Soares não esquece o que Alegre lhe fez nas últimas presidenciais. Uma entrevista auto-psicobiográfica
Obs: Aquilo que me surpreende no dr. Mário Soares é a sua resiliência ao envelhecimento, ele já viu toda uma geração de homens partir: Mota Pinto, Sá Carneiro, Magalhães Mota, Salgado Zenha, Cunhal entre muitos outros.
Contudo, nesta entrevista Soares procura fazer três coisas: 1) dar uma mão a Sócrates; 2) intimidar PPCoelho que elogia para, logo de seguida, designar de inexperiente; 3) e dar mais uma sticada no poeta Alegre - que espartilhou o eleitorado do PS nas últimas eleições presidenciais que serviram, entre várias coisas, para humilhar políticamente o velho leão da política portuguesa.
Tudo isto revela que, afinal, Soares continua a ter uma memória de elefante. Ele não perdoa nem esquece. E a prova disso é que o vemos valorar as iniciativas de Cavaco (de Cavaco!!!) só para minar o terreno a Alegre.
De resto, este é um candidato em que nem o próprio PS acredita. Alegre é, assim, uma imposição ao PS, ante o deserto de candidatos credíveis para disputar com Cavaco o 1º lugar no aparelho de Estado. Ainda por cima, comportando a estrondosa desvantagem de o poeta ser o candidato apoiado, em 1ª instância, pelo BE, o partido político mais radical e anti-sistema em Portugal.
Ou seja, com esta entrevista Soares, por um lado ajuda Socas, intimidando PPCoelho; mas, por outro, limita o campo de actuação do poeta apoiando o campo sociológico de Cavaco a Belém.
Nesta cambalhota, Soares dá com uma mão aquilo que com a outra tira ao actual PM. E com isso procura executar a sua vendetta pessoal que remonta às últimas eleições presidenciais traduzidas no milhão de votos de Alegre, o que prova que a política está cada vez mais personalizada e fulanizada em Portugal, como demonstrámos na reflexão infra sob a designação: as birras da república.
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