Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
quinta-feira
A vingança dos políticos sobre os taxistas - ouvida no talho -
Eles querem é andar pela cidade em belos carrões e encherem-se à custa dos nossos bolsos.
- Alguém que só enceta negociações sob a pressão dos factos e da comunidade internacional, mas fá-lo por uma questão de imagem pública, enquanto que por outro lado não abre mão daquilo em que assente a sua força: a clic militar que suporta o ditador e o guarda, servindo-se dessa força para intimidar ou esmagar as forças da oposição que lutam pela Liberdade e a Democracia na Venezuela.
Com esta jogada de intimidação, Maduro ainda saiu mais enfraquecido do que já está, pois se por um lado pretendeu intimidar Guaidó e os seus seguidores, o efeito foi exactamente o contrário pela coragem demonstrada por aqueles que lutam pela liberdade num país com grandes recursos naturais, mas que obrigou o povo a viver na indigência e a emigrar em busca de comida, segurança e uma oportunidade de vida.
Guaidó tem com ele a coragem, a determinação, uma massiva legitimidade popular e uma cultura democrática; o ditador tem apenas a clic militar do seu lado, mas será por pouco mais tempo, porque as denuncias de corrupção e a forma como o petróleo e a economia têm sido geridos é a mais pura evidência de que o país é corrupto, mal gerido e o povo reclama urgentemente uma mudança na composição do poder mediante eleições livres, justas e transparentes.
Veremos se isso se faz numa transição democrática, ou se o ditador perde a cabeça e, com ele, os militares usam e abusam do seu poder para continuarem sentados à manjedoura do orçamento de Estado regada a petróleo e usufruindo de muitos outros privilégios, enquanto que o povo nem consegue aceder a 1Litro de leite nas prateleiras dos supermercados.
Um até a Vergílio Ferreira (n. 28Jan. 1916 - m. 1. Março 1996)
E de súbito, como dizia VF, uma súbita irrealidade começa a existir numa pancada funda da alma. Pode até ser uma foto inesperada de alguém que amamos e morreu e desapareceu no montão de coisas que foram e nos aconteceram.
Escrevemos para tornar possível a realidade, os lugares, tempos, pessoas...
Escrevo para tornar visível o mistério das coisas. Escrevo para ser. Escrevo sem razão, sublinhava VF.
Afinal, qual é o trabalho do poeta, do escritor, ou mesmo do pensador, já que um grande escritor deve ser também um grande pensador, senão o de fazer coincidir o indizível com o dizível.
Por vezes, isso torna-se possível na contingência do tempo que nos foi dado viver.
Vergílio Ferreira deu-nos isso e também nos deu o mistério das coisas com as quais hoje estamos confrontados e obrigados a viver, a cada dia, a cada hora e minuto a descodificar o seu sentido.
Caminhe lentamente, não se apresse, pois o único lugar ao qual tem que chegar é a si mesmo.
Este caminho que temos de percorrer até à reconciliação connosco próprios - traduz um dos traços da nossa verdadeira existência e aqui é partilhada pelo autor de A rebelião das massas.
Por vezes não há muito tempo para nos conhecermos, ou porque adiados projectos ou priorizamos mal o que é verdadeiramente essencial.
Basta, para o efeito, estar atento aos nossos erros e aprender as lições que eles nos transmitem.
António Costa de cabeça perdida. Não havia necessidade
A cabeça perdida de Antônio Costa...
- Não se confinou apenas à resposta a Cristas, por causa da cor da pele, a questão substantiva é que Costa e o PS ainda não compreenderam que a privatização parcial dos CTT foi um atentado à economia nacional, à coesão territorial das populações do interior mais desfavorecidas. Costa não se pode refugiar na formalidade de que o contrato só se avalia em 2020, conferindo à ANACOM a ilusão de que supervisiona algo ou manda corrigir os desvios dos accionistas que apenas pretendem descapitalizar os Ctt e degradar progressivamente a sua oferta de serviços e fechar estações de correios por esse Portugal profundo.
Também neste capítulo o PS de Costa foi claramente ultrapassado à esquerda pelo BE, que se propõe fazer aquilo que há anos já deveria ter sido feito, a bem da economia nacional e da coesão das populações mais isoladas que continuam a precisar daqueles serviços de proximidade. É por essas e por outras que quando Costa fala, ou pensa... em maioria absoluta tal releva dum absurdo cada vez mais absurdo. E percebe-se porquê...
Nota prévia: Este texto, e parte do Relatório do Observatório sobre Crises e Alternativas fala por si, e descreve uma realidade lamentável que está a ocorrer no sector do imobiliário em Portugal, com os pequenos proprietários e arrendatários a empobrecerem galopantemente, sem que o Governo, a Assembleia da República (deputação!!!! - que é de esquerda) e as demais entidades sectoriais (públicas e privadas) coloquem um travão a esta enorme especulação imobiliária que visa exclusivamente entregar o parque habitacional de Lisboa, Porto e Algarve a alguns fundos (i)mobiliários à custa da estabilidade do mercado da habitação em Portugal.
Aqui, o que é mais estranho nem sequer é a conduta laxista do PS, que até já levou a desentendimentos sérios com Helena Roseta, mas à perniciosa indiferença do BE e do PCP para, no plano legislativo e da iniciativa política e mediática, marcarem a agenda pela definição dum conjunto de prioridades e de estratégias que passariam, naturalmente, por uma defesa intransigente dos legítimos interesses dos arrendatários, dos proprietários e da obrigatoriedade da renovação e da modernização do parque imobiliário e da limitação à especulação por parte dos "abutres" do sistema que veem neste sector uma via para o rápido enriquecimento, já que a banca não paga juros ao capital depositado, e o dinheiro parado é "dinheiro morto".
Esta é uma das conclusões do 4º Relatório do Observatório sobre Crises e Alternativas que é apresentado esta terça-feira em Lisboa. Na análise que o grupo de investigadores do Centro de Estudos Sociais (CES) faz à "questão da habitação", fica a ideia de que existe uma procura transnacional dirigida ao imobiliário português.
O coordenador do Observatório sobre Crises e Alternativas, José Reis, revela à TSF que existem novas questões descobertas pelos investigadores.
"A principal questão nova é que, nos últimos tempos, a habitação está também a tornar-se num ativo financeiro", explica José Reis.
Assim, foi identificada a presença de novos atores, como é o caso dos fundos de investimento, e estes fundos associados à procura internacional transformam o perfil de um mercado até agora assente na procura de habitação própria com acesso ao crédito.
O relatório diz mesmo que "a habitação vem sendo assim transformada num ativo financeiro transacionável, permitindo que agentes de uma qualquer parte extraiam as rendas fundiárias associadas, não necessitando de manter com o país qualquer tipo de ligação relacional de longo prazo, ao mesmo tempo que os rendimentos dos seus residentes se tornam cada vez mais insuficientes para satisfazer esta necessidade fundamental".
Os últimos dados da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) são ilustrativos deste movimento. "Em junho de 2018, estavam ativos 108 fundos de investimento imobiliário (FII), 95 fundos especiais de investimento imobiliário (FEII), três fundos de gestão de património imobiliário (FUNGEPI), e 11 fundos de investimento imobiliário de arrendamento habitacional (FIIAH), que geriam um valor global de cerca de 11 milhões de euros. A Interfundos (14,7%), a Norfin (11,8%) e a GNB (9,8%) detinham as quotas de mercado mais elevadas".
Para o investigador José Reis, esta nova realidade vem mesmo alterar as relações que estão instaladas. "Por exemplo, a tradicional relação entre senhorio e inquilino, que era uma relação cara a cara, provavelmente vai ser muito influenciada por esta presença" dos fundos imobiliários - o que acarreta riscos.
José Reis sublinha que, "em pouco tempo, o preço da habitação em Portugal subiu 38%, o que quer dizer que é razoável pensarmos que possamos estar a ver uma bolha imobiliária a formar-se", o que pode trazer problema ligados à exposição bancária, mas, também, à desvalorização do património das pessoas.
Por fim, o estudo sugere utilizar a política de habitação como um fator de povoamento do país. "O país afluente, que coexiste com um país em esforço, onde subsiste capacidade produtiva, e com um país em perda, marcado por intensa regressão demográfica e produtiva."
Daí que, para José Reis, se tenha que pensar "no país inteiro - e não apenas na dinâmica lisboeta".
O 4.º Relatório do Observatório sobre Crises e Alternativas, intitulado "A nova questão da habitação em Portugal analisa a evolução recente da habitação em Portugal", é apresentado esta terça-feira, às 17h00, na Fundação Calouste Gulbenkian.
- Falar dos poetas não é bem a mesma coisa do que falar dos agentes políticos que, por regra, volvem ao esquecimento por nada de útil, importante e decisivo terem feito ou legado à comunidade onde nasceram, viveram e morreram. Ainda que o único poder de que disponham sejam as palavras e a forma como as utilizam.
- Falar de poetas, ou de alguns deles, tem e deve ser com pinças pelo maravilhoso campo emeocional que nos abriram, pela sensibilidade magistral que apuraram, pela musicalidade que emprestaram às palavras e pelos mundos alternativos que abriram e pelos territórios do amor e da amizade que rasgaram.
- Eugénio de Andrade foi um desses ilustres representantes da cultura lusa que se tornou universal, porque universal foi o seu talento e sensibilidade no mundo das letras.
- Por isso, Eugénio de Andrade FICA, hoje com 96 anos se coabitasse no mundo dos vivos. Assim, vive na eterniDADE. .
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Frente a frente
Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!
Eugénio de Andrade
Julian Paul Assange é um jornalista, escritor e ciberativista australiano, que também possui cidadania equatoriana. É um dos nove membros do conselho consultivo do WikiLeaks, um wiki de denúncias e vazamento de informações.
Rui Pinto,o alegado 'hacker' que terá acedido ilegalmente a e-mails do Benfica.
O PR é hoje a ilustração que melhor exprime a velocidade da política, a ideia do quanto mais aparecer e quanto mais rápido forem as suas aparições melhor será o aproveitamento político junto das pessoas, dos eleitorados de modo a reforçar a sua visibilidade e legitimidade no exercício do poder que Marcelo quer imprimir ao seu actual cargo e que, seguramente, desejará repetir num segundo mandato.
Marcelo está, pois, para a vertigem política como aquele exemplo parodiado por Charlie Chaplin com a ideia da máquina de comer que permitia alimentar o operário sem necessidade de interromper o seu trabalho, i.é, de perder tempo.
Há ainda uma versão pós-moderna dessa estética da velocidade que o PR quis imprimir à vida política nacional, estando sempre em todo o lado e com todos. Essa ideia assenta naquela personagem de um filme de Woody Allen que afirmava o seguinte: "Vou suicidar-me. Sim, voarei até Paris e atirar-me-ei da Torre Eiffel. Morrerei. Mas se for no Concorde posso estar morto três horas mais cedo. Pois com a diferença horária, poderia estar vivo mais seis horas em Nova Iorque e três horas depois morto em Paris. Ou seja, poderia resolver qualquer assunto e simultaneamente estar morto."
Talvez esta ideia de simultaneidade reflita a forma de o PR estar na vida pública nacional.
Foram dezenas de vezes que os amigos se encontraram e reencontraram. É natural que assim seja. Também é natural que o supremo magistrado da nação pugne por uma justiça e que a mesma seja igual para todos. Sem discriminar, positiva ou negativamente, ninguém.
À parte esta teoria geral, que integra o capital de simpatia do politicamente correcto tão do agrado do PR, nunca ouvimos Marcelo transpor a sua modesta teoria de justiça para os casos em que o seu amigo, Ricardo Salgado está envolvido e que lesou milhares de pessoas, particulares e empresas.
Marcelo pugna por uma justiça igual para todos, mas nunca lhe ouvimos uma palavra, uma palavrinha, uma vírgula sequer sobre o impacto da queda do BES na economia nacional, do desempenho do seu amigo nesse edifício altamente corruptor em Portugal desde os anos 90, por isso parece-me profundamente injusta, porque desigual, que Armando Vara seja obrigado a cumprir pena por causa de 25 mil €uros, acusado de tráfico de influências, e ver Ricardo Salgado deixado de fora dessa majestosa teoria da justiça matizada por Belém. Não porque um merecesse estar fora e outro dentro, mas porque ambos devessem cumprir pena efectiva, e não que a justiça seja pesada para uns e leve e doce para outros.
Para os amigos, guardamos sempre um tratamento privilegiado, é o que decorre da conduta de Marcelo (por acção eomissão). Talvez assim, Marcelo pense conquistar o paraíso, enquanto que na terra outros pensam que a hipocrisia de marcelo tem limites, ou deveria ter, e que a sua teoria permanente do querer agradar a gregos e a troianos não é senão a evocação constante da paz podre que hoje reina em Portugal, mormente na área da justiça em que uns são sempre mais iguais do que outros, para evocar o grande G. O., e o seu 1984 escrito após a II Guerra Mundial.