Regresso a Agostinho da Silva - pensador ímpar - sobre Deus -
Nota prévia: Para limpar a alma e sair da espuma dos dias em que vegetamos.
(A)
Ω
Deus não se afirma nem se nega: Deus É, mesmo quando não é, numa plena manifestação da Sua suprema liberdade.
Ω
Toda a prova da existência de Deus O rebaixa a nosso próprio nível.
Ω
Acreditar num deus provado seria tão relevante como acreditar na tabuada.
Ω
Deus é imanente e transcendente ao homem; o homem é imanente e transcendente a Deus.
Ω
Um deus que é inteiramente livre, mas sobre o qual pesa a fatalidade de só poder ser livre. É um ser paradoxal o próprio deus.
Ω
A ideia de Deus que aparece em todas as religiões me parece a mim que poderia ser substituída […], que era muito mais interessante que se visse na palavra, na ideia em que se inspira a palavra deus, por exemplo, a criatividade absoluta. Porque, se aparecem as coisas criadas, em que hei-de acreditar, se não existisse a criatividade? Não acha esquisito acreditar que existem coisas criadas e não acreditar na criatividade?
Ω
Poema
Acho que Deus não escreve
E também que Deus não fala
E que nos sustenta vivos
A vida que n’Ele cala.
Do que é certo desconfia
Do duvidar te enamora
É bom não saber de Deus
Quem de dentro a Deus adora.
Não peço a Deus nada alheio
Com o que em mim há me vou
Só Lhe rogo bem humilde
Me faça eu ser o que sou.
O mais simples alicerce
Traz logo a casa traçada
Se eu quiser chegar a Deus
Começarei por ser nada.
Agostinho da Silva
__________________________________
Etiquetas: Agostinho da Silva, Pensador ímpar, sobre Deus
<< Home