Portugal tem das universidades menos eficazes da União Europeia
Portugal tem das universidades menos eficazes da União Europeia. A conclusão surge num estudo encomendado pela Comissão Europeia e feito por quatro investigadores do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
O ensino superior português está entre os que recebem pior nota.
O trabalho analisou a eficiência do ensino superior em todos os países da União Europeia com dados de 1998 a 2005.
Os investigadores concluem que em Portugal, comparativamente, os recursos financeiros e humanos são mal aproveitados.
À TSF, o coordenador da investigação, Miguel St. Aubyn, admite que os resultados nacionais são "decepcionantes", tendo em conta os recursos afectos ao ensino universitário português, que fica ao lado dos mais ineficientes da Europa, como a Grécia, Espanha e alguns países do Leste.
O professor do ISEG explica que as razões para esta má nota do ensino superior português deve-se sobretudo à pouca produção científica dos académicos nacionais (menos publicações e menos citações do que a média europeia) e poucos estudantes a acabar o curso. Os alunos portugueses demoram muito tempo a acabar o curso e tendem a abandonar mais vezes a universidade.
O estudo encomendado pela Comissão Europeia analisa especificamente o caso português como um exemplo de “ineficiência” e conclui que Portugal tem um conjunto de universidades e cursos que não correspondem às necessidades da economia, nem aos desejos do governo.
A análise mostra ainda que as universidades mais eficientes estão nos países onde o financiamento público depende da avaliação dos resultados das instituições. Portugal não se inclui nestes casos. Os dados analisados acabam em 2005 e o coordenador da investigação, Miguel St. Aubyn, acredita que, deste então, houve uma evolução positiva, sobretudo com a aposta do governo na área da investigação científica.
Nuno Guedes
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