O exemplo duma Não entrevista: Monjardino sobre Ricardo Salgado
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“Conheço o Ricardo Salgado desde miúdo e não tenho o costume de deixar cair as pessoas quando estão penduradas”, começou por dizer o presidente da Fundação Oriente ao jornal i.
Para Carlos Monjardino a crise do BES só veio provar que é o sistema financeiro que manda na política. “As pessoas habituaram-se a pôr o sector financeiro nos píncaros da lua. Da mesma forma que acham que o setor financeiro é completamente independente do setor político. E não é. O setor financeiro manda na política, sempre mandou, e há-de ser sempre assim", continua.[...]
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Pelo que não há novidade nenhuma nos lugares comuns aqui proferidos pelo presidente da FO. Nem se percebe se das suas declarações ele pretende afundar mais Ricardo Salgado ou o tenta salvar da história (tarefa impossível!!) - que ele próprio teceu, ao pretender manipular o regime e os agentes políticos de quem se achava dono. No fundo, Ricardo foi vítima dele próprio e de alguns membros da sua família.
Nunca se pode enganar tudo e todos sempre!!!
Ao (de)negar estes factos Monjardino só se ridiculariza perante a história e perante o conceito de verdade, que submerge perante "o seu" conceito de amizade, o qual deveria ficar na esfera íntima. Quer dizer, o solidarismo de Monjardino não isenta os crimes económicos e financeiros e as múltiplas fraudes cometidas pelo BES pela mão directa e indirecta do seu amigo) - que lesaram milhares de pessoas, empresas e instituições em Portugal e abroad. Mas isso pesa pouco no conceito de amizade de Monjardino...
Creio que há momentos na história das relações entre as pessoas, entre estas e as instituições e o conjunto da sociedade com quem interagem - que nos deveríamos abster de emitir qualquer opinião. Pois se o objectivo é absolvê-las (dos crimes que cometeram), o efeito é perverso e o resultado final é, manifestamente, negativo.
Foi o que deduzi destas palavras de Carlos Monjardino relativamente ao seu amigo de infância, Ricardo salgado, um dos homens que mais depauperou Portugal e que, em nome dum suposto padrão financeiro, CORROMPEU elites políticos anos a fio em Portugal - degradando a democracia representativa, amputando o estado de direito e desvirtuando o funcionamento da sã concorrência e economia de mercado. Instituições, valores e regras que deverão pesar pouco na consciência do dr. Monjardino!!!
Faria um grande serviço à nação "se o amigo do seu amigo" ficasse calado, caladinho. Porque para além do conceito de amizade de Monjardino, muitos outros valores superiores se levantam, mas não será em nome desses valores que o presidente da FO se poderá e/ou deverá manifestar.
A estória está repleta destes efeitos perversos, por vezes queremos fazer o bem, mas só fazemos o mal!!!
Também isto é invariável, tal como a ideia de que os políticos não passam de bonecos nas mãos dos interesses dos banqueiros...
Também isto é invariável, tal como a ideia de que os políticos não passam de bonecos nas mãos dos interesses dos banqueiros...
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