Políticos e jonalistas. uma guerra (doce) de sempre
A relação entre o político e o jornalista - que há muito deixou de ser o intérprete do simbólico - por excelência, sempre foi tensa. Porque o seu campo de forças está sujeito a variações súbitas dos pólos de interesse que, a dado momento, se perfilam e densificam no terreno. O político quer manter a opacidade da informação, a fim de segurar o poder (decrescente) que tem; o jornalista, ao invés, só faz crescer o seu poder se conseguir furar essa muralha da opacidade que serve de escudo ao político e meter cá fora toda a informação que consegue obter, algumas das vezes por verificar e filtrar.
O problema não consiste apenas em saber quem domina esse jogo do "gato e do rato", mas sim em que medida a informação veiculada nos media corresponde à verdade dos factos, tal qual eles ocorreram, mesmo sabendo que a verdade é sempre uma (re)construção sociológica, qual descoberta de um crime. Nuns casos, alguma pressão jornalística é aceite; noutros casos, a chantagem de políticos mal formados é inadmissível. Especialmente, em regime de democracia liberal.
Contudo, devemos reconhecer, em abono da verdade, que essa é uma luta cada vez mais desigual, v.q., os profissionais da notícia tendem, por vezes, a apoiar-se na fúria da opinião pública para queimar o agente político A, B ou C. Em muitos casos de forma inominável (1), noutros casos com algum fundamento (2), e noutros ainda com pleno fundamento (3).
Veremos, doravante, como a ERC - dirigida pelo dr. Magno - vai avaliar e ajuizar dos factos recolhidos e, em conformidade, emitir o seu parecer relativamente a um agente político que age inscrito (alegadamente no nível 3!?).
Aliás, diria até que a futilidade pensante do país está repartida entre a avaliação da Troika, os relatórios catastróficos da OCDE sobre Portugal e, claro, a emissão desse carimbo da ERC, qual notário dos tempos modernos que, em inúmeros casos, emite um selo indefinido, deixando, ao estilo de Pôncio Pilatos, o veredicto nas mãos do "tribunal" da opinião pública que, quando não acerta, é o mais bárbaro dos juízes.
O que não destoa, dado que a justiça em Portugal é um verdadeiro câncer, motivo do subdesenvolvimento cultural e material em que nos encontramos.
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