiótica, julgariam que certos artistas deste nosso universo - estariam mesmo muito "apanhadinhos das carochas", como diria a minha santa avozinha, que Deus tem. Esta não escrevia cartas. A minha avózinha, quando queria dizer algo a alguém, mormente se o conhecia, procurava falar-lhe, nem que fosse por gestos.
  • Mas pior ainda quando se cometer um erro é procurar corrigi-lo com um erro ainda maior. Pensando, assim, que a reaccção do interlocutor/público (vide as declarações de Reagan) - perante aquela opção interpretativa - acalma os espíritos e serena as almas.
  • Atentemos, pois, num conjunto de três variáveis que se tem (ou deve) ter em conta quando se escreve uma carta a alguém, por mais estúpida e desadequada que seja. A intenção do autor (intentio auctoris), a intenção da mensagem (intentio operis) e a intenção do leitor (intentio lectoris).
  • Quer dizer, assim se consegue identificar duas coisas essenciais:
a) O infinito dos sentidos que o autor introduziu no texto
b) E o infinito dos sentidos que o autor ignorou ou não tomou em conta - no referido texto.
  • Porque pensou que provavelmente eles sê-lo-íam introduzidos pelo destinatário, mas sem que diga ainda se em consequência ou apesar da intentio operis, ou seja, da intenção da mensagem presente no texto/carta.
  • Por exemplo, no caso de R. Reagan, que ganhou brutalmente a Guerra Fria e obrigou a ex-URRS a ajoelhar-se perante o mundo. Fazendo-a perder o estatuto de hiper-potência mundial que manteve durante meio século (desde que Stalin se impôs ao mundo, em particular a toda a Europa Central e de Leste). Convém, agora, apresentar as múltiplas possibilidades interpretativas resultante das suas declarações.
  • Mas quem fala nas declarações toscas de Reagan - também poderia evocar milhentas outras cartas pessoais que recebemos por via electrónica e não têm "ponta por onde se lhes pegue". Nem a elas, nem aos seus autores, muito provavelmente. Infelizmente é assim. E em muitos casos o "orgulho besta" (como dizem os brasileiros), contribui para estupidificar ainda mais as pessoas, que se julgam normais, de Q.I médio, educadas e mais uns etc., e vai-se a ver passam 2/3 do seu tempo com preocupações de "alta costura" que se podem ler nas revistas de calhandrice do bairro mais perto de si.. Agostinho da Silva, chamava a isto "Alta cultura" - que se confundia com alta costura..
  • Infelizmente, quase nos 40 anos - já tenho visto bastante debaixo da terra e do sol, e já sei o mínimo para não me perder nesse jogo interpretativo que aqui expômos, especialmente para também ajudar aqueles que mais precisam de nortear-se pela ciência dos significados que, em absoluto, desconhecem ou revelam estúpida e bacocamente desconhecer. Doutro modo, não teriam feito o que fizeram, um pouco como Reagan no contexto de Guerra Fria. Quer dizer, não se vai à igreja com a pretensão de ensinar a missa ao padre; nem se vai à farmácia ensinar o farmacêutico a ler a receitas prescritas pelas caligrafias obtusas dos médicos que as receitaram; nem se vai à loja d'arte dizer ao pinto como coloca o pincel na prancha e desenha o ovo partido com a gema suspensa, já em flagrante queda; muito menos se procura mostar ao investigador qual é, face a um determinado texto, o seu verdadeiro significado, mesmo que escondendo a letra e/ou ocultando o seu espírito. Tentando, em última análise, fazer dele parvo. Ora parvo é/são os autores desses tipos de textos/cartas/declarações que inundam o nosso tempo.
  • Desconhecer estas normas simples, é um pouco como caçar perdizer com fisgas; caçar coelhos com gatos ou ainda espantar gatos com ratos. O exercício não deixa de ser imaginoso e até cómico, mas os resultados são obviamente previsíveis: um fiasco.
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No caso de Reagan, ilustra a história de:

- Um homem que brinca quando não devia fazê-lo

- Um homem que brinca mas, de facto, está a veicular uma ameaça

  • Agravando uma delicada situação política mundial - que até as brincadeiras poderiam ter conduzido a situações trágicas.
  • Eis como se tratou de um enunciado que brincou com a realidade, que pode assumir múltiplos significados, conforme quem os enunciar e a forma como o destinatário o (quiser) entender. Dramatizando ou não a situação.
  • Em suma: para cada carta há sempre dois leitores-tipo. O leitor ingénuo e o leitor crítico. Aquele absorve a mensagem sem contestação nem capacidade de reconstrução de sentido; este reinterpreta e (re)situa o texto e aquilo que ele oculta.
  • Mesmo que, por vezes, o leitor destinatário de algumas Cartas não consiga ter a habilidade de ler nas entrelinhas. O que não é o caso. Buscamos, aqui, seja no macroscopio seja no culturanalise - um modelo interpretativo para todos os factos que se nos deparam à produção de análise: quer se trate de materiais políticos, sociais, culturais ou de ordem mais psicológica que exige leituras mais individualizantes e, portanto, onde a Política ou a Sociologia não chegam.
  • Talvez por isso é que é tão importante aprendermos com as cartas estúpidas ou simplesmente bacôcas e deslocadas que circulam por aí nos circuitos integrados dos PC. E não nos referimos apenas às declarações do ex-Pesidente dos EUA, R. Reagan.
  • O que um analista de significados deve procurar sempre é a tal imagem no tapete, esse tal segredo individual ainda desconhecido, certamente à procura de uma leitura semântica mais oculta que desnude uma dada realidade. Que está lá, mas não se vê. Mas o crítico que busca esse código (que outros julgam estar cifrado), provavelmente sabe também definir uma estratégia de interpretação que, por sua vez, produz infinitos significados de captar o verdadeiro sentido e alcance de um texto, mesmo que se trate de um texto atávico, descentrado, inominado e, por isso, um tremendo erro de enunciação. Por vezes, denunciando mesmo uma situação de pré-conflitualidade verbal..
  • Conheço alguns "cromos" - quer do espaço blogosférico e até fora dele que o querem integrar (mas não sabem como) - que são uns verdadeiros misreaders, pois usam um texto para nele encontrar algo que está fora do texto, e que é mais real do que ele.
Qualquer texto, qualquer carta é sempre uma viagem labiríntica dos alquimísticas, uma exploração de interpretações mais ou menos controladas. Por vezes, mesmo sem o autor saber - ou sem que dê por isso - são confissões pessoais do autor com o destinatário que escolheu para se confessar ao serão. Quem está deste lado, ié, no meio da análise, tem sempre de saber distinguir qual das duas Giocondas é a verdadeira.
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O que procuro significar aos nossos amigos que nos lêem é o seguinte: se as leituras de um texto são sempre ilimitadas, por vezes labirínticas, tal não significa que todos esses textos/cartas sejam boas. Mas se, por qualquer motivo, não se pode decidir quais são as "boas", contudo é possível dizer quais são as cartas/declarações inaceitáveis. Image Hosted by ImageShack.us

Experimentem, um dia, dizer a uma gibóia esfomeada que páre imediatamente antes de tentar engolir o resto do rabo do rato... Além de não entender a mensagem, ela ainda pode comer quem veiculou a dita

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domingo

Políticos portugueses e a Teoria do Homem-cato

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  • A Teoria do Homem-cato
Os políticos, por regra, deveriam ser as pessoas melhor preparadas em todos os domínios, deviam concentrar em si a sabedoria, a razão, a inteligência, enfim, deveriam ser pessoas especiais cheias de metais dentro de si, que o povo reconhecesse imediatamente como tendo aqueles características e qualidades excepcionais e que mais ninguém tem dentre eles na colectividade. Ora quando vejo o sr. dr. Alberto Costa, e já não é de agora mas de sempre - actual ministro da Justiça do governo socialista de J. Pinto de Sousa Sócrates, e daqui não decorre a escandaleira que cometeu ao nomear uma pessoa amiga e/ou familiar para ganhar 600 cts mensais para lhe alterar os conteúdos do site da Justiça que não temos, - nunca lhe reconheci nenhuma daquelas qualidades. Isto não é nenhuma antipatia pessoal para com o senhor, que deve ser um "torrãozinho" de pessoa, porventura duma gentileza excessiva que até aborrece qualquer espírito esclarecido. Mas enfim, quiseram as circunstâncias, as amizades e tudo o mais que ele fosse o eleito para a Justiça. A vida tem destas coisas, e a vida política gera e reproduz estas aberrações que não passam de absurdos. E como todos os absurdos, são inexplicáveis.. Seria suposto, mormente na área da Justiça, que os ministros fossem homens altamente preparados, também filósofos para equacionar todas as questões da governação transversalmente, e sai-nos o sr. dr. Costa. Ora isto não pode ser. Isto, porque há uma sensação generalizada que os melhores não estão no Poder, gera uma tremenda convicção de injustiça. Precisamente, porque as qualidades que acima enunciámos para os políticos não são, na realidade, aquelas que verdadeiramente ostentam. Hoje, o poder espelha não uma auréola de saber, talento e razão - mas situações de mero oportunismo e de taticismos gerados pelos interstícios dos sistemas político-partidários, os verdadeiros cancros deste sistema de reprodução de pessoal político. Que produz deputados, ministros e o mais que ajudam a ganhar eleições no momento certo, no lugar certo e com as pessoas certas... Quando, a título de exemplo, se olha para toda a actuação pensada, falada e agida do sr. Ministro A. Costa - que bem poderia ser "Ministro dos conteúdos" da SIC - dada a crise em que esta estação se encontra, não conseguimos vislumbrar que aquelas qualidades se lhe apliquem. E isto, repito, nada tem contra a pessoa em causa, mas sim contra toda a sua performance política, ou seja, dos actos públicos cometidos à sombra dessa função e estatuto. Mas vejamos a coisa sem ser pela lente daquela ignominiosa nomeação que é, em si, verdadeiramente escandalosa, e que deveria ser imediatamente corrigida, sob pena do ministro justificar no Parlamento que as valências técnicas da licenciada nomeada substanciam, técnica e operacionalmente, aquela decisão de despacho que só custa 600 cts ao erário público mensalmente. Mas vejamos as coisas pelas verdadeiras características que a Política deveria ter através dos seus titulares. Muita gente vai para a Política, e depois de lá estar conclui que não tem a mínima condição pessoal, psicológica ou outra para lá estar. Muitos brilhantes cientistas e historiadores só aguentaram ser deputados por meses. Depois renunciaram. Lembro-me de conhecido articulista Vasco Pulido Valente. Ora daqui decorre uma lei que deveria ser mais observada em Portugal, em nome da qualidade das nossas elites políticas - que manifestamente não temos. E as universidades também não as geram porque estão - também elas - impregnadas de gente cunhada e admitida para a carreira académica sem revelar qualidades científicas para o efeito. Logo, há todo um sistema de reprodução de elites que está podre, e, assim, vai apodrecendo o País à velocidade que rola a bola da globalização competitiva neste burgo cada vez mais repleto de pessoas infelizes e frustradas. Mas o caso do perfil psico-político do chamado Ministro dos "conteúdos" - revela bem o marasmo em que a condição política e de ser político em Portugal - caíu. Ou seja, em Política os moderados gostam de viver tranquilamente, são demasiado pacíficos na sua casa e querem sê-lo também na esfera pública. A regra é, como denota o titular da Justiça, não abrir conflitos nem rupturas, e passam a vida a debitar "falinhas mansas" a fim de se aguentarem nos cargos. Para servir a causa pública? Certamente, que Não!!! Fazem-no para continuar a usufruir das condições e dos status que a condição política lhes confere. A eles, a seus familiares que nomeiam a torto e a direito e a muitos amigos distantes ou próximos. Sempre foi assim, mas deveria limitar-se estas práticas de puro nepotismo e de corrupção das almas que graçam escandalosamente em Portugal. E aquele despacho, até prova em contrário, é um exemplo negativo de tal prática. E por serem moderados de mais, pacíficos em demasia, são incapazes de combater os interesses corporativos com que se deparam, ou seja, ficam à mercê de quem os atacar. Senão mesmo, por feitio e têmpera, da sua própria personalidade atávica. Por outro lado, os políticos também não podem ser violentos, ié, não podem cair no pólo oposto. Porque assim não servem os superiores interesses da Nação, especialmente na área da Justiça - transversal por natureza, confinante com todos os sectores dinâmicos da sociedade e da economia, daí a sua relevância. Sendo moderados em demasia, e pouco ou nada agerridos, encontramos o perfil dos políticos portugueses. Quer dizer, sendo moderados ficam prisioneiros dos interesses corporativos que os passam a dominar; sendo violentos suscitam inimigos, geram quadros de múltipla conflitualidade social e arruinam o clima de paz e de concórdia sociais que arrastam o País para a ruína. Em suma: quando vejo o sr. dr. Costa, ministro da Justiça - ou dos "conteúdos" - lembro-me da Teoria do Homem-cato que aqui inventámos há já algum tempo. São homens que não se podem aproximar de nada nem de ninguém, senão estragam tudo. Quer por defeito (moderação), quer por excesso (violência). O dr. Costa é, apenas, um reflexo mui tímido dos demais políticos nacionais. Resulta de um espirro da nação que tem sido insistentemente incapaz de gerar elites políticas de qualidade. Preparadas técnica, cultural e políticamente para os desafios que a conjuntura exigente de globalização competitiva exige. O homem-cato tem de viver isolado. Se fôr para a política estraga tudo. Faz como dr. Costa. Não tem perfil, vocação nem têmpera para lá estar. E, contudo, pode ser um "torrãozinho" de pessoa, mas fora da esfera pública que mexe com o dinheiro e as opções políticas de todos nós. O política ideal, como diria Platão, é, como sabemos, o Rei-Filósofo. Firme mas não moderado; firme mas não violento. Buscamos esse homem na Política portuguesa. Nós procuramo-lo - sim - mas só encontramos homens-cato... Parece que em Bruxelas alguns blogs aqui postados já fazem algum sucesso. É que os tugas já começam por lá a ser conhecidos pelos homens-cato... E nós, por cá, ainda não nos conseguimos ver livres de tais picos... Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us

sábado

O novo síndrome dos galináceos

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Recorrentemente as estações de TV cá do burgo reportam peças jornalísticas que, não fora a gravidade do problema e o seu carécter incontrolável que encerra, seria uma manifestação galinácea de elevada comicidade. Assim, muitos dos feirantes que ganham as suas vidinhas vendendo as ditas aves - viram o dia estragado e o negócio arrumado por uns inspectores que, num ápice, fizeram uma aliança contra as aves em nome da saúde pública.
Mas quer a reacção dos feirantes, quer o nível da inspecção e o calibre das intervenções dos inspectores do campanário - revela bem o Portugal que temos, o povo que ainda somos, a alma profunda que não nos larga. Para ilustrar esta comicidade, que pode fazer perigar a saúde pública, vejamos estas declarações, recolhidas em contexto de feira galinácia e acompanhadas da respectiva proibição de comerciar tais aves em mercados e feiras. A coisa passou-se na feira de Espinho, representa um momento de rara filosofia e de singular metafísica. A reter. Reza assim:

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Se não concordo?!?!?! Claro que não concordo!!!! Olhe, sabe, isto é tudo política, só política!! Quando foi das "bacas" loucas também diziam que vinha isto, e aquilo, eu sei lá, e foi o que se viu! Também diziam que vinha um vírus nas meias e roupas dos “chinos” que nos matava a todos e andamos aqui, não nos aconteceu mal nenhum!”
- vai daí ó despois -
... “e não tenho medo nenhum! E olhe, tenho mais de cem galinhas, lá em casa, e vou continuar a comer e a comprar! E se morrer das galinhas, olhe, não morro de outra coisa qualquer!”

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Nota: melhor do que isto só propôr um concurso de tiro ao prato com os galináceos potencialmente nocivos para a saúde pública. E transformar os campos de golf em campos de sequestro para isolar essa possível pandemia. É bom não esquecer que as aves voam. Percorrem longas distâncias por dia. E há quem diga que elas, numa estratégia concertada, já levantaram vôo do Oriente e ameaçam estacionar, aos milhares, no estádio do Dragão para, assim, tentar exterminar o Bimbo da Costa, que é uma "ave rara" que faz distúrbios em Portugal há já duas décadas, mas que urge erradicar definitivamente das nossas capoeiras.

Crise, cunhas e outras portugalidades...

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Publique-se:
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Crise? Só para alguns!!!! Serão cunhas familiares... "Actualizar conteúdos"... um trabalho altamente técnico que justifica um ordenado destes... Será que o sr. ministro é um "analfabeto informático"? Se o é deveria ser ou estar como supranumerário registado em alguma base de dados dos Centros de emprego mais pertos de si.. Mas acreditamos que ele já saiba o que é uma arroba, um porco ou até um mail, que vieram substituir os faxes, os telexes e mais uns etc trazidos pela revolução tecnotrónica do nosso tempo. Espalhem, pois é preciso que não se deixe passar no esquecimento este tipo de situações, para que as pessoas se lembrem delas quando no supermercado vêem o IVA a 21%. A ser verdade esta lamentável situação, como julgamos que é (embora o sr. ministro da pasta sempre a possa confirmar para aqui) só poderá conduzir ao laxismo e à decadência moral de toda uma sociedade. É que sacar ao erário público (a todos nós) uns 600 cts/mês (redobrados nas férias do Verão e Natal) para meter e tirar uns parágrafos mais ou menos normativos que o sr. ministro da Justiça não sabe ou consegue fazer (porque é um info-excluído), substituir umas vírgulas e travessões, centrar uns textos em formato Word, é, no mínimo, uma afronta a cada português, um choque de alta voltagem para cada engenheiro informático que veja esta situação. Uma situação aviltante para cada cidadão. Este ministro da Justiça - que antes o era da Administração Interna ao tempo do engº Guterres (também muito popularizado pelas cunhas aos seus boys), dizia que "este não é o meu ministério". Cremos, hoje, que a coisa também se pode dizer na área da Justiça que agora tutela. Nem se vê, em bom rigor, que área ou departamento é que ele poderia tutelar.. Sempre me habituei a ver aquele sr. ministro como um "verbo de encher": sem uma única ideia, um rasgo, uma vocação para a vida política. É uma vil tristeza, uma vela sem chama. Até por temperamento - que chega a ser enervante - ante a gravidade e urgência dos problemas que o País enfrenta nesta tão sensível área da Justiça - que é, consabidamente, transversal à sociedade e à economia das pessoas, das famílias e das empresas. E por causa dessas disfunções o país está como está: parado e em declínio moral acelerado. Deve ser uma questão de manutenção de conteúdos... Mas se este este não é o seu ministério, assim como o da Adm. Interna também não o era, parece que esta (ver supra) "é a sua assessora", uma licenciada em qualquer coisa que o Despacho não diz. Nem é necessário dizer, porque "agente" adivinha, e o Zé Povinho responde como sabe. Mas seria bom que passássemos a fase do Zé Povinho e o Portugal moderno fizesse algo mais para questionar e rápidamente corrigir estes abcessos da democracia, que o são, antes demais, injustiças para cada um dos 10 milhões de portugueses. Eu se fosse ministro - demitia-me. Nem que fosse para me inscrever a seguir num desses cursos manhosos de informática que certas empresas de vão escada promovem, e ao fim de três meses vem-se de lá a saber que o teclado faz barulho e onde fica o Ctl Alt Delete e o lugar escondido da arroba. Não confundir com o porco, nem com a matança do mesmo...
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__PS (o outro): o sr. ministro da pasta em questão tem 5 dias úteis para contestar esta informação. ______________________________________________
  • Sugestões de leitura para Outono: A Lógica da Decadência
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Um dia de chuva, cinzento-rato

Com um dia de ameaços assim, nem chove nem a nuvem se desvia para entrar Sol, só apetece ir até à Boca do Inferno, ler um pouco de Vergílio Ferreira, ouvir um pedaço de ópera e dar um mergulho no sal das rochas. Depois ir à pesca até ao Guincho, mas sem barbatanas...
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One man show...

Portugal é um país de extremos: ora somos apagados e andamos envoltos numa vil tristeza; ora nos desnudamos, "matamos" os tabús e passamos a ser One man show. A cena faz-me lembrar um teatro da nossa terra: o teatro da política aqui representado por Mordillo. E o nosso "mordillo" não é, certamente, Soares... Ao tabu sucedeu a energia dos holofotes. Veremos o que o país ganha com a festa das luzes...
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Mais outro mural da Palestina

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sexta-feira

Fugindo de algo...

  • Indo ao encontro de um futuro incerto.
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Outro mural na Palestina

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Subida vertiginosa...

... Um mural na Palestina.
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quarta-feira

A relatividade, por Albert Einstein

  • O rapaz que viaja de comboio, o corvo que voa e alguém que se ri...
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Imagine um corvo a voar. Ali o vemos pousado, de bico aberto à espera de alimento ou simplesmente está respirando, ofegante, após um vôo mais exigente: ou para caçar e sobreviver; ou para fugir d´algum predador que o queria comer. Talvez ambas as coisas..
  • Imaginemos de seguida o corvo no seu movimento. Imagine também que aquela ave - que mais parece um galináceo infectado made in Ásia - é o dito corvo pintado de branco com tinta Robialac. Observado da terra, aquele vôo do corvo é uniforme e rectilíneo.
  • Agora, num III Acto - imaginemos o corvo a partir duma carruagem de comboio em movimento, como aquele rapaz ali de cima - que mais parece o Santana Lopes quando aproveitou a boleia de Durão e saltou para o apeadeiro de PM sem que ninguém, de direito, fosse consultado.
  • Observaríamos que o movimento do corvo seria diferente em velocidade e direcção, mas que continuaria a ser uniforme e em linha recta.
  • Aqui alguém se ri.. Talvez seja o Albert disfaçdo de Mutley, rindo-se de quê, senão da (relatividade da própria) vida...Image Hosted by ImageShack.us