domingo

Políticos portugueses e a Teoria do Homem-cato

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  • A Teoria do Homem-cato
Os políticos, por regra, deveriam ser as pessoas melhor preparadas em todos os domínios, deviam concentrar em si a sabedoria, a razão, a inteligência, enfim, deveriam ser pessoas especiais cheias de metais dentro de si, que o povo reconhecesse imediatamente como tendo aqueles características e qualidades excepcionais e que mais ninguém tem dentre eles na colectividade. Ora quando vejo o sr. dr. Alberto Costa, e já não é de agora mas de sempre - actual ministro da Justiça do governo socialista de J. Pinto de Sousa Sócrates, e daqui não decorre a escandaleira que cometeu ao nomear uma pessoa amiga e/ou familiar para ganhar 600 cts mensais para lhe alterar os conteúdos do site da Justiça que não temos, - nunca lhe reconheci nenhuma daquelas qualidades. Isto não é nenhuma antipatia pessoal para com o senhor, que deve ser um "torrãozinho" de pessoa, porventura duma gentileza excessiva que até aborrece qualquer espírito esclarecido. Mas enfim, quiseram as circunstâncias, as amizades e tudo o mais que ele fosse o eleito para a Justiça. A vida tem destas coisas, e a vida política gera e reproduz estas aberrações que não passam de absurdos. E como todos os absurdos, são inexplicáveis.. Seria suposto, mormente na área da Justiça, que os ministros fossem homens altamente preparados, também filósofos para equacionar todas as questões da governação transversalmente, e sai-nos o sr. dr. Costa. Ora isto não pode ser. Isto, porque há uma sensação generalizada que os melhores não estão no Poder, gera uma tremenda convicção de injustiça. Precisamente, porque as qualidades que acima enunciámos para os políticos não são, na realidade, aquelas que verdadeiramente ostentam. Hoje, o poder espelha não uma auréola de saber, talento e razão - mas situações de mero oportunismo e de taticismos gerados pelos interstícios dos sistemas político-partidários, os verdadeiros cancros deste sistema de reprodução de pessoal político. Que produz deputados, ministros e o mais que ajudam a ganhar eleições no momento certo, no lugar certo e com as pessoas certas... Quando, a título de exemplo, se olha para toda a actuação pensada, falada e agida do sr. Ministro A. Costa - que bem poderia ser "Ministro dos conteúdos" da SIC - dada a crise em que esta estação se encontra, não conseguimos vislumbrar que aquelas qualidades se lhe apliquem. E isto, repito, nada tem contra a pessoa em causa, mas sim contra toda a sua performance política, ou seja, dos actos públicos cometidos à sombra dessa função e estatuto. Mas vejamos a coisa sem ser pela lente daquela ignominiosa nomeação que é, em si, verdadeiramente escandalosa, e que deveria ser imediatamente corrigida, sob pena do ministro justificar no Parlamento que as valências técnicas da licenciada nomeada substanciam, técnica e operacionalmente, aquela decisão de despacho que só custa 600 cts ao erário público mensalmente. Mas vejamos as coisas pelas verdadeiras características que a Política deveria ter através dos seus titulares. Muita gente vai para a Política, e depois de lá estar conclui que não tem a mínima condição pessoal, psicológica ou outra para lá estar. Muitos brilhantes cientistas e historiadores só aguentaram ser deputados por meses. Depois renunciaram. Lembro-me de conhecido articulista Vasco Pulido Valente. Ora daqui decorre uma lei que deveria ser mais observada em Portugal, em nome da qualidade das nossas elites políticas - que manifestamente não temos. E as universidades também não as geram porque estão - também elas - impregnadas de gente cunhada e admitida para a carreira académica sem revelar qualidades científicas para o efeito. Logo, há todo um sistema de reprodução de elites que está podre, e, assim, vai apodrecendo o País à velocidade que rola a bola da globalização competitiva neste burgo cada vez mais repleto de pessoas infelizes e frustradas. Mas o caso do perfil psico-político do chamado Ministro dos "conteúdos" - revela bem o marasmo em que a condição política e de ser político em Portugal - caíu. Ou seja, em Política os moderados gostam de viver tranquilamente, são demasiado pacíficos na sua casa e querem sê-lo também na esfera pública. A regra é, como denota o titular da Justiça, não abrir conflitos nem rupturas, e passam a vida a debitar "falinhas mansas" a fim de se aguentarem nos cargos. Para servir a causa pública? Certamente, que Não!!! Fazem-no para continuar a usufruir das condições e dos status que a condição política lhes confere. A eles, a seus familiares que nomeiam a torto e a direito e a muitos amigos distantes ou próximos. Sempre foi assim, mas deveria limitar-se estas práticas de puro nepotismo e de corrupção das almas que graçam escandalosamente em Portugal. E aquele despacho, até prova em contrário, é um exemplo negativo de tal prática. E por serem moderados de mais, pacíficos em demasia, são incapazes de combater os interesses corporativos com que se deparam, ou seja, ficam à mercê de quem os atacar. Senão mesmo, por feitio e têmpera, da sua própria personalidade atávica. Por outro lado, os políticos também não podem ser violentos, ié, não podem cair no pólo oposto. Porque assim não servem os superiores interesses da Nação, especialmente na área da Justiça - transversal por natureza, confinante com todos os sectores dinâmicos da sociedade e da economia, daí a sua relevância. Sendo moderados em demasia, e pouco ou nada agerridos, encontramos o perfil dos políticos portugueses. Quer dizer, sendo moderados ficam prisioneiros dos interesses corporativos que os passam a dominar; sendo violentos suscitam inimigos, geram quadros de múltipla conflitualidade social e arruinam o clima de paz e de concórdia sociais que arrastam o País para a ruína. Em suma: quando vejo o sr. dr. Costa, ministro da Justiça - ou dos "conteúdos" - lembro-me da Teoria do Homem-cato que aqui inventámos há já algum tempo. São homens que não se podem aproximar de nada nem de ninguém, senão estragam tudo. Quer por defeito (moderação), quer por excesso (violência). O dr. Costa é, apenas, um reflexo mui tímido dos demais políticos nacionais. Resulta de um espirro da nação que tem sido insistentemente incapaz de gerar elites políticas de qualidade. Preparadas técnica, cultural e políticamente para os desafios que a conjuntura exigente de globalização competitiva exige. O homem-cato tem de viver isolado. Se fôr para a política estraga tudo. Faz como dr. Costa. Não tem perfil, vocação nem têmpera para lá estar. E, contudo, pode ser um "torrãozinho" de pessoa, mas fora da esfera pública que mexe com o dinheiro e as opções políticas de todos nós. O política ideal, como diria Platão, é, como sabemos, o Rei-Filósofo. Firme mas não moderado; firme mas não violento. Buscamos esse homem na Política portuguesa. Nós procuramo-lo - sim - mas só encontramos homens-cato... Parece que em Bruxelas alguns blogs aqui postados já fazem algum sucesso. É que os tugas já começam por lá a ser conhecidos pelos homens-cato... E nós, por cá, ainda não nos conseguimos ver livres de tais picos... Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us Image Hosted by ImageShack.us