Um exemplo de decomposição do PSD: Carlos Carreiras e Bacelar Gouveia vão hoje a votos para presidência do PSD/Lisboa
Os cerca de oito mil militantes com quotas pagas do PSD de Lisboa vão, esta quinta-feira, eleger os novos órgãos desta estrutura social-democrata, numa eleição que o actual presidente desta distrital, Carlos Carreiras, tem como adversário Jorge Bacelar Gouveia., tsf
As eleições para os órgãos distritais - Comissão Política Distrital, Assembleia Distrital e Conselho de Jurisdição Distrital - vão realizar-se entre as 18:00 e as 23:00 horas nas 25 secções do PSD de Lisboa.
Carlos Carreiras, 48 anos, gestor, é actualmente vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, com os pelouros do ambiente, obras, manutenção e estruturas territoriais.
Jorge Bacelar Gouveia, 43 anos, professor universitário de direito, é deputado do PSD, eleito pelo círculo de Faro.
Os dois defrontam-se num momento em que estão previstas eleições directas para a liderança nacional do PSD para depois do debate do Orçamento do Estado para 2010 que têm, por enquanto, Pedro Passos Coelho como único candidato assumido.
Embora não tivessem tomado partido quanto a essas futuras directas, Carreiras e Bacelar Gouveia trocaram acusações sobre a respectiva ligação e lealdade para com a actual liderança de Manuela Ferreira Leite.
Carreiras acusou Bacelar Gouveia de ser candidato a pedido de Ferreira Leite. Bacelar Gouveia acusou Carreiras de ter contribuído para as eleições deste ano «sobretudo pelo que não fez».
Os dois trocaram também acusações sobre «sindicatos de voto», afirmando-se ambos empenhados em acabar com esse tipo de práticas na distrital de Lisboa do PSD.
Carreiras, que nas últimas eleições para a liderança nacional do PSD apoiou Passos Coelho, tem Duarte Lima como mandatário nacional e conta com os apoios de António Capucho, António Nogueira Leite, Ângelo Correia, Luís Fontoura e Pedro Pinto. Fazem parte das listas da sua candidatura, entre outros, Assunção Esteves e Sérgio Lipari.
Por sua vez, Bacelar Gouveia, que foi mandatário da candidatura de Pedro Santana Lopes à presidência da Câmara Municipal de Lisboa nas autárquicas deste ano, tem entre os seus apoiantes Pacheco Pereira, Maria da Graça Carvalho, José Matos Correia, Pedro Roseta, Rui Gomes da Silva, António Preto e Helena Lopes da Costa.
Paulo Pinto de Albuquerque e Fernando Pedro Moutinho integram as listas de Bacelar Gouveia e Pedro Lynce, actual presidente da mesa da Assembleia Distrital de Lisboa do PSD, é o mandatário da sua candidatura.
Obs: As pessoas em questão, os alinhamentos sórdidos, as cumplicidades fratricidas, a ausência total de ideias e de estratégias para Portugal espelha bem o actual estado de decomposição acelerada em que vegeta o actual PSD. Nem os avisos do sócio n.º 1 do partido, Francisco balsemão, servem para alguma coisa. Hoje o PSD converteu-se numa coisa, ou melhor, "coisificou-se". Pelo que a oposição política em Portugal está hoje a cargo do BE e CDS, o PCP é a aquela outra "coisa" sem renovação que pouco conta, é uma espécie de PSD invertido: também se coisificou.
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