A importância de Albert Hirschman
Este economista - preocupado com o crescimento desequilibrado tem uma ideia de progresso interessante e parece ter acolhimento na conjuntura recessiva em que vivemos, daí a oportunidade da sua evocação. Ou seja, a ideia de progresso não está morta, mas passou da colectividade para o indivíduo, validando o seu pressuposto sobre as alternâncias de períodos onde dominam os valores colectivos e aqueles outros períodos da história em que dominam os valores individuais. Creio que vivemos, por razões óbvias, uma destas fases, até pela incapacidade em as instituições do Estado resolverem a complexidade dos problemas sociais, que vão desde as questões da sustentabilidade da segurança social até às questões demográficas.
Mas a novidade da sua abordagem consistiu em definir o desenvolvimento como uma sequência de desequilíbrios. Na sua concepção, a principal fonte do desenvolvimento seria dada através de actividades com elevado potencial de gerar "linkages", especialmente no sentido de enviar estímulos para sectores que pudessem fornecer inputs.
Mas a novidade da sua abordagem consistiu em definir o desenvolvimento como uma sequência de desequilíbrios. Na sua concepção, a principal fonte do desenvolvimento seria dada através de actividades com elevado potencial de gerar "linkages", especialmente no sentido de enviar estímulos para sectores que pudessem fornecer inputs.
A esta ideia de A. Hirschmann liga-se uma outra, desta feita por parte de um filósofo social, John Rawls - que vê valorizar o seu pensamento acerca do nível das desigualdades com um mínimo de justiça. Significa isto que, para Rawls, é necessário reduzir a desigualdade até um ponto tal em que os mais desfavorecidos já não se sintam perdedores.
Enfim, algumas ideias, no plano de teoria económica e da economia política, que este Governo podia aproveitar, o problema é que ele não percebe de economia nem de política, talvez por isso não saiba resolver as graves e crescentes desigualdades sociais que grassam na economia e sociedade portuguesas.
PS: A.Hirschman conta ainda um aspecto no seu CV que "vale o que vale" e é o seguinte: após a ocupação de França pelas tropas nazis na IIGM, o economista trabalhou no sentido de ajudar muitos artistas e intelectuais europeus (muitos de origem judaica) a emigrarem para os EUA - a partir da França ocupada - via Espanha - através dos Pirinéus em direcção a Portugal. Portanto, não estamos a falar de um homem qualquer...
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