quarta-feira

ONU vai enviar mais 6000 capacetes azuis para o Sudão do Sul



ONU vai enviar mais 6000 capacetes azuis para o Sudão do Sul


O secretário geral-da ONU, Ban Ki-Moon, tinha recomendado o envio de 5500 soldados e mais de 400 polícias para o contingente que a organização tem no Sudão do Sul – um país independente há pouco mais de dois anos, de onde chegam relatos de “assassínios étnicos em massa”.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, advertiu que o envio "não acontecerá de um dia para o outro", e que a organização "não pode proteger todos os civis do país". Apelou ainda aos grupos rivais que ponham fim ao conflito e deixou um pedido de negociações entre o presidente Salva Kiir e o seu rival, o ex-vice-presidente Riek Machar.
A violência eclodiu há uma semana no Sudão do Sul. O Presidente, Salva Kiir, acusou o seu antigo vice, Riek Machar, de tentar um golpe de Estado. Machar nega e diz que o Presidente está a tentar eliminar os rivais.
A raiz do conflito estará no afastamento do vice-Presidente, em Julho. Kiir é dinka, a tribo maioritária, que domina Governo e Exército, e Machar é nuer, a que pertencem apenas 5% dos dez milhões de sudaneses do Sul.

Violência alastrou
Apesar dos esforços diplomáticos internacionais, a violência alastrou. Segundo as Nações Unidas, há combates na maior parte dos dez estados do país. O Governo anunciou que retomou a cidade estratégica de Bor, capital do estado de Jonglei, tomada por opositores na semana passada.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou "execuções em massa", ataques contra indivíduos "baseados na sua origem étnica", e prisões arbitrárias registadas nos últimos dez dias no Sudão do Sul. A funcionária da ONU expressou preocupação com o destino de pessoas detidas em locais desconhecidos, entre elas centenas de civis, presos durante operações de busca em casas e hotéis de Juba, a capital.
Depois da aprovação por unanimidade dos 15 membros do Conselho da Resolução que aumenta o número máximo autorizado de efectivos militares de sete mil para 13 mil soldados, a missão das Nações Unidas no Sudão do Sul torna-se a terceira maior missão de manutenção de paz da ONU em número de capacetes azuis, seguidas das missões na República Democrática do Congo e no Darfur.
O reforço inclui ainda helicópteros de combate e transporte, e especialistas em direitos humanos, meios que serão deslocados de outras missões da ONU em África.
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Obs: Um dos velhos problemas do continente africano é que nunca houve um conceito de nação unificada no seio do Estado, e recorrentemente eclodem conflitos tribais e étnicos relacionados com a captura e composição do poder que se traduz em chacinas de milhares de civis e de milhões de deslocados e refugiados decorrentes de guerras civis que se iniciam e prolongam no tempo. A ONU, desde a sua constituição, em 1945, tem sido o bombeiro possível para enfrentar esses pirómanos que, na verdade, são autênticos ditadores que não sabem utilizar o poder, e quando o fazem nunca é em benefício da comunidade que deviam servir, mas em benefício próprio e com um saldo de crimes de guerra vergonhoso. A África ao sul do saara está repleta destas aventuras criminosas que parece infindável, e que tem feito muito mais mortos do que no período colonial. 

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